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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ovo: aliado do cérebro e das grávidas

O ovo é bom para o cérebro e para as grávidas
Alimento é bom para a memória, concentração, desenvolvimento cerebral e o crescimento saudável do feto
 
A criação de aves domésticas na América começou com a segunda viagem de Cristóvão Colombo ao continente em 1493. A bordo do navio estavam os primeiros galináceos, uma linhagem originária da Ásia. Assim, o ovo de galinha chegou ao Novo Mundo e anos depois passou a fazer parte da dieta dos brasileiros. 
 
 Após séculos como um dos principais alimentos da população mundial, especialistas passaram a afirmar que o ovo causava altos níveis de colesterol, fazendo com que ele fosse considerado um vilão da saúde.
 
Felizmente, descobriu-se que apesar de conter colesterol, uma unidade possui 178 miligramas, não é ele quem faz os níveis subirem. Isto porque o que mais colabora para a elevação das taxas são as gorduras saturadas que ao longo do tempo estimulam a síntese do LDL, o colesterol ruim, e não o colesterol presente nos alimentos. 
 
Aliás, o ovo possui gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas que, apesar de não estarem presentes em grande quantidade no alimento, ajudam a diminuir os níveis do colesterol ruim (LDL) e a primeira ainda contribui para elevar o colesterol bom (HDL). 
 
O alimento ainda é importante para o desenvolvimento cerebral e da memória, pois possui colina, que é necessária para a formação de fosfolípides, componentes de todas as membranas celulares.  
 
O ovo é rico em vitaminas A, que tem efeito antioxidante e é essencial para a visão, D, responsável pela saúde óssea, E, que tem ação antioxidante, e em zinco, selênio e magnésio, minerais antioxidantes importantes para o organismo. 
 
O alimento é recomendado para quem quer emagrecer, pois proporciona saciedade, já que é rico em proteínas que tornam a digestão lenta. Além disso, como este processo digestivo é demorado, há maior gasto energético. 
 
Principais nutrientes do ovo
Ovo de galinha - 50 g (uma unidade)
Calorias 71,5 kcal
Proteína6,5 g
Gorduras4,45 g
Carboidrato0,8 g
Colesterol178 mg
Cálcio21 mg
Magnésio6,5 mg
Manganês--
Fósforo82 mg
Ferro0,8 mg
Sódio84 mg
Potássio75 mg
Cobre0,03 mg
Zinco0,55 mg
Retinol39,5 mcg
Tiamina0,0035 mg
Riboflavina0,29 mg
Piridoxina--
Niacina0,375 mg
 Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TACO, 2011.    
              
A gema do ovo é rica em colina, nutriente que pertence ao grupo das vitaminas do complexo B e é necessário para a síntese de fosfolípides componente de todas as membranas celulares importante para o desenvolvimento cerebral e da memória. Outro benefício da colina é que ela é utilizada na síntese da acetilcolina, neurotransmissor que auxilia a memória e a concentração. 
 
O ovo também possuí vitamina A que tem efeito antioxidante, está relacionada ao zinco e cálcio e é essencial para a visão, sistema imunológico, pele e saúde óssea. Já a vitamina E também tem ação antioxidante. A vitamina D está muito presente no ovo, 50 gramas possuem 41 UI, e é responsável pela saúde óssea. Ela também auxilia na secreção de insulina e síntese e secreção de hormônios da tireoide. 
 
Zinco, selênio e magnésio são minerais antioxidantes presentes no ovo e importantes para o organismo. O alimento possui as substâncias zeaxantina e luteína, carotenoides importantes porque têm efeito antioxidante e também protegem os olhos da ação da luz evitando a degeneração macular que ocorre com o passar da idade. 
 
Outro nutriente presente no ovo é o triptofano que participa da síntese de serotonina, importante na modulação do humor e bem estar. A albumina presente na clara é interessante por ser uma proteína com grande biodisponibilidade. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, o consumo de altos índices de albumina não contribui para o aumento da força muscular. 
 
Confira qual a porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes que a porção recomendada, 50 gramas (um ovo), deste alimento carrega: 
  • 30% de colina
  • 7% das proteínas
  • 22% de riboflavina (vitamina B2)
  • 4,2% de sódio
  • 59% de colesterol
*Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kj. Seu valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. 
 
Benefícios do ovo
Ajuda a emagrecer: O ovo é considerado um alimento funcional, pois como é rico em proteínas que tornam a digestão mais lenta, a sensação de saciedade também é prolongada. Além disso, como este processo digestivo é mais demorado, há maior gasto energético. O ovo também proporciona a sensação de bem estar porque possui o triptofano, que é a matéria prima para a produção de serotonina responsável pelo benefício.  
 
Bom para o cérebro: O ovo é uma das principais fontes de colina na dieta. Ela irá proporcionar uma série de benefícios para o cérebro. Isto porque a colina é necessária para a síntese de fosfolípides, componente de todas as membranas celulares, que é importante para o desenvolvimento cerebral e da memória. Outro benefício da colina é que ela é utilizada na síntese da acetilcolina, neurotransmissor que auxilia a memória e a concentração. 
 
Previne doença de Alzheimer: O alimento ajuda na prevenção da doença de Alzheimer porque possui a colina utilizada para a síntese da acetilcolina, neurotransmissor importante para a memória e concentração. À medida que a doença de Alzheimer evolui a acetilcolina é destruída, portanto consumir a substância precursora do neurotransmissor ajuda na reposição.  
 
Bom para gestantes: A colina presente no ovo é importante para as gestantes, pois reduz os riscos de problemas no fechamento do tubo neural do feto que é necessário para elaborar a calota craniana e a coluna vertebral do pequeno.  
 
