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domingo, 14 de dezembro de 2014

Falar duas línguas atrasa o Alzheimer

Uma série de estudos vem comprovando que o domínio de mais de um idioma ajuda a combater a doença. O mais recente deles mostra que pessoas bilíngues diagnosticadas com a doença levaram quase cinco anos a mais para sofrer com os sintomas
 
Aprender um novo idioma abre inúmeras oportunidades: ler livros no original, conhecer outros países com desenvoltura, ganhar pontos no currículo… Mas há um benefício que, talvez, supere todos os outros: ser bilíngue atrasa em mais de quatro anos os sintomas de demências, incluindo o Alzheimer, em pacientes que sofrem desse mal. Pesquisas têm demonstrado o potencial que o aprendizado de uma linguagem traz para a cognição e a memória. A mais recente, realizada na Bélgica, corroborou essa teoria.

Uma equipe de psicólogos e neurologistas da Universidade de Ghent analisou o histórico médico de 134 pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer, sendo que 65 delas eram bilíngues. Entre as que falavam apenas um idioma, a demência se manifestou, em média, aos 71,5 anos. No segundo grupo, os primeiros sinais do problema surgiram aos 76,1 anos. Essa diferença também apareceu na idade em que os indivíduos receberam o diagnóstico oficial: 72,5 contra 77,3 anos.

“O bilinguismo foi a única variável que demonstrou um efeito no atraso da manifestação dos sintomas. Diferentemente de outros estudos, no nosso, alguns fatores, como estresse associado à profissão e privação de sono, não tiveram peso significativo”, esclarece a psicóloga Evy Woumans, principal autora de um artigo sobre a pesquisa, publicado no jornal Bilingualism: language and cognition. “O que esses novos estudos estão indicando é que falar mais de um idioma atua como elemento de proteção da mente, em termos de declínio da cognição e da memória”, afirma.

Densidade Segundo Andrea Chiang, pesquisador de psicologia da linguagem da Universidade Quest, no Canadá, numerosos estudos descobriram que uma das melhores formas de adiar a deterioração da mente é mantê-la em atividade, seja jogando sudoku, fazendo palavras cruzadas ou lendo livros. Para ele, não há tanta diferença entre se empenhar nessas atividades ou entrar para um curso de idiomas. “O cérebro é um músculo que precisa se exercitar, como qualquer outro. Todas as atividades mentais estimulam o cérebro e constroem uma espécie de reserva cognitiva, mesmo quando o declínio físico já está aí”, afirma ele.

Evy Woumans, no entanto, sustenta que há bons motivos para acreditar que a aprendizagem de um idioma pode ser mais eficaz que outras estratégias de “malhação mental”. “Estudos de imagem já mostraram que quem fala duas línguas apresenta maior densidade de matéria cinzenta e branca no cérebro, comparado a pessoas da mesma idade que só falam o idioma materno. Esses estudos fornecem uma base neural para uma potencial vantagem do bilinguismo na reserva cerebral, à medida que o declínio cognitivo é associado à diminuição da integridade da matéria branca e à redução no volume de massa cinzenta”, afirma. De acordo com ela, uma nova linha de pesquisa, ainda muito recente para produzir resultados certeiros, tem indicado que o aprendizado de uma segunda língua, inclusive, traz um incremento para a plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade que o órgão tem de se adaptar e se renovar.

O linguista e professor de literatura inglesa Hans Bak, da Universidade de Nijmegen, na Holanda, publicou há alguns anos um estudo que, assim como o dos colegas belgas, indicou que o bilinguismo retarda os sintomas do Alzheimer. Na pesquisa, ele constatou que tanto essa forma de demência quanto outro tipo de declínio cognitivo podem ser atenuados pelo fato de se falar duas línguas ou mais. “Esse conhecimento de idiomas teve o efeito mais dramático em pessoas diagnosticadas com demência do lobo frontotemporal, que compromete a memória e o comportamento de uma forma progressiva e muito séria”, diz. Saber mais de uma língua atrasou em até seis anos os sinais do problema. “É importante destacar que não é o número de idiomas que conta. Você pode falar quatro ou duas línguas, o efeito é o mesmo”, diz.

