Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



sábado, 7 de dezembro de 2013

O que são aftas e lesões bucais?

Aftas
Inchaços, manchas ou feridas na boca, lábios ou língua merecem atenção
 
O que são aftas e lesões bucais?
 

São inchaços, manchas ou feridas em sua boca, nos lábios ou na língua. Há vários tipos de feridas e de enfermidades bucais. As mais comuns são as aftas, o herpes simples, a leucoplasia (placa branca) e a candidíase (sapinho). Estes problemas serão abordados abaixo.

Se encontrar uma ferida em sua boca, não se preocupe. Cerca de um terço de toda a população sofre ou sofrerá com isso em algum momento da vida. Contudo, as irritações e inflamações bucais podem ser muito dolorosas e interferir na fala e na mastigação.

Qualquer ferida que persista durante uma semana ou mais deve ser examinada pelo seu dentista. Às vezes, é recomendável que se faça uma biópsia (retirada de tecido para ser examinado) para que se possa detectar a causa da ferida, e para que se possa eliminar a possibilidade de doenças sérias como o câncer e AIDS.
 
Aftas: são inflamações pequenas e brancas cercadas por uma área avermelhada. As aftas não são contagiosas, mas muitas vezes são confundidas com herpes, causado por um vírus contagioso. As aftas ocorrem dentro da boca, principalmente em mucosa, enquanto o herpes aparece no lado de fora da boca, por exemplo, no canto dos lábios. As aftas podem sumir e reaparecer.

Podem também ser pequenas ou grandes e aparecer agrupadas ou isoladas. As aftas são comuns e recorrentes. Embora sua causa seja incerta, alguns especialistas acreditam que estão ligadas a problemas do sistema imunológico, a bactérias ou a vírus. Fatores tais como o estresse, trauma, alergias, cigarro, deficiências de ferro ou vitaminas e tendências genéticas também tornam a pessoa mais susceptível às aftas.

Como saber se tenho uma ferida ou uma lesão bucal?
Os seguintes sinais podem indicar a existência de uma ferida ou lesão bucal:

O herpes simples ou herpes labial se apresenta em grupos de bolhas dolorosas que aparecem ao redor dos lábios e, às vezes, debaixo do nariz e ao redor do queixo. Essas bolhas são causadas por um tipo de vírus e são altamente contagiosas.

A primeira infecção muitas vezes aparece em crianças, às vezes até sem sintomas e pode ser confundida com um resfriado ou uma gripe. Uma vez que a pessoa é infectada, o vírus permanece no corpo, causando, de tempos em tempos, ataques recorrentes. Em algumas pessoas, porém, o vírus permanece inativo.

A leucoplasia tem uma aparência esbranquiçada e pode aparecer no lado interno da bochecha, na gengiva ou na língua. Muitas vezes é associada ao fumo, ao uso de tabaco de mascar, embora outras causas incluam também dentaduras mal ajustadas, dentes quebrados e mordidas na bochecha.

Se considerarmos que mais ou menos 5% dos casos de leucoplasia se tornam câncer*, é possível que seu dentista recomende uma biópsia. A leucoplasia muitas vezes desaparece quando se abandona o tabaco.

A candidíase (ou sapinho) é uma infecção fúngica causada por cândida albicans. Pode ser reconhecida por sua cor branca, amarelada ou avermelhada nas superfícies úmidas da boca. Os tecidos situados sob a mancha podem ficar muito doloridos.

A candidíase é comum em pessoas que usam dentaduras, em recém nascidos, em pessoas debilitadas por alguma doença e cujo sistema imunológico não funcione de maneira adequada. Também são susceptíveis pessoas que se queixam de boca seca que acabaram de fazer, ou estão fazendo, tratamentos com antibióticos. Adote uma dieta equilibrada, com pouco açúcar e pouco amido.

Coma os alimentos com açúcar e amido durante as refeições e não como "lanchinhos", para minimizar o número de vezes que seus dentes estão expostos ao ácido.
 
Como tratar irritações/lesões bucais?
O tratamento varia de acordo com o tipo de problema. Para os tipos mais comuns, descritos acima, os tratamentos são os seguintes:

Aftas: quase sempre desaparecem depois de 7 a 10 dias, e as erupções recorrentes são as mais comuns. Para um alívio temporário, pode se aplicar pomadas analgésicas. A lavagem com enxagüantes antisépticos pode ajudar a reduzir a irritação. Às vezes, prescreve-se antibióticos para reduzir uma infeção secundária.

Herpes simples: as bolhas geralmente desaparecem em uma semana. Como não existe cura para as infecções herpéticas, as bolhas podem reaparecer em momentos de instabilidade emocional, exposição ao sol, alergias ou febre. Anestésicos tópicos podem proporcionar um alívio temporário. Os medicamentos antivirais, vendidos com receita médica, podem reduzir este tipo de infecção. Consulte seu médico ou dentista.

Leucoplasia: o tratamento começa com a remoção dos fatores que causam as lesões. Para alguns pacientes isto significa deixar de usar tabaco. Para outros, significa remover as dentaduras mal ajustadas e substitui-las por dentaduras apropriadas. Seu dentista fará o acompanhamento do tratamento, com exames em intervalos de três a seis meses, dependendo do tipo, local e tamanho da lesão.
 
O tratamento da candidíase consiste em controlar as condições que causam o seu aparecimento.

É importante limpar as dentaduras para evitar os problemas causados por elas. Remover as dentaduras antes de dormir também pode ajudar.

Se a causa for um antibiótico ou um anticoncepcional oral, a redução da dose ou a mudança do tratamento podem ajudar.

Produtos que substituem a saliva deixam a boca mais úmida. Medicamentos contra fungos podem ser usados quando a causa principal é inevitável ou incurável. Em todos os casos, a boa higiene bucal é essencial.

* The Complete Guide to Better Dental Care, Jeffrey F. Taintor, D.D.S., M.S., and Mary Jane Taintor, 1997.  
 
Artigo fornecido pela Colgate-Palmolive. Copyright 2013 Colgate-Palmolive.
 
Minha Vida   

O que esperar da cirurgia de reconstrução da mama?

Ela restaura a forma, aparência e tamanho da mama, mas pode deixar cicatrizes
 
Por Dr. Wagner Montenegro
 
Os seios têm uma representação simbólica muito forte para a mulher, pois eles têm relação direta com a feminilidade, autoestima, sexualidade e maternidade, fatores intimamente presentes no universo feminino. Uma mastectomia - cirurgia para a retirada total ou parcial da mama para tratar a paciente com câncer de mama - pode afetar psicológica e emocionalmente a vida de uma mulher, nesse sentido, o procedimento cirúrgico para a reconstrução da mama se torna fundamental.
 
A reconstrução de mama é a cirurgia que irá restaurar a forma, aparência e tamanho da mama e está diretamente relacionada ao tipo de cirurgia de mastectomia que foi realizada. Embora em alguns casos não seja possível fazer a mastectomia e a reconstrução na mesma cirurgia, hoje é usual que se façam simultaneamente. Muitos fatores interferem nessa decisão, como a dimensão do câncer, tipo de tumor, se será necessário quimioterapia ou radioterapia e as condições clínicas da paciente.
 
Como é feita a reconstrução mamária
Em geral, é preciso fazer a reconstrução de mama em mais de um tempo cirúrgico. A maioria dos casos exige uma segunda intervenção e outros, uma terceira, até que se alcance um formato e aparência satisfatórios para a mama. A primeira etapa cirúrgica é de proporções grandes, posteriormente são feitas uma ou duas etapas menores. Apesar de a reconstrução ser uma cirurgia grande, mais agressiva do que as demais cirurgias plásticas nas mamas, a recuperação da paciente é normal, podendo ser comparada à cirurgia de redução de mamas.
 
