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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Médicos implantam pedaço de joelho criado em laboratório

Para tapar falhas na cartilagem, células foram retiradas, multiplicadas em laboratório e reimplantadas em paciente.

Um pedaço de cartilagem do tamanho de uma ervilha contendo cerca de 200 mil células foi retirado do joelho e levado para um laboratório na Bélgica.

Cultivadas, as células se multiplicaram até chegar a cerca de 4 milhões, e a cartilagem foi reinserida no corpo da paciente.

A paciente, Liz Coveney, 50, sofria de dores no joelho direito e tinha dificuldade de caminhar devido a buracos de até de 2 cm na cartilagem do órgão.

"Era extremamente desconfortável andar. Escadas eram proibidas na minha vida", disse Liz à BBC. "Você percebe quando está de pé, sentado, saindo do carro.... e estava ficando cada vez pior."

A operação foi realizada três meses atrás em um hospital particular de Southampton, no sul da Inglaterra.

Liz, que está em um processo de recuperação que deve durar um ano, diz que agora pode fazer exercícios e dirigir sem sentir dores.

"Não sinto mais o joelho ranger e posso finalmente tirar o pé do acelerador e levar para o freio do carro sem sentir dor", afirmou.

Segundo os médicos, sem intervenção a cartilagem não teria se reconstruído naturalmente. Já a prótese continuará a crescer, eles dizem.

No futuro, a paciente deverá ser submetida ao mesmo procedimento no joelho esquerdo, que também está sendo afetado.

É a primeira vez na Grã-Bretanha que uma operação deste tipo é realizada fora dos testes clínicos.

A chamada "medicina regenerativa" é uma área da ciência que começou a ganhar corpo nos anos 1990. Hoje em dia, parte dos produtos desenvolvidos através dela já são licenciados para fins medicinais.

"No momento estamos apenas operando joelhos, mas essas tecnologias de usar produtos terapêuticos feitos a partir de celular podem no futuro ser usadas para tratar cotovelo, ombros, pés e tornozelo, e possivelmente até quadris", disse o especialista Philip Chapman-Sheath.


"Se conseguimos começar a evitar que algumas dessas lesões na cartilagem se transformem em artrite, talvez seja a primeira etapa de um processo para evitar o desenvolvimento e a expansão de artrite nas juntas."

Fonte Estadão

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