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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Testículos de porco, erva-dos-gatos e outros remédios estranhos para infertilidade na Idade Média

Para tratar a infertilidade masculina, nada melhor do que comer testículos de porco ou de cervo. Primeiro, você precisa deixá-los secar. Depois, deve moê-los até que fiquem com a textura de um pó muito fino, para então misturá-los com vinho, deixando o sabor mais agradável

Cesárea

Essa e outras poções feitas com ervas naturais, como a erva-dos-gatos, eram algumas das receitas mais comuns recomendadas pelos médicos da Idade Média para resolver esse problema.

Segundo Catherine Rider, professora de história da Universidade de Exeter, no Reino Unido, os tratamentos indicados pelos antigos textos médicos indicam que ao menos os profissionais da Europa Ocidental não atribuíam automaticamente à mulher as dificuldades para engravidar.

Rider, que publicou seu estudo na revista Social History of Medicine (História Social da Medicina), publicada pela Universidade de Oxford, analisou vários textos em inglês e em latim, a língua usada por universitários ou pessoas com um nível elevado de educação na época.

Para sua surpresa, descobriu que as referências a esse assunto eram numerosas.

"Quando você estuda a forma como as crônicas falam de reis e rainhas, vê que eles tendem a assumir que o problema é das mulheres. Mas é diferente nos textos médicos", disse a especialista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

"O que me surpreendeu foi descobrir que havia tanta discussão sobre os homens que podiam ter relações sexuais, mas não conseguiam engravidar (mulheres)", conta ela.

"Eu achava que, se um casal podia ter relações sexuais, mas não conseguia engravidar, eles assumiriam (na época) que o problema era da mulher."

A prova dos vermes
Para identificar qual dos dois era estéril no casal, os médicos submetiam seus pacientes a uma série de exames - todos envolviam urina.

O mais mencionado nos textos da época determinava que o homem e a mulher urinassem em recipientes. Em cada pote, colocava-se um punhado de aveia e deixavam a substância ali por um período de 10 a 14 dias.

O pote com mais vermes apontaria qual dos dois tinha problemas reprodutivos.

Medicina ou magia?
A receita para as mulheres era semelhante à dos homens. Mas, em vez de testículos, usavam-se os órgãos genitais femininos dos mesmos animais.

Preparação de vinho

Além dessas misturas, os médicos receitavam medidas não muito diferentes das que podemos ouvir hoje em dia: não beber muito, manter um peso corporal médio (nem muito gordo, nem muito magro) e, sobretudo por causa do efeito no esperma dos homens, fazer nem muito nem pouco sexo.

Seriam então as poções de animais mais uma apelação às forças mágicas do que ao poder da medicina?

"É uma área bastante cinza. Mas ainda que a lógica que fundamenta essas recomendações pareça mágica para um público moderno, eles teriam considerado o aspecto medicinal", diz Rider.

"Elas aparecem nos livros junto aos remédios de ervas, que são baseados em conhecimentos científicos medievais sobre a teoria dos quatro humores", acrescenta.

Essa teoria à qual a professora se refere afirma que o corpo humano é composto de quatro substâncias básicas chamadas de humores, cujo equilíbrio indica o estado de saúde da pessoa.

"A ideia é que os remédios de ervas ajudam a manter o corpo são e, portanto, em um estado melhor para se reproduzir", diz a pesquisadora.

Infelizmente, não há registro de que alguma dessas práticas tenha surtido o efeito desejado.

"É muito decepcionante. Os textos dizem 'faça isto ou aquilo' e parecem muito convencidos de que, se alguém quer engravidar, eles funcionam, mas nunca dão exemplos dos resultados", diz Rider.

"Muito raramente dizem se ajudaram muitas pessoas, mas também notam que a infertilidade é muito difícil de tratar."

BBC Brasil

O kit simples feito com camisinha que pode salvar mulheres após o parto

Como uma camisinha, um cateter e uma seringa podem reduzir a mortalidade materna?


Uma mulher morre a cada dois minutos no mundo durante a gravidez ou o parto. A hemorragia é a maior causa das mortes.

A solução geralmente está no uso do chamado cateter balão de tamponamento uterino (UBT na sigla inglesa) , usado para o controle ou redução temporária da hemorragia pós-parto.

Este aparelho, entretanto, pode custar mais de R$ 1,3 mil, o que o torna inviável em países mais pobres. Mas uma nova versão mais barata, que usa camisinhas, custa menos de R$ 16.

Anne Mulinge trabalha como parteira na capital do Quênia, Nairóbi.

"Colocamos o cateter dentro da camisinha. Então, precisamos amarrá-la", explica.

"Vamos supor que isso seja o útero. Você pode colocá-la ali usando seus dedos."

"Essa é a solução salina. Veja como a camisinha infla o que acaba causando muita pressão dentro do útero para impedir os sangramentos", acrescenta.