Projeções
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 35,6 milhões de pessoas no mundo sofram de demência, com 7,7 milhões de novos casos anualmente. Como, na Índia, o problema aparentemente será maior, com 10 milhões de pacientes em 2100, segundo projeções, o Departamento Indiano de Ciência e Tecnologia financiou um grande estudo para detectar fatores de proteção da mente. O bilinguismo foi o principal, contou Suvarna Alladi, neurologista do Instituto Nizam de Ciências Médicas em Hyderabad, na Índia.

Por meio da assessoria de imprensa do jornal Neurology, no qual publicou o resultado de uma pesquisa sobre esse tema, a médica relatou que, em seu país, a demência ocupa o posto de um dos mais sérios problemas de saúde pública. “Como muitas pessoas lá podem falar fluentemente dois ou mais idiomas em seu dia a dia, nos traz certo alívio saber que temos esse fator de proteção. Fizemos, então, um estudo para verificar se idiomas com raízes muito distintas da língua materna trazem maior benefício para a mente. Percebemos que, sim, quanto mais distintos esses idiomas, maior o potencial de poupar o cérebro de declínios futuros”, diz.

Para Hans Bak, contudo, esse não é um fator tão relevante. “Já vi alguns pesquisadores argumentarem isso, mas não vejo essa importância toda na questão da distância linguística. Temos de aguardar mais estudos a respeito para chegar a uma conclusão mais contundente”, afirma. O linguista conta que outra curiosidade dos cientistas diz respeito à idade que se começam os estudos. “Há um interesse em saber se as habilidades cognitivas podem ser retidas de forma similares se a pessoa aprende o segundo idioma apenas na segunda metade da vida. Ainda não temos estudos sobre o tópico, mas meu palpite é de que o benefício para a mente é igual, não importa quando se começou a estudar o idioma”, diz.

Nova técnica de detecção
Mudanças nas conexões cerebrais visíveis no exame de ressonância magnética funcional podem representar um biomarcador de imagem da doença de Alzheimer, segundo estudo apresentado na semana passada no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte. Embora não exista cura para o problema, acredita-se que tratamentos preventivos podem ser efetivos antes de o paciente ser diagnosticado.

Até agora, os esforços de detecção precoce têm se focado no nível de beta-amiloide circulante no organismo. Essa proteína aparece em quantidades anormais em pessoas com Alzheimer e pode ser encontrada no líquido cefalorraquidiano, substância que circula no cérebro e na medula espinhal. Mas o novo estudo se debruçou sobre a estrutura das conexões de neurônios na massa branca do cérebro.
 
A equipe de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, analisou 102 pacientes que participam de um estudo nacional chamado Iniciativa de Neuroimagem da Doença de Alzheimer. Essas pessoas se submeteram ao exame de imagem de difusão, um tipo de ressonância que verifica a integridade da matéria branca do cérebro, ao medir a facilidade de a água se mover pelos sulcos existentes nela. “Sabe-se que a água prefere se mover por regiões bem definidas no cérebro, o que faz desse exame uma ferramenta excedente para avaliar a estrutura da matéria branca”, disse, em um comunicado, Jeffrey W. Prescott, radiologista de Duke.

Os pesquisadores correlacionaram mudanças na estrutura da matéria branca com os resultados obtidos pelo exame do PET scan, técnica que mede a quantidade de placas beta-amiloides no cérebro. Constatou-se que quanto maior o acúmulo da proteína, mais fraca é a conexão estrutural nas cinco áreas pesquisadas. Ou seja, o novo exame mostrou-se eficaz para detectar a presença do Alzheimer.
 
