Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Trabalhar em excesso aumenta risco de AVC, diz estudo

O trabalho em excesso está ligado a um maior risco de problemas coronarianos e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), revela um estudo publicado nesta quinta-feira

Um estudo com 600 mil pessoas originárias de Europa, Estados Unidos e Austrália revelou que trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta em 33% o risco de sofrer um AVC e em 13% a possibilidade de desenvolver um problema coronariano, em relação a quem trabalha entre 35 e 40 horas por semana.

Os pesquisadores analisaram durante 7 a 8 anos homens e mulheres sem histórico de problemas cardiovasculares até o início do estudo, tendo em conta outros fatores de risco, como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e sedentarismo - destaca o trabalho publicado na revista médica britânica The Lancet.

A pesquisa concluiu que o risco de AVC aumenta paralelamente à duração do trabalho: 10% entre as pessoas que trabalham entre 41 e 48 horas, 27% entre as que trabalham entre 49 e 54 horas, e 33% além das 55 horas.

"Os profissionais de saúde deveriam ter consciência de que longos períodos de trabalho estão associados a um risco significativo de sofrer AVC e de desenvolver problemas coronários", disse Mika Kivimäki, professor de epidemiologia da University College de Londres e coordenador do estudo.

O papel do estresse em várias doenças vasculares, como infarto e AVC, já foi objeto de numerosos estudos, ao contrário da carga horária de trabalho, que até o momento não tinha sido analisada a fundo.

Ao comentar a pesquisa, o doutor Urban Janlert, da universidade sueca de Umea, destacou que entre os membros da OCDE (Organização para Cooperação Econômica e de Desenvolvimento) a Turquia responde pelo maior percentual de trabalhadores atuando por mais de 50 horas semanais (43%), e a Holanda está na outra ponta (1%).

Atrás da Turquia, estão México (28,8%) e Coreia do Sul (27,1%). A França ocupa a nona posição (8,7%), segundo números da OCDE.

UOL

O que falta para o Brasil doar mais sangue?

Apenas 1,8% da população brasileira doa sangue; ONU considera ideal entre 3% a 5%
Apenas 1,8% da população brasileira doa sangue; ONU
considera ideal entre 3% a 5%
Estigma, falta de conscientização, normas e proibições - muitas delas polêmicas - são considerados entraves ao aumento no número de doações no país
 
Conhecidos mundialmente pela simpatia com que tratam o visitante estrangeiro, os brasileiros são menos solidários com seus semelhantes ─ pelo menos quando o assunto é doar sangue.
 
Dados da ONU apontam que o Brasil, apesar de coletar o maior volume em termos absolutos na América Latina, doa proporcionalmente menos do que outros países da região, como Argentina, Uruguai ou Cuba.
 
As estimativas, referentes ao período entre 2012 e 2013 e obtidas com exclusividade pela reportagem da BBC Brasil, fazem parte de um estudo ainda não publicado pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), braço da OMS (Organização Mundial de Saúde) nas Américas.
 
Quando se analisa a totalidade de doações no continente americano, o país também fica atrás de Estados Unidos e Canadá.
 
O estudo também revela outra particularidade da doação de sangue no Brasil: seis em cada dez doadores (59,52%) são voluntários (ou espontâneos, aqueles que doam com frequência sem se importar com quem vai receber o sangue), proporção inferior à de Cuba (100% são voluntários), Nicarágua (100%), Colômbia (84,38%) e Costa Rica (65,74%).
 
O restante (40,48%) é formado por doadores de reposição, ou seja, aqueles que doam por razões pessoais (quando um amigo ou parente precisa de sangue). Especialistas da área dizem preferir os doadores voluntários aos de reposição pois conseguem ter maior controle sobre a procedência e qualidade do sangue.
 
Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, foram coletadas 3,7 milhões de bolsas de sangue, 200 mil a mais do que em 2013 ─ uma alta de 4,55%. Já as transfusões cresceram 6,8% no período (3,3 milhões em 2014 contra 3 milhões em 2013).
 