Tipos de reconstrução mamária que podem ser feitos
Nos casos em que foi preservada grande parte de pele e gordura na mastectomia, o cirurgião plástico poderá utilizar apenas uma prótese de silicone para a reconstrução, atingindo um resultado satisfatório. Já nas mulheres em que foi retirada uma quantidade maior de pele e gordura (mas não toda), ainda há um pouco de cobertura, porém não existe espaço suficiente para a colocação de uma prótese comum, logo o cirurgião implanta uma prótese com expansor. Esse dispositivo funciona como se fosse uma bexiga, é uma prótese vazia que vai sendo preenchida aos poucos e consequentemente vai aumentando o volume da pele, esticando-a. Quando a mama alcança o volume apropriado, o expansor é retirado e dá lugar a uma prótese de silicone definitiva.
 
Nas situações em que foi retirada uma quantidade ainda maior de gordura e pele - incluindo muitas vezes a aréola e o mamilo - a reconstrução tem que ser feita através de um retalho, uma parte da pele de outra região do corpo, que é utilizada para cobrir o local em que há escassez de tecidos. Para este tipo de reconstrução existem várias técnicas, uma delas é feita com a pele do abdômen, onde o cirurgião faz uma plástica de abdômen (abdominoplastia) na paciente, e retira o excesso de pele que ela tenha abaixo do umbigo. Dessa forma a pele e gordura removidas da barriga dão formato e tamanho à mama restaurada. Da mesma forma pode ser usada pele das costas, da região do grande dorsal, que está localizada na linha acima da cintura.
 
É possível associar o uso de retalho abdominal ou de grande dorsal com a prótese de silicone. Quando é feita a plástica de abdômen e a tira da pele do abdômen vai para a mama, há em geral um grande volume de gordura, então é raro usar a prótese, já quando é usado o retalho do dorso, em geral, também é necessária a colocação da prótese.
 
Opções que a paciente tem
Na cirurgia de reconstrução a paciente pode optar por corrigir ou aumentar a mama que não passou pela mastectomia. Por exemplo, existem pacientes que tem uma mama com gigantomastia de um lado, ou seja, uma mama grande e caída e do outro lado realizaram a mastectomia. Nesse caso, na cirurgia pode ser feita a simetrização, que associa a reconstrução de uma mama e a redução com elevação da outra. Nas situações em que a paciente tem histórico familiar de câncer de mama, o mastologista, em conjunto com o cirurgião plástico, pode optar pela retirada da glândula mamária da mama que não tem tumores, com o intuito de uma medida profilática, prevenindo com que ela tenha câncer também nessa mama. O cirurgião plástico faz a cirurgia e a paciente fica com duas próteses de silicone no lugar das glândulas mamárias.
 
Resultados
O resultado final da cirurgia de reconstrução de mama pode ser muito satisfatório, minimizando o impacto físico e psicológico da paciente, porém, a mama não ficará como era antes. É possível comparar seu resultado com o de uma redução de mamas, em que a mama fica com um bom resultado, entretanto há a presença de cicatrizes. O tamanho da cicatriz depende basicamente da cirurgia que foi feita para retirar o câncer. Se for preciso fazer uso de retalhos de pele na reconstrução, sempre vão ficar cicatrizes na mama. São cirurgias grandes e as cicatrizes podem ficar redondas, quadradas, dependendo da ausência de pele que havia ali.
 
MSN Minha Vida

Excisão de pele: cirurgia é indicada para retirar tumores cutâneos

Procedimento retira o câncer mais uma margem de pele saudável

O que é?
 

 
 
Excisão é um procedimento cirúrgico de remoção de uma lesão por meio do corte da pele ao redor desta lesão, permitindo sua retirada. É usada tanto para remoção de lesões benignas quanto malignas.
 
Em casos de câncer de pele,   além da lesão, é removido um pedaço de pele normal ao redor da lesão, chamado margem de segurança. A largura desta margem de pele normal removida depende de fatores como o tipo de câncer de pele, tamanho do tumor e sua profundidade. A excisão cirúrgica é o tratamento padrão-ouro para o câncer de pele, ou seja, é sempre a primeira opção para a retirada do tumor, podendo depois ser combinada com outros tratamentos, como a radioterapia ou pomadas imunomoduladoras.
 
Indicações
A excisão cirúrgica simples é indicada para remover o câncer de pele que tem margens bem delimitadas. Lesões mal delimitadas podem requerer procedimentos cirúrgicos mais sofisticados, como a cirurgia de Mohs.
 
Quem não pode fazer
As contraindicações para a excisão cirúrgica de um câncer de pele são as mesmas que para qualquer outro procedimento cirúrgico de mesmo porte. Para lesões pequenas, a cirurgia costuma ser feita com anestesia local, em ambiente ambulatorial, e as contra indicações seriam apenas doenças graves de coagulação, uso de anticoagulantes e alergia aos anestésicos locais. Casos de doenças sistêmicas graves, uso de marca passo e idade avançada devem ser avaliados individualmente. Dependendo do caso, o medico poderá indicar outra forma de tratamento como o uso de cremes ou pomadas com efeito quimioterápico e antitumoral, ou uso de luz sobre pomada especial, como na terapia fotodinâmica.
 
Qual médico realiza a cirurgia?
Um dermatologista pode realizar a excisão cirúrgica de um câncer de pele, desde que tenha habilidade e esteja familiarizado com o procedimento.
 
Exames necessários para fazer a cirurgia
Para casos simples e lesões pequenas, exames pré-operatórios são dispensáveis. Já no caso de procedimentos maiores, o médico provavelmente pedirá uma séria de exames pré-operatórios, incluindo avaliação cardiológica, eletrocardiograma e raio-x do tórax.
 
Preparo para a cirurgia
 
Seu cirurgião pode fazer algumas recomendações pré-cirurgia:                                           
- Parar de tomar certos medicamentos: deixe seu cirurgião saber de quaisquer medicamentos ou suplementos que você está tomando, incluindo remédios para afinar o sangue, como a varfarina ou ácido acetilsalicílico
 
- Alguns suplementos alimentares (como cápsulas de alho, gingko biloba) e vitamínicos (como a vitamina E) também podem interferir na coagulação após a cirurgia, por isso certifique-se de que seu cirurgião sabe sobre esses também
 
- Continue a tomar quaisquer medicamentos de prescrição (principalmente para diabetes e pressão alta) conforme as instruções, a menos que seu médico lhe diga o contrário
 
- Use roupas confortáveis: é recomendável usar roupas que não sejam muito apertadas e sejam fáceis de vestir, para não ter nenhum incômodo.
 
Tipos de anestesia
O tipo de anestesia usada para a cirurgia depende do tamanho, da localização e do tipo do câncer de pele. A remoção dos carcinomas (basocelular ou espinocelular) costuma ser mais tranquila que a remoção de um melanoma, que é o tipo mais agressivo de câncer de pele e exige uma excisão com margem de segurança maior. Cirurgia em cânceres pequenos, facilmente alcançados, pode requerer apenas um anestésico local, enquanto que a cirurgia para tumores maiores podem requerer anestesia geral.
 
Margens são demarcadas antes da cirurgia para a retirada da lesão
Como é realizada
A grande maioria dos casos de excisão de tumores da pele pode ser feita ambulatorialmente, sob anestesia local. Nestes casos, você provavelmente não precisará trocar a suas roupas, mas dependendo do local do câncer o médico ou enfermeiro pode solicitar a troca por um avental cirúrgico. Antes da excisão de pele, o enfermeiro ou médico limpa a área a ser operada, delimitando-a com uma caneta especial. É aplicado um anestésico local na pele, de forma que você não sinta nada durante o procedimento.
 
Antes da incisão, pode ser feita uma curetagem da área, ou seja, a raspagem da pele. Isso pode facilitar a retirada de tumores maiores.
 
É feito um corte na pele com um bisturi ao redor da lesão de câncer de pele visível, juntamente com uma margem de tecido aparentemente saudável. No geral, usa-se uma margem de 1 cm para carcinomas e de até 2 cm para melanomas, em todas as direções.
 
