A onda de frio intenso que se estabeleceu em Brasília, com previsão de perdurar pelo menos até a segunda semana de agosto, inspira cuidados para prevenir ou evitar a piora de doenças respiratórias
O alerta é da médica da área de pneumologia da Secretaria de Saúde, Carmen Lívia Faria. Segundo ela, a lista de doenças respiratórias mais comuns neste período, tanto para crianças quanto para adultos, inclui resfriados, gripes, amigdalites, otites, sinusites, pneumonia e doenças alérgicas - asma e rinites, por exemplo.
A médica explica que o período de frio favorece à subsistência de agentes biológicos causadores de infecções respiratórias, como o vírus da gripe. "As pessoas também tendem a permanecer mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a disseminação de doenças pela via respiratória. Além disto, há a necessidade de se retirar agasalhos e cobertores dos armários que, se não forem lavados, podem desencadear doenças alérgicas pelo contato com poeira e ácaros contidos nestas roupas guardadas desde o fim do inverno passado", alertou a médica.
Segundo a médica, as crianças sofrem mais com as doenças respiratórias em razão da vulnerabilidade inerente à idade. "No inverno, as casas ficam mais fechadas e sem ventilação, tornando mais fácil a propagação de micro-organismos entre pessoas e, especialmente, entre as crianças, que nesta época ficam mais tempo dentro de creches e escolas", explicou.
Dicas
Entre os sinais específicos de infecção respiratória estão tosse, expectoração, falta de ar, chiados e dor no peito. Já os sinais sistêmicos, ou seja, que afetam o corpo todo, são febre, calafrios, sudorese, dor muscular, dor de cabeça, sonolência e mau humor.
Para prevenir as doenças alérgicas, o ideal é ter consultas periódicas com o médico para obter controle dessas patologias. Outra dica, desta vez para as mães, é estender o aleitamento materno, se possível, até a idade de dois anos de vida, bem como vacinar as crianças de até cinco anos de idade, anualmente, contra a gripe.
Para evitar infecções, as pessoas também devem lavar as mãos, além de ter boa alimentação e ingerir líquidos como água e sucos naturais de frutas. "Em Brasília, o frio traz consigo uma redução da umidade do ar. Essa combinação faz com que haja um ressecamento das vias aéreas. Por isso, é importante repor a falta de líquidos para hidrata-las", destacou Carmen Lívia.
A médica alertou que as pessoas devem procurar o médico quando surgem sinais sistêmicos como falta de ar ou outros. Em geral, procurar assistência médica em caso de persistência por mais de 48h dos sintomas específicos.
O ideal é que o atendimento inicial seja feito por equipe da Estratégia Saúde da Família, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Se não houver essa possibilidade buscar auxílio médico nas UPAs ou, em último caso, no pronto-socorro dos hospitais regionais.
Fonte: Ailane Silva, da Agência Saúde