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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dicionário de termos médicos - G


GANGRENA: Mote tecidual, necrose com putrefacao, ocasionada por deficit de irrigacao sanguinea.

GASOMETRO: Instrumento para conter e medir gases.

GASP: Movimento inspiratorio subito vinculado a um centro bulbar especifico. E estimulado apenas quando a anoxia e profunda, constituindo indicio de gravidade. (sofrimento fetal).

GASTRALGIA: Dor localizada no estomago.

GASTROENTERITE: Inflamacao do estomago e dos intestinos.

GASTROSCOPIA: Exame do estomago com instrumento dotado de fonte luminosa.

GASTRONOMIA: Formacao cirurgica de uma fistula gastrica, geralmente empregada para alimentacao artificial.

GENITALIA: Orgaos reprodutores externos.

GENOFOBIA: Medo morbito do sexo.

GERIATRIA: Estudo das doencas da velhice.

GERIATRICO: Referente a senilidade.

GERMICIDA: Que destroi germes.

GERONTOLOGIA: Estudo cientifico dos fenomenos da velhice.

GESTANTE: Gravida.

GESTOSE: Toda manifestacao toxemica na gravidez.

GINECOLOGIA: Ciencia que estuda as doencas da mulher, especialmente aquelas que afetam os orgaos sexuais.

GINECOMASTIA: Volume excessivo das glandulas mamarias no homem.

GLABELA: Proeminencia ossea no osso frontal.

GLICEMIA: Presenca do acucar no sangue.

GLICOSURIA: Presenca do acucar na urina.

GLOSSIA: Radical que significa condicao da lingua.

GLOSSOPLEGIA: Paralisia lingual.

GLOSSOTRIQUIA: Lingua coberta de pelos.

GLOTE: Abertura superiorda laringe, onde se situam as duas pregas ou cordas vocais e o espaco entre elas.

GONATERAPIA: Tratamento com extratos de gonadas ou hormonios.

GONIALGIA: Dor no joelho.

GRANULACAO, TECIDO DE: Tecido novo composto de fibroblastos e pequenos vasos sanguineos, formado durante o processo de cicatrizxacao de uma ulcera.
Fonte http://www.enfermeiro.br.tripod.com/              

Diverticulite - Diverticulose do Intestino Grosso

Sinônimos ou nomes populares:
Doença diverticular dos cólons, diverticulite.





O que é?
Diverticulose é a presença de pequenas bolsas que se projetam para fora da parede intestinal (fig 1). No mundo ocidental 85% dos divertículos localizam-se no cólon sigmóide (parte final do intestino grosso, logo antes do reto). A diverticulite é a inflamação de um divertículo.

A diverticulose ocorre com freqüência semelhante em homens e mulheres, aumentando com a idade. Um terço das pessoas com mais de 50 anos e 2/3 daquelas com mais de 80 anos tem divertículos no cólon, porém a grande maioria é assintomática.

Como se desenvolve?
Apesar de não ser totalmente conhecida a origem, acredita-se que dois fatores estejam associados ao surgimento dos divertículos: o aumento da pressão no interior do intestino e um enfraquecimento de pontos da parede intestinal.

O que se sente?
Apenas uma minoria dos indivíduos tem queixas relacionadas à diverticulose. A queixa mais comum é de desconforto doloroso na região inferior esquerda do abdome com variável tempo de duração e que alivia com a eliminação de gases ou fezes. Diarréia ou constipação (intestino trancado/prisão de ventre) também podem ocorrer.

Complicações:
Diverticulite é a complicação mais comum, ocorrendo em algum momento da vida de 10-20% dos indivíduos com diverticulose. Quanto maior o tempo de evolução e quanto mais extensa a área com divertículos, maior é o risco dessa complicação. A diverticulite manifesta-se por dor forte na parte inferior esquerda do abdome, acompanhada de febre e, geralmente, constipação. Podem estar associados também náusea, vômito e diarréia com muco, pus ou sangue.

Os divertículos inflamados podem formar pus, criando um abscesso em seu interior e, por conseqüência, perfurar. Com a perfuração, o pus pode se espalhar ou não no abdome levando, respectivamente, à peritonite (inflamação de todo o abdome) ou ao abscesso localizado. (fig 2).

Complicações menos freqüentes são o sangramento, a formação de fístulas (comunicação anormal de um órgão com outro ou com o exterior) e a obstrução intestinal. O sangramento é mais comum em divertículos do lado direito do intestino grosso e pode ocorrer sem diverticulite. Após o primeiro sangramento a chance de outro é de 25%; após um segundo episódio, a chance de novas hemorragias chega a 50%. As fístulas decorrem da drenagem espontânea de um abscesso, o que pode ocorrer para a bexiga ou vagina, por exemplo. Obstrução do intestino grosso geralmente deve-se a sucessivas inflamações e cicatrizações de diverticulites, resultando em fibrose (cicatrização deficiente) e fixação do intestino.

Como o médico faz o diagnóstico?
Ao exame físico, o paciente com diverticulose tem uma sensibilidade aumentada ou dor à palpação na parte inferior esquerda do abdome. O Enema Opaco (Raio X do intestino grosso com colocação de contraste por via retal) é o exame que mais informações fornece quanto à localização, quantidade e extensão da doença. A retossigmoidoscopia ou colonoscopia (visualização direta do interior do intestino através de endoscópios introduzidos através do ânus) identificam os óstios (bocas) dos divertículos e servem também para diferenciar a diverticulose de outras doenças do intestino que possam causar sangramento, dor ou obstrução (câncer, pólipos, inflamação da mucosa, etc). Quando há diverticulite, pode não estar indicada a imediata realização de enema opaco ou colonoscopia. Nessa circunstância, além do exame direto do paciente pelo médico mostrar alterações evidentes, os exames de sangue podem ter sinais de infecção. Raio X abdominal sem contraste, ecografia e tomografia, podem ser úteis na fase aguda para identificar perfurações e abscessos.

Qual é o tratamento?
A maioria dos casos de diverticulose tem suas queixas melhoradas com tratamento clínico. Dietas ricas em fibras e/ ou remédios que umedecem e aumentam o volume das fezes, diminuindo o esforço para evacuar, podem aliviar sintomas, prevenir novos divertículos e, principalmente, diminuir complicações como a diverticulite. Remédios anti-espasmódicos que diminuem as contrações excessivas do intestino, podem ser usados. O estresse emocional também tem sido relacionado com aumento dos espasmos do intestino e, assim, com aumento do risco de divertículos e suas complicações.

