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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Mulher é internada para tratar vício em internet

Foto: Reprodução
Imagem ilustrativa
Auxiliar de cozinha está internada há três semanas numa clínica para dependentes químicos 
 
O vício levou-a a perder o emprego, o marido e até a saúde. Quando foi internada, Cristina pesava 33 quilos a menos do que o peso normal. Longe do mundo virtual, a auxiliar de cozinha começa a se recuperar e já ganhou quatro quilos. Atendida por médicos e psicólogos, Cristina afirma que começou a usar a internet para pesquisas e fez amigos pelo antigo Orkut, a rede social mantida pelo Google. Tempos depois, aderiu ao Facebook e ficava madrugadas inteiras em bate-papos virtuais. A auxiliar chegou ao ponto de esquecer de preparar o almoço para a família e até de levar os filhos para a escola. Depois de várias brigas, o marido decidiu pedir a separação e ela entrou em depressão.
 
A doença aumentou a dependência da internet e Cristina afirma que passou a usar um celular para se manter plugada o tempo todo. Uma das consequências do uso prolongado do equipamento foi uma tremedeira nas mãos que ainda não conseguiu superar. No trabalho, foi proibida de usar o telefone celular durante o expediente.
 
A auxiliar diz que, na hora do almoço, corria para o armário onde o aparelho estava guardado e, em vez de comer, ficava conectada. O celular tinha três chips diferentes e a conta chegava a R$ 300 por mês. Com o baixo rendimento no trabalho, perdeu o emprego. A internação aconteceu a pedido da filha mais velha e da mãe.
 
Cristina diz que não se dava conta de que estava "agindo errado". Segundo a psicóloga Ana Leda Bella, do centro terapêutico onde ela está internada, o uso excessivo da internet faz o internauta migrar para um mundo irreal, como se fizesse uso de drogas. Conforme Ana Leda, com dificuldade para enfrentar as questões do dia a dia, a paciente refugiou-se no mundo virtual, que, como no caso das drogas, se torna uma fuga dos obstáculos do mundo real.
 
No processo de reabilitação, Cristina enfrenta os mesmos sintomas de um viciado em drogas, como ansiedade, depressão, irritação e calafrios. Em três meses, prazo previsto para o tratamento, será iniciado o processo que a psicóloga chama de reinserção no mundo real. A paciente é a primeira a recorrer à clínica por dependência da internet.

Estadão

Médico recupera rosto de vítimas de ataque com ácido no Paquistão

Cirurgião gastou R$ 200 mil do próprio bolso para fazer cirurgias. Seis mulheres foram operadas na cidade de Karachi, no sul do país
 
Um cirurgião fez operações reconstrutivas em seis mulheres desfiguradas por ataques com ácido no Paquistão. O médico Asim Shahmalak, que vive no Reino Unido, gastou cerca de 50 mil libras (mais de R$ 200 mil) do próprio bolso para bancar os procedimentos, sem cobrar nada das pacientes.
 
As cirurgias ocorreram em uma clínica da cidade de Karachi – a mais populosa do Paquistão, localizada no sul do país –, com a ajuda de uma equipe britânica. Shahmalak havia visitado a cidade no ano passado para conhecer as mulheres, que precisavam passar por transplante de cabelo, sobrancelhas e cílios. O médico é um dos nove do mundo capazes de realizar cirurgias desse tipo.
 
Algumas das vítimas foram atacadas com ácido sulfúrico, que pode ser comprado por baixos preços nas ruas de Karachi.
 
Entre as mulheres que passaram pela cirurgia, está Kanwal Ashar, de 24 anos, que teve ácido jogado no rosto por um homem após ela ter recusado a proposta de casamento dele. Outra paciente atendida foi Kanwal Qayum, de 26 anos, vítima de um "amigo" que a atacou por ficar com ciúmes após ela ter começado a trabalhar em um novo emprego.

O médico Asim Shahmalak examina uma das pacientes vítima de ataque de ácido que ele operou no Paquistão (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
O médico Asim Shahmalak examina uma das pacientes vítimas de ataque de ácido no Paquistão
 (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)

Foto divulgada pela Clínica Crown mostra uma das mulheres que passou por cirurgia após ser vítima de ataque de ácido no Paquistão (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
Foto divulgada pela Clínica Crown mostra uma das mulheres que passaram por
cirurgia após ter sido vítima de ataque de ácido no Paquistão
(Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
 
O cirurgião Asim Shahmalak gastou cerca de 50 mil libras (mais de R$ 200 mil) de seu próprio bolso para bancar as cirurgias. (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
O cirurgião Asim Shahmalak gastou cerca de 50 mil libras (mais de R$ 200 mil) do
próprio bolso para bancar as cirurgias de reconstrução em seis mulheres desfiguradas
(Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
 
