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domingo, 17 de março de 2013

Remédio contra diabetes previne desenvolvimento de insuficiência cardíaca

Pessoas que utilizavam os medicamentos GLP1 apresentaram menor risco de hospitalização e morte por problemas do coração
 
Uma classe de medicamentos comumente prescritos para reduzir o nível de açúcar no sangue em pacientes diabéticos parece protegê-los de desenvolver insuficiência cardíaca, segundo um estudo do Hospital Henry Ford, nos EUA.

"As pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca. Adultos diabéticos morrem de doença cardíaca duas a quatro vezes mais do que aqueles sem diabetes. Nossos dados sugerem que pacientes diabéticos em uma determinada classe de medicamentos são menos propensos a desenvolver insuficiência cardíaca", afirma o autor da pesquisa David Lanfear.

Há mais de 25 milhões de adultos e crianças com diabetes nos EUA , de acordo com a Associação Americana de Diabetes. A ADA estima que cerca de 80 milhões de pessoas podem ser pré-diabéticas, com quase dois milhões de novos casos diagnosticados em adultos em 2010. Em 2007, o diabetes contribuiu para um total de 231.404 mortes.

O estudo analisou 4.427 pacientes diabéticos que medicamento redutor de açúcar no sangue entre 01 de janeiro de 2000 e 01 de julho de 2012. Destes pacientes, 1.488 tomavam medicamento GLP-1 e 2.939 não faziam uso deste remédio.

Ao longo de um período de observação de 663 dias, houve 281 internações, das quais 184 foram devido a insuficiência cardíaca e 158 mortes.

A análise foi ajustada para fatores tais como idade, sexo, raça, doença coronária, insuficiência cardíaca, duração do diabetes, bem como o número de medicamentos anti-diabéticos, a fim de identificar o efeito específico de medicações GLP-1. Os pesquisadores também analisaram internações e mortes por todas as causas.

A equipe descobriu que a utilização de medicações GLP1 foi associada com um risco reduzido de hospitalização por insuficiência cardíaca, ou por qualquer outra razão, bem como menos mortes.

"Estes resultados preliminares parecem muito promissores. No entanto, este foi um estudo retrospectivo e esse assunto precisa de mais investigação", conclui Lanfear.
 
Fonte isaude.net

Mensagem de texto incoerente pode ser único sintoma de derrame

Dificuldade de escrever mensagem de texto coerente pode se
 tornar uma ferramenta para diagnóstico de AVC
Estudo sugere que incapacidade de escrever corretamente no celular pode se tornar ferramenta "vital" para a detecção de AVC
 
Dificuldade ou incapacidade de escrever uma mensagem de texto coerente, mesmo em pacientes que não têm problema de fala, pode ser sintoma único de um tipo de acidente vascular cerebral incapacitante, de acordo com pesquisa realizada no Hospital Henry Ford, nos EUA.
 
O estudo mostra que a 'distextia', termo criado para sugerir a escrita de mensagens de texto incoerentes, é uma ferramenta "vital" para a detecção de acidente vascular cerebral isquêmico agudo, em que um coágulo bloqueia o fornecimento de sangue a uma parte do cérebro. Esses derrames geralmente resultam em algum tipo de deficiência física e pode ser fatal.
 
Segundo o autor da pesquisa Omran Kaskar, a pesquisa ilustra como a distextia pode ser o único sintoma de afasia relacionada ao AVC, ou incapacidade parcial ou total de formar e compreender a linguagem.
 
"As mensagens de texto são uma forma comum de comunicação com mais de 75 mil mensagens sendo enviadas a cada mês. Além dos testes tradicionais que usamos para determinar afasia no diagnóstico de derrame, verificar distextia pode muito bem tornar-se uma ferramenta vital na tomada de tal determinação", observa Kaskar.
 
Segundo o pesquisador, já que as mensagens de texto sempre trazem a data e a hora em que foram enviadas, elas também podem ajudar a determinar quando os sintomas do AVC estiveram presentes ou mesmo quando eles começaram, um componente-chave para determinar a inclusão de terapia trombolítica e IV ou intervenção aguda.
 
O estudo de caso focou em um homem de 40 anos de idade que mostrou sinais de distextia. O paciente não teve nenhum problema com um teste de rotina de suas capacidades de linguagem, incluindo fluência da fala, leitura, compreensão e outros fatores. No entanto, quando solicitado a digitar uma mensagem de texto simples, ele não só produziu deturpação, mas não foi capaz de detectar essa incoerência.
 
Apesar de mostrar apenas leve assimetria facial e outros sintomas, os médicos determinaram que o homem tinha sofrido um AVC.
 
O paciente descrito no relatório de pesquisa Henry Ford havia enviado uma mensagem para sua esposa, pouco depois da meia-noite, antes de ir para o hospital. Ela descreveu o texto como "incoerente, não fluente, e incompreensível".
 
No dia seguinte, depois que os médicos não encontraram problemas neurológicos visíveis, exceto uma ligeira fraqueza no lado direito de seu rosto, e o paciente não teve problemas em lidar com a avaliação de rotina tradicional de habilidades de linguagem, ele foi solicitado a digitar uma nova mensagem de texto com a frase 'The doctor need a new blackberry' (O médico precisa de um novo blackberry).
 
Em vez disso, ele mandou uma mensagem, 'Tjhe Doutor nddds a new bb'. Quando perguntado se o texto estava correto, ele não reconheceu qualquer erro de digitação, segundo os pesquisadores.
 