Efeito antioxidante: O ovo possui nutrientes com ação antioxidante como os carotenoides, a vitamina A e E, o ácido fólico, o zinco, o magnésio e selênio. Eles irão proteger as células das ações lesivas dos radicais livres e evitar o envelhecimento celular.  
 
Ajuda a visão: O ovo possui as substâncias zeaxantina e luteína, carotenoides importantes porque têm efeito antioxidante e também protegem os olhos da ação da luz evitando a degeneração macular que ocorre com o passar da idade.  
 
Quantidade diária recomendada de ovo
A quantidade recomendada é um ovo por dia. Isto equivale a cerca de 50 gramas que possuem 178 miligramas de colesterol. Esta porção do alimento ainda está dentro da orientação sobre consumo diário de colesterol, que não deve passar de 300 miligramas. 
 
Como consumir o ovo
A melhor maneira de consumir o ovo é cozido, pois assim não há o acréscimo de gorduras e aumento de calorias. Porém, ele também é uma opção interessante como omelete feito com pouco ou sem óleo em uma frigideira antiaderente. 
 
O ovo não pode ser ingerido cru ou frito com a gema mole, isto porque há o risco de infecções intestinais como a salmonela. Portanto, fique atento para as maioneses caseiras e mousses. Outra questão é que o calor inativa enzimas causadoras de fatores que comprometem a nutrição, são eles: avidina, que impede a absorção da biotina, vitamina do complexo B, ovomucóide ou ovoinibidor, inibidores de enzimas digestivas e ovotransferrina, que não permite a absorção do ferro. 
 
O ovo caipira é mais saudável do que o convencional, pois possui maior quantidade de carotenoides que tem uma importante ação antioxidante e evita a degeneração macular. 
 
Como armazenar o ovo: É importante que o ovo seja armazenado em local fresco e arejado, preferencialmente na geladeira. É interessante que ao ser colocado no refrigerador o alimento não fique na porta, pois ele pode ficar próximo da resistência do eletrodoméstico e ser exposto ao calor o que aumenta o risco de proliferação de bactérias. 
 
Como escolher o ovo: Ao comprar o ovo é importante ficar atento a validade do alimentos e notar se a casca está íntegra, sem trincas, rachaduras e sujeiras. Também observe a procedência do alimento, tome cuidado com ovos vindos de criações caseiras, pois a alimentação da galinha compromete os nutrientes presentes no ovo. Na hora da compra note se a embalagem está nova e limpa e ela deve possuir o nome do produtor com o CNPJ e carimbo de inspeção oficial. 
 
Compare o ovo com outros alimentos
Por ser rico em proteínas, o ovo é uma ótima alternativa para os vegetarianos. Uma unidade, com cerca de 50 gramas, substitui um bife de carne vermelha com o mesmo tamanho. O primeiro possui 6,5 gramas de proteína e 50 gramas de fraldinha contam com 8,8 gramas de proteína. Ainda que o ovo tenha um pouco menos do nutriente, ele é interessante porque a clara possui a albumina, um tipo de proteína com grande biodisponibilidade. 
 
O ovo de codorna é tão bom para a saúde quanto o de galinha. Cinco ovinhos do pássaro equivalem a um de galinha. Contudo, a mesma quantidade de ovos de codorna possui mais colesterol do que o ovo de galinha. Enquanto, 50 gramas de ovos codorna contam com 284 mg de colesterol, 50 gramas de ovos de galinha possuem 178 mg. 
 
Nutrientes (50 gramas)Ovo de galinha (cerca de 1 ovo)Ovos de codorna (cerca de 5 ovos)
Calorias71,5 kcal88,5kcal
Proteínas6,5 g6,75 g
Gorduras 4,45 g6,35 g
Carboidratos 0,8 g0,2 g
Colesterol 178 mg284 mg
Cálcio 21 mg39,5 mg
Magnésio6,5 mg7 mg
Manganês----
Fósforo 82 mg139,5 mg
Ferro0,8 mg1,65 mg
Sódio84 mg64,5 mg
Potássio 75 mg39,5 mg
Cobre 0,03 mg0,02 mg
Zinco0,55 mg1,05 mg
Retinol39, 5 mcg 152,5 mcg
Tiamina 0,035 mg 0,055 mg
Riboflavina0,29 mg 0,06 mg
Piridoxina ----
Niacina0,375 mg0,485 mg
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TACO, 2011.              

Contraindicações
Alguns estudos sugerem uma associação de risco entre o consumo de ovo e pacientes diabéticos. Ainda são necessários mais pesquisas para comprovar se há relação ou não, portanto é interessante que portadores da doença conversem com seu médico sobre ingerir o alimento. Pessoas com o colesterol elevado também devem consultar o médico sobre o consumo do ovo.
 
Por ser uma fonte de proteínas, a orientação é não combinar o ovo com outros alimentos ricos no nutriente. Portanto, evite ingeri-lo com a carne e laticínios.  
 
Riscos do consumo excessivo
O consumo de mais de um ovo por dia não é interessante porque ultrapassa o limite diário do consumo de colesterol. Dois ovos possuem 356 ml de colesterol e a quantidade recomendada é 300 ml. Caso queira comer mais de um ovo, a orientação é fazer a preparação com uma unidade e apenas a clara do outro ovo, assim você diminui a quantidade de colesterol ingerida. 
 
Minha Vida

Hoje é o Dia Internacional de Combate a Obesidade

Obesidade favorece desde enxaqueca até câncer

Obesidade favorece câncer e AVCConfira todas as complicações que podem ser geradas por essa doença
 
No Dia Mundial de Combate à Obesidade (11 de outubro) os dados inéditos do Ministério da Saúde são alarmantes. Pela primeira vez, o percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da população brasileira.
 
A pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 51% da população (acima de 18 anos) está acima do peso ideal. O estudo também revela que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17% da população. Se compararmos com o ano de 2006, no qual o índice era de 11%, perceberemos que o aumento foi significativo.

Apesar da obesidade e do sobrepeso serem epidemias desse porte no Brasil, a população ainda não considera o excesso de peso uma doença.
 
Um trabalho desenvolvido pela farmacêutica Allergan em parceria com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD) e a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SBED) entrevistou mil indivíduos em diferentes estados e descobriu que 55% da amostragem não acreditava que a obesidade fosse uma doença. Além disso, 93,5% dos entrevistados não sabia seu próprio Índice de Massa Corpórea (IMC (Descubra seu peso ideal) ), sendo que 64% se enquadravam na faixa da obesidade.
 
Mais do que uma doença grave, a obesidade é um problema que pode favorecer diversas outras condições em nosso organismo.
 
"O quadro pode prejudicar a saúde de uma forma global e em vários sistemas no corpo", afirma o endocrinologista Isaac Benchimol, do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ainda não está convencido?
 
Veja como essa doença pode afetar todo o funcionamento do seu corpo:
 
Coração em alerta!
Quanto mais elevado é o nosso peso, mais esforço o coração precisa fazer para bombear sangue e deixar tudo funcionando plenamente. Isso sobrecarrega o órgão, que terá que bater mais rápido do que o ideal. "O tecido adiposo é um grande produtor de substâncias inflamatórias - e os adipócitos (células de estoque da gordura) aumentam em número e volume com a obesidade", afirma o endocrinologista Isaac Benchimol, do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele explica que o organismo se cansa de corrigir o erro alimentar e o sedentarismo, e vai progressivamente lançando de volta na circulação o colesterol e os triglicerídeos que não conseguiu armazenar no fígado e tecido adiposo. Essa gordura em excesso no sangue pode formar placas e entupir as artérias, causando um infarto ou AVC. Esse estado inflamatório também pode favorecer a oxidação do colesterol bom (HDL), que se transformará em colesterol ruim (LDL). Todo esse cenário favorece doenças como hipertensão, angina, insuficiência cardíaca, entre outros.                     
 
Metabolismo alterado
Quando ganhamos peso, há o aumento do tecido adiposo em dois compartimentos importantes: o visceral (abdominal) e o subcutâneo. "Quando o adipócito está cheio de gordura, existe a produção de substâncias inflamatórias que geram uma cadeia de desequilíbrio no nosso corpo", afirma a endocrinologista Andressa Heimbecher, de São Paulo. Isso causa o aumento dos níveis de colesterol ruim e triglicerídeos, aumento de gordura no fígado, diabetes tipo 2, elevação da pressão arterial, do risco de aterosclerose e consequentemente de doenças cardíacas e cerebrovasculares. "O acúmulo de gordura abdominal é o mais danoso, porque estimula mais a produção dessas substâncias inflamatórias."

Quando o adipócito está com sua capacidade de estoque cheia, ocorre também um depósito de gordura no fígado, conhecido como a esteatose hepática. "Neste contexto, há aumento dos níveis de ácidos graxos livres circulantes, que geram um efeito no pâncreas chamado de lipotoxicidade - a gordura circulante é tóxica ao funcionamento das células beta do pâncreas", diz Andressa. Ocorre também um excesso de ácidos graxos circulantes nas células musculares, impedindo a entrada de glicose estimulada pela insulina, gerando a resistência insulínica. "Nesse cenário, vai ficando cada vez mais difícil para as células absorverem glicose, acarretando no aumento de ácidos graxos livres e substâncias inflamatórias, gerando um ciclo vicioso." Esse mau funcionamento das células beta do pâncreas, que causa a resistência insulínica, pode agravar e se transformas em diabetes tipo 2.

Quanto mais a pessoa ganha peso, maior é o depósito de gordura acontecendo no tecido adiposo e no fígado. O fígado é o nosso órgão de processamento do colesterol, e se ele não funciona de maneira adequada nossos níveis de colesterol e triglicérides aumentam. "Além disso, quando existe a resistência insulínica, as células dos músculos e tecido adiposo passam a não absorver glicose e a usar gordura quando precisam de energia", afirma a endocrinologista Andressa. Apesar de isso parecer bom, a quebra de gordura em vez de glicose na obesidade aumenta mais ainda a liberação de ácidos graxos no sangue e consequentemente de colesterol ruim e triglicérides.
 
Digestão prejudicada
 "A doença do refluxo gastroesofágico tem, em muitos casos, uma ligação direta com a obesidade", alerta a gastroenterologista Fernanda de Oliveira, do Hospital Santa Luzia, em Brasília. Ela explica que o aumento da gordura abdominal causa a elevação da pressão dentro do estômago, o que leva ao retorno do conteúdo gástrico para o esôfago - causando assim o refluxo. "Os pacientes com obesidade também têm uma incidência maior de Hérnia de Hiato (deslocamento do estômago para o tórax), que também é uma alteração anatômica que pode levar à Doença do Refluxo", afirma.

A obesidade também aumenta o risco de pedras na vesícula devido ao desequilíbrio de alguns elementos no sangue que influenciam na formação da bile. "A bile é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula, e consiste em uma mistura de várias substâncias, dentre elas o colesterol, que é responsável pela maioria dos casos de formação de cálculos na vesícula", conta a especialista. Desta forma, quando o colesterol ruim (LDL) está alto e o colesterol bom (HDL) está baixo temos um maior risco de aparecimento de pedras na vesícula, justamente pela alteração deste elemento na bile.