O tratamento da diverticulite depende da gravidade do caso, variando desde repouso, dieta sem resíduos e analgésicos, até uso de antibióticos, internação hospitalar com reposição de líquidos pela veia e cirurgia. A cirurgia de urgência pode ser necessária quando há piora do estado geral, obstrução intestinal, perfuração da parede do intestino e infecção generalizada. Cirurgias eletivas (planejadas com antecedência) podem ser indicadas em jovens com a doença, já que seu risco de um novo episódio ao longo da vida é grande, em pacientes com crises freqüentes de diverticulite, naqueles com sangramento importante ou repetido, na presença de fístulas ou se há suspeita de outra doença associada (câncer, por exemplo). A cirurgia consiste basicamente na retirada da parte do intestino onde se encontram os divertículos, geralmente todo o cólon sigmóide. Algumas vezes não é possível realizar a junção das partes que restaram do intestino, sendo necessária uma colostomia com uma bolsa externa para coletar as fezes, em geral, temporária.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Os divertículos por si só causam algum problema?

Posso evitar as complicações de alguma forma?

É comum pessoas da minha idade terem divertículos?

Posso precisar de cirurgia por esse problema?

Como deve ser minha alimentação? Ela deve mudar em alguma coisa?

Há cura para divertículos?

Fonte ABC da Saúde

Monstro de gila é alvo de cientistas

Futuramente, seu veneno poderá ajudar no tratamento da doença de alzheimer.


Adrian Pingstone

Monstro de gila

De nome científico Heloderma suspectum, este animal, conhecido como monstro de gila, é um dos únicos lagartos (juntamente com o Heloderma horridum) venenosos do mundo. Normalmente, ele habita as regiões desertas do sudoeste dos EUA e noroeste do México.

Considerado o maior lagarto-norte americano, ele pode chegar a 20 anos de idade. Seu corpo é coberto por brilhantes escamas que formam desenhos em tons pretos, amarelos, laranjas e rosas. Mesmo habituado a locais de clima quente, eles não são muito fãs do calor. Isso porque sua cor preta, ao ser atingida pelo sol, provoca o aquecimento excessivo do seu corpo os deixando incomodados.

Seus hábitos variam de acordo com as estações. Durante os meses mais quentes, sua rotina é noturna, já no inverno, eles hibernam – utilizando a gordura que acumulam ao longo de sua cauda.

A alimentação desses animais é bem variada, indo de aves até outros lagartos e camundongos. Porém, o que eles mais gostam é devorar ovos e animais recém-nascidos. Para encontrar ninhos e tocas, eles passam a língua no chão, para frente e para trás, até sentirem o cheiro de suas presas.

Sobre o seu veneno, os efeitos são imediatos e causam bastante dor (apesar de não serem fatais). Entretanto, eles não mordem por acaso, apenas quando se sentem ameaçados. Essas mordidas vêm sempre acompanhadas de certas quantidades de veneno.

Jeff Servoss

Monstro de gila

Não é possível designar machos e fêmeas pela sua forma física, apenas por seu comportamento. Na estação de acasalamento (que ocorre uma vez por ano, no verão) eles se tornam mais ativos com a elevação da temperatura e passam a investigar todo o movimento ao seu redor. Após isso, formam-se os pares e o coito é realizado. A fêmea demora de uma a duas semanas para desovar. Antes disso, o macho deve ser retirado de perto dela para evitar possíveis ataques aos ovos.

Por volta de um mês depois da postura, nasce a ninhada de novos lagartos contendo entre 3 e 15 filhotes. O ciclo reprodutivo das fêmeas parece estar relacionado com a quantidade de alimentos e minerais armazenados em seu organismo. Quando as reservas estão baixas, elas não atraem os machos para acasalar e permanecem sem reproduzir.

Infelizmente, a sobrevivência desses animais vem sendo afetada por dois fatores cruciais. O primeiro deles é pela ampliação das áreas irrigadas para a lavoura - o que determina a redução do seu território – e o segundo pelo consumo de sua carne que teria efeitos afrodisíacos onde é comercializada. No estado do Arizona (EUA), onde se encontram as maiores populações, a coleta é proibida por lei e somente podem ser comercializados animais nascidos em cativeiro.

Analisando as substâncias contidas em sua saliva, os cientistas descobriram um potente composto sintético que pode ser usado no tratamento de diabetes tipo 2. Denominado exenatida, ele age diretamente no pâncreas, imitando os efeitos da incretina - responsável natural pela liberação de insulina após o consumo de alimentos e a posterior elevação de glicose no sangue. Além disso, estudos envolvendo seu veneno poderão comprovar sua possível utilização em tratamentos da doença de alzheimer.

Fonte IG

Manual de orientação básica para a equipe de enfermagem: Prevenção do HIV e assitência às pessoas portadoras de HIV e AIDS

Acesse aqui:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_14.pdf

Supositórios: história e curiosidades



Por volta dos anos 30 existiam no mercado produtos principalmente anti-hemorroidais alguns analgésicos em forma de supositórios, mas atualmente esta forma medicamentosa abrange uma gama de indicações consideravelmente mais amplas.

Estes dados têm origem no aumento considerável do número de preparados que se apresentam em forma de supositório, dentro do campo de medicamentos disponíveis.

Os dados que se apresentam em seguida e os campos correspondentes de aplicação, demonstram que o supositório é utilizado em todos os campos terapêuticos, situando com isso um plano de igualdade com as demais formas de medicamentos.

Trata-se de uma forma de administração que não sobrecarrega o estômago, que permite uma dosagem exata e capaz de absorver certas substâncias sensíveis aos efeitos do suco e fermento digestivo.

No caso de enfermidades que venham acompanhadas de vômitos, como cólicas e infecções a administração retal tem também sua utilidade. Temos também os casos dos pacientes, que por estarem sedados ou sonolentos, não podem fazer movimentos corretos para ingerir um medicamento por via oral, ou quando queremos evitar por qualquer motivo uma injeção parenteral.

São formas farmacêuticas da consistência firme, de forma cônica ou ogival, destinadas a serem inseridas no reto, onde devem desintegrar-se ou fundir-se a temperatura do organismo, liberando o farmaco e exercendo efeito local ou sistêmico. Podem ser obtidos por solidificação ou compressão em moldes de massa adequada, contendo além de substâncias medicamentosas, o excipiente que pode ser: manteiga de cacau, polietilenoglicol, gelatina, glicerina,entre outros etc. O peso médio dos supositórios varia entre 2 e 5g.



CAMPOS DE APLICAÇÃO DE PREPARADOS EM FORMA DE SUPOSITÓRIOS

                    PREPARADOS DE EFEITO LOCAL

  • Anti-hemorroidais
  • Ginecológicos
  • Anticonceptivos

PREPARADOS DE EFEITOS PARA O SISTEMA

  • Analgésicos
  • Anti-reumáticos
  • Urológicos
  • Estomacais
  • Espasmolíticos
  • Cardiovasculares
  • Antiasmáticos
  • Broncolíticos
  • Expectorantes
  • Sedantes
  • Psicotrópicos
  • Laxantes
  • Antieméticos
  • Antigripais e outros

Usando supositórios retais 

 

Supositórios retais são usados em diferentes tipos de medicamento, incluindo laxantes, auxiliares para o sono, calmantes e medicamentos para aliviar náusea e vômitos. Independentemente do tipo de remédio que estão levando ao corpo, todos os supositórios retais são inseridos da mesma maneira.