Algumas das vítimas foram atacadas com ácido sulfúrico, que pode ser comprado por baixos valores nas ruas de Karachi. (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
Algumas das vítimas foram atacadas com ácido sulfúrico, que pode ser comprado por
baixos valores nas ruas da cidade de Karachi
(Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
 
Entre as mulheres que passaram pela cirurgia está Kanwal Ashar, de 24 anos, que teve ácido jogado em seu rosto por um homem após ela recusar sua proposta de casamento. Outra mulher atendida pelo médico foi Kanwal Qayum, 26 anos, que foi vítima do ataque d (Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)
Uma das mulheres vítimas de ácido que passaram por cirurgia
(Foto: Shakil Adil/AP Images for Crown Clinic)

G1

Governo cria política de atendimento de pessoas com doenças raras

Foto: Reprodução
SUS vai incorporar 15 novos exames de diagnóstico e credenciar hospitais. Portaria foi assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incorporar 15 novos exames para diagnosticar doenças raras e credenciar hospitais e instituições para atendimento de pacientes portadores dessas enfermidades.

As ações integram a política nacional de atenção às pessoas com doenças raras, que teve portaria assinada nesta quinta-feira (30) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A política foi criada após pedidos de organizações não-governamentais e instituições de pesquisas, que discutiam o assunto com o governo desde 2012. A norma vale a partir da publicação no "Diário Oficial da União", o que deve acontecer nos próximos dias, de acordo com o Ministério da Saúde.
Segundo José Eduardo Fogolin, coordenador de média e alta complexidade da pasta, os exames vão abranger uma grande parte das 8 mil doenças raras já estudadas.
 
Fogolin explica ainda que o SUS vai dividi-las em quatro eixos: três abrangem doenças genéticas (anomalias congênitas, deficiência intelectual/cognitiva e doença metabólica) e um enfermidades não-genéticas, dividido em infecciosas, inflamatórias e autoimunes.
 
Rede de atendimento
O técnico do Ministério da Saúde explica que no Brasil existem atualmente 240 serviços que promovem ações de diagnóstico e assistência que poderão se credenciar ao SUS imediatamente após a divulgação da portaria. Essas instituições vão receber verbas destinadas aos exames e às equipes que trabalham no tratamento dos pacientes.
 
De acordo com o governo, será repassado mensalmente R$ 11,6 mil para custeio da equipe de serviço especializado (com, no mínimo, um médico, enfermeiro e técnico de enfermagem) e R$ 41,4 mil para equipes do serviço de referência, que conta com geneticista, neurologista, pediatra, clínico geral, psicólogo ou outros profissionais.
 
"Atualmente, pessoas com doenças raras são atendidas, principalmente, em hospitais universitários. [Com a política] o número de instituições vai aumentar", explicou ele.
 
O SUS conta com 26 protocolos clínicos para doenças raras que são a "porta de entrada" para a assistência na saúde pública. Além disso, há oferta de medicamentos para 11 enfermidades, como a deficiência de hormônio do crescimento (hipopituitarismo), fibrose cística e hipotiroidismo congênito.
 
Doenças raras no Brasil
De acordo com levantamento feito pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), divulgado em 2013, há cerca de 13 milhões de pessoas com doenças raras no país.
 
Estima-se que haja 8 mil distúrbios já diagnosticados, sendo 80% deles de origem genética. Outros se desenvolveram como infecções bacterianas e virais, alergias ou têm causas degenerativas. A maioria (75%) se manifesta ainda na infância dos pacientes.
 
O conceito de doença rara utilizado pelo Ministério da Saúde é o mesmo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, distúrbios que afetam até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos (1,3 para cada duas mil pessoas).

G1

Irregularidade no ciclo menstrual pode indicar problemas de saúde

Foto: Reprodução
Normalmente, a menstruação da mulher ocorre a cada 24 a 35 dias e dura de 3 a 5 dias, podendo ocorrer pequenas variações. Nos dois primeiros anos, no período que antecede a menopausa ou em caso de gravidez, podem ocorrer alterações nesse ciclo.
 
Mas se não houver nenhuma dessas situações associadas e, mesmo assim, aparecer alguma alteração significativa, seja na quantidade de dias de sangramento ou na quantidade de sangue perdido, pode ser que seja sinal de algum problema de saúde, como explicou o ginecologista José Bento no Bem Estar desta sexta-feira (31).
 