A obesidade também é um fator de risco para pancreatite. Os casos de pancreatite relacionados à obesidade ocorrem principalmente pela formação de cálculos na vesícula que migram para o pâncreas - mas também podem acontecer pela elevação dos triglicerídeos. A maioria dos pacientes com obesidade também tem um acúmulo de gordura no fígado. "O grande risco da gordura no fígado é o aparecimento da esteatose hepatite, que é destruição das células do fígado pela presença de gordura", explica a gastroenterologista. A persistência deste quadro por muitos anos pode levar a cirrose hepática e por isso deve ser acompanhada. "O emagrecimento é fundamental nesses casos."
 
Fertilidade em perigo
Quanto maior é o tecido adiposo, maior é a concentração de estrona, um tipo de estrógeno, no sangue. "Isso irá estimular o endométrio (parte de dentro do útero, que descama nas menstruações) e aumentar o fluxo menstrual", demonstra a ginecologista Renata Di Sessa, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. Ao mesmo tempo, com o aumento do estrógeno, o estímulo para os ovários irá diminuir, não havendo ovulação, o que impede a menstruação. Assim, a mulher demora a menstruar e, quando acontece, é em grande quantidade. "A dificuldade de obter a ovulação também pode favorecer um quadro de infertilidade", alerta a especialista. Já o aumento dos triglicerídeos e a instalação do quadro inflamatório no organismo pode favorecer a infecção urinária de repetição e a candidíase de repetição, ou seja, que sempre voltam a aparecer. "Essas últimas também estão fortemente associadas ao diabetes e pré-diabetes, que tem como fator de risco a obesidade."

No homem, a obesidade com IMC acima de 40 pode interferir na produção de uma enzima chamada aromatase, responsável por transformar a testosterona em estradiol, um hormônio feminino que, quando em grande quantidade no homem, pode interferir na produção de espermatozoide e diminuir sua contagem. Com o aumento acentuado de peso, a aromatase passa a ser produzida em maior quantidade, transformando mais testosterona em estradiol e interferindo na fertilidade.                
 
Mais visitas ao banheiro
A obesidade é, atualmente, um reconhecido fator de risco para a incontinência urinária. "O excesso de peso provoca um aumento da pressão sobre a bexiga e assoalho pélvico, favorecendo as perdas urinárias", explica a fisioterapeuta especializada em uroginecologia Luciana Lopes, da Clínica Da Matta Fisio, em Belo Horizonte. A obesidade também pode ocasionar o enfraquecimento da musculatura da pelve e dos ligamentos que sustentam a uretra, levando à perda involuntária da urina quando são feitos esforços físicos, como tossir. 
 
Efeitos visíveis na pele
Nossa pele também não fica livre dos efeitos da obesidade. "O ganho de peso altera a função da barreira cutânea, o funcionamentos das glândulas sebáceas e sudoríparas, a estrutura e função do colágeno, a cicatrização de feridas, vasos sanguíneos e gordura subcutânea", explica a dermatologista Carolina Marçon, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo a especialista, a função de barreira nada mais é do que regular a perda de água por meio da pele. "Em pacientes com obesidade a pele apresenta-se extremamente ressecada, sem água, e a cicatrização de feridas fica comprometida", diz. Em contrapartida, na obesidade também ocorre uma superprodução de sebos e suor, resultado de uma alteração nos níveis de insulina e hormônio do crescimento. "Essas duas substância passam a ser produzidas em maior quantidade no obeso, o que leva a um aumento secundário da secreção sebácea, já que receptores celulares relacionados à produção de sebo são estimulados por esses hormônios, com consequente piora do quadro de acne", alerta a dermatologista. Os quilos extras causam, ainda, a diminuição de uma substância chamada globulina, essa responsável por transportar esteroides sexuais (hormônios sexuais) - seu nome específico é SHGB. "Essa globulina é recrutada perifericamente pela gordura acumulada no corpo, levando a um aumento da testosterona livre, que estimula o aumento da oleosidade da pele, agravando a acne e o hirsutismo (aumento dos pelos no corpo) ", completa a especialista. Esse aumento da testosterona circulante no corpo e conjunto com a resistência à insulina também pode causar a acantose nigricante, que é o problema de pele mais comum na obesidade. "O excesso do hormônio leva ao escurecimento das axilas, virilhas e de outras áreas onde existam dobras."

Além do aumento da produção de sebo, que favorece a acne, a pessoa com obesidade tem um aumento da secreção de suor pelas glândulas sudoríparas. "Como consequência dessa produção de suor exacerbada temos a hiperidrose", afirma a dermatologista Carolina. A obesidade também está associada com mudanças na estrutura do colágeno, que é responsável pela sustentação e firmeza da pele, além de participar do processo de cicatrização. "No entanto, flacidez e rugas não são tão evidentes nos obesos, pois existe aumento da gordura subcutânea, que 'preenche' os sulcos e linhas de expressão."

Outro problema comum da obesidade são as estrias, causadas pelo estiramento excessivo da pele provocado pelo aumento de peso. "Esse tipo de estria se localiza principalmente nas mamas, coxas, nádegas e abdome", lembra a dermatologista. Foda essas manifestações mais comuns, a obesidade também pode causar o aparecimento de lesões de pele na região do pescoço e axilas semelhantes a verrugas, chamadas fibromas moles ou acrocórdons, e também a queratose pilar, que são pequenas "bolinhas ásperas" que se localizam na superfície externa dos braços. "Algumas doenças de pele não são causadas pela obesidade, mas podem ser agravadas por ela, como psoríase, insuficiência venosa crônica, celulite, infecções fúngicas e bacterianas, hiperceratose relativa da planta do pé (espessamento plantar), hidradenite supurativa, tofo gotoso e intertrigo."
 