Em temperaturas extremamente quentes, um supositório pode ficar mole demais para ser manuseado. Se isso acontecer, coloque-o em uma geladeira, em um copo de água fria ou sob água corrente até ficar firme (poucos minutos já são o suficiente.) Antes de inserir um supositório, remova quaisquer proteções de alumínio. Proteções de borracha para o dedo ou luvas descartáveis podem ser usadas ao inserir um supositório, mas elas não são necessárias a menos que suas unhas estejam longas.

Para colocar um supositório, deite-se sobre seu lado esquerdo com o joelho direito dobrado.

Empurre o supositório no reto, com a parte mais pontuda na frente. Você pode ter a sensação imediata de querer ir ao banheiro, mas ignore essa sensação e fique parado por alguns minutos.

Tente não evacuar por pelo menos uma hora. Se tiver problemas para inserir o supositório ou se o processo for doloroso, passe uma fina camada de vaselina ou óleo mineral ao redor dele.

Alguns fabricantes de supositórios para hemorróidas sugerem que seu produto seja armazenado na geladeira. Mas isso não deve ser feito em todas as ocasiões.

 

Pergunte a seu farmacêutico sobre o armazenamento correto.



Supositórios são formas farmacêuticas destinadas à inserção em orifícios corporais (esp. no ânus, na vaginauretra) nos quais amolecem, se dissolvem e exercem efeitos sistêmicos ou localizados. Assim, os supositórios destinam-se, tanto em termos lingüísticos quanto terapêuticos, a serem colocados “sob” o corpo, como no reto, sendo geralmente administrados neste local. ou na




Ação local


Depois que o supositório é inserido, sua base, amolece e se dissolve, distribuindo os fármacos, que são transportados para tecidos da região. Esses fármacos podem destinar-se à retenção ao interior da cavidade, para efeito medicinal localizado, ou podem ser absorvidos para exercer efeitos sistêmicos. Os supositórios que visam ação localizada são mais freqüentemente empregados para aliviar constipação ou dor, irritação, coceira e inflamações associadas a hemorróidas ou outras condições anorretais.




Supositórios anti-hemorróidas contêm vários componentes, inclusive emolientes, calmantes, protetores, anestésicos locais, vasoconstritores, adstringentes e analgésicos.


Supositórios laxantes à base de glicerina promovem a laxação por meio de irritação local das mucosas, provavelmente pelo efeito desidratante da glicerina sobre essas membranas.

 

Ação sistêmica e vantagens


As mucosas do reto permitem a absorção de muitos fármacos solúveis, que podem gerar efeitos sistêmicos.


Nos efeitos sistêmicos, a administração por via retal apresenta vantagens como: evitar a destruição ou desativação dos fármacos pelo pH ou atividade enzimática do estômago e dos intestinos; evitar a irritação estomacal quando o fármaco apresenta esse efeito; evitar a metabolização hepática quando o fármaco é muito rapidamente metabolizado no fígado; conveniência para a administração de fármacos a pacientes adultos ou pediátricos incapazes ou que não querem engolir a medicação; eficácia no tratamento de pacientes com episódios de vômitos.


Alguns fármacos administrados por via retal na forma de supositório, para produzir efeitos sistêmicos: proclorperazina e clorpromazina para alívio de náusea e vômitos e como tranqüilizante; cloridrato de oximorfona para analgesia narcotizante; tartarato de ergotamina, para alívio da síndrome de enxaqueca; indometacina, um analgésico antiinflamatório e antipirético não-esteróidal.

 

Fatores que influenciam a absorção dos fármacos


  • Fatores fisiológicos - O reto humano tem aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento. Quando não em material fecal, o reto contem apenas 2 ou 3 ml de liquido inerte. Em estado repouso, o reto não é móvel; não existem vilosidades ou microvilosidade na mucosa retal. No entanto, a região submucosa da parede retal tem vascularização abundante tanto sanguínea como linfática.
  • Conteúdo dos cólons – quando se deseja obter efeitos sistêmicos com a administração de supositórios, pode se esperar maior absorção se o reto estiver vazio ao invés de estar distendido com matéria fecal. Portanto, quando indicado pode-se aplicar um enema evacuante, que deve agir antes da administração do supositório.
  • Via circulatória - os fármacos absorvidos pela via retal, ao contrário do que ocorre após administração oral, evitam a circulação portal hepática durante sua primeira passagem pela circulação geral, permitindo, assim, que fármacos que seriam destruídos pelo fígado exerçam efeitos sistêmicos. As veias hemorróidas inferiores que cercam o cólon recebem o fármaco absorvido e iniciam sua circulação pelo corpo, evitando o fígado. A circulação linfática também ajuda na absorção de fármacos administrados por via retal.
  • Fatores físico-químicos do fármaco e da base dos supositórios - São propriedades como a solubilidade relativa do fármaco em lípides e em água e o tamanho da partícula do principio ativo disperso. Os fatores físico-químicos da base são sua capacidade para fundir-se. Amolecer ou se dissolver à temperatura corporal, sua capacidade de liberação do fármaco e seu caráter hidrófilo ou hidrófobo.
  • Lipossolubilidade e hidrossolubilidade - Um fármaco lipofílico distribuído em baixa concentração em um supositório de base gordurosa tem menor tendência a escapar para os líquidos aquosos circundantes do que uma substância hidrófila presente em base gordurosa de grau próximo à saturação. As bases hidrossolúveis que se dissolvem nos líquidos anorretais liberam tanto os fármacos hidrossolúveis quanto os solúveis em óleo para absorção. Se a concentração do fármaco na luz intestinal estiver acima de uma determinada quantidade, que varia de acordo com o fármaco, a taxa de absorção não será afetada por novos aumentos da concentração.
  • Tamanho da partícula - Para os fármacos presentes nos supositórios, o tamanho da partícula influencia sua velocidade de dissolução e a disponibilidade para absorção. Quanto menor o tamanho da partícula, maior sua velocidade de dissolução e maior a probabilidade de rápida absorção.

