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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cartilha do Ministério da Saúde orientará atendimento a queimados

Documento preparado pelo Conselho Federal de Medicina traz regras básicas para profissionais dos serviços de emergência e urgência de hospitais e postos e estará disponível na internet; portaria deve criar o Samu Especializado, com pagamento diferenciado

O Ministério da Saúde vai adotar uma espécie de cartilha para atendimento de vítimas de queimaduras. O documento, com regras básicas para médicos dos serviços de urgência e emergência, foi preparado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para tentar suprir as dificuldades enfrentadas por profissionais nessa área.

Helia Scheppa/JC Imagem-25/6/2008
Helia Scheppa/JC Imagem-25/6/2008
Apoio. Garoto vítima de queimadura internado num hospital do Recife (PE): cartilha com regras básicas apoiará médicos dos serviços de urgência de emergência
 
"Muitos médicos não têm familiaridade com o que deve ser feito. A ideia foi fazer um manual simples, destinado tanto para o profissional do posto quanto para aquele no hospital", disse o coordenador da Câmara Técnica do CFM, Antonio Pinheiro.

O documento foi apresentado em julho ao ministério. O secretário de Assistência à Saúde, Helvécio Magalhães, afirmou que, após algumas alterações, o material será incorporado a uma portaria que regula o atendimento à queimadura. "A partir de então, as novas regras deverão ser seguidas", resumiu.

O material também servirá de base para treinamento permanente oferecido pela pasta aos profissionais.

Magalhães reconhece que muitos profissionais têm a falsa ideia de que só serviços especializados têm de dominar as técnicas de atendimento a pacientes com queimadura. "As próprias faculdades não dão atenção merecida ao assunto. Daí a necessidade da educação permanente", disse Magalhães.

A ideia é reforçar o conhecimento em várias áreas. Uma portaria deverá ser lançada para criar o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) Especializado - com pagamento diferenciado pelos atendimentos.

Para se encaixar nessa categoria, serviços terão de capacitar profissionais para atender a ocorrências comuns, mas muitas vezes esquecida pelas universidades, como o socorro a vítimas de picadas de cobras e escorpiões, envenenamento e a própria queimadura.

Utilidade. O responsável pelo serviço de queimadura do Hospital das Clínicas de São Paulo, David Gomez, disse que a cartilha pode ser um instrumento útil para alguns profissionais. "A qualidade do atendimento varia muito no País: há serviços de ótima qualidade e outros onde há grande desconhecimento", disse.

Em alguns casos, a falta de domínio da técnica pode custar a vida do paciente. "A grande queimadura é o pior trauma que o organismo pode sofrer. Ele perde líquido, fica exposto a infecções. O ideal é que ele receba o tratamento adequado e logo seja encaminhado para um serviço especializado", afirmou Gomez.

Mesmo no caso de queimaduras mais leves, o atendimento adequado é indispensável. "Ele evita comprometimentos mais sérios. Uma queimadura na mão tratada de forma inadequada pode comprometer o movimento para o resto da vida", disse o coordenador da Unidade de Queimadura da Santa Casa de Limeira (SP), Flávio Nadruz.

"A cartilha ajuda o médico a rapidamente identificar a gravidade e mostra os cuidados para cada tipo de ferimento. Os procedimentos são diferentes, por exemplo, no caso de acidente com água e com eletricidade", explica. Também mostra como limpar os ferimentos, que muitas vezes chegam ao hospital cobertos de pomadas ou até pasta de dente. "O próprio paciente ou pessoas próximas tomam esse tipo de atitude, que prejudica o tratamento", relata Pinheiro.

Além dos profissionais do serviço público, a cartilha ficará disponível no site do CFM, a partir da próxima semana. "Ela tem linguagem simples, os medicamentos indicados para uso são de fácil acesso. Isso permite que profissionais de todo o País consigam prestar atendimento adequado, seja para o paciente depois voltar para casa ou, em casos mais graves, ser encaminhado a um centro de referência."
 
Fonte Estadão

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