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sexta-feira, 9 de março de 2018

Compra de droga para doença rara é investigada

medicineOs contratos de compra de quatro remédios para atender pacientes com doenças raras foram colocados sob suspeita em apuração do Ministério Público Federal (MPF) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

A aquisição de três desses medicamentos envolve valores que somam quase R$ 20 milhões. Pessoas vítimas de doenças raras têm reclamado de atrasos na entrega de remédios de alto custo desde o fim de 2017 e relatam piora em seus quadros de saúde.

O MPF do Distrito Federal investiga a compra de três remédios – Myozyme (para a doença de Pompe), Fabrazyme (doença de Fabry) e Alurayme (Mucopolissacaridose tipo 1). As três doenças são causadas por deficiências de enzimas e afetam múltiplos órgãos. A empresa Global Gestão em Saúde venceu a licitação em outubro e não entregou os medicamentos, mesmo tendo recebido R$ 19,9 milhões do governo federal com antecedência.

A empresa também não seria, segundo o MPF, uma distribuidora autorizada pelo fabricante dos remédios, a empresa Sanofi Genzyme. O órgão afirma que 152 pacientes seriam beneficiados pela compra. População protesta contra a falta de medicamentos para doenças raras na 4ª Caminhada Minha Vida Não Tem Preço, no Rio de Janeiro.

Diante disso, o MPF recomendou que o ministério convoque a segunda colocada na concorrência para que ela forneça os remédios pelo mesmo valor ou que abra novo processo de compra. No outro caso, a Anvisa detectou problemas com os documentos de importação da empresa responsável por comprar o Soliris, indicado para quem tem a doença hemoglobinúria paroxística noturna (HPN), mutação genética que destrói os glóbulos vermelhos do sangue.

A empresa Tuttopharma LLC não apresentou documentação necessária para importar o medicamento. O fabricante do remédio também disse que a empresa não é distribuidora autorizada do produto. Os problemas nas transações dos quatro remédios aconteceram entre janeiro e fevereiro e se referem a processos de compra feitos em 2017. O Soliris está entre os remédios que lideram o ranking de judicialização.

Sofrimento
Enquanto isso, os pacientes com doenças raras têm sido prejudicados por problemas de distribuição. Há quatro meses, eles estão sem o remédio e, segundo parentes e entidades que os apoiam, apresentam piora de seus quadros de saúde. Ao menos sete medicamentos estão em atraso – quatro deles são os que tiveram problemas no processo de compra.

No dia 15 de dezembro, dez dias após completar 18 anos, Jucilene Pedrosa, que recebia um dos medicamentos para Mucopolissacaridose do tipo 1, não resistiu aos efeitos da doença. Segundo a família, ela ficou sem a medicação por dois meses, após tomá-la por um ano.

“Interrompeu de vez em novembro. A última infusão foi no dia 10 de outubro, depois, não chegou mais. Notei que ela estava mais cansada e com mais dificuldade para andar. No dia do aniversário dela, 5 de dezembro, ela pediu uma festa, mas teve convulsão, parou de andar e de comer. Ficou internada e não voltou mais para casa”, contou a irmã, a estudante Janaíra Pedrosa, de 22 anos.

Agora, a preocupação da família é com o outro irmão, Jucilan, de 14 anos, que tem a mesma doença e também está sem a medicação. De acordo com balanço do Instituto Vidas Raras, 15 pacientes de doenças desse tipo morreram desde outubro.

Um dos pacientes que conseguiram na Justiça o direito de receber o remédio Soliris foi o gerente administrativo Ricardo Ferreira, de 34 anos, que tem a HPN. Ele conta que, desde a metade de 2017, os problemas com a distribuição tiveram início e que ele precisou ser internado quatro vezes desde setembro. “Recebi doses emergenciais do remédio, mas já acabaram. A tortura não acaba”, diz.

Aquisições foram emergenciais, diz Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde informou que aquisições dos quatro remédios foram realizadas em caráter emergencial por se tratar de uma demanda judicial e seguiu concorrência prevista na Lei de Licitações. Também afirmou que a Advocacia-Geral da União vai acompanhar o caso.

Sobre o Soliris, o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, disse que a documentação faz parte das exigências básicas para importar medicamentos e é o que garante que os pacientes vão receber remédios seguros. “O objetivo é que não cheguem medicamentos falsificados.”

O Estado não conseguiu localizar a empresa Tuttopharma LLC, responsável pela compra do Soliris. A Alexion, fabricante do remédio, confirmou que a Tuttopharma não é distribuidora oficial.