Se houver falta de menstruação, pode ser o primeiro sintoma de doenças como endometriose, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos, alterações na glândula suprarrenal, tumor na hipófise ou até mesmo estresse. Se houver excesso, as causas podem ser hipertireoidismo, feridas no colo do útero, câncer ou miomas. Até mesmo a obesidade é um fator que pode interferir no ciclo menstrual, como lembrou a endocrinologista Elaine Costa. Por isso, em caso de alteração repentina no ciclo menstrual, é fundamental procurar um médico para investigar a causa.
 
O ginecologista José Bento explicou ainda como funciona o ciclo normal - todo mês o sistema reprodutor da mulher passa por dois processos que preparam o corpo para uma possível gravidez.
 
Esses processos são comandados por dois hormônios produzidos pela glândula hipófise – o FSH e o LH – e por hormônios produzidos nos ovários – o estrogênio e a progesterona. Nos ovários, existem ainda milhares de óvulos que ainda não estão prontos e ficam armazenados dentro de folículos. Nos primeiros dias do ciclo, a hipófise libera o hormônio FSH, que estimula os folículos a crescerem e amadurecem.
 
Um dos folículos que cresceu se destaca entre os outros e libera estrogênio, hormônio que estimula a hipófise a liberar LH. Esse, por sua vez, permite a liberação de um óvulo por volta do 14º dia do ciclo. Estimulado pelo estrogênio, o endométrio, camada que reveste o útero, se reconstrói, fica espesso e rico em fornecimento de sangue. Em seguida, o folículo se fecha e passa a produzir progesterona. Depois da ovulação, a progesterona faz o útero ficar ainda mais espesso para aguardar a chegada do óvulo, que pode ocorrer perto do 20º dia. Se não houver fecundação, a camada que reveste o útero é eliminada, que é quando ocorre a menstruação.
 
TPM (Foto: Arte/G1)
 
Ácido fólico
Como explicou o ginecologista José Bento, o útero se prepara para receber o óvulo fecundado, mas antes de engravidar, é indicado que as mulheres tomem ácido fólico, uma versão sintética de uma vitamina do complexo B, fundamental para evitar má formação do tubo neural do bebê.
 
No Brasil, por exemplo, a cada mil nascidos vivos, um tem defeito no tubo neural, o que significa que cerca de 3.000 crianças têm o problema anualmente no país. Se a ingestão do ácido fólico for bem receitada, é possível reduzir esse número em 70% ou 80%, como explicou o obstetra e porta-voz da campanha 'Ácido Fólico Já', Eduardo da Fonseca.
 
Essa substância existe em alguns alimentos, mas o organismo não absorve tão bem a forma natural e, por isso, existem as cápsulas feitas em laboratório que já vêm com a dose diária recomendada - 400 microgramas por dia. O ideal é que o ácido fólico seja iniciado antes do desejo de engravidar e que seja mantido pelos primeiros dois ou três meses após a gestação. O ginecologista José Bento acrescenta, no entanto, que o excesso de ácido fólico também pode ser prejudicial ao bebê e, por isso, é fundamental respeitar a recomendação e a dose receitada pelo médico.
 
Prematuridade
O parto prematuro é aquele que acontece antes das 37 semanas de gestação - se ocorrer antes de 34 semanas, o caso é considerado ainda mais grave já que o bebê ainda não tem seus órgãos totalmente formados.
 
No Brasil, a prematuridade é a maior causa de morte de recém-nascidos e na metade dos casos, a causa não é bem esclarecida - de maneira geral, idade avançada ou gestação precoce, gestações múltiplas, infecções, estresse, fumo, álcool e excesso de exercícios são alguns dos fatores que levam a partos prematuros espontâneos.
 
No caso da Isabela Tochini Kiehl, de 13 anos, o risco foi ainda maior já que ela nasceu quando a mãe estava com apenas 25 semanas de gestação.
 
Ela teve que ficar em uma encubadora, receber transfusões sanguíneas e imunoterapia, mas acabou tendo uma boa evolução clínica, como mostrou a reportagem da Helen Sacconi, de Campinas, em São Paulo. Com a ajuda e incentivo da família, a Isabela acabou se desenvolvendo normalmente e hoje leva uma vida normal.
 
G1

Estudo associa maioria das mortes prematuras de russos ao álcool

Foto: Reprodução
Um quarto dos homens não chegam aos 55 anos, principalmente devido ao consumo excessivo de vodca
 
O número elevado de mortes precoces na Rússia deve-se principalmente ao consumo excessivo de álcool, especialmente vodca, sugerem pesquisadores.
 