Após a área cancerosa ser removida, a incisão é fechada com pontos ou, para casos menos graves, a ferida pode ser deixada aberta para curar sozinha. Se a incisão for grande, por vezes é necessário um enxerto de pele ou então deslocar a pele de uma área próxima para cobrir a ferida. A cirurgia reconstrutiva pode ser necessária se a excisão criar uma cicatriz inestética.
 
O tecido retirado deve ser examinado histologicamente, permitindo a avaliação das margens laterais e profundas, e a certificação de que todas as células cancerosas foram removidas. É extremamente importante que todo o câncer de pele tenha sido retirado, para reduzir o risco de recorrência.
 
Tempo de duração do procedimento
A duração da cirurgia depende muito do tamanho do tumor que será retirado e a possibilidade de ter alguma complicação. O médico poderá lhe informar melhor sobre o tempo de cirurgia para o seu caso.
 
Cuidados após a cirurgia
As excisões no geral tem uma cicatrização tranquila, sem problemas. Você fará um acompanhamento com seu cirurgião ou médico para monitorar sua recuperação e se certificar de que a ferida está cicatrizando corretamente. Embora a excisão tenha uma alta taxa de cura para o câncer de pele, você sempre vai ter um pequeno risco de recorrência, ou então de desenvolver câncer de pele em outro local. Por isso, é importante manter o acompanhamento regular com o dermatologista para detectar qualquer novo câncer de pele.
 
Possíveis complicações/riscos
 
Riscos do uso de excisão para remover câncer de pele incluem:                        
  • A ferida infeccionar, sangrar e doer
  • Cicatrizes
  • O enxerto de pele pode não cicatrizar
  • Nem todas as células cancerosas terem sido removidas, necessitando de uma nova cirurgia ou outro procedimento.
Como é a recuperação do paciente
A recuperação da cirurgia de câncer de pele varia de acordo com o local de retirada, quanta pele é removida e estado geral de saúde do paciente. Os resultados cosméticos são bons, de uma maneira geral.
 
Grávida pode fazer?
Sim. A excisão de pele pode ser realizada na gravidez, mas nestes casos são avaliados os riscos e benefícios do procedimento. Em alguns casos, pode ser mais prudente esperar até o final da gestação.
 
Custo da cirurgia
Os custos variam muito de acordo com o tamanho do procedimento a ser realizado e o tipo de anestesia usado. Procedimentos pequenos, ambulatoriais e com anestesia local custam a partir de R$400,00 - enquanto cirurgias maiores, com enxertos ou retalhos, sob anestesia geral em ambiente hospitalar podem custar mais de R$30 mil.
 
Regulamentação
A cirurgia é aprovada pelo Conselho Federal de Medicina                                             
 
Referências:
Tatiana Jerez, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Paulo Issa, dermatologista coordenador da campanha de alerta para o Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Rio de Janeiro (SBD-RJ)

Selma Cernea, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
 
MSN Minha Vida

Hérnia de disco: conheça os tratamentos que ajudam a aliviar dores

Hérnia de disco
Exercícios e medicamentos são aliados no combate à doença que afeta a coluna
 
Carregar bolsas ou mochilas pesadas, postura errada, não se acomodar na cadeira, dirigir muito, ter sobrepeso ou levar uma vida sedentária.
 
Se você se encaixa em uma (ou mais) dessas situações, provavelmente sofre com dores na coluna, que se não forem tratadas corretamente, podem se acentuar e evoluir para doenças mais graves.
 
A coluna vertebral é composta por vértebras, discos intervertebrais, nervos, músculos, medula e ligamentos. É nesse conjunto que acontece a maior parte das disfunções que causam dores nas costas. Entre elas, a hérnia de disco, cujo estágio inicial está presente na coluna de quase 65% da população adulta brasileira.
 
As vértebras da nossa coluna estão unidas por articulações chamadas de discos intervertebrais, que são constituídos de material fibroso e gelatinoso e desempenham a função semelhante a de um amortecedor, dando mobilidade para locomoção e movimentos de impacto.
 
A hérnia de disco ocorre quando parte do disco, em geral os das vértebras cervical, dorsal ou lombar, escorrega para trás ou para o lado da coluna, comprimindo o nervo, daí a causa das dores. No entanto, essa dor é bem característica, como explica o ortopedista e cirurgião de coluna Ricardo Ueta, da Unifesp: "O sintoma clássico é a dor associada à região lombar que irradia para os membros inferiores, atingindo pernas e pés, ocasionando fraqueza muscular e formigamento", diz o especialista.

Segundo o ortopedista Renato Ueta, não há cura definitiva para o problema. "A hérnia de disco é um processo degenerativo. Os tratamentos feitos visam retirar os sintomas do paciente, porém a hérnia continua lá", diz o ortopedista.
 
Confira os tratamentos disponíveis para esse problema:
 
Medicamentos
Na fase aguda da doença, ou seja, quando você sente aquela dor que incomoda, o tratamento é feito a base de medicamentos analgésicos, e anti-inflamatórios. "A ideia é usar os medicamentos pelo período mais curto possível, e tentar buscar outras formas de evitar a dor", explica o neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira, coordenador do Núcleo da Dor e Distúrbios do Movimento do Hospital Sírio-Libanês. Segundo o especialista, se o quadro não se normalizar, podem ser receitados outros medicamentos, como antidepressivos e anticonvulsionantes - mas tudo depende do quadro do paciente e recomendação médica. "Todos eles agem diminuindo a dor por meios diferentes, seja diretamente (analgésicos), por diminuir a inflamação (anti-inflamatórios), ou por aumentar o limiar crítico de dor suportado pelo paciente (antidepressivos e anticonvulsionantes)", completa o ortopedista Paulo Borges Alvim, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.                    
 
Injeções
Se o paciente estiver sofrendo uma dor muito intensa, pode-se ministrar um medicamento por injeção. "A aplicação de medicação anti-inflamatória e analgésica por meio de injeções pode ser intramuscular ou diretamente na coluna vertebral", explica o ortopedista Paulo Borges. Quando a injeção é aplicada na coluna, o processo é acompanhado com o auxílio de métodos de imagem, como fluoroscopia ou tomografia em tempo real, geralmente em regime de hospital com anestesia local. "Podem ser injetados medicamentos no próprio disco, no canal por onde sai a raiz nervosa afetada pela hérnia de disco ou dentro do canal vertebral."
 
Evite o repouso
"O repouso absoluto é absolutamente contraindicado em pessoas que tem hérnia de disco", declara o neurocirurgião Manoel. De acordo com o especialista, ao ficar em repouso tanto na fase aguda quando na crônica, o risco de incapacidade aumenta - ou seja, a dor pode voltar ainda mais forte quando a pessoa voltar as suas atividades, ou então nem mesmo cessar com o repouso. É importante que a pessoa não seja afastada do trabalho e continue fazendo suas atividades normalmente, respeitando os limites da dor. "A partir do momento em que ficamos parados a musculatura não trabalha, inclusive a coluna. Por isso, quanto mais repouso maior a atrofia ou hipotrofia muscular, fator que pode agravar a dor."
 
Pratique exercícios
"Depois dessa fase mais dolorosa, é indicada a prática de atividade física para o fortalecimento da coluna, ajudando na prevenção de novos episódios", explica o ortopedista Ricardo Umeta, da Faculdade Santa Casa de São Paulo. Para pacientes que sentem muita dor, o ideal é o acompanhamento com fisiatra ou fisioterapeuta. Alguns aparelhos são indicados para o tratamento da hérnia de disco por simularem o atendimento fisioterápico, como a mesa de tração eletrônica e a mesa de flexão-descompressão. "A mesa de tração eletrônica é uma plataforma com segmentos móveis que consegue, de maneira controlada e eletronicamente, fazer tração em segmentos dos membros inferiores do paciente, reproduzindo técnicas fisioterápicas de distração dos membros para tratamento de dor associada à compressão das raízes nervosas", explica o ortopedista Paulo. A mesa de flexão-descompressão também tem segmentos móveis, só que o paciente é colocado em um determinado posicionamento de modo a flexionar a coluna vertebral. "Essa flexão abre o espaço por onde sai a raiz nervosa acometida, descomprimindo as raízes comprimidas pela hérnia de disco e aliviando a dor", afirma o especialista.

