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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Não é normal sentir dor na hora de amamentar

shutterstock 567387562Algumas dificuldades como mastite e rachaduras podem deixar as mães desconfortáveis durante o aleitamento. Por isso, precisam ser identificadas e tratadas

O aleitamento materno gera inúmeros benefícios para mãe e filho. Além do valor nutritivo para os bebês, o leite materno protege as crianças contra infecções, alergias, algumas doenças crônicas e cânceres infantis. Para a mãe, a amamentação reduz o peso mais rapidamente após o parto, ajuda o útero a recuperar o tamanho normal, diminui o risco de hemorragia e anemia e reduz o risco de diabetes e de desenvolver câncer de mama e ovário.

Há muitos benefícios gerados pela amamentação, no entanto, algumas mães podem ter dificuldades na hora de amamentar e precisam de apoio de orientação. No começo das mamadas, é comum a mulher sentir dor discreta ou mesmo moderada nos mamilos, devido à forte sucção deles e da aréola. Essa dor pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana.

No entanto, sentir os mamilos muito doloridos e machucados não é normal e requer intervenção. Alguns dos problemas que as mulheres enfrentam, sobretudo no início da amamentação, são rachaduras no bico do peito e mastite. Para ajudar as mães, o Blog da Saúde respondeu algumas dúvidas sobre as dificuldades da amamentação. Ajude a divulgar informações oficiais para que mais famílias consigam garantir a saúde de crianças e de mulheres durante o período inicial de vida do bebê.

O que é mastite?
É um processo inflamatório que ocorre nas glândulas mamárias, que pode ou não evoluir para uma infecção bacteriana. A mastite ocorre com mais frequência na segunda e terceira semanas após o parto, mas pode acontecer em qualquer período da amamentação.

Três fatores favorecem a instalação da infecção: leite acumulado, a resposta inflamatória e o machucado no peito. As lesões nos mamilos são, na maioria das vezes, a porta de entrada da bactéria. A sucção insuficiente de leite pelo bebê, obstrução dos ductos mamários, estresse, fadiga e fissura nos mamilos podem influenciar no aparecimento da mastite.

Nem sempre é fácil distinguir a mastite infecciosa da não infecciosa apenas pelos sinais e sintomas. Em ambas, a parte afetada da mama fica dolorida, vermelha e quente. Quando há infecção, costuma haver mal-estar, febre alta (acima de 38ºC) e calafrios. Procure uma unidade de saúde, se tiver algum desses sintomas, para diagnóstico e tratamento.
O que favorece o aparecimento da mastite?
  • Mamadas com horários regulares;
  • Redução súbita no número de mamadas;
  • Longo período de sono do bebê à noite;
  • Uso de chupetas ou mamadeiras;
  • Não esvaziamento completo das mamas;
  • Freio de língua curto, criança com sucção fraca;
  • Produção excessiva de Leite;
  • Separação entre mãe e bebê;
  • Desmame abrupto 
Esses fatores favorecem o acúmulo de leite materno nas mamas e predispõem ao aparecimento de mastite.

Quem está com mastite tem de parar de amamentar?
Não. O esvaziamento adequado da mama é importante no tratamento da mastite. Preferencialmente, a mama deve ser esvaziada pelo próprio bebê. Apesar da presença de bactérias no leite materno, quando há mastite, a amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-nascido sadio. Se após a mamada não houve esvaziamento adequado, será necessário fazer a retirada manual do leite. Um banco de leite pode te ajudar a realizar esse procedimento.

Os casos mais graves, quando há secreção e pus, devem ser diagnosticados e tratados conforme indicação do profissional de saúde. Lembre-se que automedicação pode fazer mal à mãe e ao bebê

Como evitar o que o bico do seio fique rachado durante amamentação?
As rachaduras podem ser sinal de que é preciso melhorar a posição do bebê pegar o peito. É bom procurar ajuda no serviço de saúde.

Confira algumas dicas para evitar que isso aconteça:
  • O bebê pegar corretamente a mama.
  • A posição do bebê estar correta.
  • Lavar os mamilos apenas com água, não usar sabonetes, cremes ou pomadas.
  • Não é necessário lavar os mamilos sempre que o bebe for mamar.
  • Retirar um pouco do leite para amaciar a aréola (parte escura do peito) antes da mamada, se a mama estiver muito cheia e endurecida.
O que é translactação?
É uma técnica muito utilizada, principalmente, em casos de bebês prematuros, que não possuem força suficiente para sugar o leite materno ou que precisaram ficar em incubadoras no hospital.