Uma vez que foi determinado que o homem tinha sofrido um acidente vascular cerebral isquêmico agudo, os médicos concluíram que a verificação de distextia pode tornar-se uma ferramenta extremamente importante de diagnóstico, especialmente para pacientes que não apresentam outros sintomas claros.
 
Fonte isaude.net

Esgotamento físico e mental no trabalho aumenta risco de doenças cardíacas

Longas horas de trabalho podem comprometer a saúde do coração
Longas horas de trabalho podem comprometer a saúde do coração
Pesquisa revela que funcionários com estafa são até 79% mais propensos ao acúmulo de placas nas artérias
 
Esgotamento físico e mental no trabalho aumenta risco de doenças cardíacas, de acordo com estudo de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel.
 
O estudo mostra uma ligação entre a chamada Síndrome do Burnout e a doença arterial coronariana, o acúmulo de placas nas artérias coronárias que leva a crises de angina ou do coração.
 
Aqueles que foram identificados com níveis elevados na escala de esgotamento tiveran um aumento de 79% no risco de doença coronariana.
 
Segundo a líder da pesquisa, Sharon Toker, esses resultados foram mais extremos do que os pesquisadores esperavam e indicam o esgotamento como um preditor de doença coronariana mais forte do que muitos outros fatores de risco clássicos, incluindo tabagismo, níveis de lipídios no sangue e falta de atividade física.
 
Alguns dos fatores que contribuem para o desgaste são experiências comuns no local de trabalho, incluindo tensão elevada, sobrecarga de trabalho, falta de controle sobre as situações de trabalho, falta de apoio emocional e longas horas de trabalho. Isto leva a desgaste físico, o que irá, eventualmente, enfraquecer o corpo.
 
Durante o estudo, um total de 8.838 homens e mulheres, aparentemente saudáveis, com idades entre 19 e 67 anos que se apresentaram para exames de saúde de rotina foram seguidos por uma média de 3,4 anos. Cada participante foi avaliado para níveis de neutralização e examinados para sinais de doença coronariana.
 
Os pesquisadores controlaram fatores de risco típicos da doença, tais como sexo, idade, histórico familiar de doença cardíaca e tabagismo.
 
Durante o período de seguimento, 93 novos casos de doença coronariana foram identificados. O esgotamento foi associado a um risco 40% de desenvolver a condição. Mas os 20% dos participantes com as pontuações mais altas de desgaste tiveram um risco 79% maior.
 
Segundo Toker, um estudo com um período maior de acompanhamento pode levar a resultados ainda mais dramáticos.
 
"Estes resultados são importantes para a medicina preventiva. Os profissionais de saúde que sabem que seus pacientes estão experimentando esgotamento podem acompanhar de perto para detectar sinais de doença cardíaca coronária também", observa Toker.
 
 
Fonte isaude.net

Mulheres que trabalham durante a noite são mais propensas a ter câncer de ovário

Estudo, que avaliou mais de três mil mulheres, mostra que turnos da noite aumentam risco da doença em estágio inicial em 49%
 
Equipe de cientistas do Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos EUA, descobriu uma ligação entre mulheres que trabalham no turno da noite e o câncer de ovário.
 
Os resultados sugerem que trabalhar durante a noite aumenta o risco da doença em estágio inicial em 49%, em comparação com aquelas que trabalham em horas normais de expediente.
 
Segundo os pesquisadores, uma explicação possível é a interrupção do hormônio do sono, melatonina.
 
 
A equipe de pesquisa analisou 1.101 mulheres com câncer de ovário avançado, 389 com a doença inicial e 1.832 mulheres sem a doença.
 
No geral, um quarto das participantes com câncer avançado disse ter trabalhado em turnos da noite, em comparação com um terço das pessoas com doença inicial e uma em cada cinco do grupo de controle.
 
A análise dos dados mostrou um aumento de 24% no risco de câncer avançado e 49% no risco da doença em estágio inicial para as trabalhadoras noturnas em comparação com aqueles que trabalharam durante o dia.
 
No entanto, os resultados foram significantes apenas para mulheres com mais de 50 anos e o risco não pareceu aumentar para aquelas que tinham trabalhado em turnos da noite por mais tempo.
 
De acordo com os investigadores, as mulheres analisadas haviam feito turnos da noite por uma média de dois a três anos e em setores como saúde, preparação de alimentos e de serviços, escritório e apoio administrativo.
 
Uma possível explicação é que a melatonina, hormônio produzido durante a noite, é suprimida nos turnos noturnos de trabalho, causando efeitos em cadeia sobre a regulação estrogênio no corpo e a proteção contra danos ao DNA.
 
Os pesquisadores apontaram que as descobertas eram consistentes, e de uma magnitude semelhante àqueles encontrados para o câncer de mama.
 
Fonte inet

Rock pesado pode levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas

Heavy Metal ajuda a mudar a frequência cardíaca
Foto Mo123
Heavy Metal ajuda a mudar a frequência cardíaca
Pesquisadores da Unesp fizeram experimento para comparar o efeito do heavy metal e da música clássica na saúde cardíaca
 
A preferência por escutar heavy metal ou música clássica poderia influenciar a saúde cardíaca, segundo pesquisa realizada na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Experimentos feitos com o objetivo de avaliar o efeito dos dois gêneros musicais indicam que, definitivamente, o rock pesado tem o poder de tocar os corações - e nem sempre de forma branda. " Nosso trabalho sugere que, após longo tempo, o heavy metal pode colaborar para o desenvolvimento de hipertensão ou outra doença cardíaca" , o fisioterapeuta Vitor Valenti, professor da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp em Marília.
 