Outros exercícios são indicados para o tratamento da hérnia de disco e prevenção de novas fases agudas, como musculação, pilates e atividades na água. "O ideal é priorizar exercícios que trabalhem principalmente a musculatura abdominal, da área vertebral e dos membros inferiores, visando fortalecimento e alongamento", lembra o ortopedista Ricardo. Os exercícios de RPG também são bem-vindos, afirma o especialista. Entretanto, se você não tiver disponibilidade para fazer essas atividades, não fique parado - caminhar de três a cinco vezes por semana já basta para sair do sedentarismo e manter o corpo ativo. O importante é não ficar parado.
 
Estabilização vertebral
De acordo com o ortopedista Paulo, a estabilização vertebral pode ser feita de diversas formas. "Ela consiste em fundir as vértebras que estão danificadas por meio de consolidação óssea - após a cicatrização do osso, as vértebras se unem em uma só", explica o especialista. Até que ocorra a cicatrização óssea, a estabilidade deve ser mantida artificialmente, seja por meio da colocação de implantes na coluna (parafusos e espaçadores) ou, agora em menor uso, coletes ou órteses. São dois os efeitos esperados no paciente com hérnia de disco: a diminuição da dor na coluna e, em alguns casos, a diminuição da chance de retorno da hérnia.
 
Mudanças cotidianas
Não há qualquer restrição de movimento para o paciente com hérnia de disco. Isso quer dizer que ele deve fazer suas atividades normalmente, dentro dos seus limites - se a dor fica mais forte quando a pessoa abaixa para pegar algo no chão, por exemplo, o ideal é ir com mais calma ou então evitar fazer esse movimento com frequência. No entanto, algumas medidas devem ser adotadas para reduzir a pressão sobre a coluna, consequentemente reduzindo a dor. "Passar muito tempo agachado, usar salto alto e ficar sentado por longos períodos são atitudes que devem ser evitadas no paciente com hérnia de disco", afirma o neurocirurgião Manoel. 
 
Controle o peso
O controle do peso é essencial no tratamento da hérnia de disco, uma vez que é a coluna que suporta boa parte do nosso peso. "Os músculos da barriga e das costas são responsáveis por proteger a coluna, no entanto, mas quanto maior for o sobrepeso, maior é a carga sobre o órgão", afirma o ortopedista Ricardo. 
 
Cirurgia
Cerca de 90% dos pacientes sintomáticos com hérnia de disco melhoram com medidas não cirúrgicas, afirmam os especialistas. "Em um período de quatro até seis semanas o corpo se recupera se ministrados os medicamentos corretamente ou então com a prática de exercícios", diz o neurocirurgião Manoel. Entretanto, há aqueles pacientes que não apresentam melhora apenas com o acompanhamento clínico, e portanto precisam de intervenção cirúrgica. Pacientes com alguma alteração neurológica, perda de força ou perda de movimento em decorrência da hérnia tem indicações para cirurgia. "É feita a localização dos pontos dolorosos em ambiente cirúrgico e depois a ressecção desses locais", explica o ortopedista Ricardo. Hoje em dia é possível fazer cirurgia de ressecção de hérnia com o paciente acordado, contando com a ajuda de um endoscópio. "Tem também as cirurgias maiores que pedem anestesia geral e internação no paciente", afirma o especialista. Quando a cirurgia é bem executada, os resultados são bons e reestabelecem o paciente.
 
MSN Minha Vida

Veja como o ciclo menstrual e o período fértil interferem na sua vida

Atitudes simples minimizam os sintomas causados pelas alterações hormonais
 
A mulher vivencia todos os meses uma alteração hormonal que se reflete nas diversas fases do seu ciclo menstrual. Mas todas essas mudanças não acontecem sem provocar efeitos no organismo que nem sempre são muito agradáveis.

Conforme explica a ginecologista colaboradora do Grupo de Endometriose do Hospital das Clínicas da USP, Paula Zulian Fagundes, o ciclo menstrual começa no primeiro dia da menstruação. Nesta fase inicial, ocorre uma produção exclusiva de estrogênio pelo ovário. Depois, por volta do 14º dia antes do início da próxima menstruação, acontece a ovulação propriamente dita. "No segundo período, tem início a fase de produção de progesterona, conhecida também como fase lútea", afirma.
  

 
Mas não são apenas esses hormônios que fazem parte do ciclo menstrual. Fagundes esclarece que todo o processo tem início de fato no hipotálamo, região do cérebro humano de onde é secretado o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). Esse hormônio, por sua vez, estimula a hipófise, glândula que libera o FSH, hormônio folículo-estimulante e o LH, hormônio luteinizante, que agem proporcionando um meio adequado ao desenvolvimento dos óvulos e iniciação do mecanismo de ovulação.

Neste processo entra também a produção de testosterona, mais um hormônio que é liberado pelos ovários quando estimulados pelo LH. Ele é responsável, entre outras coisas, pelo aumento do desejo sexual.

De fato, este é mesmo um mecanismo complexo que só o organismo feminino tem. E isso provoca alguns sintomas. A especialista afirma que, principalmente na segunda fase do ciclo, as alterações hormonais podem levar a alguns incômodos como edema (inchaço), dores articulares, dores musculares, dor nas mamas, desconforto abdominal com alteração do hábito intestinal, cefaleia, palpitações, tonturas e aumento da oleosidade da pele e cabelo, com maior predisposição à acne e à seborreia. 
 
"A variação hormonal na mulher também pode levar a uma alteração na produção de neurotransmissores, como a serotonina. Isso está ligado a alguns distúrbios emocionais que ocorrem com mais frequência na segunda fase do ciclo. Caracterizam-se por fadiga e alterações do sono (dificuldade para dormir), irritabilidade, tensão, dificuldade de concentração e problemas de memória, acessos de raiva, choro fácil, mudanças no apetite com ânsia por comida e hipersensibilidade aos estímulos. Além disso pode haver queda da libido", descreve.

É a famosa TPM, tensão pré-menstrual, cujos efeitos podem ser mais leves ou bastante intensos, variando muito de mulher para mulher. Fagundes alerta que se as alterações não forem tão importantes a ponto de necessitarem de ajuda médica, uma mudança de estilo de vida pode ajudar. 
 
"É importante ter por hábito uma alimentação balanceada com bastante ingestão de líquidos, evitando álcool. Principalmente na fase mais próxima da menstruação é recomendável diminuir a ingestão de alimentos ricos em gordura, sal, açúcar e cafeína (café, chá, bebidas a base de cola)", ensina.

Fazer uma dieta rica em cálcio (leite e iogurte desnatado) e magnésio (espinafre) também ajuda bastante. Quanto aos exercícios físicos, a prática regular, especialmente das atividades aeróbicas por, no mínimo, 20 minutos, 3 vezes por semana, pode ser de grande ajuda na qualidade do sono e controle do estresse. 
 
MSN Minha Vida

Punção testicular: método aspira espermatozoides da bolsa escrotal

Punção testicular
Ele é indicado para pacientes que não podem reverter a vasectomia ou não têm gametas no espermograma
 
O que é a punção testicular
A punção é um procedimento que retira os espermatozoides diretamente dos testículos ou dos epidídimos usando uma agulha. Ele é feito em homens com azoospermia, ou seja, que não apresentam espermatozoides no seu liquido ejaculado. 
 