Ainda assim, em termos gerais, somente 1,8% da população brasileira entre 16 e 69 anos doam sangue ─ a ONU considera "ideal" uma taxa entre 3% a 5%, caso do Japão, dos Estados Unidos e de outras nações desenvolvidas.
 
Isso não significa, por outro lado, que o Brasil doe "pouco", mas sim que poderia "doar mais", argumentam especialistas do setor da saúde à BBC Brasil.
 
"Não há notícia de que está faltando sangue ou de que cirurgias estão sendo suspensas por causa disso", diz Dimas Tadeu Covas, diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. "Mas sem dúvida alguma as doações poderiam aumentar, especialmente em períodos do ano em que o ritmo delas se reduz significativamente", acrescenta.
 
A meta agora, segundo o Ministério da Saúde, é ampliar o número de doações dos atuais 1,8% da população para algo em torno de 2,2% a 2,3% nos próximos cinco anos.
 
Mas para alcançar tal objetivo será preciso enfrentar desafios que ainda atravancam o potencial das doações. Confira quais são eles:
 
Quais os requisitos para doar sangue?
- Estar em boas condições de saúde e descanso;

- Ter entre 16 e 69 anos (menores, a partir dos 16 anos podem doar acompanhados de um dos pais ou responsável legal; maiores de 65 anos só podem doar se já doaram antes dos 60 anos);

- Pesar no mínimo 50 kg;

- Estar alimentado (evite ingerir alimentos gordurosos);

- Apresentar documento oficial de identidade com foto;

- Não ter tido hepatite após os 10 anos de idade;

- Não estar utilizando medicamentos;

- Não estar resfriado ou com gripe;

- Não ter tido doença de Chagas, Sífilis, Malária ou ser soropositivo de AIDS;

- Não ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses;

- Não estar grávida ou amamentando.
 
1) Falta de conscientização
Especialistas apontam a falta de conscientização da população como um dos principais limitadores para o aumento da doação de sangue no Brasil.
 
Eles defendem que campanhas de incentivo à doação sejam feitas desde os primeiros anos de vida e que o assunto seja discutido nas escolas para reverter o atual cenário.
 
"O Brasil não se prepara para captar o doador desde criança. Sem essa política, não construímos o doador do futuro. É preciso formarmos doadores com responsabilidade social real", opina Yêda Maia de Albuquerque, presidente do Hemope (Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco), o principal do Nordeste brasileiro.
 
Yêda queixa-se da falta de doadores voluntários, ou seja, aqueles que doam frequentemente sem se importar com quem vai receber o sangue.
 
"Tenho muita doação de reposição (pessoas que doam para parentes e familiares em caso de urgência), o que não é ideal. Já o doador voluntário aumenta a qualidade do produto que a gente oferece, pois conseguimos monitorá-lo", acrescenta.
 
Para Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, o entendimento de que a doação de sangue seja um ato "social e contínuo" ainda não está totalmente presente na mentalidade do brasileiro.
 
"É preciso um esforço educacional em escolas e por meio de campanhas públicas para garantir que as pessoas entendam a necessidade e se disponham a doar sangue regularmente".
 
Além disso, de acordo com os especialistas, muitas pessoas ainda buscam doar sangue com o intuito de "obter vantagens".
 
"Tem gente que vem aqui com o simples objetivo de ganhar o dia de folga ─ previsto em lei. Ou mesmo para fazer um exame laboratorial e confirmar se tem alguma doença, como o HIV (vírus que transmite a Aids)", admite Joselito Brandão, diretor médico do Instituto HOC de Hemoterapia, ligado ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
 
2) Estigma
Segundo Naura Faria, chefe de atendimento ao doador do HemoRio, hemocentro coordenador do Estado do Rio de Janeiro, a doação de sangue no Brasil ainda é cercada de "mitos".
 
"Infelizmente, ainda existem alguns mitos em relação à doação de sangue. Há pessoas que acreditam que se doarem uma vez, vão ter de doar sempre. Outras acham que doar sangue engorda. Existem ainda aquelas que temem contrair alguma doença infecciosa durante a coleta", enumera.
 