Em seus experimentos, Valenti utilizou uma peça de cada gênero musical. Do lado metaleiro, a escolhida foi a faixa Heavy metal universe, da banda alemã de speed metal (uma subdivisão do heavy metal) Gamma Ray. Do lado erudito, selecionou o famoso Cânone em ré maior, do alemão Johann Pachelbel (1653-1706).
 
Pertencente ao período barroco, a peça de Pachelbel é frequentemente confundida com as obras de Mozart, e este fator também influenciou na sua seleção.
 
Em 1991, o pesquisador francês Alfred Tomatis publicou o livro Por que Mozart?, afirmando que o hábito de ouvir composições do músico austríaco pode acelerar o desenvolvimento cerebral, principalmente em crianças. O fenômeno ficou conhecido como " efeito Mozart" , mas sua existência ainda é motivo de polêmica.
 
Os testes feitos por Valenti envolveram 33 voluntários, que passaram por duas sessões sonoras de cinco minutos para cada estilo musical. Enquanto ouviam as músicas de ambos os estilos, tocadas de forma aleatória, tinham a frequência cardíaca monitorada por eletrocardiograma. As análises estatísticas dos resultados, que devem ser publicados este ano, mostraram os corações dos voluntários batendo mais rápido com as guitarras do Gamma Ray, e desacelerando sob as cordas do Cânone.

Estimulação
Valenti diz que as diferenças nos batimentos cardíacos verificadas nas audições refletem a ação da música sobre o sistema nervoso autônomo. Trata-se de uma divisão do sistema nervoso responsável por funções primordiais do corpo humano como respiração, circulação e controle de temperatura.
 
O sistema nervoso autônomo, por sua vez, subdivide-se em dois grandes troncos, chamados simpático e parassimpático, que trabalham de forma antagônica. A estimulação dos nervos simpáticos produz modificações como dilatação da pupila, aumento da frequência cardíaca e constrição dos vasos sanguíneos, que deixam a pessoa mais apta para lidar com situações de luta ou fuga. Já a estimulação parassimpática produz efeitos contrários, sendo importante para permitir que o indíviduo pegue no sono, por exemplo.
 
Um poderoso ferramental estatístico permitiu ao pesquisador concluir que, entre os indivíduos pesquisados, os efeitos do heavy metal do Gamma Ray sobre o sistema nervoso simpático foram maiores do que os do Cânone em Ré Maior sobre o parassimpático. " Mas o Cânone produziu efeitos menores do que os verificados em estudos semelhantes que usaram peças de Mozart" , avaliou o pesquisador.

Diferenças entre homens e mulheres
De maneira geral, o coração dos homens reagiu mais intensamente (isto é, com maior variabilidade da frequência cardíaca) ao heavy metal do que o das mulheres. Diferenças hormonais parecem estar na base dessa disparidade. Testosterona, estrógeno e progesterona, além de desempenharem funções ligadas à reprodução, também modulam a atividade cerebral, podendo afetar a forma como as pessoas reagem à música. " No futuro, pretendemos medir a resposta ao estímulo auditivo em mulheres em diferentes fases do ciclo menstrual" , adianta Valenti. " Para os homens, é possível fazer uma análise sanguínea para determinar os níveis de testosterona e verificar se eles se associam à variabilidade da resposta cardíaca ao estímulo musical."

Com informações da Unesp
 
Fonte isaude.net

Máquina mantém fígado humano funcionando à temperatura corporal

Uma vez no dispositivo, órgão trabalha normalmente como faria dentro do corpo humano, recuperando a cor e produzindo bile
 
Cientistas do King's College Hospital, no Reino Unido, testaram, pela primeira vez, um dispositivo capaz de manter um fígado humano doado funcionando fora do corpo humano.
 
Até agora, o procedimento foi realizado em dois pacientes na lista de espera de transplante de fígado e ambos estão tendo uma recuperação excelente.
 
Os transplantes atuais dependem da preservação de órgãos doados colocando-os "no gelo", a fim de retardar seu metabolismo. Mas isso muitas vezes danifica os órgãos.
 
A nova tecnologia, desenvolvida na Universidade de Oxford, pode preservar um fígado funcionando fora do corpo por 24 horas. Um fígado humano doado ligado ao dispositivo tem sua temperatura aumentada para a temperatura corporal e células vermelhas do sangue oxigenadas são circuladas através de seus capilares. Uma vez na máquina, um fígado funciona normalmente como faria dentro de um corpo humano, recuperando a sua cor e produzindo bile.
 
Os resultados dos dois primeiros transplantes, realizados em fevereiro de 2013, sugere que o dispositivo pode ser útil para todos os pacientes que necessitam de transplantes de fígado.
 
Com base em dados pré-clínicos, o novo dispositivo também poderia permitir a preservação de fígados que seriam descartados como impróprios para o transplante, duplicando o número de órgãos disponíveis para transplante e prolongando o período máximo de preservação do órgão para até 24 horas.
 
"Estes primeiros casos clínicos confirmam que podemos preservar fígados humanos fora do corpo, mantê-los vivos e em funcionamento em nossa máquina e, em seguida, horas depois, com sucesso, transplantá-los para um paciente", afirma o professor Constantin Coussios.
 
Fonte isaude.net

FDA aprova injeção que ajuda a localizar gânglios linfáticos

Agente de imagem Lymphoseek pode determinar se as células cancerosas se espalharam para outros órgãos do corpo
 
A Food and Drug Administration dos EUA (FDA) aprovou a Injeção Lymphoseek (tecnécio Tc 99m tilmanocept), agente radioativo de diagnóstico por imagem que ajuda os médicos a localizar linfonodos em pacientes com câncer de mama ou melanoma que são submetidos a cirurgia para remover gânglios linfáticos que drenam tumores.
 