Outros nomes
PESA, TESA, MESA, punção testicular e epididimária para azoospermia     
 
Como e quando é feita a punção?
A punção precisa ser feita quando o resultado do espermograma do homem dá azoospermia, ou seja, não indica presença de espermatozóides no seu esperma. A punção sempre envolve a extração de espermatozoides utilizando uma agulha fina e seringa, e pode ser feita com sedação e, em alguns tipos, apenas anestesia local. Porém, existem três formas diferentes de se realizar esse procedimento.
 
Confira cada uma: 
  • PESA (Percutaneous Epididymal Sperm Aspiration): essa é a técnica menos invasiva, pois apenas aspira o líquido do epidídimo (parte em que está a maior parte dos espermatozoides), sem para isso ter que abrir o escroto. O procedimento pode ser feito apenas com anestesia local e é utilizado principalmente em homens em que os gametas não escoam para o pênis, como quem passou por uma vasectomia.
  • MESA (Microsurgical Epididymal Sperm Aspiration): é um método um pouco mais complexo, pois é feita uma incisão de cerca de 2 centímetros na pele do escroto, expondo assim o epidídimo. Depois um dos túbulos dessa estrutura é isolado e o fluído dentro dele é aspirado.
  • TESA (Testicular Sperm Aspiration): caso não sejam encontrados espermatozoides no epidídimo, os especialistas partem para essa técnica, que é bem semelhante a PESA, mas é feita no testículo, onde os espermatozoides são produzidos.
Ao final de qualquer desses procedimentos, pode haver o suporte da equipe do laboratório, para que simultaneamente seja realizada a procura microscópica dos espermatozoides no material testicular obtido da punção. Alguns espermatozoides que restarem são guardados e armazenados para a realização de uma ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), um tipo de fertilização in vitro em que o gameta é injetado diretamente no óvulo. 
 
Para quem é indicada
Normalmente as técnicas de punção testicular são indicadas para paciente azoospérmicos, ou seja, que não apresentam espermatozoides em seu esperma, condição detectada em um exame de espermograma. Também pode ser indicada diretamente a homens que fizeram uma vasectomia que não pode ser revertida.
 
O que esperar da punção testicular
Não há garantias de que o material coletado através da punção terá espermatozoides, muito menos de que eles estarão em boas condições quanto à sua formação ou motilidade. Normalmente, a quantidade de espermatozoides é fator limitante e portanto os médicos já a utilizam diretamente para a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). As porcentagens de sucesso deste método variam de acordo com o número de embriões transferidos, a idade da mulher e a qualidade do laboratório. Mulheres com menos de 30 anos de idade, por exemplo, podem ter até 50% de chance de sucesso, enquanto essa taxa cai para de 15% após os 42 anos. 
 
Pré-operatório
É necessário apenas realizar jejum quando fará com sedação de no mínimo oito horas.  
 
Pós-operatório
Após o procedimento, o ideal é que o homem cuide da região, aplicando bolsas de gelo e tomando analgésicos, caso necessário. 
 
Riscos da punção testicular
A punção pode ser contraindicada para pacientes com doenças testiculares graves. Mas, no geral, não oferece riscos maiores do que outros procedimentos pouco ou médio invasivos. 
 
Onde encontrar
O ideal é realizar esse procedimento em clínicas ou hospitais, pois pedem um ambiente esterilizado. Na rede publica é possível encontrar o procedimento, mas convênios não costumam oferecer o serviço.
 
Fontes consultadas
Farmacêutica Erika Oliveira Semaco, andrologista da Huntington Medicina Reprodutiva

Urologista especialista em reprodução humana Mauro Bibancos Rosa (CRM SP 89.187), médico da Huntington Medicina Reprodutiva

Urologista Conrado Alvarenga (CRM SP 116.006), da Clínica Vida Bem Vinda, em São Paulo 
 
Minha Vida

Gelo é a primeira medida a se tomar após a torção de tornozelo

Em seguida, é preciso procurar o médico imediatamente. Exercícios fortalecem a região e evitam lesões
 
Todo mundo está sujeito a torcer o pé. Pode acontecer durante uma caminhada normal, basta ter um buraco na calçada, a pessoa pisa torto, força o tornozelo e... pronto! A região fica inchada, dolorida, e os ligamentos sofrem lesões que podem ficar para sempre.
 
Em uma enquete feita pelo site do Bem Estar, os buracos foram eleitos como os principais culpados pelas torções, com 23% dos votos, seguidos pelo salto alto (18%) e pelos esportes (17%).
 
O preparador físico José Rubens D’Elia e o ortopedista Caio Nery foram os convidados do Bem Estar e explicaram o que são as torções e o que elas causam.
 
Abaixo, você vê que a torção pode ocorrer em todas as articulações do corpo e entende por que o tornozelo é quem fica mais exposto ao risco.
 
arte bem estar torções (Foto: arte / G1)
 
Em outras palavras, a torção é um movimento anormal dos ossos que provoca lesão do ligamento. É menos grave que a luxação, que outro tipo de machucado da articulação. Na luxação, o ligamento se rompe e a articulação sai totalmente do lugar. É preciso um profissional para reposicionar a articulação, muitas vezes com a anestesia.
 
As torções podem vir a provocar também fraturas, que são lesões do tecido ósseo. Quando ocorre uma fratura, o osso literalmente é quebrado. Isto acontece por que uma força muito grande age sobre ele – o que pode acontecer em uma torção.
 
O que fazer
A primeira atitude a ser tomada após uma torção de tornozelo é retirar o calçado para afrouxar a área. A região vai ficar inchada e avermelhada, e a melhor maneira de reduzir o inchaço é com gelo. Com o frio, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos, o que reduz o sangramento interno do ferimento e, portanto, o inchaço.
 
O ideal é colocar compressas de gelo, de dez minutos cada, a cada dez minutos. É importante respeitar este intervalo para proteger a pele e as articulações. Para a pele, aliás, também é bom envolver o gelo em algum tecido. Compressas quentes são péssimas, pois pioram o inchaço.
 
Estes são apenas os primeiros socorros, pois é necessário seguir logo para uma consulta médica. A região machucada deve ser bem protegida no processo. No caso do tornozelo, não se deve pôr o pé no chão.
 
O especialista vai avaliar o inchaço para ver se o ligamento pode estar lesionado ou se houve fratura. Em muitos casos, ele vai pedir exames de radiografia – para verificar os ossos – e ressonância magnética – que mostra se os ligamentos estão bem.
 
A recuperação dos ligamentos é lenta e depende do tipo de lesão. Primeiro, a área fica inflamada, o que em média demora três dias. Depois, o ligamento começa a reconstruir as fibras, alinhando-as corretamente. Nesta fase, que pode durar até um mês e meio, é importante manter a articulação imobilizada. Por fim, o ligamento leva até um ano para voltar ao que era antes da contusão.
 
É importante respeitar os prazos de recuperação para que o tornozelo fique forte. Quando os ligamentos não cicatrizam direito, pode ocorrer um quadro conhecido como instabilidade crônica, que provoca novas torções ao longo do tempo.
 
Exercícios
Alguns exercícios podem deixar o pé mais "inteligente" e prevenido contra as torções. Os pés precisam de estímulo. Uma pessoa sedentária, que não tem o costume de andar em terrenos acidentados, terá mais chances de torcer o pé do que alguém que está acostumado a pisar na areia ou praticar esporte.
 
Os exercícios de alongamento são importantes porque garantem a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, de forma que sua resposta se torna mais sincronizada e segura. Quando ocorre torção, as estruturas alongadas e saudáveis estão mais capacitadas para se adaptar às condições extremas. Por isso, tem maiores chances de evitar lesões do que as estruturas "fora de forma".
 
Abaixo, listamos alguns dos exercícios recomendados pelos convidados do Bem Estar:
 
- Bate o pé: sentado, o movimento é de levantar e abaixar a ponta do pé como se estivesse batendo a parte da frente do pé. Este exercício trabalha principalmente o músculo tibial anterior, que fica na canela e é um dos responsáveis pela formação do arco plantar e pelo movimento de elevação da parte anterior do pé.
 