 

Excipientes


Para supositórios foram desenvolvidos para melhorarem estas características em relação à manteiga de cacau(óleo de teobroma), há muito utilizada. Mediante destilação fracionada dos ácidos graxos obtidos pela hidrogenação e cisão de óleos vegetais como coco, babaçu, palma, soja, esterificados com glicerol (glicerina), obtém-se uma gordura sintética de origem natural que apresenta vantagens frente à manteiga de cacau.Fonte:Wikipédia

Usando pomadas, cremes, comprimidos e supositórios vaginais

Pomadas e cremes

A maioria dos produtos vaginais é embalada com instruções completas de uso. Se a mulher não tiver certeza quanto à maneira de usar o medicamento, deve perguntar ao farmacêutico.
 
Antes de usar qualquer creme ou pomada vaginal, leia as instruções. Elas provavelmente vão dizer para encaixar o aplicador na parte superior do tubo e espremer a base do tubo até que o aplicador esteja completamente cheio. Então, deite de costas com os joelhos dobrados. Segure o aplicador na posição horizontal ou levemente direcionado para baixo e o insira na vagina até o ponto que possa ir sem causar desconforto. Pressione o êmbolo para que o creme ou a pomada sejam aplicados na vagina. Solte o êmbolo e lave com água quente e sabão. Enxagüe completamente e deixe secar antes de guardar.

Comprimidos e supositórios


A maior parte dos comprimidos ou supositórios vaginais inclui instruções completas de uso, mas talvez seja bom dar uma olhada nessas instruções gerais novamente.
 
Retire qualquer proteção de alumínio. Coloque o comprimido ou supositório no aplicador fornecido. Deite de costas com os joelhos dobrados. Segure o aplicador na posição horizontal ou levemente inclinado para baixo e o insira na vagina até o ponto que possa ir sem causar desconforto. Aperte lentamente o êmbolo para liberar o comprimido ou supositório na vagina. Retire o aplicador e lave com água quente e sabão. Enxagüe completamente e deixe secar antes de guardar.
 
A menos que o médico tenha especificado o contrário, não aplique duchas por duas ou três semanas após ter usado esse tipo de medicamento. Lembre-se de pedir ao médico recomendações específicas sobre como fazer sua higiene íntima.



Psilocybin para pacientes terminais?

Pode o princípio ativo dos "cogumelos mágicos" ajudar pessoas com câncer em estado terminal a enfrentar seu destino? Essa foi a pergunta de pesquisadores, que publicaram os resultados em 6 de setembro no Archives of General Psychiatry.

Nossa sociedade gasta tanto esforço evitando a morte que pode ser quase impossível lidar com essa realidade. Para tentar solucionar o problema, o psiquiatra Charles Grob, da UCLA, acompanhou 12 pacientes com câncer, dos quais 11 eram mulheres, entre junho de 2004 e maio de 2008. Todos sofriam de câncer fatal, de tipos que iam de mama a mieloma múltiplo, assim como transtornos de estresse agudo e de ansiedade generalizada por causa da proximidade da morte. Todos concordaram em tomar uma dose moderada (0,2 miligramas por quilo de peso corporal) de psilocibina para constatar se drogas psicodélicas poderiam oferecer algum alívio do medo da morte e da doença.

A decisão incomum do pacientes de aceitar essa terapia deve-se – segundo os autores – à morte iminente. Os pacientes foram levados ao hospital, conectados a um monitor cardíaco em uma sala decorada com cortinas de tecido e flores frescas. Alto-falantes tocavam músicas de sua escolha. Às 10 horas, no dia do tratamento, cada um dos 12 pacientes do estudo tomou a dose adequada de psilocibina por pílula. Os pesquisadores mediram então o funcionamento de vários órgãos vitais, até após a experiência psicodélica acabar, que durou cerca de seis horas.

Apesar de a frequência cardíaca e a pressão arterial subirem por causa da substância, nenhum paciente relatou uma "viagem ruim" e vários constataram redução "significativa" da ansiedade.

Os pacientes geralmente relataram que a substância ajudou-os a examinar as suas vidas e determinar "como dar uma resposta à expectativa de vida limitada". Infelizmente, a partir de publicação da pesquisa, 10 dos 12 indivíduos morreram. Mas ela sugere que o uso de drogas psicodélicas como a psilocibina pode ajudar a aliviar a ansiedade e o desespero existencial para os quais a medicina moderna, em grande parte, não encontrou outra maneira de tratar.

por David BielloSCIENTIFIC AMERICAN Brasil

Fonte daclaudiogaleno.blogspot.com

Sexo: Mais oito motivos para praticar


Lista dos benefícios do sexo para a saúde é extensa e inclui até teste de visão


Melhorar a fertilidade, promover a longevidade e até diagnosticar se você está enxergando bem. A lista de benefícios do sexo para a saúde é extensa.

O site do jornal Daily Mail preparou mais oito excelentes razões – baseadas em pesquisas e em constatações de especialistas – para praticá-lo. Confira:

:: É uma boa forma de testar a visão
A atividade sexual relaxa os músculos e alivia a tensão e pode dizer se você precisa ou não de óculos. Segundo o médico Arun Ghosh do Spire Liverpool Hospital, assim como todo o corpo, os músculos relaxam e a visão tem que trabalhar com a sua verdadeira habilidade, sem apertar ou esticar os olhos. Se você tem a visão borrada depois da relação, pode não enxergar bem.

:: Protege contra doenças cardíacas
Fazer sexo três vezes por semana pode reduzir pela metade o risco de ataque cardíaco ou derrame, conforme um estudo da Queen University. A endorfina liberada durante o ato neutraliza os hormônios do estresse que estão ligados a doenças do coração.

:: Fortalece os ossos
Uma pesquisa americana mostrou que mulheres na menopausa que têm relações sexuais todas as semanas apresentam maiores níveis de estrogênio no organismo. O hormônio tem efeito protetor na saúde óssea e a sua falta tem sido associada à osteoporose.

:: Aumenta a fertilidade dos homens
Ghosh afirma que a quantidade de sexo influencia na fertilidade, ou seja, quanto mais intensa é a vida sexual, maior será a qualidade do esperma. Quanto mais tempo ele permanecer nos testículos, maiores as probabilidades de que se danifiquem suas estruturas de DNA.

:: Previne contra o câncer de próstata
Pesquisadores na Universidade de Nottingham mostraram que os homens que disfrutam de uma vida sexual regular, sobretudo após os 50 anos, têm menor risco de desenvolver câncer de próstata.

:: É um sedativo natural
Para um homem, o orgasmo é equivalente a uma dose entre 2 e 3 mg de diazepam (princípio do Valium). Ghosh afirma que ele funciona como um relaxante muscular, o que explica por que eles costumam dormir depois da atividade. Já para as mulheres, ao liberar serotonina, o sexo pode ajudar a combater sintomas da depressão.

:: Combate a incontinência urinária feminina
Com a idade e as mudanças na musculatura pélvica, muitas mulheres acabam desenvolvendo incontinência urinária. Segundo Gillian Vanhegan, do Royal College Obstetricians and Gynaecologists, o sexo é uma boa forma para combater o problema, pois ele exercita os músculos que detêm a urina.