Os gânglios linfáticos filtram fluidos que correm através dos tecidos do corpo. Este fluido pode conter células cancerosas, em especial se o líquido drena uma parte do corpo que contém um tumor. Através da remoção cirúrgica e examine dos gânglios linfáticos que drenam um tumor, os médicos às vezes podem determinar se o câncer se espalhou.
 
Lymphoseek é um agente de imagem que ajuda a localizar os gânglios linfáticos, e não uma droga que ajuda a visualizar o câncer. Lymphoseek é a primeira nova droga usada para o mapeamento de linfonodos a ser aprovada em mais de 30 anos. Outras drogas aprovadas pela FDA utilizadas para o mapeamento do linfonodo incluem enxofre coloidal (1974) e isosulfan azul (1981).
 
"Remoção e exame patológico dos linfonodos de um tumor primário são avaliações diagnósticas importantes para alguns pacientes com câncer de mama ou melanoma. Para usar Lymphoseek, os médicos injetam a droga na área do tumor e, mais tarde, utilizando um detector de radiação portátil, encontram nódulos linfáticos que fixaram Lymphoseek", explica Shaw Chen, da FDA.
 
A segurança e eficácia de Lymphoseek foram estabelecidas em dois ensaios clínicos de 332 pacientes com melanoma ou câncer de mama. Todos os pacientes foram injetados com Lymphoseek e um corante azul, outra droga usada para ajudar a localizar os linfonodos.
 
Cirurgiões posteriormente removeram linfonodos suspeitos para exame patológico. Os resultados mostraram que Lymphoseek e o corante azul haviam localizado a maioria dos nódulos linfáticos, embora um número notável de nódulos tenha sido localizado apenas por Lymphoseek.
 
Os efeitos secundários mais comuns identificados em ensaios clínicos foram a dor ou irritação no local da injeção.
 
Fonte isaude.net

Cigarro é responsável por um terço de casos mais graves de artrite

images3  Cigarro é responsável por um terço de casos mais graves de artriteEstudo divulgado pelo British Medical Journal (BMJ) confirma que o cigarro é um dos principais fatores de risco para a artrite.
 
A pesquisa, realizada na Suécia, revela que o consumo de cigarro é responsável por mais de um terço dos casos mais graves de artrite reumatóide e também está por trás de mais da metade dos casos em pessoas geneticamente predispostas a desenvolver a doença.

De acordo com membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dr. Carmo de Freitas, que trabalha na área há quase 40 anos, a artrite reumatóide (AR) está entre as doenças com maior incidência no mundo todo. “Somente no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com a AR, uma doença inflamatória crônica, que causa dor, inchaço, perda de funções de articulações e inflamação de outros órgãos”, explica o médico.
 
O método
A pesquisa, realizada na Suécia, baseou suas conclusões na análise de 1,2 mil pessoas, de 18 a 70 anos, com artrite reumatóide, registradas em 19 clínicas.

Posteriormente, estas análises foram comparadas com as de 871 voluntários com as mesmas características, mas sem a doença. Todos foram questionados sobre seus hábitos com o cigarro e a partir das respostas foram divididos em três categorias de acordo com o tempo em que fumavam.
 
Além disso, foi feito um exame de sangue para determinar se tinham predisposição genética a artrite e avaliar a gravidade da doença.
 
Os resultados
• Dos que sofriam de artrite reumatóide, 61% tinha a forma mais grave da doença, que é também a mais comum.

• As pessoas que mais fumavam – cerca de 20 cigarros ao dia durante pelo menos 20 anos – tinham 2,5 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença.

• O risco se reduziu no caso dos ex-fumantes de forma proporcional aos anos de afastamento do cigarro. No entanto, entre esse grupo, os que fumaram muito continuam apresentando um risco relativamente alto de desenvolver a doença, mesmo para os que largaram o cigarro há 20 anos.
 
As conclusões
• Em função destes dados, os especialistas concluíram que 35% dos casos de artrites graves podiam ser atribuídos ao tabaco.

• Entre as pessoas com predisposição genética, a relação com o tabaco era de 55%, com maior risco quanto mais alta era a dependência.
 
Dr. Carmo de Freitas ressalta ainda que pacientes com artrite reumatóide que fumam têm maior risco de não se beneficiarem com o tratamento da doença. “O tabagismo está associado com a não-resposta para o tratamento da doença com o emprego de alguns medicamentos”, acrescenta o reumatologista.

Fonte Corposaun

Casos graves de unha encravada podem ser cirúrgicos

O problema aflige homens e mulheres, mas é fácil de ser evitado e tratado: unha encravada. Normalmente aparece quando a pessoa usa muito sapatos apertados e corta as unhas de forma errada. A unha encravada, além de dor, pode ocasionar infecções graves, dependendo do estado de saúde da pessoa e da higiene.

Há relatos de pessoas que durante anos lutam contra o problema e o incômodo que este acarreta, como por exemplo, não conseguir calçar determinados tipos de calçados que apertam e pressionam a unha, porque ela fica dentro da carne. O simples ato de caminhar provoca mal estar, incomodando muito.

Os especialistas relatam que no local quando está inflamado, ou seja, com pus, e não ocorre melhora, o mais indicado é a cirurgia para acabar com o problema da unha encravada. A manutenção também é importante e necessária, dizem os especialistas, mas com um profissional especializado para que o problema não se retorne recorrente.
 
O médico especialista em saúde pública do Ministério da Saúde, Victor Berbara,para amenizar e evitar que a unha encrave, diz que não se deve usar calçados apertados.
 