Sistema linfático e vascular
A obesidade impede ou retarda o fluxo linfático, o que conduz à retenção de líquido no subcutâneo, alteração chamada de linfedema. Outro ponto causado pela obesidade é a dilatação dos vasos sanguíneos, principalmente nas pernas, fazendo com que a circulação sanguínea na pele fique aumentada. Há também um maior risco de obstrução vascular ocasionando pela deposição de gordura na parede das artérias. "Essas alterações levam ao aparecimento de varizes, e, eventualmente, tromboses", afirma a dermatologista Carolina.                    
 
Não se esqueça do oftalmologista
A obesidade pode influenciar - e muito! - na saúde dos nossos olhos. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA) acompanharam mais de 130 mil pessoas e descobriram que um IMC igual ou superior a 30 estava relacionado com o desenvolvimento de catarata. Segundo o estudo, a obesidade aumentava em 36% o risco do problema ocular. O risco de desenvolver uma catarata subcapsular posterior - tipo mais grave - aumentou em 68% com o excesso de peso. Isso acontece porque a obesidade é um fator de risco para o surgimento de diabetes, colesterol alto e hipertensão, que são as principais causas de problemas da visão como catarata, glaucoma e retinopatia diabética. Outras doenças oculares decorrentes dessas alterações são degeneração macular, oclusão da veia central da retina ou de seus ramos e retinopatia por hipertensão arterial. 
 
Cérebro afetado
As pessoas com obesidade geralmente sofrem problemas cerebrais devido às complicações clínicas da obesidade, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e apneia do sono - todas doenças que favorecem o aparecimento de acidentes vasculares cerebrais, por exemplo. "Mas, por outro lado, observa-se que indivíduos com obesidade e nenhuma comorbidade mostram uma queda do desempenho cognitiva em testes psicológicos, principalmente em idosos", explica o neurologista Antonio Cezar Galvão, do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho. O especialista afirma que o cérebro da pessoa acima do peso e com mais idade tende a ser mais atrofiado que o normal, mas ainda não se sabe exatamente o porquê. "Especula-se que a obesidade poderia lesionar uma série de tecidos neurológicos. " Nesse cenário, explica o neurologista, a obesidade também pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer e as demências vasculares.

Além dessas relações, a obesidade é comprovadamente um fator de risco para a cronificação da enxaqueca, podendo tornar a dor de cabeça diária. "Sugere-se que o tecido gorduroso libere substâncias que favoreçam a inflamação dos vasos sanguíneos, além de interferir na produção de neurotransmissores responsáveis pela dor", afirma o neurologista. Outros problemas neurológicos que aparecem em pessoas com obesidade, segundo o especialista, geralmente estão relacionados a outras comorbidades, como síndrome metabólica, diabetes, hipertensão arterial e apneia do sono.  
 
Seu sistema respiratório também sofre
O sobrepeso, ao dificultar a respiração, favorece casos de apneia do sono. A apneia do sono é o estágio mais avançado do ronco e acontece quando a passagem do ar pela garganta está totalmente obstruída e há interrupção da respiração. "Há uma espécie de campainha na garganta, chamada úvula, e a vibração dela provoca o ronco - e isso não necessariamente acontece em pessoas com obesidade", explica o odontologista especializado em distúrbios do sono Fausto Ito, da Associação Brasileira do Sono. Entretanto, a apneia está fortemente ligada com o aumento de peso. "O tecido gorduroso acumulado ao redor do pescoço, no tórax e no abdômen dificultam a respiração, causando apneia", explica o especialista. Ele afirma que apneia e obesidade andam juntas, uma vez que a qualidade ruim do sono desorganiza o metabolismo e prejudica a síntese de vários hormônios, agravando a obesidade.

Outro problema respiratório causado pela obesidade é a hipoventilação alveolar, que acontece quando nosso organismo não respira o suficiente, ou seja, não ventila o suficiente para que seja realizada a troca de gases nos pulmões. A relação entre hipoventilação alveolar e obesidade se dá uma vez que o excesso de peso sobrecarrega o aparelho respiratório. 
 
Músculos e ossos mais fracos
Segundo o médico do esporte Pablius Braga, do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho, a obesidade causa mudança de postura e alteração de nosso centro de gravidade - que fica projetado para frente devido ao aumento da circunferência abdominal. "Desta forma, a coluna lombar é projetada a frente aumentando a curva das costas e a bacia tende a se projetar também frente, fazendo a coxa girar para dentro e os joelhos formarem um 'X'", explica o especialista. De acordo com Pablius, todas essas mudanças acontecem para compensar o aumento anormal de massa corporal. "O corpo precisa deste ajuste senão as quedas e tombos seriam frequentes devido ao desequilíbrio."

A queixa mais comum dos pacientes com obesidade é a dor nas costas, ou lombalgia. "Ela acontece pela mudança da posição da coluna que ao projetada para frente leva a um aumento da tensão nos músculos que acompanham a coluna e das articulações que a sustentam", conta o médico do esporte. Com o passar de meses e anos, sustentar esta posição por conta da obesidade irá resultar em dor. "Uma das recomendações para diminuir a lombalgia é a perda de peso e o fortalecimento muscular." Outro problema comum em pessoas com a doença é um quadro de gota, que segundo o especialista não é uma relação direta. "Pessoas com excesso de peso e uma predisposição a sofrer com o acúmulo de ácido úrico no sangue, causador da gota, sofrem mais com o controle do problema devido à limitação para ação de medicamentos e a dificuldade de movimentação física", declara o especialista.