"É preciso desfazer esses mitos e informar a população sobre os benefícios da doação", argumenta.
 
3) Herança cultural
Para Júnia Guimarães Mourão, presidente da Fundação Hemominas, hemocentro coordenador do Estado de Minas Gerais, o volume de sangue doado está relacionado "à cultura dos países".
 
"Diferentemente de países desenvolvidos, como o Japão ou os Estados Unidos, o Brasil não se envolveu em grandes guerras ou passou por grandes catástrofes naturais, que, acredito, podem ter criado em suas sociedades a compreensão da importância da doação de sangue.
 
Ainda sob o ponto de vista histórico, ela lembra que até a década de 80, o Brasil remunerava doadores, prática que se tornou proibida pela Constituição de 1988, o que, em sua opinião, "levou a sociedade a não se envolver com a necessidade de realizar doações para garantir o tratamento de quem precisa"
 
"Nesses quase 30 anos, temos visto mudanças, mas ainda há muito que caminhar", diz.
 
4) Deficiência estrutural
Segundo especialistas, não basta apenas elevar o volume de doações, sem aumentar a "eficiência do produto".
 
"Precisamos minimizar a possibilidade de um descarte eventual do sangue já que se trata de um material difícil de ser acondicionado", explica Yêda Maia de Albuquerque, do Hemope.
 
Ela diz que muitos dos hospitais do Nordeste não tem as chamadas "agências transfusionais", espécie de filial dos hemocentros dentro dos centros médicos. Cabe a elas gerenciar o estoque das bolsas de sangue e fornecer assessoria técnica.
 
"Imagine que o paciente que deveria receber uma bolsa de sangue venha a falecer. Se não soubermos disso, liberamos o material e ele será perdido. Por essa razão, quando não há essas agências, que funcionam como uma comunicação entre o hemocentro e o hospital, não tenho o alcance dessas condições", acrescenta.
 
Para Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, o problema central está no "financiamento".
"Os hemocentros trabalham numa lógica de financiamento que impede o oferecimento de serviços. Não há recursos para investir em agências transfusionais na maioria dos hospitais. Enfrentamos desafios não só na parte de capilarização quanto no controle de qualidade", afirma.
 
"Como resultado, a heterogeneidade do serviço é muito grande. Temos sangue produzido em hemocentros que poderia ser tranquilamente usado nos Estados Unidos e na Europa; outro sem a mesma qualidade do ponto de vista técnico. Tudo isso decorre não só das dimensões continentais do país, mas também da insuficiência do financiamento", explica.
 
Outra barreira, aponta Faria, do HemoRio, envolve a locomoção do doador até o centro de doação.
 
"Temos apenas duas unidades móveis, capazes de fazer a coleta junto a potenciais doadores", lamenta.
 
5) Normas e proibições
As normas e proibições ─ muitas delas polêmicas ─ também são consideradas por muitos um entrave ao aumento no número de doações no país.
 
Até bem pouco tempo, por exemplo, segundo contam os especialistas, menores de 18 e maiores de 65 anos eram proibidos de doar. Desde novembro de 2013, a faixa etária passou de 16 a 69 anos.
 
"É mais fácil colocar regras mais gerais para não cometer o equívoco de deixar a particularidade ser avaliada caso a caso", explica Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, acrescentando que as decisões são baseadas em "estudos epidemiológicos". "Sempre temos de trabalhar com o menor risco possível".
 
"Mas as autoridades que deveriam estar fazendo revisões periódicas dessas orientações nem sempre as fazem", argumenta.
 
"No caso do Brasil, as regras são similares às vigentes nos Estados Unidos e na Europa", lembra Tadeu.
 
Uma dessas regras, por exemplo, impede pessoas que tenham permanecido mais de três meses, de forma cumulativa, no Reino Unido ou na Irlanda, entre 1980 e 1996. O veto foi motivado pela Doença de Creutzfeldt-Jakob, cuja variante ficou conhecida como "doença da vaca louca".
 