Victor Berbara afirma que o problema acontece muito frequentemente entre pessoas que praticam esportes, corridas e caminhadas por estas usarem um tênis apertado ou um tênis não adequado para a atividade física. Outro fator que previne a unha encravada é cortá-la de forma correta, ou seja, não cortar a unha muito próxima a pele, entre a unha e a junção da pele.
 
Victor Berbara fala ainda que as unhas encravadas podem não produzir sintomas no início. Entretanto, nos casos mais graves é necessário cirurgia para retirar a unha.
 
Fonte Corposaun

Esterilização de instrumentos cirúrgicos evita infecções

Bisturi, cânula, tesoura, pinça, fio de costura cirúrgico e grampeador são alguns instrumentos utilizados em procedimentos de cirurgia plástica. O bisturi é sem dúvida o mais conhecido. A ferramenta tem a forma de uma faca, reta ou curva, é utilizada para fazer incisões e possui uma lâmina bem afiada.
 
“O bisturi elétrico é um aparelho cirúrgico utilizado na secção ou coagulação dos tecidos a partir do uso de correntes de alta frequência, aplicadas por elétrodos”, explica o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
 
A cânula é um instrumento usado principalmente em lipoaspirações e tem o formato de um tubo fino e vazado. Já o fio de costura cirúrgico, ou fio de sutura, é um material produzido com fibras vegetais ou estruturas orgânicas utilizado para o fechamento de cortes. “A pinça cirúrgica é uma ferramenta de precisão, que possui diferentes modelos, tamanhos e formatos. A pinça de dissecação, por exemplo, é usada para manusear tipos específicos de tecidos do corpo, a hemostática traumática serve para manipular o vaso sangrante e a não-traumática visa minimizar o trauma vascular”, esclarece.

Pacheco aponta que além do conhecimento do uso de cada instrumento usado nas intervenções cirúrgicas, é fundamental que o cirurgião saiba qual a melhor técnica de esterilização dos materiais que não são descartáveis. “A esterilização é um processo essencial para evitar infecções por microbactérias, que causam lesões e muitos transtornos aos pacientes quando ocorrem. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cria as regras de esterilização de instrumentos cirúrgicos e prevê a obrigatoriedade da realização do procedimento correto”, observa.
 
De acordo com a Anvisa, é proibida a esterilização líquida dos instrumentos usados em cirurgias plásticas no abdômen, nas mamas e em lipoaspirações. Esta regra tem como objetivo evitar a infecção por bactérias resistentes à maioria dos antibióticos, dificultando o tratamento do problema e prejudicando a recuperação do paciente. “O recomendado é realizar a esterilização com calor. As clínicas e hospitais podem terceirizar este serviço, porém, se houver algum problema, serão responsabilizados”, destaca o cirurgião, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
 
O calor é considerado o agente físico mais prático e eficiente no que diz respeito ao controle microbiano e desinfecção. Ele pode ser empregado na forma úmida ou seca. O tempo e a temperatura são os parâmetros que devem ser controlados neste tipo de esterilização. “Todos os organismos possuem uma temperatura mínima, máxima e adequada para o seu crescimento. Se a temperatura for superior ao limite do organismo, os efeitos são letais, pois o calor oxida os constituintes celulares e ocorre à desnaturação das proteínas e ácidos das células”, esclarece.
 
O calor seco não é considerado a melhor estratégia, já que o ar é menos condutor de temperatura do que a água. O calor úmido possui elevado poder de penetração e tem a capacidade de romper as membranas celulares dos microorganismos. “Este é o método recomendado pela Anvisa para esterilizar os matérias usados na cirurgia plástica. A esterilização a vapor é indicada principalmente para instrumentos que entram em contato direto ou indiretamente com o paciente durante a cirurgia. A autoclave é o aparelho mais utilizado neste caso”, acrescenta.
 
Fonte Corposaun

Pedalar pode prejudicar saúde do esperma

Os homens que andam de bicicleta pelo menos cinco horas por semana têm menos quantidade e esperma menos ativo em comparação aos que não se exercitam, segundo um estudo publicado no periódico Fertility and Sterility.
 
De acordo com Lauren Wise, da Universidade de Boston, que conduziu o trabalho, poucos exercícios físicos interferem na saúde do esperma, mas a pesquisa realizada entre atletas competitivos relacionou o ciclismo a problemas genitais ou urinários e baixa qualidade do sêmen.

Durante a pesquisa foi examinada a relação entre a saúde do esperma e do exercício em 2.200 homens atendidos em clínicas de fertilidade. Cada homem forneceu uma amostra de sêmen e respondeu a perguntas sobre sua saúde geral e atividades físicas.

Após o ajuste para o uso de multivitaminas, peso corporal, pressão arterial, a escolha de roupas íntimas e outras variáveis, os autores levantaram que os homens que se exercitavam regularmente — mesmo vigorosamente — não eram mais propensos a ter problemas com a qualidade ou quantidade dos espermatozoides do que os sedentários.
 
No entanto, quando avaliaram os tipos específicos de exercícios, a equipe de pesquisadores notou que os homens que disseram ter gasto pelo menos cinco horas por semana pedalando tinham duas vezes mais chance de ter tanto uma baixa contagem de esperma quanto uma mobilidade relativamente pobre.
 
Entre os homens que não faziam exercício físico regularmente, 23% tinham baixa contagem de espermatozoides — assim como mais de 31% daqueles que pedalaram pelo menos cinco horas por semana.
 
Quase 40% dos ciclistas frequentes tinham baixo número de espermatozoides com boa mobilidade, contra 27% dos homens que não se exercitavam.
 