As parteiras estão sendo treinadas para usar o kit em toda a África.

No início do ano passado, Mulinge teve pouco tempo para salvar a vida de uma mãe. Minutos depois de a placenta ter sido removida, ela começou a sangrar sem parar. Mulinge pegou o kit e o colocou em uso. Em 5 minutos, o fluxo de sangue cessou.

"A mãe deixou o hospital passando bem, com o bebê. Ela está muito feliz", diz Mulinge. Até agora, testes mostraram que o kit tem uma alta taxa de sucesso.

BBC Brasil

A Amazon trabalha secretamente em tecnologia de saúde disruptiva

A Amazon conta com uma equipe secreta chamada 1492 que está voltada para a realização de projetos para os cuidados de saúde digital através de plataformas de dados de registros médicos eletrônicos, telemedicina e aplicativos de saúde, de acordo com a CNBC

Segundo o relatório, a equipe está contratando posições que podem ser pesquisadas na Amazon utilizando a palavra-chave “a1.492”. O portal de trabalho da Amazon declara que as posições são para “Projetos Especiais”. A equipe também está trabalhando em aplicativos de saúde para dispositivos Amazon, como Echo e Dash.

Não é a primeira vez, neste ano que os relatórios sugerem que a Amazon está dobrando seus reforços para a concepção de ferramentas para os cuidados de saúde.

Duas lideranças de iniciativa estratégica, Kristen Helton e Cameron Charles listaram sua afiliação com o projeto a1.492 no LinkedIn, juntamente com especialistas em aprendizado de máquinas e um designer UX.

As referências à equipe foram removidas dos sites de trabalho e perfis do LinkedIn depois que a CNBC informou sobre eles.

Em maio, a Amazon avançou para entrar no mercado farmacêutico e mais recentemente investiu em uma empresa chamada Grial que está trabalhando para detectar sinais iniciais de câncer no sangue.

Os avanços propostos pela Amazon para a inovação em saúde, permeiam a necessidade de mais investimentos tecnológicos no setor de saúde.

Saúde Business

Apojadura: mães aprendem a lidar com a descida do leite

apojadura materiaQuem vê a mulher amamentando tranquilamente seu bebê não imagina que oferecer o seio ao filho pode causar certos desconfortos, que geram dor e ansiedade

A apojadura, que é o preparo da mama para o início da produção do leite, é um desses desconfortos e nem sempre é fácil. Ela geralmente acontece até cinco dias após o parto. “Neste período, as mamas ficam maiores e bem cheias e algumas vezes quentes. É normal haver um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas, que é suficiente para o bebê ficar satisfeito”, esclarece Maíra Domingues Bernardes Silva, enfermeira pediátrica do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

Esse primeiro leite que sai, pós apojadura, é chamado de colostro e tem o papel principal de proteção do recém-nascido, pois contêm vários anticorpos, sendo conhecido como a primeira vacina. Essas características permanecem até o 7º dia pós-parto. “Já no quarto, a equipe de saúde pode ajudar a mãe a interpretar os sinais de fome do bebê (colocar as mãos na boca, abrir a boca em busca da mama, fazer movimentos de sucção e o choro), e se ele mostrar interesse em mamar, a equipe de saúde deve auxiliar a mãe a adotar uma posição confortável, para que o bebê possa fazer uma pega eficaz.

São nessas primeiras 24-48 horas que a mãe pode ter algumas dificuldades em colocar o bebê para mamar, por isso é importante a ajuda da equipe de saúde nesse momento”, completou Maíra Domingues. Maíra enfatiza que é bastante comum confundir a apojadura com outros problemas que podem ocorrer nos seios da mãe, como o ingurgitamento mamário, que surge quando a pega do bebê está errada e ele não consegue sugar todo o leite. Esta retenção de leite na mama gera o que conhecemos como leite “empedrado”.

“É importante frisar que quanto mais o bebê sugar, maior o estímulo na produção e mais rápida e com maior volume será a descida do leite. Por isso, é indicado não levar para a maternidade chupetas, mamadeiras e/ou bicos de silicone, pois todos esses acessórios podem prejudicar o início, o sucesso e a duração da amamentação”, alerta Maíra Domingues.

“Caso as mamas estejam muito cheias, a mãe pode realizar massagens com a mão espalmada em movimentos circulares, ao redor do mamilo (na aréola), realizando em seguida uma pequena ordenha da aréola para que esta fique bem macia, o que facilita a pega para o bebê”, aconselhou a profissional. Vale destacar que esta massagem tem objetivo de deixar apenas a aréola mais macia para que o bebê possa abocanhar melhor, diferente do objetivo da massagem durante um ingurgitamento mamário.

Em caso de dúvidas, procure os profissionais de saúde no Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa ou entre em contato com o SOS Amamentação pelo telefone 0800-026-8877.

Fonte: Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)