O estudo, publicado no jornal especializado "The Lancet", diz que 25% dos homens russos morrem antes dos 55 anos, a maioria deles por causa do álcool. No Reino Unido, a proporção é de 7%. Já no Brasil, onde a violência mata muitos jovens, 37% dos homens não chegam a completar 55 anos.
 
As causas de morte relacionadas à bebida na Rússia incluem doença hepática e intoxicação por álcool. Muitos também morrem em acidentes ou brigas.
 
O estudo é considerado o maior do tipo no país. Pesquisadores do Centro de Pesquisa do Câncer da Rússia, em Moscou, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Organização Mundial de Saúde na França acompanharam os padrões de consumo de 151 mil adultos, em três cidades russas, por até dez anos.
 
Durante esse período, 8 mil deles morreram. Os pesquisadores também se basearam em estudos anteriores em que as famílias de 49 mil pessoas mortas responderam sobre seus hábitos de consumo de álcool.
 
"As taxas de mortalidade dos russos têm flutuado descontroladamente nos últimos 30 anos, na medida em que as restrições ao álcool e a estabilidade social variaram sob os presidentes (Mikhail) Gorbachev, (Boris) Yeltsin e (Vladimir) Putin. A vodca foi o principal fator determinando essa variação no número de mortes", disse o professor de Oxford Richard Peto, um dos autores do estudo.
 
Cada adulto russo bebe, em média, 13 litros de álcool puro por ano, dos quais 8 litros de destilados, principalmente vodca. No Brasil o número comparável é de 9,2 litros por adulto, sendo que 54% desse consumo é cerveja e 40%, destilados.
 
Colapso
In 1985, o então líder soviético Mikhail Gorbachev cortou drasticamente a produção de vodca e proibiu a venda da bebida antes da hora do almoço.
 
Os pesquisadores dizem que o consumo de álcool caiu em cerca de um quarto com essas restrições, assim como as taxas gerais de mortalidade. Depois, com o colapso do comunismo, as pessoas começaram a beber novamente, e as taxas de mortalidade também subiram.
 
"Quando Yeltsin assumiu o lugar de Gorbachev, as taxas de mortalidade em homens jovens mais do que duplicaram. Isso aconteceu quando a sociedade entrou em colapso e a vodca tornou-se muito mais livremente disponível", disse Richard.
 
"Houve um grande aumento no consumo, e eles estavam bebendo de uma forma destrutiva", observou.
 
A maioria dos bebedores eram fumantes, o que agravava as taxas de mortalidade. O consumo entre as mulheres também oscilou de acordo com os acontecimentos políticos, mas, como elas bebiam menos, as taxas de mortalidade eram menores.
 
A Rússia voltou a adotar um controle mais rígido do consumo de álcool em 2006, incluindo o aumento de impostos e restrições às vendas. Os pesquisadores dizem que o consumo de álcool caiu em um terço desde então, e a proporção de homens que morrem antes de atingirem 55 anos de idade diminuiu de 37% para 25%.
 
Meio litro de vodca custa em torno de 150 rublos (R$ 10). Os bebedores intensivos acompanhados no estudo estavam consumindo pelo menos um litro e meio de vodca por semana.
 
'Estilo de vida'
Os pesquisadores dizem que o principal fator que influencia a alta taxa de morte é a forma como os russos bebem álcool. "Os russos sempre beberam muito. Eles às vezes dizem que é por causa do frio, mas isso é apenas uma desculpa. Este é o estilo de vida da nação, que precisa mudar", disse o pesquisador David Zaridze, do Centro de Pesquisa do Câncer da Rússia.
 
"A expectativa de vida média dos homens na Rússia ainda é de apenas 64 anos, ficando entre as 50 menores do mundo. São urgentemente necessárias políticas mais eficazes de (restrição ao consumo de) álcool e tabaco", defendeu. No Brasil, a expectativa de vida dos homens é de 71 anos, e a das mulheres, 78,3.

G1

Cientistas conseguem criar fios de cabelo a partir de células da pele

As setas mostram os fios de cabelo que tiveram origem nas células-tronco epiteliais criadas pelos cientistas (Foto: Ruifeng Yang/Perelman School of Medicine/University of Pennsylvania/Divulgação)
Foto: Ruifeng Yang/Perelman School of Medicine/University
of Pennsylvania/Divulgação
As setas mostram os fios de cabelo que tiveram origem nas
células-tronco epiteliais criadas pelos cientistas
A tão procurada cura para a calvície pode estar um passo mais perto de ser alcançada. Um grupo de pesquisadores liderados pelo médico Xiaowei Xu, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiu criar folículos capilares e até fios de cabelo a partir de células adultas.
 