:: Promove a longevidade
Pesquisas comprovam que uma vida sexual regular pode prolongar a vida. Não há motivos para interromper as relações em razão da idade se o casal desfruta de boa saúde.
Fonte Zero Hora

Cientistas 'reeducam' células para evitar a rejeição de órgãos transplantados

Novos estudos podem levar a grandes avanços na prevenção da rejeição de órgãos e ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes


Transplantes de órgãos e células salvam milhares de vidas todos os anos. Médicos e pacientes, entretanto, têm de lidar com uma dificuldade que pode comprometer os esforços da cirurgia: a rejeição pelo próprio organismo. Granulócitos, monócitos, macrófagos e linfócitos, “soldados” do sistema imunológico que lutam contra invasores, muitas vezes enxergam o material transplantado como inimigo. A saída pode estar na reeducação das células regulatórias (Tregs), cuja função natural é prevenir as doenças autoimunes,como diabetes e lúpus, caracterizadas pela falha do organismo em reconhecer estruturas que ele mesmo produz.

Recentemente, a revista Science Translational Medicine trouxe novas perspectivas no combate à rejeição. Três artigos descrevem estratégias bemsucedidas que, embora ainda experimentais, conseguiram evitar que o organismo  expulsasse os órgãos ou tecidos transplantados. Atualmente, para que isso não aconteça, os pacientes tomam medicamentos chamados imunossupressores, mas essas substâncias também afetam a parte saudável do sistema imunológico. Com isso, deixam o organismo aberto a diversos tipos de infecções.

O papel das Tregs no combate à rejeição tem sido investigado há muito tempo. Dentro do campo de  batalha do sistema imunológico, porém, elas são poucas. A quantidade é insuficiente para funcionarem como imunossupressoras naturais. O que as pesquisas descritas na revista médica fizeram foi coletar as Tregs do organismo, separá-las e cultivá-las in vitro, de forma a aumentar o número das células regulatórias. Reinseridas no organismo em maior número, elas poderiam funcionar como poderosas armas no combate à rejeição.

— As células T regulatórias são células imunológicas, cuja função é evitar que o sistema confunda estruturas próprias com externas — afirma Keli Hippen, principal autora de um dos artigos publicados na revista.

Apesar de extremamente promissor, o transplante das células apresenta riscos enormes ao paciente. De acordo com o Grupo Europeu de Transplante da Medula Óssea, mesmo quando há compatibilidade entre doador e receptor, o  índice de mortalidade é de 10% – isso sem considerar as taxas de rejeição e as doenças que podem aparecer em decorrência do transplante.
Fonte Zero Hora

Crianças obesas já apresentam risco maior de doenças cardíacas

Crianças obesas ou com sobrepeso já apresentam sinais de inflamação que estão associados a um maior risco de doença cardíaca em adultos.

A conclusão é de um estudo que avaliou 16.335 crianças entre um e 17 anos. As que estavam obesas apresentavam níveis altos da proteína C-reativa (PCR), marcador que se eleva em processos inflamatórios e infecciosos. Os resultados foram publicados na "Pediatrics".

Nos adultos, níveis elevados dessa proteína indicam um maior risco de desenvolvimento de aterosclerose (formação de placas de gordura que leva ao entupimento das artérias).

Encontrar esse marcador aumentado em crianças, em uma fase tão precoce, é um fator que preocupa os especialistas ouvidos pela Folha. A PCR elevada aumenta o risco de um infarto precoce, por exemplo.

Editoria de Arte/Folha Imagem

No estudo, 42% das crianças entre três e cinco anos que eram obesas tinham níveis elevados de PCR, em comparação com 17% daquelas que tinham o peso normal. Essas diferenças eram ainda maiores entre as crianças mais velhas: 83% das muito obesas (dos 15 aos 17 anos) apresentaram níveis elevados do marcador.

"A PCR é um dos marcadores de presença de inflamação crônica mais validados. Ela pode aparecer em outras inflamações momentâneas [como uma inflamação dos dentes], mas é um marcador razoável", afirma a cardiologista pediátrica Isabela de Carlos Giuliano, professora-adjunta do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina.

Outros trabalhos
Em trabalho semelhante feito em Florianópolis, com 1.009 crianças entre sete e 18 anos, a professora Giuliano descobriu que 25% delas estavam acima do peso e apresentavam níveis alterados da proteína.
Segundo ela, o ideal é manter os níveis de PRC abaixo de 1 mg/l. Índices acima de 1 mg/l apontam risco moderado e acima de 3 mg/l indicam risco alto de problemas cardiovasculares.

Outro estudo brasileiro, feito pela Universidade Federal da Bahia, mediu a dosagem de PCR em 500 adolescentes entre 11 e 17 anos -em torno de 30% dos que estavam obesos tinham a PCR elevada. O trabalho, feito pela cardiologista pediátrica Isabel Cristina Britto Guimarães, é mais um que reforça a importância do controle de peso ainda na infância.

"Não vamos sair medindo PCR indiscriminadamente como maneira de prevenção, mas a PCR é mais um marcador importante", diz Guimarães.

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo usa a PCR como marcador para acompanhar o tratamento de reeducação alimentar de crianças gordas.

A parte boa nisso tudo é que é possível diminuir os níveis de PCR se a inflamação for descoberta cedo. Para isso, basta aliar a prática de atividades físicas com uma dieta balanceada.

"Nessa faixa etária, o problema ainda é reversível. Mas é preciso participação efetiva dos pais, porque uma criança não perde peso se os pais forem gordos", diz Ary Lopes Cardoso, nutrólogo e chefe da Unidade de Nutrologia do instituto.

Editoria de Arte/Folha Imagem

Fonte Folhaonline

Cartilha da musculação inteligente traz dicas e novidades de A a Z

Acabou o tempo das oposições extremas, quando musculação era ou objeto de ódio ou de veneração. Hoje, é indispensável para a saúde e a qualidade de vida. Veja como anda essa força nesta cartilha de A a Z, feita com um monte de especialistas.

Letícia Moreira/Folhapress


Anabolizantes
Quando usados por pessoas saudáveis, esses hormônios sintéticos causam, além da hipertrofia muscular, sérios danos, alerta Vladimir Modolo, do Centro de Estudos em Psicobiologia do Exercício da Unifesp. "O excesso de testosterona, no homem, diminui a produção de esperma e a capacidade de ereção e causa o crescimento das mamas; na mulher, faz crescer pelos no corpo e no rosto e engrossa a voz. Em ambos, pode causar problemas cardíacos e tumores", diz.