“Tradicionalmente, acredita-se que a doença produza os efeitos cognitivos adversos por danificar a massa cinzenta, onde a maior parte das células nervosas está concentrada”, diz Prescott. “Mas esse estudo sugere que o depósito amiloide na matéria cinzenta está associado a problemas nas conexões que ocorrem na matéria branca, essencial para conduzir mensagens por meio de bilhões de células nervosas”, acrescenta .
 
Saúde Plena

Gestantes são vítimas de abusos de patrões durante gravidez ou depois da licença

Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Depois de engravidar pela segunda vez, Raquel Corrêa ouviu que seu
perfil não era ‘interessante’ para a empresa
À margem da Constituição, casos vão de transferência para unidades mais distantes de casa à assédio moral
 
Rio - Trivial entre mulheres grávidas, a urgência em ir seguidas vezes ao banheiro virou motivo de advertências para a mineira Nayara Silva. Operadora de telemarketing, ela não tinha autorização para se ausentar da mesa por mais de cinco minutos ao longo do dia. Impossibilitada de cumprir a regra, virou alvo de repreensões frequentes dos supervisores. Meses mais tarde, no retorno da licença-maternidade, os abusos continuaram. Findo o período de, pelo menos, quatro meses em casa garantido por lei, soube que o seu nome havia deixado de constar no sistema eletrônico de controle de ponto. Ainda que assinasse diariamente uma folha de controle em papel, faltas eram computadas e descontadas do seu salário, segundo relata.
 
— Mudaram o meu horário e não me davam o tempo para amamentar a que eu tinha direito. Comecei a ter pânico de trabalhar, iniciei um tratamento com antidepressivos. Chegava em casa sem condições físicas ou psicológicas de cuidar do meu filho. Quando conversei com supervisores, a situação se agravou — relembra a jovem, de 23 anos, moradora de Juiz de Fora (MG).
 
Nayara procurou assistência jurídica e, quando seu filho completou seis meses, obteve pedido de rescisão indireta, dispositivo previsto na legislação trabalhista para romper o vínculo empregatício. Com o filho beirando os 2 anos, a jovem ainda está em busca de emprego, mas diz ter receio de voltar a trabalhar.
 
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O relato de Nayara ressoa no discurso de Raquel, Carla, Dilssa e outras tantas mulheres cuja saída do trabalho teve relação com a maternidade. Segundo especialistas, ainda que a Constituição vete a dispensa de gestantes sem justa causa, frequentemente elas são vítimas de abusos dos empregadores durante a gravidez ou depois da licença.
 
— Esses casos são muito comuns. Há situações em que as mulheres são transferidas para unidades mais distantes de casa ou sofrem outros tipos de retaliações por estarem grávidas. A legislação protege as gestantes, mas, muitas vezes, elas acabam pedindo demissão porque há uma política indireta de perseguição — afirma a procuradora do Trabalho Lisyane Chaves Motta, coordenadora nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do Ministério Público do Trabalho (MPT).

‘Tratamento diferenciado’
A descrição coincide com a história da produtora Raquel Corrêa. Ela estava no terceiro mês de gestação quando o chefe disparou aos gritos, na frente de um cliente: “Que merda, garota. Você não para de ferrar tudo”. Segundo a jovem de 28 anos, a hostilidade passou a ser do feitio do empregador, de uma produtora de TV carioca, depois que anunciou a gravidez. Era a segunda gestação em um curto período de tempo: seu primeiro bebê morreu 15 dias após nascer, e ela tirou a licença.
 
— Comecei a receber um tratamento diferenciado. Falavam que eu não tinha foco e resolveram colocar outra funcionária no cargo que eu ocupava. Perguntei por que estavam me tratando daquela forma, e acabaram dizendo que já imaginavam que de repente eu não ia querer voltar da licença ou que logo teria mais filhos. Falaram que esse perfil não era interessante para eles — conta ela, grávida de cinco meses, acrescentando ainda que, depois do episódio, decidiu deixar a produtora.