A translactação é feita com o uso de um recipiente, podendo ser um copo ou uma xícara contendo leite (de preferência leite humano pasteurizado), colocado entre as mamas da mãe e conectado ao mamilo por meio de uma sonda. A criança, ao sugar o mamilo, recebe o suplemento. Dessa maneira o bebê continua a estimular a mama e sente-se gratificado ao sugar o seio da mãe e ser saciado.

Os benefícios associados ao aleitamento materno podem ser vistos no decorrer do desenvolvimento da criança, mesmo após o desmame, como a prevenção de obesidade na infância e na adolescência e o desenvolvimento sócio emocional da criança.

Luiza Tiné, para o Blog da Saúde

Cientistas testam ‘esponja’ capaz de tratar diabetes tipo 2

Implantado em camundongos obesos, artefato de polímero diminuiu níveis de gordura corporal e de açúcar circulante no sangue

Há algum tempo, endocrinologistas descobriram que a gordura não é apenas um reservatório de energia passiva do organismo. Ela libera compostos que contribuem para mudar todo o metabolismo — inclusive, com alterações que levam ao desenvolvimento de diabetes tipo 2.

Pensando nisso, experimento apresentado nesta terça-feira (22) em reunião anual da “American Chemical Society” desenvolveu uma esponja de polímero que impede que a gordura “converse” com o restante do corpo. O polímero já é um material usado em stents, suturas e outros dispositivos médicos implantáveis.

Desenvolvida pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, a esponja foi testada em camundongos. Pesquisadores implantaram o material em cobaias obesas que desenvolveram sintomas semelhantes aos da diabetes. No diabetes tipo 2, órgãos do corpo perdem a capacidade de absorver moléculas de açúcar e, com isso, essa glicose fica circulante na corrente sanguínea — situação altamente tóxica para o organismo.

Resultados indicam possível tratamento
Após três semanas de dieta rica em gordura, ratos com as esponjas tiveram aumento de 10% na gordura corporal, enquanto que cobaias sem o implante ganharam 30% mais gordura corporal.

Ainda, camundongos com a esponja apresentaram 60% de aumento de transportadores de glicose tipo 4 (GLUT 4), proteína que ajuda a transportar esse “açúcar perdido” para dentro das células.

Agora, pesquisadores estão tentando identificar por que a esponja reduziu a gordura e os níveis de glicose no sangue. A ideia é ajustar a estratégia para que ela seja mais eficaz e vire um tratamento viável para diabetes tipo 2 no futuro.

G1

OMS atualiza Lista de Medicamentos Essenciais com novas recomendações sobre uso de antibióticos

medicamentos tb-mdr siteNovas recomendações sobre quais antibióticos usar para infecções comuns e quais preservar para situações mais graves estão entre os acréscimos à Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2017. Também foram adicionados medicamentos para o HIV, hepatite C, tuberculose e leucemia

A lista atualizada acrescenta 30 medicamentos para adultos e 25 para crianças, além de especificar novos usos para nove produtos já listados, alcançando um total de 433 medicamentos considerados essenciais para atender às necessidades de saúde pública mais importantes. A Lista de Medicamentos Essenciais da OMS (LME) é utilizada por muitos países para aumentar o acesso aos medicamentos e orientar decisões sobre quais produtos eles garantem que estão disponíveis para suas populações.

“Medicamentos seguros e eficazes são uma parte essencial de qualquer sistema de saúde”, disse Marie-Paule Kieny, subdiretora Geral de Sistemas de Saúde e Inovação da OMS. “Certificar-se de que todas as pessoas possam ter acesso aos remédios que precisam, quando e onde precisam, é vital para o progresso dos países em direção à cobertura de saúde universal”.

Nova recomendação: 3 categorias de antibióticos
Na maior revisão da seção de antibióticos nos 40 anos de história da LME, especialistas da OMS agruparam antibióticos em três categorias – ACCESS, WATCH e RESERVE (acesse, observe e reserve, em inglês) – com recomendações sobre quando cada categoria deveria ser usada. Inicialmente, as novas categorias se aplicam apenas aos antibióticos utilizados para tratar 21 das infecções gerais mais comuns. Se essa inciativa se mostrar útil, pode ser ampliada em versões futuras da LME, sendo aplicada também em drogas usadas para tratar outras infecções.

A mudança visa assegurar que os antibióticos estejam disponíveis quando necessário e que os antibióticos certos sejam prescritos para as infecções certas. O objetivo é que melhore os resultados do tratamento, reduza o desenvolvimento de bactérias resistentes a medicamentos e preserve a eficácia dos antibióticos de “último recurso”, que são necessários quando todos os outros falham. Essas mudanças apoiam o Plano de Ação Global da OMS sobre a resistência antimicrobiana, que visa combater o desenvolvimento da resistência a medicamentos, garantindo o melhor uso de antibióticos.