Aeróbico e anaeróbico
Exercícios envolvendo grandes grupos musculares, feitos de forma rítmica, como corrida, natação e caminhada, são aeróbicos -não interferem no suprimento de oxigênio para o organismo. Sua prática reduz a pressão arterial, a gordura corporal e o risco de doenças cardiovasculares. Já a musculação é exercício anaeróbico, de curta duração e alta intensidade. "Entre os benefícios estão o aumento da força e da resistência de tendões e ligamentos, redução da gordura e aumento da massa muscular", afirma Valmor Tricoli, professor da Escola de Educação Física e Esporte da USP. O ideal é praticar os aeróbicos e anaeróbicos em dias alternados. "Cada um causa mudanças adaptativas no corpo que 'brigam' entre si", diz Bernardo Neme Ide, do Labex (Laboratório da Bioquímica do Exercício) da Unicamp.

Biomecânica
Como o nome já entrega, essa ciência investiga o movimento sob aspectos mecânicos, suas causas e seus efeitos no corpo. "Nos exercícios de força, você coloca uma carga extra sobre ossos e articulações. Nessa situação, é fundamental observar o alinhamento dos segmentos -como a cabeça em relação ao tronco ou o quadril em relação aos pés- para ativar corretamente os grupos musculares envolvidos e evitar a formação silenciosa de lesões", explica Luiz Fernando Alves, formado em esportes pela USP, com especialização em biomecânica. Segundo ele, alguns ajustes biomecânicos previnem machucados e dores e aumentam a eficácia do treino. Um exemplo: em qualquer exercício feito em pé, o peso do corpo deve estar na parte anterior (frente) dos pés. Isso facilita o trabalho dos abdominais e distribui melhor a carga entre as vértebras da coluna.

Creatina
Chegou neste mês às farmácias do país um medicamento à base de creatina, aprovado para pacientes que sofrem de distrofia muscular. O remédio só deve ser vendido com apresentação de receita. Presente naturalmente nos músculos e na carne bovina, a creatina é vendida sem restrições nos EUA e usada por atletas para melhorar a performance, já que está envolvida no processo de contração muscular intensa e rápida. No Brasil, vem sendo consumida clandestinamente, mas deverá ter sua venda como suplemento liberada até o meio do ano. O suplemento, além de repor o estoque natural de creatina (queimado na atividade física), faz o atleta se recuperar mais rápido. Mas não é indicado para qualquer um, apenas para os de alto rendimento e modalidades esportivas específicas, como halterofilismo. "Acredita-se que ela aumente a massa muscular, mas, se consumida em excesso, aumenta a quantidade de água dentro do músculo. Isso pode sobrecarregar rins e fígado", explica Jomar Souza, médico do esporte e presidente eleito da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

Descanso
O ganho de massa e força muscular ocorre após o exercício. "Durante o treino, não ganhamos, perdemos: para gerar a energia necessária às contrações, as proteínas do músculo se degradam, o que causa microlesões no tecido e um processo inflamatório. O corpo começa, então, um processo de recuperação em que, além de repor as proteínas, gera um pouco mais delas, aumentando massa muscular. Para isso, precisamos de repouso e de alimentação adequada", diz Dilmar Pinto Guedes Jr., do Cepe (Centro de Estudos da Fisiologia do Exercício) da Unifesp. É no repouso que começamos a produzir hormônios como o IGF 1 (Fator do Crescimento do Tipo Insulina 1), que "avisa" ao corpo que ele precisa produzir moléculas de proteína, segundo Denise Vaz de Macedo, coordenadora do Labex. Dormir bem também é fundamental, para produzir o GH (hormônio do crescimento), outra substância responsável pela construção do tecido muscular. Para esse processo acontecer, os músculos exercitados não devem ser submetidos à sobrecarga por um período que varia de 24 a 72 horas. "Se a dor muscular causada pelo exercício ainda estiver incomodando, é sinal de que o processo ainda não se completou", sugere Macedo.

Explosão
O exercício de explosão exige grande quantidade de força em alta velocidade. "São bons para melhorar a performance em esportes, mas a definição e a hipertrofia não são tão significativas quanto nos exercícios convencionais de musculação", diz Bernardo Neme Ide, do Labex. Movimentos de explosão não são indicados para iniciantes.

Envelhecimento
Exercícios de força podem evitar, diminuir ou reverter parte da perda muscular que ocorre na velhice. "O aumento no volume dos músculos eleva a sua força para as atividades físicas diárias, dando ao idoso maior autonomia", diz a nutricionista Mirtes Stancanelli. "As articulações ficam mais protegidas, o equilíbrio e a postura melhoram, diminuindo o risco de quedas", diz o cardiologista José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício.

Flexibilidade
A musculação em si não diminui a flexibilidade nem encurta os músculos, afirma Dilmar Pinto Guedes Jr. "O que pode atrapalhar são movimentos feitos da forma errada, levando a erros posturais que acabam diminuindo a amplitude dos movimentos de algum grupo muscular", diz.

Fadiga
Para realizar as contrações, usamos a energia estocada nas células dos músculos. Quando esse estoque acaba, por mais que o cérebro "ordene" o movimento, o músculo para de se contrair e entramos em fadiga muscular. "É um sistema de defesa do músculo, que não permite que o esforço continue após o seu limite. Se, depois disso, for feito um descanso suficiente, ele se recupera", diz Madolo. Mas Cohen alerta que, quando chegamos à fadiga, já ultrapassamos nossos limites e o risco de lesões aumenta bastante.

Fibra rápida e fibra lenta
A musculação pode priorizar o trabalho de um ou de outro tipo de fibra, dependendo do objetivo. "Uma complementa a outra", diz a professora da Faculdade de Educação Física da Unicamp Mara Patrícia Chacon-Mikahil. Fibras musculares "lentas" têm maior quantidade de nervos por unidade. "Essa característica permite que os movimentos sejam feitos com maior precisão e controle. Assim, o músculo trabalha por mais tempo, o risco de lesão é menor e o treino ainda melhora a coordenação. Evita-se, dessa forma a famosa 'roubadinha', que muitas vezes machuca os ossos e as articulações", diz Luiz Fernando Alves, treinador da clínica Força Dinâmica. Já as fibras rápidas têm menor número de neurônios ligados em cada unidade. Os exercícios, para essas, duram poucos segundos, pois elas entram em fadiga rapidamente. "Essas fibras aumentam mais de volume que as outras, mas um grande aumento da massa muscular só é conseguido com cargas elevadíssimas. Se o objetivo é a qualidade de vida, o treino deve ser feito com uma carga adequada, para que a pessoa faça mais séries e repetições", recomenda.

Hipertrofia
O aumento de massa muscular ocorre quando o músculo, após "gastar" suas proteínas para realizar as contrações, começa a produzir novas e mais proteínas. Segundo Vladimir Madolo, do Cepe, com exercícios, descanso e alimentação adequados, é possível aumentar até 50% da massa muscular naturalmente -ou seja, sem o uso de drogas anabolizantes.