Para Lauren Wise, o trauma ou o aumento da temperatura no escroto podem explicar a relação entre ciclismo e saúde do sêmen. E afirma ainda que, possivelmente, os homens analisados poderiam não representar a população em geral, uma vez que todos eles procuraram uma clínica de fertilidade e, portanto, estavam mais propensos a ter problemas com seu esperma.
 
Mais estudos são necessários para replicar os resultados antes de os considerarmos causais, finalizou Lauren.
 
Fonte Corposaun

Aplicação de ultrassom nos testículos se apresenta como possível contraceptivo

O pensamento de se usar ondas sonoras para reduzir a
fertilidade masculina surgiu nos anos 70
Pesquisadores que estudam uma nova forma de contracepção masculina apontam que a aplicação de ultrassom nos testículos pode fazer com que a produção de esperma seja suspendida.

Um estudo promovido com ratos mostrou que as ondas de ultrassom podem ser usadas para reduzir a contagem de esperma a níveis considerados inférteis em humanos. A pesquisa doi publicada na revista científica Reproductive Biology and Endocrinology

Os cientistas apontam o ultrassom como um “candidato promissor” como contraceptivo, porém também destacam que novos testes ainda serão necessários para garantir que o método é seguro e que o efeito pode ser reversível.

O pensamento de se usar ondas sonoras para reduzir a fertilidade masculina surgiu nos anos 70, mas agora está sendo explorado a fundo por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, com financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates.
 
O mais recente estudo descobriu que duas aplicações de 15 minutos produzem uma reduçao significativa no número de células produtoras de esperma e consequentemente a contagem de esperma.
As sessões se mostraram mais eficazes quando realizadas com um intervalo de dois dias e feitas por meio de água morna salgada.

Segundo os pesquisadores, homens são considerados subférteis quando sua contagem de esperma fica abaixo dos 15 milhões/ml e a contagem de esperma nos ratos ficou abaixo de 10 milhões/ml.
 
“Ainda precisamos de mais estudos para determinar por quanto tempo dura o efeito contraceptivo e se é seguro utilizá-lo múltiplas vezes”, declarou o líder da pesquisa James Tsuruta.
 
A equipe também precisa garantir que o efeito do ultrassom será totalmente reversível, podendo ser usado com contraceptivo e não como esterilização, além de analisar se pode haver danos cumulativos com a repetição das aplicações.
 
“A ideia é boa, mas ainda é necessário muito trabalho”, aponta o professor de andrologia da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, Allan Pacey. De acordo com ele, é provável que a produção de esperma volte ao normal após as aplicações, mas “os espermatozóides podem ficar danificados e qualquer bebê que venha deles pode ter problemas. A última coisa que queremos é um dano prolongado ao esperma.”
 
Fonte Corposaun

Pesquisa apresenta nova dispositivo para procedimentos cirúrgicos

medico Pesquisa apresenta nova dispositivo para procedimentos cirúrgicosPesquisadores do Fraunhofer Institute, localizado na Alemanha, promoveram o desenvolvimento de um novo dispositivo que se apresenta capaz de facilitar a realização de procedimentos cirúrgicos. Acompanhe nas próximas linhas dessa matéria mais detalhes sobre essa notícia.
 
Durante a operação, os cirurgiões têm têm que contar com o seu instinto e a experiência para ajudar em cada movimento que fazem, porém, em pouco tempo um novo instrumento promote ajudar. Tal tecnologia é projetada de forma que materiais cirúrgicos podem ser unidos a ele, tornando desta forma as cirurgias de precisão mais fáceis de serem feitas. 
 
O aparelho que é integrado a componentes eletrônicos fornece um feedback para o cirurgião durante o processo, aconselhando-o sobre o andamento da cirurgia.
 
Se o médico aperta um parafuso, por exemplo, em seguida, os sensores medem a força aplicada. Uma vez que o momento ótimo de torção é atingido, LEDs relatam isso por meio de um sinal óptico. “Principalmente os cirurgiões jovens e menos experientes na prática cirúrgica que mais podem se beneficiar desta tecnologia”, aponta o pesquisador Christof Giers.
 
A energia necessária é fornecida e armazenada por meio de um processo de carregamento indutivo ou um sistema de bobinas. “Uma bobina fica dentro do controle da mão, o outro está em uma pequena mesa. O cirurgião apenas tem de colocar o controle na mesa, e a bateria está carregada”, descreve Giers.
 
O instrumento pode ser esterilizado a 134 graus Celsius. Uma vez que os componentes eletrônicos são desligados no processo de esterilização, ele pode resistir a altas temperaturas sem que lhe causem danos. Antes desta nova tecnologia não existiam instrumentos cirúrgicos dentro de eletrônicos, o calor os tornava inoperantes.
 
Os pesquisadores apontam que ainda pretendem melhorar o dispositivo, com uma interface sem fios, fazendo com que os dados dos sensores possam ser transmitidos para um computador, permitindo desta forma que o processo cirúrgico seja documentado.
 
Fonte Corposaun

Medo de represália leva profissionais de saúde a deixar de denunciar casos suspeitos de violência contra crianças

Brasília – Passados mais de 20 anos da instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil ainda não cumpre integralmente a determinação para que profissionais de saúde notifiquem casos suspeitos ou confirmados de violência contra crianças e adolescentes.
 
Estudos científicos de universidades brasileiras a que a Agência Brasil teve acesso apontam que, em média, seis em cada dez profissionais que identificam violações durante atendimento se omitem e não encaminham a denúncia aos órgãos competentes, contrariando o que está previsto na lei.
 