Fila para engravidar
A percepção de que funcionárias gestantes criam inconveniências levou a gerente de outra empresa operadora de telemarketing em Juiz de Fora a criar uma espécie de escala para as trabalhadoras engravidarem. Quem já tinha filho ia para o final da “fila”, e as que não fossem casadas legalmente estavam excluídas da lista. Ainda segundo as regras, estabelecidas por e-mail, as “elegíveis” para engravidar deveriam comunicar à companhia com antecedência de seis meses. A prática levou Carla Borelli, ex-analista de treinamento, a mover uma ação na Justiça. Em setembro, decisão do Tribunal Superior do Trabalho condenou a empresa onde Carla trabalhava, a Brasil Center Comunicações, a indenizá-la em R$ 50 mil.
 
— Era uma situação constrangedora, uma invasão na vida privada das pessoas. E percebia que, quando alguém engravidava, a gerente não gostava. Vi uma colega trabalhar horas seguidas de pé com uma barriga enorme — afirma Carla, hoje mãe de três meninos.
 
Seu advogado na ação, Nélio Gouvêa, do escritório Dorival Cirne, diz que o assédio moral é a tática mais comum de empregadores que não desejam manter no emprego mulheres grávidas ou mães. Ele dá mais exemplos de abusos cometidos:
 
— No caso das que trabalham com comissões, uma das prática mais correntes é tirar ferramentas de trabalho. Os chefes deixam de passar informações necessárias para os negócios, e elas não conseguem manter o salário.
 
Foi o que aconteceu com a consultora comercial Evellyn Luz, de Sumaré (SP), de 29 anos. Ela estava em experiência numa empresa de logística quando descobriu a gravidez. A partir daí, diz, chefes passaram a negar sugestões de negócios pelos quais recebia comissões:
 
— Rejeitavam todas as propostas que eu mandava. Fiquei vagando, não sabia o que fazer. No último dia do meu período de experiência, às 18h, me mandaram embora. Parei de trabalhar. Só voltaria se fosse para uma empresa que desse mais atenção à maternidade.
 
Embora muitas vezes descumprida, a legislação trabalhista obriga que estabelecimentos onde trabalham ao menos trinta mulheres tenham creches ou paguem um auxílio-creche. Este ano, o MPT iniciou ações para alertar empresas sobre a regra. No Paraná, entrou com ações para que shoppings, que concentram grande número de trabalhadoras, forneçam local apropriado. E, numa medida pedagógica, a Coordigualdade enviou ofício a todas as procuradorias regionais orientando que entrem com representação junto a estabelecimentos para que se adequem à lei.
 
Nos EUA, caso mobiliza debate 
A discussão sobre a relação entre empresas e gestantes ganhou força nos Estados Unidos este mês, com o início do julgamento de um caso envolvendo a gigante de logística UPS na Suprema Corte americana. O processo foi movido por Peggy Young, uma ex-motorista da companhia. Ao ficar grávida, ela foi instruída por seu médico a não levantar mais do que cerca de dez quilos durante a gestação.
 
Apesar de prever serviços leves para empregados feridos no trabalho, portadores de deficiência e outros com problemas de saúde, o regulamento da empresa não tratava de casos de gravidez, e a companhia se recusou a aceitar a recomendação médica. Ela, então, entrou em licença sem vencimento e processou a UPS, alegando discriminação e danos financeiros.
 
A argumentação da UPS prevaleceu nas instâncias inferiores, e o caso chegou à Suprema Corte, que, em 3 de dezembro, ouviu os argumentos da defesa de Peggy. Mesmo com perspectivas diferentes, grupos em defesa da mulher a favor e contra o aborto estão unidos em favor da ex-motorista. A sentença final ainda não saiu.
 