A proibição, no entanto, não vigora na Inglaterra e no País de Gales, segundo confirmou o NHS, o SUS britânico, à reportagem da BBC Brasil.
 
Outro veto polêmico envolve homens que se relacionaram sexualmente com outros homens no período de 12 meses anteriores à coleta. Para ativistas de direitos LGBT, a norma é "discriminatória".
 
"O que deveria ser levado em consideração é o comportamento de risco e não a identidade sexual.
 
Por que um gay que tenha um parceiro fixo não pode doar?", questiona Welton Trindade, ativista LGBT e coordenador de mídia do grupo Estruturação, sediado em Brasília.
 
Na América Latina, México, Chile e Uruguai já permitem a doação de sangue por "homens que se relacionaram com homens".
 
Outro lado
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não doa "nem muito nem pouco, mas o suficiente".
 
"Não podemos colher mais do que a necessidade, senão desperdiçamos um bem tão precioso", afirma à BBC Brasil João Paulo Baccara, coordenador da área de sangue e hemoderivados do Ministério da Saúde.
 
Baccara admite ser "crescente" a demanda por sangue "devido ao envelhecimento da população e ao aumento da complexidade da medicina", mas diz que órgão vem atuando para elevar o número de doações.
 
"Não se trata de captar por captar, mas captar sangue de qualidade. Devemos trabalhar, sobretudo a consciência das pessoas".
 
BBC Brasil /  IG

Beber café diariamente pode evitar volta do câncer de cólon, diz estudo

Participantes da pesquisa apresentaram risco de morte por qualquer tipo de câncer reduzido em 33%
 
Pesquisadores já haviam comprovado que a segunda mais consumida bebida do mundo pode prevenir Alzheimer, danos na retina, câncer de pele e até mesmo zumbido nos ouvidos. Recentemente, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que beber café diariamente pode reduzir também a recorrência do câncer de cólon e, assim, aumentar as chances de cura.
 
Todos os pacientes acompanhados neste estudo clínico foram tratados com cirurgia e quimioterapia de câncer colo-retal de grau III. Isto significa que as células cancerosas tinham invadido os gânglios próximos do tumor, mas não avançaram mais.
 
Pesquisadores do Centro de Câncer Dana-Farber de Boston (EUA) encontraram mais benefícios entre os pacientes que ingeriram quatro ou mais xícaras de café por dia — cerca de 460 miligramas de cafeína.
 
"Estes pacientes tiveram 42% menos probabilidade de volta do câncer do que aqueles que não tomaram café. Eles também apresentaram redução de 33% no risco de morrer de câncer ou de qualquer outra causa", indicou o estudo, publicado no Journal of Clinical Oncology.
 
Consumir duas a três xícaras de café por dia teve efeito protetor considerado modesto. O efeito foi praticamente nulo quando a ingestão foi de uma xícara ou menos por dia, explicaram os cientistas.
 
O levantamento foi feito com quase mil participantes, que responderam um questionário sobre sua dieta no começo do estudo, durante a quimioterapia e novamente um ano depois.
 
Charles Fuchs, um dos autores da pesquisa, disse que a maioria dos casos de recorrência do câncer ocorreu nos primeiros cinco anos depois do tratamento, o que é considerado raro de acontecer.
 
Para os pacientes com tumor de cólon grau III, o risco de recorrência é de 35%, sem levar em conta os efeitos da cafeína.
 
Segundo Fuchs, esse foi o primeiro estudo sobre os efeitos do café associados ao risco de recorrência de um câncer colo-retal.
 
Ele lembra que vários estudos recentes sugerem que o café poderia ter efeitos protetores contra várias formas de câncer e ainda reduzir o risco de desenvolver diabetes na idade adulta.

Os pesquisadores informaram que a análise mostra claramente que os efeitos protetores do café se devem completamente à cafeína e não a outros componentes, embora não tenham conseguido explicar o mecanismo. Assim, são necessários outros estudos para compreender como a cafeína atua nestes casos.

