Olha a janelinha!
Não importa se foi em razão de um tombo ou se os próprios pais trataram de remover o dente por causa do balança-mas-não-cai. A perda prematura do dente de leite pode prejudicar a arcada definitiva
Não importa se foi em razão de um tombo ou se os próprios pais trataram de remover o dente por causa do balança-mas-não-cai. A perda prematura do dente de leite pode prejudicar a arcada definitiva
Durante a brincadeira a criança sofre uma queda, bate a boca e... lá se vai o dente. Tudo bem, era de leite, costumam dar de ombros pai e mãe, despreocupados, como se a primeira dentição não tivesse assim tanta importância. Errado. Os dentes de leite funcionam como um guia para os permanentes. Se eles caírem antes da hora, os vizinhos podem ocupar o lugar dos que ainda vão nascer e isso muda toda a confi guração do sorriso, avisa o dentista Oskar Razuk, professor da Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo de São Paulo, a Fapesp. O resultado final fica, digamos, um tanto torto. O problema, então, não será meramente estético.
Dente que cai antes do tempo exige visita imediata ao odontopediatra. Provavelmente ele vai sugerir um aparelho para conservar o espaço destinado ao permanente, explica Razuk. Isso se houve mesmo uma perda. É que não raro o dente não caiu, mas penetrou na gengiva e ficou ali bem escondido, sem ninguém desconfiar, explica o dentista Marcelo Sarra Falsi, de São Paulo. E a queixa de dor, se houver, acaba sendo atribuída ao traumatismo.
O outro lado dessa história é que, às vezes, o dente de leite demora demais para se desgrudar da gengiva e isso também atrapalha a erupção do permanente. O resultado é uma arcada dentária desalinhada, que fica com um encaixe imperfeito. Se o dente já está mole há uns dois meses ou há apenas alguns dias, mas a criança está reclamando de dor ou de incômodo ao mastigar, procure um especialista porque só ele pode removê-lo com segurança, indica o odontopediatra Paulo Nelson Filho, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, no interior paulista.
Outro erro comum e grosseiro é descuidar da higiene de dentes que estão na boca só de passagem. Até mesmo as cáriespodem migrar do dente temporário para o permanente por meio da raiz e isso obriga a um tratamento de canal ou mesmo a uma extração na mais tenra idade, conta Marcelo Farra Falsi.
Os cuidados com os dentes de leite devem começar quando a criança ainda está no útero materno. As grávidas precisam de muito cálcio e fósforo para a boa formação da arcada do bebê, diz Oscar Razuk. O açúcar, ao contrário, deve entrar na dieta com parcimônia. A partir do quarto mês de gestação, acredita-se, o feto já identifica o sabor adocicado e isso pode favorecer que ele vire um fã de doces no futuro, orienta.
Assim que o bebê nasce, e antes mesmo de o primeiro dente de leite surgir, já dá para evitar problemas. A boca da criança é menos resistente a microorganismos do que a dos adultos, conta Paulo Nelson Filho. Por isso pais, avós, babás, ninguém deve provar a comida na mesma colher que o pequeno irá usar para não contaminá-la, alerta ele. Pelo mesmo motivo, nada de soprar os alimentos para esfriá-los ou beijar a meninada na boca, acrescenta Oscar Razuk.
Por fim, um recado para grávidas e para mães que acabam de dar à luz: mamar no peito também é importante para o sorriso do seu filho. Isso exige mais esforço do que sugar o leite na mamadeira e estimula o desenvolvimento da mandíbula, explica Marcelo Sarra Falsi.
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Fonte http://saude.abril.com.br/edicoes/0294/familia/conteudo_266229.shtml