Bisturi, cânula, tesoura, pinça, fio de costura cirúrgico e grampeador são alguns instrumentos utilizados em procedimentos de cirurgia plástica. O bisturi é sem dúvida o mais conhecido. A ferramenta tem a forma de uma faca, reta ou curva, é utilizada para fazer incisões e possui uma lâmina bem afiada.
“O bisturi elétrico é um aparelho cirúrgico utilizado na secção ou coagulação dos tecidos a partir do uso de correntes de alta frequência, aplicadas por elétrodos”, explica o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A cânula é um instrumento usado principalmente em lipoaspirações e tem o formato de um tubo fino e vazado. Já o fio de costura cirúrgico, ou fio de sutura, é um material produzido com fibras vegetais ou estruturas orgânicas utilizado para o fechamento de cortes. “A pinça cirúrgica é uma ferramenta de precisão, que possui diferentes modelos, tamanhos e formatos. A pinça de dissecação, por exemplo, é usada para manusear tipos específicos de tecidos do corpo, a hemostática traumática serve para manipular o vaso sangrante e a não-traumática visa minimizar o trauma vascular”, esclarece.
Pacheco aponta que além do conhecimento do uso de cada instrumento usado nas intervenções cirúrgicas, é fundamental que o cirurgião saiba qual a melhor técnica de esterilização dos materiais que não são descartáveis. “A esterilização é um processo essencial para evitar infecções por microbactérias, que causam lesões e muitos transtornos aos pacientes quando ocorrem. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cria as regras de esterilização de instrumentos cirúrgicos e prevê a obrigatoriedade da realização do procedimento correto”, observa.
De acordo com a Anvisa, é proibida a esterilização líquida dos instrumentos usados em cirurgias plásticas no abdômen, nas mamas e em lipoaspirações. Esta regra tem como objetivo evitar a infecção por bactérias resistentes à maioria dos antibióticos, dificultando o tratamento do problema e prejudicando a recuperação do paciente. “O recomendado é realizar a esterilização com calor. As clínicas e hospitais podem terceirizar este serviço, porém, se houver algum problema, serão responsabilizados”, destaca o cirurgião, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
O calor é considerado o agente físico mais prático e eficiente no que diz respeito ao controle microbiano e desinfecção. Ele pode ser empregado na forma úmida ou seca. O tempo e a temperatura são os parâmetros que devem ser controlados neste tipo de esterilização. “Todos os organismos possuem uma temperatura mínima, máxima e adequada para o seu crescimento. Se a temperatura for superior ao limite do organismo, os efeitos são letais, pois o calor oxida os constituintes celulares e ocorre à desnaturação das proteínas e ácidos das células”, esclarece.
O calor seco não é considerado a melhor estratégia, já que o ar é menos condutor de temperatura do que a água. O calor úmido possui elevado poder de penetração e tem a capacidade de romper as membranas celulares dos microorganismos. “Este é o método recomendado pela Anvisa para esterilizar os matérias usados na cirurgia plástica. A esterilização a vapor é indicada principalmente para instrumentos que entram em contato direto ou indiretamente com o paciente durante a cirurgia. A autoclave é o aparelho mais utilizado neste caso”, acrescenta.
Fonte Corposaun
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