Para quem atende no Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade foi reforçada por portaria do Ministério da Saúde, publicada em março de 2001.
 
Dados da pesquisa feita pelo odontólogo João Luís da Silva, do Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), indicam que 86% dos profissionais entrevistados já suspeitaram de violência física, sexual, psicológica e negligência, mas somente 36,4% deles notificaram o caso. O principal motivo para a omissão foi o medo de retaliação por parte dos agressores (32%), já que, segundo o pesquisador, a falta de sigilo possibilita a identificação do profissional notificador.
 
Para fazer o estudo, que resultou na dissertação de mestrado Entre as Amarras do Medo e o Dever Sociossanitário: notificação da violência contra crianças e adolescentes sob a perspectiva de rede na atenção primária, defendida no ano passado, Silva entrevistou 107 dos 120 profissionais de saúde de nível superior, atuantes na estratégia Saúde da Família em Olinda (PE).
 
Fonte: Entre as Amarras do Medo e o Dever Sociossanitário: notificação da violência contra crianças e adolescentes sob a perspectiva de rede na atenção primária (UFPE)

Na avaliação de João Luís da Silva, que é especialista em saúde pública, o ideal é que a notificação seja encaminhada não apenas pelo profissional de saúde, mas por uma comissão intersetorial de modo a dificultar ou impedir a identificação do responsável pela denúncia.
 
“A alternativa é fazer com que a saúde não trabalhe sozinha, mas intersetorialmente, em uma ação integrada com profissionais de educação, de assistência social e do próprio conselho tutelar. Desse modo, lançaríamos mão de diversos olhares e o profissional da saúde ficaria mais confiante”, disse.
 
Em dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a psicóloga Elisa Meireles também ressalta o medo de represálias e a falta de resguardo nas unidades de saúde como fatores apresentados pelos profissionais para justificar o descumprimento da obrigação legal de notificar os casos.
 
O trabalho, baseado na investigação em duas unidades básicas de Saúde na região metropolitana de São Paulo, foi publicado, em 2011, na revista científica Saúde e Sociedade.
 
“Houve casos que, ao justificar a omissão, os profissionais argumentaram que nem o conselho tutelar consegue ter acesso à família agressora”, comentou a pesquisadora. Ela ressaltou que trechos de depoimentos coletados durante a pesquisa, concluída em 2007, comprovam o sentimento de ameaça, velada ou não, por parte dos profissionais.
 
É o caso de uma agente de saúde entrevista pela psicóloga. “A gente também não pode dizer: 'guarda civil! vem cá! a mulher tá matando a criança!' A gente não pode fazer isso, porque depois pode sobrar para a gente, porque a gente está todo dia lá”, disse a agente, segundo a publicação.
 
“Aqui tem muita gente violenta, a gente fica com muito medo de o pessoal vir e se vingar da gente (...) essa parte também tem que ter muito cuidado, às vezes não é só denunciar, tem que denunciar, claro, mas tem que ser denúncia anônima”, disse uma enfermeira, também segundo o estudo.
 
A coordenadora do grupo de pesquisa sobre violência da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Cléa Adas Saliba Garbin, acredita que a situação não tenha sofrido alterações significativas desde que a pesquisa de Elisa Meireles foi concluída.
 
A professora iniciou no mês passado a segunda fase de um estudo para investigar os motivos que levam os profissionais de saúde a não notificar os casos de violência. Cléa Garbin também quer dimensionar o impacto do medo de represálias no número de notificações.
 
“Ainda não temos números, mas, durante as visitas a campo, ouvimos diversos relatos de técnicos e auxiliares de enfermagem, dentistas e agentes comunitários que demonstram medo real de represália por parte da família, do agressor ou da comunidade”, destacou.
 
Segundo dados preliminares, antecipados à Agência Brasil, 43% dos profissionais da estratégia saúde da família entrevistados disseram já ter suspeitado de casos de violência contra crianças e adolescentes. Entre eles, 61% não tomaram nenhuma atitude diante da suspeita, nem mesmo a notificação obrigatória. Além disso, mais da metade (59,2%) negou conhecer a existência de normas relativas à notificação. Até agora, foram ouvidos 135 profissionais de saúde em um município de grande porte no estado de São Paulo.
 
“Para a saúde pública é um problema grave, porque a omissão em comunicar os casos atendidos leva a um conhecimento precário da dimensão da violência no Brasil e do seu perfil epidemiológico. Isso compromete a implementação de políticas públicas eficazes e bem direcionadas”, disse ela, que vai analisar, pelo menos, 40 municípios de São Paulo nos próximos dois anos.
 
Segundo o ECA, são crianças os cidadãos que têm até 12 anos incompletos. Aqueles com idade entre 12 e 18 anos são adolescentes.
 
De acordo com a coordenadora de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, Marta Silva, a notificação de violências é uma prioridade na agenda da pasta, que tem investido na capacitação e sensibilização dos profissionais sobre a importância desse registro.
 
Ela enfatizou que, como resultado dessas medidas, o número de notificações de violência contra crianças e adolescentes com até 19 anos, por profissionais de saúde, mais que triplicou em três anos, passando de 18.570, em 2009, para 67.097, em 2012. Considerando todos os casos de violência, o número de notificações quadruplicou, ao subir de 40 mil para 163 mil no mesmo período.
 
No fim do ano passado, ainda segundo Marta Silva, o ministério repassou R$ 31 milhões a 857 entes federados – estados e municípios - para serem utilizados em ações de prevenção de violências, como capacitação de profissionais, qualificação de serviços de atendimento e produção de materiais educativos.
 