O Globo

Maioria de mulheres com câncer de mama faz radioterapia em excesso

A grande maioria das mulheres submetida nos Estados Unidos à retirada de um tumor para preservar a mama recebeu radioterapia de seis a sete semanas
 
Washington- Dois terços das mulheres com câncer precoce de mama são tratadas com radioterapia por mais tempo que o necessário, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (10/12) em um jornal especializado em medicina nos Estados Unidos.

A grande maioria das mulheres submetida nos Estados Unidos à retirada de um tumor para preservar a mama recebeu radioterapia de seis a sete semanas, segundo o Jornal da Associação Médica Americana (JAMA). Mas testes clínicos e recomendações de várias associações médicas dos Estados Unidos indicam que três semanas bastam, usando a técnica denominada radioterapia hipofracionada.

O procedimento consiste em administrar doses mais elevadas de radiação por sessão durante duas vezes menos tempo. Este tratamento é eficaz para tratar o câncer de mama, além de ser mais prático e barato.

"A radioterapia hipofracionada não costuma ser usada em mulheres com câncer precoce de mama, mesmo sendo de melhor qualidade e mais barato", explicou Justin Bekelman, professor de radiologia de câncer e principal autor do estudo.
 
"Clinicamente, isto equivale a uma radioterapia mais longa para um câncer de mama com efeitos colaterais similares", destacou. A radioterapia diária entre cinco e sete semanas para mulheres operadas de um tumor em estágio inicial foi o tratamento privilegiado durante décadas nos Estados Unidos.

Os autores determinaram que, em 2013, 34,5% das mulheres com mais de 50 anos receberam radioterapias hipofracionadas contra 10,8% em 2008. Mas entre as mulheres jovens e aquelas com tumores mais avançados, só 21,1% se beneficiaram deste tratamento no ano passado. Os cientistas determinaram que este tipo de radioterapia reduz os custos totais dos cuidados com seguro de saúde.

Correio Braziliense

Homens com muita testosterona preferem pratos picantes, aponta estudo

Um total de 114 homens de 18 a 44 anos que vivem no sudeste da França participaram do estudo, no qual provaram vários alimentos
 
Os homens com um nível alto de testosterona preferem os pratos picantes, segundo um estudo francês que será publicado na revista "Physiology and Behavior". Um total de 114 homens de 18 a 44 anos que vivem em Grenoble (sudeste da França) participaram do estudo chamado "Some like it hot", no qual provaram vários alimentos.

Depois de testar seu nível de testosterona, os participantes precisaram classificar de 1 a 4 vários alimentos picantes e salgados. Depois receberam um prato de purê com 50 doses de molho picante Tabasco e 80 doses de sal. Os participantes, que podiam temperar livremente seu prato, tinham que indicar se ele estava salgado, picante, farinhento, cremoso, etc.
 
Os resultados demonstraram uma correlação entre o nível de testosterona dos participantes e o número de doses de pimenta que colocavam no prato.
 
"Estes resultados corroboram outros estudos, que demonstram a relação entre a tomada de riscos financeiros, sexuais e de comportamento e a testosterona. Neste caso, a relação se aplica à tomada de riscos gustativos", explicou Laurent Bègue, um dos autores da pesquisa e professor de psicologia social da universidade Pierre-Mendès-France de Grenoble.

A testosterona, alvo de mais de 85.000 estudos, foi descrita pelo professor americano James Dabbs como o hormônio "dos heróis, dos vilões e dos amantes". Segundo Laurent Bègue, este hormônio incita a se relacionar com "grupos sociais mais estimulantes e, consequentemente, a assumir mais riscos em domínios diferentes".
 
"Também é possível que o consumo regular de alimentos picantes contribua para aumentar o nível de testosterona, embora até agora isso só tenha sido demonstrado em roedores", afirmou o pesquisador.
 
Correio Braziliense

Correr ou andar: qual é melhor?