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Hipertensão
Segundo o cardiologista José Lazzoli, trabalhos científicos mostram que a musculação diminui a pressão arterial. Esse efeito é maior no exercício aeróbico, mas, nas duas atividades, a pressão permanece em níveis mais baixos por 24 horas. "Há um aumento fisiológico da pressão na hora da execução do exercício, mas não há risco de a musculação causar um pico hipertensivo", afirma.

Isométrico e isotônico
Isométrico é quando o músculo não muda de comprimento durante o exercício: a contração é mantida por, no mínimo, 30 segundos, sem movimento articular. Isotônico é o exercício mais usado nas aulas de musculação. A articulação se move, fazendo que o músculo se contraia e se estenda, empregando a mesma quantidade de força para mudar o seu comprimento. "É mais usado quando há lesões articulares, para fortalecer o músculo antes de retornar às atividades habituais", diz Ricardo Nahas, diretor científico da SBME.

Joelho
Exercícios de força tanto podem detonar quanto fortalecer e proteger os joelhos. Um cuidado é fazer o exercício aeróbico sempre antes da musculação, na visão do fisioterapeuta Marcelo Semiatzh, da Força Dinâmica: "O treino produz uma interferência neurológica que vai dificultar o controle da perna depois, na corrida ou na caminhada. Na cadeira extensora da sala de musculação, por exemplo, a pessoa fica estendendo a tíbia e forçando a hipertensão do joelho. Se ela sai dali para caminhar, vai reproduzir esse movimento na marcha e expor o joelho a um risco maior", argumenta Semiatzh. Na concepção dele, é importante, também, observar a rotação externa dos joelhos durante os exercícios, tentando vencer a tendência que temos de virar os joelhos para dentro quando realizamos os movimentos ou mesmo quando estamos parados de pé.

Lesões
Realizar movimentos repetitivos da forma errada, não respeitar o período de descanso para a recuperação do músculo e usar cargas muito pesadas são as principais causas das lesões relacionadas à musculação. "Um movimento que desloca a articulação para um lado errado repetido cronicamente pode fazer com que, em atividades cotidianas, como andar, a articulação posicione o sistema musculoesquelético de forma inadequada, prejudicando não só a articulação como a postura como um todo", diz Madolo. O movimento ou a postura errada podem fazer com que outro grupo muscular, não envolvido diretamente no exercício que está sendo realizado, faça movimentos compensatórios, para suportar o esforço, e acabem se lesionando.

Os movimentos repetitivos também podem fazer com que as microlesões nos músculos e nas articulações aumentem e que o processo inflamatório, que é a resposta do corpo para se recuperar dessas lesões, se torne crônico. "Além da inflamação crônica, isso pode levar à ruptura do músculo ou do tendão", acrescenta Madolo. Se as microlesões se cronificarem nos tendões, podem virar tendinite (inflamação no local) ou tendinose, que é a degeneração do tendão, segundo Nahas.

A ruptura do músculo também pode ocorrer quando ele é submetido à uma carga para a qual ainda não está adaptado. "O excesso de peso sobre a musculatura pode causar ruptura ou distensão muscular, ruptura ou inflamação do tendão ou fratura óssea por estresse", diz Moisés Cohen. O esforço repetitivo também pode levar à fratura óssea por estresse, segundo ele.

Multiarticulares
São os exercícios que movimentam mais de uma articulação e, por consequência, mais de um grupo muscular. Estão mais próximos dos movimentos fisiológicos, que incluem várias cadeias musculares realizando forças opostas, de contração e extensão. "Os multiarticulares são mais complexos, ativam mais o circuito neuromuscular e neuromotor e facilitam a aquisição da 'memória' do movimento, já que correspondem melhor à forma com que nos movimentamos nas atividades habituais", diz Nahas.

Neuromuscular e neuromotor
O sistema neuromuscular é a ligação do cérebro com os músculos, que faz o movimento ou o gesto acontecer. "O cérebro manda a mensagem 'contrair' e os neurônios a levam até o músculo. Ela chega às terminações nervosas dos músculos e articulações, o sistema neuromotor, que responde com o movimento", diz Madolo. Ou seja, todo trabalho de musculação começa na cabeça. A forma inteligente de treinar é imaginar antes o movimento que será executado, ativando assim o sistema neuromuscular e favorecendo a postura e a execução corretas do movimento. "Além disso, pesquisas apontam que esse trabalho cerebral prévio aumenta a estimulação das fibras musculares, o que teoricamente pode aumentar o ganho de massa muscular", conta Madolo.

Osteoporose
A musculação previne e combate a perda da densidade do osso, que caracteriza a osteoporose. "Ela funciona como uma poupança: a pessoa perde menos músculo e de forma mais lenta, mantendo a boa qualidade do osso", diz Márcio Passini, presidente do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Segundo ele, quem tem osteoporose deve trabalhar os abdominais e a musculatura da cintura, para fortalecer a coluna, e fazer exercícios de marcha com peso, para beneficiar o quadril --regiões mais atingidas pela perda óssea.

Proteínas
Se os músculos aumentam de volume, é preciso consumir mais proteínas. Mas nem tanto. "Quem frequenta a academia e está aumentando a massa muscular precisa consumir entre 1,4 g e 2 g de proteína por quilo de peso", diz Scantanelli. Por exemplo: quem pesa 70 kg supre essa necessidade diária com 1 xícara de leite, 1 pote de iogurte, 100 g de filé de frango, 100 g de peixe e 30 g de queijo (nada que supere um padrão normal de refeições). "O corpo não faz reserva de proteína. O excesso é eliminado pela urina, usado para produção de energia ou vai se acumular em forma de gordura", diz Denise Denise Vaz de Macedo, do Labex. Como o excesso de proteína também atua no processo de formação de cristais, pode levar à formação de pedras nos rins, segundo Scantanelli.

Propriocepção
É a capacidade de perceber a posição e o movimento do corpo no espaço e adaptar articulações e músculos para manter o equilíbrio. "Nos ligamentos, temos neurônios que informam ao cérebro que movimento articular é necessário para manter a estabilidade", diz Nahas. Fazer exercícios de força sobre uma bola, por exemplo, aumenta a capacidade proprioceptiva. Implica maior consciência corporal e senso de equilíbrio.

Postura
Certinho, certinho, ninguém é. Mas, na hora de começar um trabalho com pesos, é bom prestar muita atenção à postura. O ideal seria que, antes, a pessoa passasse por uma avaliação postural séria. "Os desvios, assimetrias e compensações posturais de cada um precisam ser considerados para que o treino seja ajustado àquele corpo e não agrave um quadro que pode levar a uma lesão crônica. É importante detectar as alterações posturais de cada pessoa, para ensiná-la a treinar de um jeito que corrija aquela condição e não sobrecarregue áreas do corpo que, por causa da postura dela, já são muito exigidas no dia a dia", diz o treinador Luiz Fernando Alves.