O estudo foi publicado pelo periódico científico “Nature Communications” esta semana. Para chegar ao feito, os cientistas primeiro utilizaram células adultas da pele humana para criar as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas, que são aquelas capazes de se transformar em qualquer outra célula do organismo. Isso foi possível por meio da inserção de três genes.
 
Em seguida, eles tiveram sucesso em converter as células-tronco pluripotentes em células-tronco epiteliais. O processo foi bem-sucedido em 25% das células. A comparação das células "fabricadas" com as células-tronco epiteliais “originais” - encontradas diretamente nos folículos capilares - mostrou que elas tinham as mesmas características.
 
O próximo passo foi misturar as células-tronco epiteliais “fabricadas” com células de camundongos para, depois, implantar a mistura na pele dos roedores. O resultado foi que eles começaram a produzir pele humana e folículos capilares similares aos humanos, que deram origem a fios de cabelo.
 
“Os resultados sugerem uma abordagem para gerar grande número de células-tronco epiteliais para engenharia de tecidos e novos tratamentos para queda de cabelo, cicatrização de feridas e outros distúrbios degenerativos da pele”, diz o estudo.
 
Xu observa que a estratégia ainda não pode ser aplicada diretamente nos humanos, pois o processo ainda envolve o uso de células dérmicas de camundongos. “Quando uma pessoa perde cabelo, ela perde dois tipos de células. Resolvemos um grande problema, o componente epitelial do folículo capilar. Precisamos descobrir um jeito de também produzir novas células da papila dérmica, e por enquanto ninguém ainda encontrou essa solução”, diz Xu.

G1

Obstetras americanos mudam definição de hora certa para o parto

Foto: Reprodução
Por anos, partos que aconteciam entre 37 e 42 semanas de gravidez eram considerados a termo, jargão que descreve partos na hora certa. Agora, um grupo de médicos americanos quer dividir os nascimentos que acontecem nesse período em novas categorias, mudando assim o conceito de parto a termo.
 
"Cada vez mais reconhecemos que as respostas dos recém-nascidos não são uniformes entre 37 e 42 semanas de gravidez", disse Jeffrey Ecker, do comitê em obstetrícia prática do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas.
 
Partos entre a 37ª e a 39ª semana de gravidez serão agora considerados pré-termo, de acordo com a entidade. Um parto a termo será aquele entre a 39ª e a 41ª semana.
 
Bebês nascidos entre 41 e a 42 semanas de gravidez serão classificados como "termo tardio" e os que nascerem depois da 42ª semana de gravidez continuam sendo definidos como pós-termo.
 
Pesquisas
Pesquisadores têm observado que bebês nascidos antes de 39 semanas de gravidez não são tão desenvolvidos quanto os que nasceram depois.
 
Aqueles nascidos após a 39ª semana têm menos problemas de respiração, audição e de aprendizagem, segundo comunicado da entidade, publicado ontem.
 
Ainda de acordo com a entidade, o cérebro cresce cerca de um terço entre a 35ª e 39ª semana de gravidez. E uma camada de gordura que ajuda a manter o calor do corpo só é criada nas últimas semanas de gravidez.
 
As novas definições devem ajudar a reduzir o número de mulheres que optam por ter um parto induzido ou cesárea por razões não médicas. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas é contra a indução do parto antes da 39ª semana de gravidez.
 
"Os médicos agora podem dizer que os partos induzidos e cesáreas não devem ser realizados no período pré-termo", disse Ecker.
 
Ele adverte, no entanto, que há casos em que a indução é necessária e que a decisão da hora do parto deve ser discutida entre médico e paciente.
 
Folhaonline

Vacina terapêutica pode tratar lesões cervicais

Foto: Reprodução
Depois do arsenal preventivo contra o câncer de colo do útero (exame papanicolaou e da vacina que previne o HPV), desponta agora uma vacina terapêutica que pretende evitar que células pré-cancerígenas se transformem em tumor de colo uterino.
 
Os resultados ainda são preliminares –apenas 12 mulheres com lesões cervicais ligadas ao vírus HPV foram testadas. O estudo foi publicado ontem na revista científica "Science Translational Medicine".
 
O tratamento potencializou a ação do sistema imunológico contra as células pré-cancerígenas presentes na lesão cervical. As mulheres receberam três injeções da vacina no braço durante oito semanas. Não houve recidiva.
 
Leonel Maldonado, um dos pesquisadores do estudo e professor do Johns Hopkins Medical Institutions, afirma que o tratamento acelera a reação dos linfócitos T, que combatem a reprodução desordenada de células.
 