- Fortalecimento de eversores: sentado ao lado da parede com uma bola, o pé fará um movimento como se estivesse “dando tchau". O objetivo é empurrar a bola contra a parede com a parte lateral do pé. Este exercício fortalece os músculos eversores do tornozelo, gerando maior estabilidade e tentando evitar a torção.
 
- Andar na linha: caminhar em cima de uma linha com um pé na frente do outro. O objetivo deste exercício é melhorar o equilíbrio.
 
- Andar com a ponta do pé para cima: caminhar com a ponta do pé para cima em linha reta. O objetivo deste exercício é melhorar o equilíbrio associado à contração isométrica do músculo tibial anterior.
 
- Andar no colchão: caminhar em um colchão espesso, pode ser o de uma cama. O objetivo deste exercício é caminhar em um solo instável para gerar mais estabilidade para o tornozelo e melhorar o equilíbrio.

G1

Risco de queda é maior se a pessoa já caiu e toma muitos medicamentos

Além disso, doenças e problemas de saúde também aumentam as chances. Idosos e crianças são os que mais costumam cair; veja como se proteger
 
Todo mundo já caiu alguma vez na vida. Mas como identificar se essa queda é apenas uma distração ou por causa de um obstáculo na rua ou algo mais preocupante? É importante saber que levar um tombo pode ser um simples acidente, mas pode ser também um sinal de problema de saúde, como alertou o ortopedista Luiz Batata no Bem Estar.
 
Dados mostram que as quedas são a principal causa de morte de idosos no Estado de São Paulo – em até 44% dos casos, as consequências podem ser graves. E não são só os mais velhos que sofrem com o problema, mas também crianças menores de 5 anos, como explicou o ortopedista.
 
De acordo com a fisioterapeuta Laura Proença, o risco de queda aumenta se a pessoa já caiu. Além disso, se ela toma 4 ou mais remédios continuamente, como calmantes e laxantes, ou se tem problemas e doenças associados, como dificuldades de visão, hipoglicemia, depressão, incontinência urinária, osteoporose e até mesmo diabetes descontrolada, a chance de cair também pode aumentar.
 
Bem Estar - Infográfico sobre quedas (Foto: Arte/G1)
 
Por isso, é preciso investigar a origem da queda, também porque nos idosos, ela pode ser o início do processo degenerativo do corpo. Entre as lesões mais preocupantes, estão as fraturas de fêmur, punho e quadril. No entanto, como explicou o ortopedista, já existem cirurgias e próteses que permitem que o paciente volte a andar em poucos dias.
 
Para evitar que as quedas voltem a acontecer, a dica é treinar o equilíbrio e a musculatura com exercícios simples no dia a dia, que já aumentam a resistência e reduzem o risco de quedas.
 
Há ainda a possibilidade de exercícios que "ensinam" a cair, como mostrou a reportagem da Marina Araújo. Segundo o reeducador do movimento Ivaldo Bertazzo, saber cair é importante para evitar lesões maiores e consequências mais graves.
 
Por exemplo, para melhorar o equilíbrio, a dica é utilizar sempre uma superfície instável, como colchões e colchonetes, e caminhar descalço sobre ela levantando os pés, com um apoio para os braços. De acordo com a fisioterapeuta Laura Proença, esse exercício simples já ajuda a treinar o corpo e estimular o equilíbrio para prevenir quedas.
 
Subir e descer uma escada ajuda também a melhorar a força muscular, assim como carregar sacolas e colocar e tirar objetos de uma prateleira, atividades simples do dia a dia. Até mesmo arrumar a cama e agachar para colocar uma meia e um sapato, como mostrou a fisioterapeuta, também podem reduzir o risco de quedas porque são atividades que melhoram a flexibilidade.
 
Além disso, a fisioterapeuta Laura Proença recomenda que a colcha da cama seja mais curta, que o sapato seja antiderrapante e fechado e que o quarto esteja iluminado, principalmente para quem costuma acordar muito durante a noite. É bom ainda ter um telefone por perto porque, caso a pessoa esteja sozinha, ela pode pedir ajuda com facilidade.
 
Em alguns casos, é indicado até mesmo o uso de uma bengala. Como a repórter Marina Araújo, a aposentada Ana Lyrs, de 87 anos, e o aposentado Odair Buarque de Gusmão, de 91 anos, usam o acessório para se manterem firmes e equilibrados.
 
De acordo com o ortopedista Luiz Batata, a bengala não só previne quedas, mas melhora muito a qualidade de vida da pessoa, se for bem utilizada e tiver a altura adequada. Para identificar se o paciente precisa ou não do recurso, é só observar: se ele demorar mais de 10 segundos para andar 10 metros, é um sinal de alerta, como mostrou a reportagem.
 
G1

Envelhecimento na América Latina preocupa Banco Mundial

População latina envelhece com mais doenças e pobreza, diz Banco Mundial (Foto: Ana Leboucher/Only World/Only France/Arquivo AFP)
Foto: Ana Leboucher/Only World/Only France/Arquivo AFP
População latina vive cada vez mais, mas envelhecimento
também traz mais doenças e pobreza, destaca representante
da área de saúde do Banco Mundial
Expectativa de vida da população na região aumentou 22 anos desde 1980. Planeta não está só ficando mais velho, mas também mais doente e pobre
 
A expectativa de vida da população na América Latina e no Caribe aumentou 22 anos desde 1980, e a previsão é que continue crescendo nessa mesma proporção até 2050, destacou o especialista em saúde, nutrição e população do Banco Mundial, o boliviano Fernando Lavandenz, durante um debate sobre os desafios do envelhecimento promovido no VI Fórum Mundial de Ciência, no Rio.
 
"Em 2035, o número de idosos com 60 anos ou mais na região deve superar o de pessoas na faixa de 0 a 14 anos", afirmou.
 
Segundo Lavandenz, a América Latina e o mundo em geral não estão apenas ficando mais velhos, mas também mais doentes e pobres. Para 2050, o Banco Mundial projeta um aumento de 35% nos gastos com os idosos latinos, o que deve se agravar pela falta de reformas nos sistemas de saúde dos países.
 
"Temos no máximo 20 anos para nos preparar para isso. É preciso um grande esforço, que inclua reformas nas aposentadorias. Na Bolívia, por exemplo, já existe uma espécie de Bolsa Família para idosos. À medida que o indivíduo ganha mais e viver melhor, o governo gasta menos com saúde e redução de pobreza", explicou.
 
O especialista disse, ainda, que as mulheres latinas já chegam aos 80 anos (em países como Chile e Costa Rica) e vivem, em média, sete anos a mais que os homens – uma diferença bem maior que na Europa, onde esse intervalo não passa de três anos. Entre as explicações para o desequilíbrio, estão o alto índice de violência e suicídio entre homens, acidentes de trânsito, tráfico de drogas, desgaste em decorrência de trabalhos pesados e doenças.
 
"Para cada quatro pacientes do sexo feminino que procuram um serviço de saúde na América Latina, há apenas um do sexo masculino. E, quando ele chega, tem muito mais problemas", comparou Lavandenz. Entre as enfermidades crônicas não contagiosas que mais matam na região, estão doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer, doença pulmonar obstrutiva (DPOC) e lesões na coluna cervical ou lombar.
 
"Os grandes vilões da saúde hoje são a obesidade, o sedentarismo, o cigarro, o sal e o açúcar", enumerou o representante do Banco Mundial.
 
Na contramão dessa tendência, um bom exemplo tem vindo da Argentina, onde a prevenção de doenças cardiovasculares já começa em crianças a partir dos 5 anos, apontou Lavandenz. Houve também um esforço para reduzir a quantidade de sódio presente nos pães. Dessa forma, 60 mil vidas podem ser salvas por ano no país, ressaltou o boliviano.
 