Peso livre
Os pesos e as barras livres são normalmente indicados para quem já tem familiaridade com musculação, porque exigem mais coordenação entre os músculos envolvidos. "É melhor estar acompanhado ao fazer peso livre porque, se houver uma falha muscular ou a pessoa não aguentar o peso, ela não pode largá- lo, como no aparelho. Alguém tem que tirar o peso", afirma Valéria Bonganha, do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Faculdade de Educação Física da Unicamp. A barra livre permite trabalhar a coordenação muscular. Quanto maior a coordenação, maior a carga que se consegue levantar. "Isso é importante no dia a dia e para quem quer hipertrofiar", diz Valéria Bonganha.

Qualidade de vida
Apesar de ser o efeito mais visível da musculação, a questão estética é só uma das consequências, e não a mais importante, segundo Ricardo Nahas. "O fortalecimento muscular permite que realizemos melhor todas as atividades do dia a dia, ajuda a prevenir lesões nos esportes, manter a massa óssea etc.", diz. O fortalecimento muscular também é indicado para tratamento e controle de artrose. "A musculatura mais desenvolvida absorve o impacto sobre as articulações, protegendo-as", diz o ortopedista Ricardo Cury. Também facilita o trabalho do coração, por melhorar o retorno do sangue das extremidades do corpo para o coração.

Repetições
Fazer mais repetições com pesos mais leves ou menos repetições com mais carga tem efeito similar na perda de peso e gordura. Segundo Dilmar Pinto Guedes Jr., do Cepe, mais repetições com pesos leves desenvolvem mais resistência, e menos exercícios com mais carga levam à maior hipertrofia. "Para quem quer apenas manter a massa muscular, é indicado fazer mais repetições com menos pesos", diz Ricardo Cury, médico do esporte e ortopedista da Santa Casa de São Paulo.

Refeições
Não vale comer mal e achar que se garante com isotônico. "A alimentação ao longo do dia gera reservas que fazem diferença. Se a pessoa treina de manhã, é o carboidrato que comeu no jantar que faz efeito. Quando treina cheia de carboidratos, não perde massa", diz a nutricionista Cynthia Antonaccio. O ideal é repor os nutrientes na primeira hora pós-treino. "As janelas do organismo estão abertas e sedentas. Os nutrientes serão aproveitados, e não estocados em forma de gordura. E o organismo se recupera mais rápido", diz Scantanelli. Só não vale exagerar: 30 g a 60 g de carboidrato bastam.

Sobrecarga
O músculo cria novas fibras quando submetido ao esforço do peso extra. E não são só os pesos livres, caneleiras ou aparelhos que proporcionam essa sobrecarga. O peso do próprio corpo também cumpre a função. A carga máxima é o maior peso que a pessoa consegue levantar uma única vez. "No treino voltado para a saúde, a sobrecarga é de 40% a 50% da carga máxima para cada pessoa", diz Lazzoli.

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Suplemento
A suplementação de vitaminas e minerais não é consenso no Brasil, mas há profissionais que a defendem. "Considero prudente incluir um polivitamínico para preencher o que as pesquisas mais recentes mostram: o brasileiro não consome o suficiente de verduras e frutas", afirma Cynthia Antonaccio. O bioquímico Júlio Tirapeg, autor de "Nutrição, Metabolismo e Suplementação na Atividade Física" (ed. Atheneu), discorda. Segundo ele, só atletas de ponta, que fazem do esporte sua profissão, devem recorrer à suplementação. "Senão, é perda de tempo e dinheiro. O suplemento faz bem quando a pessoa tem alguma deficiência nutricional."

Tônus
Rigorosamente, tônus é o mínimo de contração que o músculo tem mesmo em repouso. "Só perdemos o tônus quando morremos. Essa ideia de 'tonificar' os músculos é algo que as academias vendem, mas não quer dizer nada", afirma Madolo. A expressão começou a ser usada para dissociar a musculação dos excessos da hipertrofia. Quem não quer músculos saltados diz só querer tonificá- los. "Sempre que há trabalho de força eficaz, há algum aumento do músculo", diz ele. Tonificar, então, é usado para indicar uma hipertrofia leve ou moderada. Já a "definição muscular" é, segundo Madolo, o ganho moderado de massa.

Treino funcional
É um treino de força em que vários grupos musculares são envolvidos para a execução de cada exercício -como nos movimentos que realizamos no dia a dia ou para a prática de algum esporte. Para desenvolver força, são usados vários grupos musculares ao mesmo tempo. "O treino funcional utiliza elásticos, roldanas ou o peso do próprio corpo, que impõem uma sobrecarga menor ao corpo", diz Cohen. Segundo Cury, o trabalho global -que inclui todos os grupos musculares- diminui o risco de lesões.

Vigorexia
Querer ficar cada vez mais forte e aumentar os músculos em proporções não naturais, a qualquer custo, é doença e tem nome: vigorexia. Todo vigoréxico faz exageradamente musculação. Não necessariamente porque goste do exercício em si, mas por esse ser um meio indispensável para atingir o seu objetivo de corpo ideal. Como só os exercícios não são suficientes, por causa da imagem corporal distorcida, essas pessoas começam a utilizar drogas anabolizantes que colocam a saúde em risco e causam alterações de humor, como depressão e ansiedade", diz Madolo. A prevalência do distúrbio é maior em homens, mas o número de mulheres com vigorexia está crescendo. O tratamento é feito com terapia cognitivo-comportamental.

Varizes
Embora a musculação favoreça a circulação de retorno (que traz o sangue das extremidades do corpo de volta ao coração), o que favorece o sistema circulatório, o peso usado no exercício e a hipertrofia dos músculos também sobrecarregam esse sistema, que tem de trabalhar mais. Isso pode causar um aumento do calibre das veias e, em algumas pessoas, deixá-las saltadas, segundo Cohen.

Zinco e magnésio
O zinco, presente em carnes vermelhas, feijão e ovos, tem participação importante na renovação celular. A deficiência de magnésio pode prejudicar os exercícios, porque o mineral está envolvido na produção de energia e na contração e no relaxamento muscular. Está presente em cereais integrais e verduras verde-escuro. Segundo a nutricionista Mirtes Scantanelli, esses minerais melhoram o ganho de massa muscular porque, teoricamente, favoreceriam a restauração mais rápida das células de proteína. "Mas não há evidência de que o consumo de suplementos acelere a renovação das células", diz. Além disso, o corpo absorve e aproveita melhor esses nutrientes quando consumidos na forma de alimentos.

Fonta Folhaonline