A OMS recomenda que os antibióticos no grupo ACCESS estejam disponíveis em todos os momentos como forma de tratar uma ampla gama de infecções comuns. Por exemplo, amoxicilina, um antibiótico amplamente usado para tratar infecções como pneumonia.

O grupo WATCH inclui antibióticos que são recomendados como tratamentos de primeira ou segunda escolha para um pequeno número de infecções. Por exemplo, a ciprofloxacina, usada para tratar a cistite (um tipo de infecção do trato urinário) e infecções do trato respiratório superior (como sinusite bacteriana e bronquite bacteriana), deve ter sua utilização dramaticamente reduzida para evitar um desenvolvimento maior da resistência.

O terceiro grupo, RESERVE, inclui antibióticos como a colistina e certas cefalosporinas que devem ser consideradas opções de último recurso e usadas apenas nas circunstâncias mais severas, quando todas as alternativas falharam, como casos de infecções que ameaçam a vida devido a bactérias multirresistentes. Especialistas da OMS adicionaram 10 antibióticos à lista para adultos e 12 para crianças.

“O aumento da resistência aos antibióticos decorre da forma como nós estamos usando – e mal usando – esses medicamentos”, disse Suzanne Hill, diretora de Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde. “A nova lista da OMS deve ajudar os planejadores e prescritores do sistema de saúde a garantir que as pessoas que precisam de antibióticos tenham acesso a eles e assegurar que elas obtenham o correto, de modo que o problema da resistência não piore”.

Outros acréscimos
A LME atualizada também inclui vários novos medicamentos, como dois tratamentos orais contra o câncer, uma nova pílula para a hepatite C que combina dois medicamentos, um tratamento mais eficaz para o HIV, bem como um medicamento mais antigo que pode ser tomado para prevenir a infecção pelo HIV em pessoas em alto risco, novas formulações pediátricas de medicamentos para tuberculose e analgésicos.

Esses medicamentos são:
– dois medicamentos orais contra câncer (dasatinibe e nilotinibe) para o tratamento da leucemia mielóide crônica que se tornou resistente ao tratamento padrão. Em ensaios clínicos, um em cada dois pacientes que tomaram estes medicamentos conseguiu uma remissão completa e duradoura da doença;

– sofosbuvir + velpatasvir como a primeira terapia de combinação para tratar os seis tipos de hepatite C (a OMS está atualmente atualizando suas recomendações de tratamento para a hepatite C);

– dolutegravir para o tratamento da infecção pelo HIV, em resposta à evidência mais recente que mostra a segurança, eficácia e alta barreira à resistência do medicamento;

– profilaxia pré-exposição (PrEP) com tenofovir sozinho, ou em combinação com emtricitabina ou lamivudina, para prevenir a infecção pelo HIV;

– delamanídeo para o tratamento de crianças e adolescentes com tuberculose multidroga resistente (TB-MDR) e clofazimina para crianças e adultos com TB-MDR;

– formulações de combinação de dose fixa amigáveis para crianças de isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida para tratamento de TB pediátrica;

– manchas de pele de fentanil e metadona para alívio da dor em pacientes com câncer com o objetivo de aumentar o acesso aos medicamentos para cuidados de fim de vida

 – fentanila transdérmica e metadona para alívio da dor em pacientes com câncer, com o objetivo de aumentar o acesso aos medicamentos para cuidados de fim da vida.

Nota aos editores
– A Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS foi lançada em 1977, coincidindo com o endosso dos governos na Assembleia Mundial da Saúde de “Saúde para todos” como o princípio orientador das políticas de saúde da OMS e dos países.

Muitos países adotaram o conceito de medicamentos essenciais e desenvolveram listas próprias, usando a LME como um guia. A LME é atualizada e revisada a cada dois anos pelo Comitê de Peritos da OMS sobre a Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais.

A reunião do 21º Comitê de Peritos foi realizada de 27 a 31 de março de 2017 na sede da OMS. O Comitê considerou 92 pedidos para cerca de 100 medicamentos e adicionou 55 à Lista Modelo (30 para a LME geral e 25 para a LME infantil).

A LME atualizada está disponível aqui: http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/

Os membros do Comitê de Peritos estão listados aqui: http://www.who.int/selection_medicines/committees/expert/21/experts/members-21stcommittee/en/ 

Fonte: OMS