A obesidade também é uma emissária da osteoartrite, também conhecida como artrose, e se dá por um desgaste crônico das articulações, causando dores generalizadas. "Existem evidências científicas que mostram a relação entre o aumento de IMC (entre 30 e 35) com o aparecimento da osteoartrite", afirma o médico do esporte Pablius. Ele explica que as articulações possuem algumas forças que possibilitam ao órgão absorver impacto tanto em repouso como em movimento e, ao absorver estas cargas, transformá-las em energia e movimento. Exemplo: ao caminhar existe a carga suportada pelos joelhos ao "chocar" ou colocar o pé no solo. Essa carga é transformada em energia, que impulsiona o pé para frente e executa o passo. "A sobrecarga de peso ou obesidade pode transformar esses movimentos em traumas minúsculos, mas repetitivos, levando as alterações das cartilagens e, consequentemente, um desgaste das estruturas da articulação, formando áreas de inflamação", descreve o especialista.  
 
Câncer em evidência
"As pessoas com obesidade parecem ter mais predisposição a vários tipos de tumores", declara o oncologista Anderson Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Ele explica que a obesidade leva a uma desregulação do sistema endócrino do paciente, culminando na secreção de várias substâncias como fatores estimulantes e inflamatórios. "Isso leva a alterações celulares que podem evoluir para neoplasias", diz. Os cânceres comprovadamente relacionados com a obesidade são os de esôfago, cólon e reto, pâncreas, vesícula, próstata, mama, útero, colo do útero e rim.

"A obesidade aumenta a incidência do câncer de cólon e reto por conta da inflamação crônica que ocorre na obesidade, levando a um hiperestímulo celular e o surgimento da neoplasia", afirma o oncologista. Já no câncer de esôfago, a obesidade está relacionada principalmente com o do tipo adenocarcinoma, que tem como outros fatores de risco o refluxo gastroesofágico e o tabagismo. "Para o câncer de vesícula suspeita-se que a relação aconteça devido às alterações hormonais da obesidade", declara Anderson. Segundo o médico, a obesidade não só aumenta o risco de câncer de vesícula como eleva as chances de morte pelo problema.

O câncer de mama e o câncer de colo do útero apresentam uma relação importante com a obesidade. "As mulheres com a doença têm 1,5 vezes mais chance de desenvolver câncer de mama", explica o oncologista Anderson. Isso acontece porque o hormônio estrógeno, fortemente ligado ao aparecimento do câncer, é produzido em nosso tecido adiposo. Com o excesso de gordura corporal, esse hormônio pode começar a ser produzido em maior quantidade, aumentando o risco de mutação. "O câncer de colo de útero, por sua vez, está mais relacionado ao ganho de peso acelerado e aumento da circunferência abdominal, principalmente em mulheres na menopausa." No caso do câncer renal, afirma o oncologista Anderson, a obesidade aumenta o risco em 70%, comparável até ao hábito de fumar, que eleva a chance em 50%. "Esse câncer também parece estar relacionado à produção de hormônios em níveis aumentados." 
 
Minha Vida

Felicidade no casamento pode estar relacionada à características genéticas

Pesquisa descobriu uma ligação entre a relação de satisfação e uma variante de gene ou alelo, conhecido como 5-HTTLPR
Foto: Anpet 2000/Foto Stock
Pesquisa descobriu uma ligação entre a relação de satisfação e
 uma variante de gene ou alelo, conhecido como 5-HTTLPR
Gene envolvido na regulação da serotonina pode prever o quanto nossas emoções afetam os relacionamentos
 
Pesquisadores da UC Berkeley e da Universidade Northwestern descobriram uma pista importante em nosso DNA que pode indicar possibilidade de maior ou menor realização no casamento. Um gene envolvido na regulação da serotonina pode prever o quanto nossas emoções afetam os relacionamentos.

Segundo o psicólogo Robert W. Levenson, autor sênior do estudo, os pesquisadores descobriram uma ligação entre a relação de satisfação e uma variante de gene ou alelo, conhecido como 5-HTTLPR. Todos os seres humanos herdam uma cópia desta variante do gene de cada um dos pais.

Os participantes do estudo com dois alelos 5-HTTLPR na forma curta foram mais propensos a serem infelizes no casamento, com envolvimento de uma série de emoções negativas, como raiva e desprezo, e mais felizes em resposta à emoção positivas, como humor e afeto. Em contraste, aqueles com um ou dois alelos longos eram muito menos incomodados pela variação das emoções em seus casamentos.

O estudo vem monitorando cerca de 150 casais com mais de 20 anos de relacionamento desde 1989. Com base nos resultados, os cientistas afirmam que as novas descobertas não significam que casais com diferentes variações de 5-HTTLPR são incompatíveis. Em vez disso, ele sugere que as pessoas com dois alelos curtos são mais propensas a sofrerem mais nos relacionamentos.

"Os indivíduos com dois alelos curtos funcionam nos casamentos como flores de estufa, florescendo quando o clima emocional é bom e murchando quando é ruim, disse Claudia M. Haase, professora assistente da Universidade Northwestern e principal autor do estudo.

Acompanhamento permanente
Durante todo período de estudo, o casais informaram, em espaços de cinco anos, a satisfação conjugal, interagindo com outros casais em ambiente de laboratório, enquanto os pesquisadores codificavam suas conversas com base em expressões faciais, linguagem corporal, tom de voz e tema de discussão.

Mais recentemente, 125 dos participantes do estudo forneceram amostras de DNA, que tiveram suas análises combinadas com seus níveis de satisfação conjugal e o teor emocional de suas interações no ambiente de laboratório.

Para os cônjuges com dois alelos 5-HTTLPR curtos, que compunham 17 % dos cônjuges estudados, os pesquisadores descobriram uma forte correlação entre o tom emocional de suas conversas e a forma de encarar o relacionamento. Para os 83% dos cônjuges com um ou dois alelos longos, por outro lado, a qualidade das discussões emocional tinha pouca ou nenhuma relação com a sua satisfação conjugal colhida por mais de uma década.