Um estudo americano concluiu que corredores com 60 a 70 anos são mais eficientes em caminhar que idosos da mesma idade que só caminham
 
A capacidade de andar tende a diminuir com a idade. Para testar se a caminhada ou a corrida podia retardar este declínio em idosos, pesquisadores da Universidade do Colorado (em Boulder, EUA) e da Universidade Estadual de Humboldt (na Califórnia, EUA) analisaram a biomecânica e o nível de oxigênio em corredores e caminhantes de 60 a 70 anos de idade.
 
Os corredores se saíram caminhantes mais eficientes do que os próprios caminhantes. Eles precisavam de menos energia para se mover ao mesmo ritmo que os caminhantes.
 
Na verdade, quando os pesquisadores compararam a eficiência da caminhada dos corredores mais velhos com a eficiência de jovens, que tinham sido medidos em experiências anteriores no mesmo laboratório, descobriram que os corredores de 70 anos de idade tinham aproximadamente a mesma eficiência que o típico estudante universitário sedentário.
 
Caminhantes mais velhos, por outro lado, tinham aproximadamente a mesma habilidade que pessoas da mesma idade que eram sedentárias. Ou seja, andar não impediu que as pessoas perdessem sua capacidade de andar com facilidade na terceira idade, apenas correr.
 
Porém, a biomecânica de corredores era quase idêntica aos dos caminhantes, sugerindo que a eficiência do movimento dos corredores pode ser rastreada a um nível celular, ou à coordenação entre os músculos.
 
“Seja qual for a razão, a corrida definitivamente mitigou o declínio de outra forma substancial no andar que parece ocorrer com a idade”, disse Justus Ortega, da Universidade de Humboldt, que liderou o estudo.
 
Vale notar que os cientistas ainda não sabem com precisão quais são os efeitos potencialmente prejudiciais de exercícios fortes de resistência – alguns estudos sugerem que eles podem dar origem a problemas cardíacos. Moderação é a chave.
 
io9 /  Hypescience

Depressão pode começar nos primeiros anos de vida, mas nem sempre é tratada

A doença pode começar em pessoas jovens e nem sempre
 recebe tratamento médico
Dados divulgados pelo IBGE indicam que mais de 11 milhões de brasileiros têm depressão
 
A publicitária Bárbara Lopes* apresentou os primeiros sinais de depressão aos 19 anos. Na época, começou a se isolar, faltava às aulas na faculdade e dormia durante grande parte do tempo.
 
— Tinha dia em que eu não queria sequer tomar banho. Minhas amigas me chamavam para sair, mas eu não queria. Eu dizia que estava triste, mas para mim não era depressão. Era só tristeza.
 
Especialista ouvida pela Agência Brasil diz que é uma doença que pode começar em pessoas jovens e nem sempre recebe tratamento médico.
 
Mais de 15 anos depois e uma lista extensa de psiquiatras e psicólogos visitados, a publicitária atualmente é casada, tem um bebê e atua na área em que se formou, mas ainda luta contra a doença.
 
— As pessoas ficam sempre perguntando o que a gente tem. Aqueles que se julgam normais perguntam por que eu estou triste se tenho tudo que preciso, se tudo está certo, se sou bonita e inteligente.
 
Bárbara toma o mesmo medicamento há sete anos. Mesmo sendo acompanhada por profissionais, a depressão precisa ser combatida diariamente.
 
— Outro dia, deixei meu bebê cair da cama. Além de me sentir culpada, comecei a pensar que nada para mim funcionava, que tudo para mim dava errado, que eu era a pior mãe do mundo.
 
Para a publicitária, a combinação entre medicamento e terapia traz qualidade de vida para quem sofre com a doença.
 
— O remédio libera aquilo que está faltando no seu organismo. É como se fosse uma orquestra que precisa do maestro. Quando ele está ali, a música sai direito. Quando não tem o maestro, não tem música.
 