Vivendo mais, não melhor
Para o bioquímico Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também participou do debate sobre envelhecimento, a ciência e a medicina já conseguem contribuir para a população mundial viver mais, mas ainda não melhor.
 
"A definição de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui bem-estar físico, mental e social. E essa é uma combinação entre genética e ambiente", disse.
 
De acordo com o pesquisador, levará pelo menos algumas décadas para haver um maior equilíbrio entre expectativa e qualidade de vida. Pena citou que, atualmente, um bebê nascido nos EUA tem 50% de chances de chegar aos 120 anos de idade. Mas, ao mesmo tempo, os custos para cuidar dos idosos está aumentando e pode atingir US$ 1 trilhão em 2020 só naquele país.
 
G1

Dislexia é causada por ruído em conectividade cerebral, diz pesquisa

A dislexia (dificuldade para ler e compreender o idioma) pode ser
resultado de uma má conectividade entre duas regiões do cérebro
Estudo lança luz à origem do transtorno que afeta 10% da população. Para autores, má representação mental de fonemas não é a causa
 
A dislexia (dificuldade para ler e compreender o idioma) pode ser resultado de uma má conectividade entre duas regiões do cérebro, afirmou na quinta-feira (5) uma pesquisa que lança nova luz à origem deste transtorno neurológico que afeta 10% da população mundial.
 
Segundo Bart Boets, autor principal do estudo publicado na revista americana "Science", durante várias décadas neurologistas e psicólogos atribuíram este problema de aprendizagem a uma representação mental defeituosa das palavras, inclusive fonemas, elementos sonoros característicos da língua.
 
Para confirmar esta hipótese, os cientistas examinaram com uma ressonância magnética 45 estudantes de 19 a 32 anos, 23 dos quais eram severamente disléxicos, para obter imagens tridimensionais do seu cérebro quando escutavam diferentes séries de sons.
 
"Assim foi possível obter um bom registro neuronal de representações fonéticas dos sons escutados", explicou Boets, psicólogo da Universidade Católica de Lovaine, na Bélgica.
 
Os participantes, todos destros e de língua flamenga, escutaram uma série de sons como "ba-ba-ba-ba" e deviam identificar o que era diferente, um exercício que, segundo os cientistas, requer uma boa representação mental dos diferentes fonemas.
 
Os pesquisadores descobriram que as respostas do grupo de disléxicos e a intensidade de suas reações neuronais foram similares aos do grupo de controle. "Suas representações fonéticas mentais estavam perfeitamente intactas", disse Boets.
 
Mas os participantes disléxicos foram aproximadamente 50% mais lentos para responder, segundo os cientistas.
 
Acesso defeituoso à região cerebral dedicada à linguagem
Quando analisaram a atividade geral do cérebro, os autores do estudo descobriram que os disléxicos tinham uma coordenação menor entre 13 regiões do cérebro que têm a ver com os sons básicos e a Área de Broca, uma das principais responsáveis ao processamento da linguagem.
 
Outras análises revelaram que quanto mais frágil é a coordenação entre estas duas regiões cerebrais, mais lenta é a resposta dos participantes.
 
Isso demonstraria que a causa da dislexia não é uma má representação mental dos fonemas, mas um acesso defeituoso destes sons na região do cérebro que processa o som, concluíram os autores.
 
Para Frank Ramus, cientista especialista neste tema na École Normale Supérieure de Paris, que não participou deste estudo, "esta é a pesquisa mais conclusiva em 5 anos" sobre a dislexia.
 
"Se estes resultados se confirmarem vão mudar completamente nossa compreensão da dislexia", disse em um artigo à parte, publicado na "Science".
 
No entanto, outros especialistas se mostram mais céticos.
 
Michael Merzenich, neurologista da Universidade da Califórnia em San Francisco (oeste dos EUA), disse não estar convencido de que a atividade neuronal medida no estudo seja representativa dos diferentes fonemas ouvidos.
 
Para Iris Berent, linguista da Universidade Northeastern em Illinois (norte dos EUA), também citada em um artigo da revista "Science", as diferenças nos sons usados neste estudo foram muito óbvias.
 
Um método mais preciso seria provar contrastes mais sutis entre os sons ambíguos com os quais os disléxicos têm a maior dificuldade, disse, em desacordo com Boets e Ramus.
 
Mas, segundo Ramus, "a ressonância magnética teria mostrado se os disléxicos tinham uma representação defeituosa" dos fonemas escutados, inclusive se não houvesse diferenças mais sutis entre eles.
 
Boets já vislumbra um novo tratamento potencial para restaurar a conectividade normal entre as duas regiões do cérebro, que são aparentemente a causa da dislexia.
 
"Não é inconcebível usar algum tipo de estimulação elétrica não invasiva do cérebro para restaurar a comunicação entre estas duas regiões do cérebro", disse o pesquisador.
 
G1

Em 10 anos, estrangeiros pedem 97% das patentes para câncer no país

O prazo de concessão de uma patente é de 20 anos
Pesquisa do Inpi e da Fiocruz analisou dados entre 2001 e 2011 no país. Instituições estrangeiras foram responsáveis por 88 dos 91 pedidos
 
De 91 patentes solicitadas para tratamento, diagnóstico ou prevenção de câncer no Brasil entre 2001 e 2011, 88 foram requisitadas por instituições estrangeiras - ou 96,7%. Os dados constam em uma pesquisa do Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) feita em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) baseada em bancos de dados internacionais.
 
Os tipos de câncer analisados foram os quatro mais comuns no mundo: mama, pulmão, próstata e útero. Segundo o estudo, que analisa dados de 2012, a estimativa é de que houve 60,2 mil casos de câncer de próstata no Brasil no ano, seguido por 52,7 mil casos de câncer de mama, 17,5 mil casos de câncer de colo do útero e 17,2 mil casos de câncer de pulmão, de traqueia e dos brônquios em homens e 10,1 mil casos em mulheres. 
 
Dos três pedidos de patentes para câncer feitos por brasileiros no período analisado, um foi conduzido pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) sobre câncer de mama. Outro foi feito pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) para câncer de próstata, e um terceiro pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia), em parceria com a Fapemig (Fundação de Pesquisa do Estado de Minas Gerais), também para câncer de próstata.
 
O tipo de câncer que mais teve aplicações de pedidos de patentes depositadas no Brasil por estrangeiros entre 2001 e 2011 foi o de mama. Foram 53 aplicações feitas por 35 instituições de fora do país -  que inclui o governo americano, universidades estrangeiras e empresas privadas. Um documento de pedido de patente pode ter mais de uma aplicação, pois as invenções podem servir para mais de um tipo de câncer. 
 
O mesmo número de instituições estrangeiras depositou 43 aplicações de patente relacionadas a câncer de próstata. Para câncer de pulmão, foram 30 empresas e instituições com 36 aplicações e, para câncer de útero, dez aplicações.
 
Predominância americana e europeia
O levantamento identificou 2.916 documentos no mundo de patentes relacionados aos quatro tipos de câncer já citados entre 2001 a 2011. Empresas norte-americanas e europeias foram apontadas como os principais depositantes de pedidos de patente para tratamento de câncer, enquanto as asiáticas têm maior presença nos pedidos relacionados a tecnologias para diagnóstico e prevenção da doença.
 
No período, foram depositados mais pedidos de patente relacionados a câncer de mama (49% dos documentos). O câncer de pulmão ficou em segundo lugar (32%), seguido por câncer de próstata (30%) e câncer de útero (12%) - a soma das porcentagens não dá 100% porque algumas patentes têm aplicações para mais de um tipo de câncer.
 
Considerando os quatro tipos da doença, 90% dos documentos se referem ao tratamento do câncer - 25% são para diagnóstico e 18% para prevenção. A predominância de empresas pedindo a exclusividade de tecnologias voltadas para o tratamento sugere que esta área está mais madura do que as outras duas, diz o estudo.
 