A ligação entre genes, emoção e satisfação conjugal foi particularmente pronunciada para adultos mais velhos. Uma explicação para este último achado é que, no fim da vida, assim como na primeira infância, somos máximo suscetível às influências dos nossos genes, afirmam os pesquisadores.
 
Isaude.net

O desafio do hospital verde: afinal, como conseguir?

Crédito: Divulgação
Hospital Unimed-Rio: principal desafio é escolher o certificado
e o nível do Leed
De equipamentos de última geração a um jeito de reutilizar a água da chuva. Conheça as preocupações que um hospital deve ter ao pensar em um selo de edifício saudável
 
Lavar os pneus de um trator no primeiro estágio de uma gigantesca obra para a construção de um novo hospital pode fazer a diferença na hora de uma certificação ambiental para o futuro prédio. Isso mesmo. À parte os olhares dedicados à eficiência energética, à compra de materiais com o mínimo possível de emissões nocivas ao ar ou ainda ao aproveitamento do entulho gerado pela obra, um ato singelo, um simples enxaguar de mangueira comum em rodas minimamente sujas de terra seca, estão na mira dos auditores de um dos principais selos de qualidade do mundo neste segmento.
 
A avaliação é de quem busca o Leadership in Energy and Environmental Design, mais conhecido como LEED, do Green Build Concil, um dos sistemas internacionais de orientação ambiental para edifícios, que é dividido em quatro níveis de classificação, de acordo com a pontuação atingida pelo empreendimento: verde, prata, ouro e diamante.
 
O hospital Unimed-Rio, inaugurado no início do ano e que tem 219 leitos e 11 salas cirúrgicas em 30 mil m² de área construída, está em busca do selo verde, o primeiro da escala progressiva do LEED. Por isso, o investimento realizado na obra cresceu em cerca de 20% para se adequar às normas do certificado, revelou durante o Seminário Hospitais Saudáveis*, o gerente de engenharia do hospital, Sandro Constant.
 
“Um dos principais desafios é escolher pelo certificado e pelo nível dele ainda na fase de projeto, porque depois não tem como mudar. Definir o nível é medir o investimento. Outras questões importantes são: lidar com informações duvidosas de fornecedores [sobre emissão de gases dos produtos, por exemplo], custo maior dos materiais e ainda conseguir dimensionar o trabalho da sua equipe interna com o certificador”, explicou o engenheiro.
 
O LEED tem sete áreas de avaliação – espaço sustentável, eficiência no uso de água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e processos, e, por fim, créditos de prioridade regional -, e em cada uma delas o prédio, no caso, o hospital, precisa promover iniciativas para ganhar pontos nos monitoramentos realizados a cada semana, desde o início da obra.
 
Assim, conforme colocou Constant, a Unimed-Rio instalou, por exemplo, um dos mais eficientes resfriadores líquidos do mercado (0,33KW/Tr); escolheu colocar um vídeo de fachada com alto coeficiente de sombreamento; revestiu o prédio de modo que um espaço entre uma cobertura sobre a parede cria um colchão de ar que colabora com a ventilação; fez um bicicletário, com vestiários, para 50 vagas; disponibilizou estacionamento preferencial para carros de baixa emissão de poluentes; trabalhou um sistema de captação de água da chuva, que é usado na área externa; utilizou 30% do entulho em obras em volta do complexo; usou tintas, colas e diluentes com baixo índice de emissão de solventes; e, claro, lavou os pneus dos tratores para que não sujassem a rua.
 
“É uma incerteza, você faz tudo isso sem saber direito se vai conseguir, mas é muito desafiador ver que a auditoria já começa na formatação do canteiro de obras, o que faz com que o ambiente limpo, tenha outra ‘cara’ ”, completa.
 
Quem já passou por tudo isso é o Albert Einstein, em São Paulo, cujo gerente de gestão de contratos, Heitor Kuramoto, ao tomar conhecimento do trabalho da Unimed-Rio, contou um fator interessante do case do hospital paulistano. “Concordo que temos de nos preparar para o selo que estamos buscando, mas com a gente aconteceu uma surpresa: pensamos e trabalhamos para pegar o prata, mas, ao fim do processo, alcançamos o nível ouro”.
 
Entre as ações, o executivo destaca um programa de reciclagem que evitou que 75% do entulho fosse para um aterro sanitário, além de grandes espaços verdes para o conforto da comunidade do entorno. Passou também por alguns pontos já comentados no case da Unimed – sobre o bicicletário, por exemplo, o Einstein criou até uma mini rodoviária para a entrada e saída de ônibus fretados.
 
“É um processo muito complexo e você precisa de profissionais certificados pelo Green Build Concil, até porque o LEED passa por revisões periódicas”, acrescenta Kuramoto.
 
Responsável por abrir a discussão sobre edifícios mais saudáveis, o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, Fábio Bitencourt, ainda pontuou: “o mais importante é que nossos prédios e hospitais não causem dano nenhum para o paciente. E o conforto ambiental, com os componentes culturais e subjetivos, virou conforto humano. A qualidade do ar, por exemplo, é uma das grandes preocupações do século 21 e tem de estar na pauta”.
 
Mercúrio
A discussão no evento também dedicou espaço para o debate sobre a iniciativa “Saúde Sem Mercúrio”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A coordenadora para a América Latina da organização Saúde Sem Dano, Veronica Odriozola, explanou sobre o atual momento do tema.
 