Após a aplicação da vacina, os pesquisadores compararam as respostas autoimunes. Foi observado que as células T se manifestaram em níveis antes não vistos. Espera-se que, com isso, as respostas imunes geradas pela vacina tenham o potencial de induzir a regressão completa da lesão cervical.
 
No futuro, a expectativa é que essas vacinas evitem as cirurgias para a retirada de lesões do colo do útero. Hoje, parte do colo é removida, o que pode causar infertilidade e partos prematuros.
 
Folhaonline

Anvisa vai agilizar a liberação de cosméticos

Foto: Reprodução
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lançou ontem uma ferramenta eletrônica que deve diminuir o tempo de espera para a aprovação de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal.
 
A análise dos processos passará a ser feita de forma eletrônica. Com base na composição, aplicação e outros critérios, em muitos casos poderá haver uma liberação automática do produto.
 
Segundo Dirceu Barbano, diretor da Anvisa, a medida permitirá que o corpo técnico da agência se concentre nos produtos que poderiam ter maior impacto na saúde, como protetores solares e alisantes de cabelo.
 
Cerca de 2.000 processos físicos que estão na fila de espera já devem ser beneficiados pela digitalização, se cumprirem os requisitos exigidos pela nova ferramenta.
 
O setor é um dos que mais crescem no Brasil, o terceiro maior mercado desses produtos no mundo–atrás dos EUA e do Japão. Em 2012, a Anvisa recebeu mais de 95 mil petições relativas eles.
 
Para representantes da indústria, a burocracia na liberação de produtos prejudica a competitividade brasileira.
 
"Esse é um momento muito especial", comemorou o presidente da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), João Carlos Basílio. "Agora, a indústria vai poder se preparar para os lançamentos."

Folhaonline

Crianças obesas têm mais chances de continuarem obesas, diz estudo

Um estudo publicado no "New England Journal of Medicine" com mais de 7.000 crianças dos EUA revelou que um terço das crianças que estavam acima do peso adequado no jardim de infância eram obesas quando chegaram à oitava série.
 
Além disso, uma criança que é obesa no jardim de infância tem risco quatro vezes maior de ser obesa na adolescência do que uma criança com peso normal.
 
"A mensagem principal é que a obesidade se estabelece muito cedo na vida e continua na adolescência e na idade adulta", afirma Ruth Loos, professora de medicina preventiva da Icahn School of Medicine, em Nova York, que não esteve envolvida com a pesquisa.
 
O resultado surgiu a partir da análise de um estudo que acompanhou crianças dos 5 aos 14 anos.
Segundo os autores do estudo, os dados podem ajudar a reformular iniciativas de combate à obesidade infantil e sugerem que os esforços devem começar mais cedo.
 
Os resultados não explicam por que isso acontece. Predisposições genéticas e ambientes que estimulem as crianças a comerem mais são algumas das razões apontadas por especialistas.
 
O estudo, porém, ajuda a explicar por que muitos dos esforços feitos para que as crianças percam peso muitas vezes não surtem efeitos. A resposta pode estar no fato de que muitas campanhas de combate à obesidade hoje têm como foco crianças em idade escolar, em vez de começarem antes, em crianças do jardim de infância e já com problemas de peso.
 
Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress
 
Estudos anteriores já relacionavam a obesidade à idade de crianças, mas não mostravam se e como o peso delas mudava com o tempo. Embora importantes para entender a obesidade infantil, as pesquisas não indicavam como a doença se desenvolve.
 
"É quase como se o estudo dissesse que, caso você consiga chegar ao jardim de infância sem aumento de peso, as chances de você não se tornar obeso são maiores", explica Jeffrey P. Koplan, vice-presidente do Emory Global Health Institute, em Atlanta.
 
O levantamento acompanhou 7.738 crianças americanas. Pesquisadores mediram a altura e o peso dos participantes sete vezes, do jardim de infância à oitava série.
 
Quando as crianças entraram no jardim de infância, 12,4% eram obesas. Na oitava série, esse índice era de 20,8%. Metade da crianças que eram obesas aos cinco anos permaneceu obesa quando chegou à oitava série e grande parte das crianças que eram muito obesas continuaram assim aos 14 anos.
 
Etnia e renda familiar foram variáveis importantes –crianças hispânicas e com renda menor tinham risco mais alto de serem obesas.
 
Folhaonline

Instituto Butantan inicia testes da vacina da dengue em humanos

Foto: Reprodução
O Instituto Butantan já vacinou 34 voluntários da primeira fase dos testes em humanos da vacina contra a dengue. O teste tem como finalidade analisar a eficácia e segurança da vacina, que vem sendo desenvolvida em parceria com os NIH (National Institutes of Health), dos EUA.
 