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana, indicam que mais de 11 milhões de brasileiros têm depressão. O número corresponde a 7,6% das pessoas com 18 anos ou mais. Ainda segundo o instituto, desse total, apenas 46,6% dos pacientes tiveram assistência médica nos 12 meses anteriores à pesquisa.
 
De acordo com a psiquiatra e psicoterapeuta Fatima Vasconcelos, o Brasil é um dos países latino-americanos com índices mais altos quando o assunto é depressão. Apesar de ser tida por muitos como uma doença que atinge os mais velhos, a depressão, segundo ela, começa cedo – 9% dos casos ocorrem entre 18 e 25 anos; 7,5% entre 26 e 49 anos; e 5,5% acima dos 50 anos.
 
— Quanto mais precoce é a doença, mais grave pode vir a ser no futuro e mais danos ela vai provocar na vida do indivíduo. A depressão é uma doença crônica e o mais comum não é ter só uma única crise na vida. O risco de ter uma segunda crise é 50% maior após a primeira. E, para quem tem dois episódios, a chance é 70% maior.
 
Ainda de acordo com a especialista, a estimativa é de que seis em cada dez pacientes não procuram ou não encontram tratamento para a doença – sobretudo em razão do preconceito. Ela destaca que uma pessoa com depressão sofre com alterações do humor e, por mais que queria estar bem, vê o mundo de forma negativa e precisa de ajuda para enfrentar isso.
 
— Uma pessoa que está deprimida, às vezes, nem percebe que está triste. Mas, quando vai para o trabalho, rende menos do que rendia. Tem dificuldade de memória, concentração e sente uma insegurança muito grande. Ela passa a desconfiar de sua própria capacidade. Por isso, é muito importante que as pessoas saibam que a depressão é uma doença do cérebro que tem que ser reconhecida e tratada.

R7

Mais da metade dos casos de cegueira infantil poderiam ser evitados ou revertidos

A recomendação é a de que, se nada for detectado,
 o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses
Segundo a OMS, aproximadamente 1.4 milhões de crianças perderam a visão em todo mundo  
 
Mais da metade dos casos de cegueira em crianças no mundo poderia ser curado ou revertido.
 
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há aproximadamente 1,4 milhão de crianças que sofrem com a condição, o que poderia ser revertido e cortado pela metade se os cuidados com a saúde ocular começassem logo na maternidade.
 
De acordo com o presidente da ABCCR (Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa), Carlos Gabriel de Figueiredo, vários exames no bebê realizados na maternidade ― como o Teste do Olhinho ― são capazes de diagnosticar doenças que exigem tratamento imediato, como o retinoblastoma — tumor na retina — e a catarata congênita, tratáveis com cirurgia.  
 
― O exame [Teste do Olhinho] é feito com o oftalmoscópio, aparelho que emite um feixe de luz de baixa intensidade nas pupilas dos recém-nascidos. Caso algum dos olhos não apresente reflexo ou apresente em tons que não sejam avermelhados, como o visto em fotos, é sinal de anormalidade.
 
A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses para verificar sinais de má formação ocular ou estrabismo. Segundo o especialista, a partir desse momento, as consultas devem ser anuais.
 
De acordo com o diretor da ABCCR, Daniel Montenegro o desenvolvimento da função visual ocorre de forma gradativa, até os 12 anos de idade. Nesse meio tempo, qualquer condição que implique na perda parcial ou total da capacidade de enxergar pode causar ambliopia, quadro caracterizado pelo déficit nos processos de formação da imagem na retina e na sua transmissão para o cérebro. 

― Mesmo que não evolua para cegueira, se a ambliopia não for detectada e tratada a tempo, o indivíduo desenvolverá problemas visuais permanentes. O tratamento de qualquer questão relacionada à saúde ocular deve ser iniciada o mais cedo possível. Para tanto, é fundamental que familiares e educadores estejam atentos a sinais como o franzir da testa para visualizar objetos, lacrimejamento, coceira, dor de cabeça e dificuldade em fazer as tarefas propostas na escola.

R7