O HIV ainda é um vírus que desperta muitas dúvidas. Mas com os avanços da ciência e a determinação daqueles que lutam pela causa, os tratamentos e métodos de prevenção evoluíram
Ainda que a camisinha seja um método eficaz, e que com os tratamentos antirretrovirais os soropositivos reduzam em até 92% a chance de transmissão, o SUS também oferece a PEP: Profilaxia Pós Exposição.
Este tipo de prevenção tem como objetivo ampliar as formas de intervenção e evitar novas infecções por HIV no mundo todo. No Brasil, a PEP é oferecida gratuitamente através do SUS para qualquer pessoa que tenha sofrido uma possível exposição ao vírus, e é considerada uma emergência médica.
Como a PEP funciona?
Como a PEP funciona?
Ao contrário da camisinha, que evita que uma pessoa entre em contato com o vírus presente no sêmen durante a relação sexual, este tipo de medida preventiva atua quando a pessoa já foi exposta ao vírus, ou tem suspeita de exposição. É importante lembrar que além da camisinha, outras medidas como não compartilhamento de seringas ou material em contato com sangue, também são importantes para evitar a infecção pelo HIV.
Digamos que mesmo com todos os cuidados necessários para evitar a infecção você teve um possível contato com o vírus. É ai que a PEP entra: são comprimidos antirretrovirais que devem ter a primeira dose tomada entre as duas primeiras horas depois da exposição, até no máximo 72 horas depois. Para garantir a eficácia do procedimento, a medicação deve ser utilizada pelos próximos 28 dias consecutivos, sem interrupções. Já o acompanhamento por uma equipe de saúde acontece durante 90 dias, e as testagens para verificar a sorologia da pessoa exposta devem ser feitas 30 e 90 dias depois da possível infecção.
Quando uma pessoa chega até uma unidade de saúde, dentro do período considerado eficaz para tratamento com PEP, é preciso investigar como e quando ocorreu a exposição, e as condições sorológicas das pessoas envolvidas. Ou seja, se pelo menos uma delas é positiva para HIV ou não. Contato com suor, lágrima, fezes ou urina, vômitos, secreções nasais e saliva não oferecem risco de transmissão se não tiverem presença ou vestígio de sangue, por isso não há a necessidade de procurar o serviço.
Não há restrição a respeito de quem pode recorrer ao uso da PEP. Gestantes também podem fazer o uso da medicação. As mulheres que estejam amamentando devem ser esclarecidas sobre os riscos potenciais de transmissão do HIV pelo leite materno. Em tais situações, a orientação é que elas interrompam a amamentação.
Teste Rápido
Teste Rápido
A PEP só é indicada quando há uma chance relevante para transmissão do HIV, como no caso de uma das pessoas envolvidas ser soropositiva. Por essa razão, realizar testes de detecção de sorologia é essencial. Se o paciente já está infectado ou se a pessoa com a qual ele teve contato não é positivo para HIV, o uso da PEP é descartado.
Nesse caso, o uso de testes rápidos (TR) é muito importante, e deve ser feito o mais breve possível após a exposição. O exame não depende de infraestrutura laboratorial, e o resultado sai em 30 minutos ou menos. O Ministério da Saúde oferece o teste para a população em Unidades Básicas de Saúde e em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Outras medidas de prevenção
Se você for exposto a uma situação de possível infecção pelo HIV, além de procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde, existem outros cuidados simples que podem ser feitos: em situações que envolvem agulhas ou objetos cortantes, dermatites ou feridas abertas, o local pode ser lavado exaustivamente com água e sabão, ou soluções antissépticas.
Já em casos se exposição sexual ou respingos nos olhos, nariz e boca, deve ser utilizado apenas água ou água com solução com soro fisiológico. O paciente jamais deve realizar procedimentos que aumentam a área exposta a infecção pelo HIV ou usar soluções que irritem a pele.
Aline Czezacki, para o Blog da Saúde