*AFP / Zero Hora

Amigos podem ajudar a combater a depressão, aponta estudo


 Divulgação/Stock Photo
Pesquisa britânica foi realizada com dois mil adolescentes
 
Os adolescentes correm menos risco de desenvolver depressão ao se relacionar com amigos não deprimidos, e ainda podem ajudá-los a se sentir melhor. É o que revela uma pesquisa britânica.
 
— Ter uma boa rede social pode ser uma forma de combater a depressão — diz Thomas House, um dos autores do estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
 
Os pesquisadores empregaram um modelo matemático para verificar se o estado de ânimo de cerca de dois mil adolescentes americanos poderia ser contagioso.
 
O estudo não encontrou sinais de contágio e revelou, por outro lado, que a presença de amigos equilibrados pode reduzir a probabilidade de se desenvolver depressão e duplicar as chances de cura do deprimido no prazo de seis a doze meses.
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas no planeta sofrem de depressão.
 
— Na sociedade, quando alentamos a amizade entre os adolescentes aumentamos as possibilidades de ter mais amigos equilibrados e um efeito protetor. Isto permite reduzir a preponderância da depressão — destaca House.
 
Os cientistas afirmam ainda que conseguiram demonstrar que o efeito benéfico não está relacionado com a propensão natural da pessoa de fazer amizade com alguém parecido.

*AFP / Zero Hora

Piolhos desenvolvem resistência aos tratamentos mais usados

Um estudo feito em 25 estados americanos pode começar a apavorar pais também no Brasil: por lá foi constatado que os piolhos desenvolveram resistência aos tratamentos à base de piretroides, uma família de inseticidas amplamente usada por causar baixa toxicidade em mamíferos
 
Por aqui, alguns dos medicamentos mais conhecidos para pediculose contêm permetrina, um derivado sintético dos piretroides, também incluído na pesquisa. O estudo será apresentado no 250º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, que acontece até quinta-feira em Boston, nos EUA.
 
— Das 109 populações de piolho, 104 tinham altos níveis de mutações genéticas relacionadas à resistência a piretroides — explica o pesquisador Kyong Yoon, que trabalhou com a Universidade Southern Illinois, em Edwardsville.
 
Segundo ele, essa resistência vem sendo construída há anos. Os primeiros dados vieram de Israel, no fim da década de 1990. E o próprio Yoon foi o primeiro a reportar o fenômeno nos EUA, no ano 2000, quando ainda era estudante na Universidade de Massachusetts, em Amherst.
 
Yoon coletou amostras nas escolas perto da universidade onde estudava, já suspeitando que os insetos estivessem desenvolvendo resistência aos inseticidas mais comumente usados. Ele então testou os piolhos para um trio de mutações genéticas conhecidas como kdr (sigla para knock-down resistance, resistência derrubada), inicialmente encontrada em moscas na década de 70, depois que os agricultores mudaram do inseticida DDT para os piretroides. Yoon constatou que muitos piolhos tinham mutações kdr, que afetam o sistema nervoso e fazem com que eles se dessensibilizem aos piretroides.
 
Agora, neste estudo mais recente, o pesquisador reuniu piolhos de 30 estados com a ajuda de uma ampla rede de profissionais de saúde pública. Amostras populacionais com todas as três mutações genéticas associadas com kdr vieram de 25 estados, incluindo Califórnia, Texas, Flórida e Maine. Ter todas as mutações significa estas populações são as mais resistentes aos piretroides. Amostras de quatro estados — Nova York, Nova Jersey, Novo México e Oregon — tinham um, dois ou três mutações. O único estado com uma população de piolhos ainda em grande parte suscetíveis ao inseticida era Michigan.
 
O motivo pelo qual alguns piolhos não desenvolveram resistência ainda está sob investigação, diz Yoon, que aponta como solução o uso de diferentes produtos químicos.
 