Já a Global Saúde, responsável pelos outros três remédios, disse que uma de suas empresas parceiras é credenciada com a fabricante, mas que “foi surpreendida com a recusa da Sanofi Genzyme em entregar os medicamentos”. A Sanofi informou que a Global não integra o grupo de distribuidores credenciados.

Estadão

Curso qualifica profissionais para o enfrentamento da malária

eventosO objetivo é contribuir para a diminuição da morbimortalidade em áreas endêmicas e não endêmicas por meio do diagnóstico oportuno e tratamento adequado

Com 174.522 casos registrados de janeiro a novembro de 2017, a Malária ainda é um grande desafio enfrentado pela saúde coletiva brasileira. Atenta a este cenário, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição integrante do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), lança o curso Malária na Atenção Básica à Saúde.

Com carga horária de 60h, a qualificação tem como objetivo ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde de nível superior que atuam na atenção básica, em regiões endêmicas e não endêmicas para malária no Brasil, a fim de contribuir para a diminuição da morbimortalidade por meio de diagnóstico oportuno e tratamento adequado.

As inscrições podem ser realizadas até 30 de junho pelo link.

Segundo o secretário executivo da UNA-SUS, Manoel Barral Netto, com o aparecimento de casos em áreas não endêmicas, se faz necessário atualizar os profissionais de todo o país, especialmente aqueles que não estão habituados a pensar no diagnóstico da malária.

“É muito importante para o sistema de saúde que esses casos sejam identificados precocemente. Por esse motivo, o curso tem uma vertente muito prática para ajudar os profissionais dessas duas áreas a manejar os casos oferecendo o tratamento adequado e oportunamente”, destaca.

A consultora técnica do Programa Nacional de Controle da Malária (SVS/MS?), Sheila Rodovalho, acredita que o curso proporcionará os subsídios necessários para que a atenção básica se aproprie da assistência ao paciente com malária, quando este chegar a uma unidade de saúde ou procurar um serviço de saúde por apresentar sintomas da doença.

“Os profissionais de saúde devem ter em mente que febre pode ser malária. É preciso saber perguntar ao paciente se ele vem de uma área endêmica e suspeitar do agravo. Para isso, o curso apresenta vídeos e casos clínicos que orientam como o profissional de saúde pode abordar o paciente e qual a melhor forma de conduzi-lo ao diagnóstico e tratamento da doença”, explica.

Além de ser totalmente gratuito e 100% a distância, o curso também conta com recursos educacionais que envolvem modelagem 3D e animação gráfica, que auxiliam na assimilação das principais práticas e conceitos.

São 10.000 vagas disponíveis prioritariamente a profissionais de saúde de nível superior vinculados ao SUS. Apesar disso, demais interessados, de outras categorias profissionais, que se interessarem sobre o assunto, também podem acessar os conteúdos.

Após a inscrição, os alunos têm até 30 de julho para finalizar a qualificação, de acordo com sua conveniência e disponibilidade. Ao final dos estudos há uma avaliação online. A obtenção do certificado está condicionada ao acerto de pelo menos 60 % das questões do teste.

Fonte: SE/UNA-SUS, com informações da UNA-SUS UFMG

Dormir mais tempo pode diminuir a ingestão de açúcar

Para os adultos que são habitualmente dormem pouco, um protocolo personalizado de extensão do sono é viável e pode melhorar a dieta do indivíduo, reduzindo a ingestão de açúcar. Isso é o que indica um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition

Pesquisadores britânicos examinaram a viabilidade de um protocolo personalizado de extensão do sono em 42 adultos saudáveis ​​com idades entre 18 e 64 anos, com peso normal e que tinham o sono habitualmente curto (de cinco a menos de sete horas por noite).

Os efeitos do sono prolongado foram avaliados quanto à ingestão e qualidade da dieta. Vinte e um participantes receberam uma sessão de consulta comportamental com base na higiene do sono (grupo de extensão do sono) e 21 mantiveram o habitual sono curto (grupo controle) em um ensaio controlado aleatorizado de quatro semanas.

A taxa de participação foi de 100%. A conformidade com o estudo foi de 85,7 por cento. Os pesquisadores descobriram que, em comparação com o grupo controle, o grupo de extensão do sono aumentou significativamente o tempo na cama (55 minutos), período de sono (47 minutos) e duração do sono (21 minutos).

Comparado com os controles, a extensão do sono correlacionou-se com uma ingestão significativamente menor de açúcares livres (-9,6 versus 0,7 g). Em comparação com o grupo de controle, a análise de sensibilidade descobriu que o grupo de extensão do sono apresentava ingestão reduzida de gordura, carboidratos e açúcares livres.

Terra