Exclusividade de mercado
Com as patentes, o Estado concede ao inventor de um produto inovador uma concessão temporária para fabricar com exclusividade no mercado. "Se [um produto] cair no mercado sem patente, é de domínio público. Por isso, é importante que as empresas e instituições entrem com os pedidos no Inpi", diz Maria Isabel Montañés, advogada da Cone Sul Assessoria Empresarial e especialista em propriedade intelectual.
 
O prazo de concessão de uma patente é de 20 anos - sendo que o tempo começa a ser contado a partir do dia em que o inventor entrou com um pedido de exclusividade no órgão responsável. Após este prazo, o produto também vira domínio público e pode ser comercializado por outras instituições.
 
Ao entrar com um pedido - que pode ser feito por empresas, governos, universidades e quaisquer pessoas que tenham inventado ou estejam envolvidas com algum novo produto em desenvolvimento -, as instituições podem explicitar se suas patentes devem valer apenas no mercado nacional ou em outros países. Por isso, as pesquisas relacionadas às patentes solicitadas no Brasil entre 2001 e 2011 não necessariamente foram feitas no próprio país. Uma empresa americana pode ter entrado com pedido de exclusividade nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo.
 
Como a exclusividade concedida pela patente tem limite territorial, um produto patenteado somente no Brasil poderá ser explorado com exclusividade apenas no Brasil e estará em domínio público em outros países, segundo o Inpi. Inversamente, um produto que não tem patente no Brasil estaria em domínio público aqui, e poderia ser fabricado ou explorado aqui, independente se há patente em outro país.
 
Quanto ao momento de dar entrada no pedido, as instituições podem fazer isto quando acharem mais pertinente - o Inpi não determina um estágio do desenvolvimento do produto para que seja dada a entrada.
 
Após a apresentação inicial, o relatório do pedido passa por um examinador. "Dificilmente a patente sai sem exigências. O examinador pede esclarecimentos sobre alguns pontos, e o inventor deve se explicar. O examinador faz quantas exigências forem necessárias até concluir se há patente ou não. Por isso, o processo leva, em média, entre 9 e 10 anos", diz Montañés.
 
Segundo o Inpi, porém, a expectativa é que os pedidos de patente depositados em 2014 sejam decididos em seis anos. Além disso, o instituto afirma que "os pedidos de patentes relacionados ao diagnóstico, profilaxia e tratamento do câncer podem atualmente ser priorizados, a pedido do  depositante, o que implica na decisão mais rápida do pedido de patente".
 
O instituto também ressalta que o processo não sofre muita variação entre os países. "Como regra geral, todo pedido de patente será publicado, receberá uma busca por documentos do estado da técnica e uma decisão técnica para a concessão ou não da patente", disse, em nota.
 
Baixo incentivo
De acordo com análise do Observatório Tecnológico - área do Inpi que conduziu a pesquisa -, os poucos pedidos de patente depositados por residentes no Brasil não constituem indicador de falta de atividade de pesquisa e desenvolvimento em câncer no país. Para compreender a extensão total de estudos na área, seria necessário avaliar os artigos científicos brasileiros, o que ficou de fora do escopo da pesquisa.
 
Segundo Montañés, porém, o baixo número de depósitos de pedidos de patentes de instituições brasileiras está relacionado à falta de incentivo a estudos na área. "É uma burocracia tão grande para conseguir incentivos federais para estudos como esses [de câncer]", diz.
 
Montañés também ressalta o tempo necessário para concluir todo o processo, que costuma ser lento. "Demora anos a fio até que se encontre o medicamento que o cientista acha que vai fazer a diferença para o câncer. Depois, ainda é preciso fazer testes em animais. Em seguida, testes em humanos, e ainda pedir a autorização da Anvisa, que trabalha juntamente com o Inpi na análise da carta de patente", afirma a advogada.
 
Ela, porém, ressalta a importância do processo. "Uma patente, seja de qualquer área, alavanca o desenvolvimento do país. Por isso, os países de fora têm incentivos e investem muito nessas novas tecnologias. Eles vêm até o Brasil para buscar inventores, mas pegam as patentes para si, fazendo contratos extremamente danosos para o cientista brasileiro", diz.
 
 
Porcentagem dos documentos de patentes por tipo de câncer citado*
Câncer de mamaCâncer de pulmãoCâncer de próstataCâncer de útero
49%
32%
30%
12%
*A soma das porcentagens não dá 100%, pois um documento pode citar mais de um tipo de câncer
Fonte: Inpi e Fiocru
 
G1

Maior hospital de urgência do PI tem 100 pacientes internados no corredor

Vereadores vistam HUT (Foto: Leo Torres / Ascom)
Foto: Leo Torres / Ascom
Vereadores flagraram pacientes internados em macas no HUT
Hospital tem capacidade para internar 284 pessoas, mas tem mais de 500. Caos foi constatado durante visita da Comissão de Saúde da Câmara
 
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Teresina constatou 100 macas com pacientes nos corredores do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) nesta sexta-feira (6). Os vereadores verificaram que a maior unidade de pronto socorro do Piauí atende atualmente 500 pessoas em suas instalações, quando sua capacidade máxima é para 284 pacientes internados.

Outro problema encontrado, dizem os parlamentares, é a demora na realização de cirurgias, sobretudo em pacientes com fraturas no fêmur. De acordo com a vereadora Teresa Britto, presidente da comissão, a visita visa apurar uma série de denúncias que a Câmara recebeu. Ela diz que encontrou pacientes em citação lamentável.

"Recebemos várias denúncias de que havia um caos no HUT e estamos constatando. Viemos conversar com os pacientes e o diretor para saber onde está o problema. Na verdade, o HUT é o maior prejudicado com a ineficiência do sistema de saúde de Teresina e do interior do Piauí. O atendimento não funciona no interior e nos bairros e todo mundo vem pra cá. Muitos pacientes nos informaram que estão há mais de 20 dias esperando uma cirurgia", afirmou a parlamentar.

Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Teresina visita HUT (Foto: Leo Torres / Ascom)
Foto: Leo Torres / Ascom
Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Teresina visita HUT
Para Teresa Britto, o governo precisa fazer a regulação para evitar que todo tipo de atendimento seja enviado ao HUT, assim como o estado e prefeituras devem dar maior eficiência aos hospitais regionais e de bairros, respectivamente. Ela declarou ainda que os cerca de R$ 2 milhões, oriundos de recursos federais, poderiam estar ajudando na prestação dos serviços, mas o valor não está chegando à conta gerenciada pela Prefeitura de Teresina.

Sobre a situação o diretor Gilberto Albuquerque afirmou que quando há uma menor eficiência dos hospitais de referência, cai a qualidade no atendimento do HUT e o hospitais viram um caos. Segundo ele, o HUT precisa de um maior suporte dos hospitais de retaguarda, para receber os pacientes pós-operados. Cerca de 56% pacientes são de municípios do interior e 15% são de outros estados.
 
Para amenizar o problema de superlotação, foi agendada um mutirão de cirurgias neste fim de semana para diminuir a quantidade de pacientes que ficam nos corredores do hospital à espera de cirurgias.
 
Depois do HUT, a comissão de vereadores visitou ainda o Hospital Getúlio Vargas e se surpreendeu com a melhoria nas condições de funcionamento do local. O diretor Carlos Iglesias informou à comissão que devido à grande demanda do setor de ortopedia, aumentou seis leitos nos setores de clínica cirúrgica e dermatologia, mas mesmo assim toda a demanda não tem sido contemplada. Segundo ele, o hospital está com 85% de sua capacidade de ocupação.

Na segunda-feira (9), a comissão irá visitar também o Hospital Universitário, localizado no campus Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). A vistoria que será realizada no período da tarde tem o objetivo de verificar a taxa de subutilização do hospital.

G1