— Temos que pensar antes de usar um tratamento. A boa notícia é piolhos não transmitem doenças, são mais um incômodo do que qualquer outra coisa — diz o pesquisador, alertando para o fato de que, qualquer produto químico usado à exaustão contra os piolhos poderá levar à resistência por parte dos insetos.

O Globo

Governo lança campanha de acesso à saúde para população de rua

Valter Campanato/Agência Brasil
O governo começou uma campanha para mobilizar trabalhadores da saúde, gestores e representantes da comunidade sobre o direito de assistência à saúde da população em situação de rua
 
Ao lançar ontem  (19) a mobilização, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que, se não for dada visibilidade ao problema do preconceito no atendimento dessas pessoas, não será possível universalizar o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
 
A campanha, lançada nesta quarta-feira, é uma parceria do Ministério da Saúde com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A data lembra o Dia Nacional de Luta da Pessoa em Situação de Rua, comemorado em 19 de agosto. "A campanha é um reconhecimento de que ainda temos situações de exclusão, de negativa de atendimento, que devem ser enfrentadas", afirmou Chioro.
 
Com o título “Políticas de Equidade para Tratar Bem de Todos. Saúde da População em Situação de Rua”, a campanha tem caráter informativo, com distribuição de cartazes nas unidades de saúde e nos serviços de assistência social e direitos humanos.
 
Segundo Chioro, é preciso acabar com o preconceito contra essa população e fazer chegar a informação de que não é necessário ter documento ou comprovante de residência para as pessoas serem atendidas na rede pública de saúde. O objetivo é valorizar a saúde como um direito humano de cidadania e ressaltar que as pessoas em situação de rua, independentemente das condições de higiene, do uso de álcool e outras drogas ou de falta de comunicação, têm o direito de serem atendidas pelo SUS.
 
Para a coordenadora nacional do Movimento da População de Rua, Maria Lúcia Pereira dos Santos, a campanha vai empoderar essas pessoas para que exijam do sistema de saúde público o serviço a que todos têm direito no país. “Para nós, essa é a diferença entre a vida e a morte, literalmente”, disse Maria Lúcia, referindo-se à necessidade de acesso ao SUS.
 
Maria Lúcia, que já esteve nesta situação, afirmou que é comum as pessoas chegarem à rede pública de saúde e ter atendimento negado por estarem mal vestidas, não terem documentos ou não terem tomado banho. “Que eles arranjem um lugar para o cidadão tomar banho. O que não pode é negar atendimento”, disse ela.
 
O Ministério da Saúde lembra que, desde 2011, existe o Consultório na Rua, um serviço que faz a busca de pessoas em situação de rua. Atualmente, há 144 equipes que atuam nesse esquema no país. As principais causas de internação de pessoas atendidas por tais equipes são relacionadas ao uso de drogas, a problemas respiratórios e a causas externas, como acidentes e violência. “O acesso ao sistema de saúde é um direito para além do Consultório na Rua”, destacou Chioro.
 
Dados de 2010 indicam que há cerca de 50 mil adultos em população de rua no país e 24 mil crianças e adolescentes.
 
Agência Brasil

Anvisa suspende equipo para infusão intravenosa da Descarpak Descartáveis

Imagem ilustrativa
A Anvisa determinou a suspensão do lote SEML 024-SET/2013 do produto Equipo Macrogotas para Infusão Intravenosa-Slip
 
O item, fabricado pela empresa Descarpak Descartáveis do Brasil Ltda., tem validade até agosto de 2018.
 
O equipo apresentou resultados insatisfatórios nos ensaios de aspecto, conforme consta na ata de perícia fiscal de amostra única de produto emitida pelo Instituto Adolfo Lutz/SP.
 
Com a suspensão da distribuição, comercialização e uso do produto, a Anvisa decidiu ainda, que a empresa deve promover o recolhimento do estoque no mercado com data de validade em vigência.
 
A medida está na Resolução 2.349/2015 publicada nesta quarta-feira (19/8) no Diário Oficial da União (DOU).
 
ANVISA