A ideia é reproduzir aqui um estudo americano com vacina semelhante à do Butantan. A imunização é tetravalente e deve proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue.
 
Mais 16 voluntários serão vacinados em breve –esses 50 primeiros participantes nunca tiveram dengue. Outras 200 pessoas, com ou sem infecção prévia pelo vírus, receberão a vacina em outra etapa.
 
Os resultados dessa fase devem ficar prontos no fim do ano, mas mais estudos serão necessários até que a vacina seja usada na população.
 
Folhaonline

Você leva sua ética para dentro da empresa?

Getty Images
Durante teste, as pessoas se esqueceram da ética até na
hora do cara ou coroa
Pesquisadores estudam como as pessoas se comportam sobre a ética no ambiente corporativo
 
Diversas resoluções de Ano Novo foram feitas – e sem dúvida ignoradas. Entretanto, existe uma que provavelmente nem mesmo consta em muitas listas, e deveria: agir mais eticamente.
 
A maioria das pessoas, se pressionadas, reconheceriam que precisam ajustar sua ética. Pode ser que no ano passado, tenha manipulado alguns números no trabalho, amassado um carro e não deixado um bilhete e permanecido em silêncio quando um amigo fez uma brincadeira racista.
 
O problema, segundo uma pesquisa, é que geralmente existe uma incongruência entre como pensamos que agiremos quando enfrentarmos uma decisão moral e o que de fato acontece.
 
Aqui está apenas um dos muitos exemplos de uma experiência da Universidade Northeastern: os participantes foram instruídos a jogar cara ou coroa para ver quem deveria fazer certas tarefas. Uma tarefa é demorada e trabalhosa; a outra é rápida e divertida.
 
O participante joga a moeda sozinho (embora secretamente observado por câmeras de vídeo), relata David DeSteno, professor de Psicologia da Northeastern que conduziu a experiência. Apenas 10% agiram honestamente. O restante nem jogou a moeda, ou continuou jogando até que a moeda caísse na posição desejada.
 
Tentar se tornar mais ético – ou ensinar as pessoas a como se tornar – parece fadado ao fracasso então. Na verdade, não é bem assim. O problema é que a forma como ensinamos ética tem de parear o que já sabemos sobre o funcionamento da mente humana.
 
Grupo cria site sobre ética empresarial
Uma área que claramente precisa de atenção é a ética empresarial, especialmente considerando as transgressões no mundo financeiro nos últimos anos. Alguns dos maiores pesquisadores dos Estados Unidos concordam. Um grupo deles – a maioria sendo das universidades americanas – criou um novo site, o EthicalSystems.org, em janeiro.
 
O site é o primeiro a unir esforços em pesquisas e recursos extensivos no assunto da ética empresarial objetivando disponibilizar o vasto acervo às escolas, ao governo e às empresas – especialmente aos responsáveis pela conformidade.
 
"Antigamente, a ética empresarial nascia da filosofia, com o foco em fazer o que é certo", afirma Jonathan Haidt, professor de Ética e Liderança da Faculdade de Administração Leonard N. Stern da Universidade de Nova York. Nos últimos dez anos houve uma explosão de pesquisa da economia comportamental" e das razões subjacentes pelas quais as pessoas agem como agem.
 
Parte da pesquisa foi atualizada pelos escândalos da Enron e da WorldCom se desdobrando na época, assim como a crise financeira mundial. Esses eventos, em parte, "inspiraram um pequeno grupo de pesquisadores a desenvolver uma abordagem da ética empresarial mais realista psicologicamente", diz Haidt, que encabeçou o site.
 
Esta abordagem – que se aplica à ética em geral, e não apenas à ética empresarial – incorpora o que agora sabemos sobre como as pessoas reagem quando confrontam dilemas morais e quais ferramentas podem ser usadas para levá-las a fazer a coisa certa.
 
Lembre-se de quando você se engana
Primeiramente, precisamos ter mais consciência das maneiras como enganamos a nós mesmos.
 
Temos de aprender e subconscientemente evitar dar as costas quando confrontamos um dilema moral. E depois devemos aprender a como desafiar as pessoas adequadamente nessas situações.
 
"Quando as pessoas predizem como irão agir em uma dada situação, o dever predomina – devemos ser justos, devemos ser generosos, devemos impor os nossos valores", analisa Ann E. Tenbrunsel, professora de Ética Empresarial da Universidade de Notre Dame que está envolvida com o site EthicalSystems. "Porém, quando chega o momento de agir, o 'querer' predomina" – não quero parecer um tolo e não quero ser punido.
 
