Emagrecer e deixar o corpo livre de toxinas são as promessas que vêm conquistando a turma adepta da dieta do pH.
A ideia por trás do método é ajustar a alimentação para deixar o pH do sangue mais alcalino - a mudança seria suficiente para favorecer a eliminação de toxinas.
Na prática, isso quer dizer mais destaque para cereais integrais, frutas e verduras na hora de montar o prato, enquanto carne vermelha e leite integral ficam de lado.
"Existem algumas propostas positivas na dieta do pH, mas nenhum estudo científico foi feito para provar que ela pode levar ao emagrecimento", afirma o nutrólogo Roberto Navarro, da Sociedade Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Conheça os detalhes de mais esta opção e decida se vale a pena investir:
Visa a reeducação alimentar: Essa dieta coloca no cardápio alimentos saudáveis, como frutas verduras e legumes, e retira as carnes gordurosas, farinha branca e industrializados que, em excesso, fazem mal à saúde. Por isso, se bem balanceada, pode funcionar como uma reeducação alimentar.
Não conta calorias: "Qualquer dieta para emagrecer deve se preocupar com o número de calorias ingeridas", afirma Roberto Navarro. Se você gasta mais calorias do que consome durante o dia, acaba emagrecendo, por isso a medida é tão importante. "Não há comprovação nenhuma de que a eliminação de toxinas provoque a perda de peso, como promete essa dieta", afirma o especialista. Além disso, homens e mulheres em diferentes faixas etárias têm necessidades calóricas diferentes, ignorar esse valor pode trazer prejuízos à saúde.
Diminui a retenção de líquidos: O nutricionista Israel Adolfo, de São Paulo, conta que qualquer alimento gera um resíduo tóxico, naturalmente diluído em água pelo organismo. Portanto, quanto mais toxinas ingeridas, maior a retenção de líquidos. Por manter o pH do sangue mais alcalino, essa dieta promove a eliminação de toxinas. "Por isso que dizem que essa dieta elimina até oito quilos em um mês, mas a maior parte desta perda corresponde à agua", afirma.

Não conta calorias: "Qualquer dieta para emagrecer deve se preocupar com o número de calorias ingeridas", afirma Roberto Navarro. Se você gasta mais calorias do que consome durante o dia, acaba emagrecendo, por isso a medida é tão importante. "Não há comprovação nenhuma de que a eliminação de toxinas provoque a perda de peso, como promete essa dieta", afirma o especialista. Além disso, homens e mulheres em diferentes faixas etárias têm necessidades calóricas diferentes, ignorar esse valor pode trazer prejuízos à saúde.

Não elimina gorduras: O nutricionista explica que a eliminação de toxinas não promove o emagrecimento, como prometido. "Não há, necessariamente, redução do percentual de gordura corporal, apenas redução da retenção de líquidos".

Desencoraja o consumo de carnes e laticínios: se consumidos em excesso, os laticínios integrais e as carnes vermelhas aumentam o colesterol, favorecendo o aparecimento de doenças cardiovasculares. "Mas, na dose certa, eles te dão, respectivamente, as quantidades adequadas de cálcio, garantindo ossos fortes, e de proteínas, essenciais para o crescimento muscular", afirma Roberto Navarro.

Podem faltar nutrientes para o exercício: por outro lado, ela não te garante os nutrientes necessários para quem faz exercícios físicos. Roberto Navarro explica que, se você corta a carne da dieta, pode ficar sem proteínas para gerar músculos. Uma opção nesses casos é optar pela proteína vegetal, como a lentilha. O especialista reforça que esse risco é maior para adolescentes em fase de desenvolvimento e, portanto, precisando de quantidades maiores da substância.

Não leva em consideração as necessidades alimentares individuais: assim como os outros regimes alimentares que viram moda, a dieta alcalina acaba sendo feita sem qualquer acompanhamento médico ou nutricional. "Qualquer dieta, por mais equilibrada que seja, pode ser perigosa se não são levadas em consideração as necessidades individuais", diz Roberto Navarro."Para pessoas com anemia - que muitas vezes nem sabem que têm a doença - por exemplo, não é recomendada a restrição de carne vermelha".

A dieta é monótona, o que diminui a adesão: com tanta restrição, fica difícil manter a dieta longe da monotonia. Roberto Navarro explica que as dietas com pouca variedade de alimentos acabam sendo abandonadas sem que você consiga experimentar resultados. Uma ideia para manter a dieta interessante é adicionar ervas e temperos aromáticos, como a salsa, coentro, alecrim e o manjericão.

Não emagrece obrigatoriamente: o especialista explica que a alimentação para emagrecer precisa ter a contagem calórica como base. "Se você consumir os alimentos que alcalinizam o sangue em excesso, vai acabar engordando", afirma Roberto Navarro.
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