A coordenadora do Ministério da Saúde acrescentou que a pasta deve lançar, no segundo semestre deste ano, uma estratégia intersetorial para integrar os dados relativos ao atendimento a vítimas de violência em todo o país. Por meio de uma ficha de notificação padronizada, serão encaminhadas ao ministério informações produzidas por todos os órgãos considerados portas de entrada para mulheres, idosos, crianças e adolescentes que tenham sofrido agressões e abusos. Os números serão consolidados pela pasta.

Fonte Agência Brasil

Governo deve lançar plataforma para integrar dados de assistência a vítimas de violência no segundo semestre

Brasília - Uma estratégia intersetorial, envolvendo diversos ministérios, deve ser lançada no segundo semestre deste ano para integrar os dados relativos ao atendimento e à assistência a vítimas de violência em todo o país.
 
Segundo a coordenadora de vigilância e prevenção de violências e acidentes do Ministério da Saúde, Marta Silva, por meio de uma ficha padronizada serão repassadas à pasta informações produzidas por todos os órgãos considerados portas de entrada para mulheres, idosos, crianças e adolescentes que sofrem agressões e abusos.
 
O Ministério da Saúde ficará responsável pela consolidação das notificações feitas por profissionais de saúde, educação, assistência social, de conselhos tutelares, delegacias especializadas, entre outros. Os números serão adicionados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que reúne dados das doenças de notificação compulsória, como dengue, rubéola e hepatite B.
 
Marta Silva ressaltou que a integração das informações vai oferecer subsídios, a partir de um diagnóstico claro, para orientação de políticas públicas e de ações implementadas por conselhos e órgãos de defesa de direitos em vários setores.
 
Ela enfatizou que a notificação de violências é uma prioridade na agenda do ministério e que a iniciativa faz parte da política de enfrentamento da violação de direitos. “A violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos configura uma epidemia e está entre as principais causas de adoecimento e morte no Brasil. Por isso, a notificação é um instrumento fundamental para dar resposta [a esse problema] e avançar na prevenção”, disse.
 
Estudos científicos de universidades brasileiras a que a Agência Brasil teve acesso apontam que, em média, seis em cada dez profissionais de saúde que identificam violações durante atendimento se omitem e não encaminham a denúncia aos órgãos competentes, contrariando o que está previsto no Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA).
 
A integração dos dados relativos ao atendimento de vítimas de violência é cobrada por especialistas e profissionais, que defendem a medida como ferramenta indispensável para consolidar a garantia de direitos no país.
 
Essa também é a avaliação do coordenador-geral do Observatório Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Claudio Stacheira. A SDH é um dos parceiros do Ministério da Saúde na implementação da notificação intersetorial.
 
Para Stacheira, a medida representará um marco nas políticas de enfrentamento às várias formas de violência e ajudará a resolver o “nó que existe no processo [de garantia de direitos], porque cada estrutura trabalha com um bloco de informação que nem sempre dialoga com o da rede vizinha”.
 
“Trata-se de uma medida estruturante que vai servir como alicerce para a qualificação sustentável da rede de atendimento. Essa ficha será um marco para sincronização de toda a rede, na medida em que permitirá às diversas estruturas que a integram dialogar em um idioma comum”, avaliou.
 
O coordenador-geral ressaltou que, com o novo formato de notificação, será possível evitar o processo de revitimização, que é a exposição repetida da vítima à necessidade de relatar, aos vários órgãos da rede de atendimento, a violência a que foi submetida.
 
“Como todos vão trabalhar com uma mesma base de dados, vamos evitar que, após procurar atendimento em um órgão, como uma delegacia, e ser encaminhada a serviços complementares, como o de saúde, a vítima tenha que repetir seu relato inúmeras vezes, o que também configura uma violação de direitos”, enfatizou.
 
Ele acrescentou que a garantia do sigilo de informações, como a identidade do profissional notificante e a da pessoa que é atendida, está sendo analisada pelo grupo de trabalho que desenvolve as ferramentas para implementação da medida.
 
O coordenador-geral da Secretaria de Direitos Humanos destacou que as informações da ficha unificada podem ser complementadas por sistemas próprios de cada setor. No caso da rede de proteção à infância, ele disse que o Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), onde são cadastrados os atendimento feitos nos conselhos tutelares, alimentará automaticamente as fichas da notificação integrada.
 
O problema é que apenas 10% dos municípios brasileiros têm conselhos tutelares interligados ao Sipia. Segundo a secretaria, o principal obstáculo para ampliar a integração, na maioria dos casos, é a falta de infraestrutura, como oferta de internet estável na região. A expectativa da pasta é incluir no sistema, até o fim deste ano, todos os municípios com mais de 300 mil habitantes e, em uma segunda etapa, todos com mais de 100 mil habitantes.
 
No ano passado, a Secretaria de Direitos Humanos anunciou que o governo federal lançaria, durante a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em julho, uma estratégia de notificação integrada da violência física, sexual e psicológica contra menores. A iniciativa Brasil Protege não saiu do papel, mas segundo a pasta, em substituição, um pacto de proteção aos direitos da criança e do adolescente foi assinado por vários ministérios e instituições, em outubro de 2012.
 
O documento define ações de reordenamento e monitoramento da rede de acolhimento, como o fortalecimento dos conselhos tutelares e o aperfeiçoamento do sistema socioeducativo. O pacto, firmado entre os ministérios da Justiça, Saúde, Educação, Trabalho e Emprego e Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e por entidades como o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional dos Defensores Públicos Gerais, estabelece que as ações sejam desenvolvidas e acompanhadas por um comitê interinstitucional permanente.
 
Fonte Agência Brasil