"O nosso instinto de sobrevivência é o de querer ser amado e aceito", afirma Brooke Deterline, diretora executiva da Courageous Leadership, uma empresa de consultoria que oferece oficinas e programas em como lidar com situações éticas. "Não fazemos coisas ruins intencionalmente, contudo, quando estamos sob ameaça, o nosso instinto inicial é minimizar ou ignorar situações problemáticas".
 
A maioria das pessoas conhece a sensação: algo acontece que sabemos que é errado e intencionamos nos manifestar ou consertar. Todavia, não sabemos bem como fazê-lo e o momento passa, justificando posteriormente, que foi certo agir como agimos. Assim, como mudar isso?
 
Medo de falar o que pensa
Usando a psicologia comportamental social e cognitiva assim como a neurociência, o primeiro passo é nos conscientizarmos das nossas inclinações naturais, afirma Brooke Deterline.

"Pense em retrospecto: quando você fica vulnerável a não falar aquilo que pensa e não dizer o que precisa ser dito?", pergunta. É quando uma autoridade está presente? Quando isso poderia afastá-lo dos amigos? Quando isso poderia fazer com que seus subordinados o desprezem?
 
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A ansiedade pode levar as pessoas a não falarem o que pensam
Segundo Brooke, "todos temos pensamentos automáticos quando estamos ansiosos: 'Vou ser demitido, vou parecer um idiota'". A questão é não ouvir esses pensamentos, mas ter consciência deles e ignorá-los. Em seus programas, ela tem funcionários performáticos que iniciam conversas potencialmente desafiadoras.
 
"Quando a maioria de nós se sente constrangida, calamos a boca. Porém, precisamos usar o desconforto para saber que esse é o sinal para sermos corajosos e uma dica para agirmos em vez de ficarmos parados."
 
O foco no motivo das pessoas agirem ou não eticamente, é claro, não é limitado ao mundo dos negócios. Afinal, são necessários bons cidadãos para termos bons funcionários.
 
Philip G. Zimbardo, professor emérito de Psicologia da Universidade de Stanford, é pioneiro no estudo do poder social – por bem e por mal – e deu início a um programa, em 2007, chamado Projeto Imaginação Heroica. O seu interesse na ética é antigo; em 1971 ele criou o notório Experimento Prisão de Stanford, onde os alunos universitários "guardas" diminuíam e humilhavam os alunos "prisioneiros". O experimento teve de ser interrompido antecipadamente porque se tornou muito abusivo.
 
Após estudar a degradação moral há décadas, Philip começou a se questionar sobre os aproximadamente 10% a 20% das pessoas em cada situação que resistiram. Quem eram essas pessoas que ele chamou de heróis, e podemos ensinar alguém a ser um?
 
Por meio do Projeto Imaginação Heroica – para o qual Brooke já trabalhou – alunos do ensino fundamental, do ensino médio e da faculdade aprendem sobre dinâmicas de grupo, tal como o efeito espectador, no qual quanto mais pessoas houver em uma cena, menor a probabilidade de alguém ajudar.
 
Utilizando videoclips e situações reais, os professores explicam como os alunos podem resistir a tal comportamento, e os ajudam a explorar o motivo pelo qual agiram – ou deixaram de agir – em situações específicas.
 
Embora os alunos sejam instruídos a não serem "heróis burros" e se arriscarem à toa, Zimbardo afirma, "lhes ensinamos que o conhecimento nos obriga a fazer alguma coisa – agir heroicamente".
 
O seu programa sem fins lucrativos disponibilizou muitos dos seus recursos de graça e está nos estágios finais de receber fundos para treinar um grupo de professores em Flint, Michigan, começando na primavera. Graduados da Universidade de Michigan auxiliarão no programa e, certamente, desenvolverão descobertas longitudinais da sua efetividade, explica.
 
Kristen Renwick Monroe, professora de Ciências Políticas da Universidade da Califórnia, Irvine, há muito estuda porque algumas pessoas agem corretamente e outras não. A professora descobriu em sua pesquisa que os "salvadores dizem, 'O que mais eu poderia fazer?'", afirma. "O expectador diz, 'eu era apenas uma pessoa? o que eu podia fazer?'"
 
"Temos de pensar, 'Quem sou eu, e como as minhas ações criam quem eu sou?'", acrescenta Kristen.
 
A professora relata ter entrevistado uma holandesa que assistia enquanto judeus eram jogados em um caminhão e levados embora durante a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente salvou mais de 12 outros. Ela lembra que a mulher lhe disse: "Todos nós temos lembranças de quando deveríamos ter feito algo, e levamos isso para o resto de nossas vidas".

iG