“O desafio agora é um instrumento global a ser lançado em outubro e assinado por 140 países, inclusive o Brasil, para determinar a proibição da produção, importação e venda de termômetros e esfignomanômetros (aparelho de pressão) com mercúrio até 2020”. Segundo ela, o convênio também diz que essa data pode se estender por cinco anos e, depois, os países que desejarem podem pedir ainda mais cinco. “Queremos junto à OMS fortalecer a ideia de que os países não precisam esperar até 2030, não há razão para demorar tanto assim. Não é um problema econômico, não tem um porquê para seguir contaminando o meio ambiente”.
 
A especialista ainda apresentou exemplos de iniciativas pelo mundo – em São Paulo, uma resolução em 2010 proibiu a compra dos equipamentos com mercúrio pela Secretaria Estadual de Saúde, enquanto a União Europeia vetou os termômetros em 2008 (em 2014 cai o estignomanômetro), por exemplo. “Nosso interesse é que o governo brasileiro dite uma política para todos os hospitais passarem a usar dispositivos alternativos. A resposta deles é que seria possível em estados mais ricos, mas mais difícil nos mais pobres”, acrescentou Veronica.
 
Um case apresentado foi o do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. O local passou a gerenciar os resíduos em 2007, entrou de cabeça nas legislações do setor e, sobre o mercúrio, retiraram todos os dispositivos da instituição que levavam o elemento – o uso médio por lá é de 1200 termômetros por ano.
 
“É um dos pontos do nosso plano que leva uma enfermeira todas as manhãs passando informações para todos os pacientes e acompanhantes, ensinando, por exemplo, como descartar cada tipo de resíduo. E já tivemos caso de paciente reclamar de médico que não usou o recipiente correto”, contou a coordenadora do Departamento de Radiologia e Imagenologia do Clínicas, Soraya Coelho Meira.
 
Já a enfermeira do trabalho do Hospital Infantil Albert Sabin, em Recife, Morgana Gomes Silva, falou sobre as dificuldade deste processo de reformulação do modo de operação de um centro médico. “Levamos essas ideias [plano de tornar o hospital mais saudável] em abril para gestores, em maio para colaboradores e agora, em agosto, para pacientes. Mas é difícil a absorção disso pelos diretores, até pelo problema do custo que isso envolve”, afirmou, dizendo ainda que já foram substituídos os termômetros e esfignomanômetros com mercúrio e agora o hospital deu início a um projeto de troca de lâmpadas por equipamentos mais econômicos.
 
SaudeWeb

Operadoras deverão cadastrar ouvidorias na ANS

Prazo para criação de estruturas terminou no dia 1º de outubro para operadoras com 100 mil ou mais beneficiários; formulário eletrônico está no site da Agência
 
Após o fim do prazo para criação de estruturas de ouvidoria no último dia 1º de outubro, as operadoras de planos de saúde com 100 mil ou mais beneficiários devem cadastrar essas unidades no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Devem informar, por meio de formulário eletrônico, os nomes do ouvidor e de seu substituto, além dos respectivos contatos.
 
Conforme a Resolução Normativa nº 323/2013, o cadastramento é exigido para as operadoras dentro do prazo de 30 dias após a entrada em vigor da norma, ou seja, até o dia 31 de outubro de 2013. A norma se aplica às operadoras com número de beneficiários igual ou superior a 100 mil.
 
O formulário eletrônico está disponível na página da ouvidoria no portal da ANS. O cadastro é efetuado através da senha TXT (senha utilizada nas interações com a ANS, como envio do SIB e do DIOPS) e o formulário fornece protocolo do registro feito pela operadora. O prazo para instalação de ouvidorias nas operadoras com menos de 100 mil beneficiários vai até abril de 2014.
 
SaudeWeb

Barbano: Rede Sentinela passará a ser ferramenta permanente

Norma será avaliada pela Anvisa ainda em 2013 e garantirá o financiamento e a estrutura para o funcionamento integral da rede
 
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, anunciou nesta terça-feira (8), durante a abertura do 14º Encontro Nacional da Rede Sentinela, em Florianópolis (SC), que a Rede Sentinela será instituída como ferramenta permanente. A proposta é que a rede tenha mecanismos claros que garantam a sua continuidade e sustentabilidade.
 
Segundo Barbano, a norma será submetida à avaliação dos diretores da Anvisa ainda este ano e garantirá o financiamento e a estrutura para a rede. Disse também que a iniciativa é um dos pilares do Programa Nacional de Segurança do Paciente.
 
Para o diretor, a estratégia desenvolvida nos últimos anos entre a Anvisa, as vigilâncias sanitárias e os serviços de saúde tem se mostrado como uma forma eficiente de ensinar sobre eventos adversos e adotar políticas de combate.
 
A Rede Sentinela surgiu em 2002 e reúne atualmente 195 serviços de saúde que monitoram relatos de problemas adversos relacionados a produtos, equipamentos e procedimentos. A rede serviu como referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente, lançado este ano pelo Ministério da Saúde.
 
SaudeWeb

Setor de saúde ganha precisão com a rastreabilidade

Redução de erros proporcionada por sistemas inteligentes aumenta segurança dos pacientes ao reduzir interferência humana nos processos de checagem
 
Quando os processos logísticos interferem diretamente na qualidade de atendimento no setor de saúde, percebe-se o quanto estão presentes na vida de todos.
 
A redução de erros proporcionada por um sistema inteligente reflete diretamente na segurança dos pacientes, pois é possível reduzir sensivelmente a interferência humana nos processos de checagem e captura de informações do medicamento no sistema. Isso acontece porque, graças à rastreabilidade, é possível acompanhar o processo de recebimento do medicamento até a administração ao paciente. A estratégia elimina o perigo, por exemplo, de se ministrar doses ou medicamentos errados.
 
Os ganhos vão além
É possível diminuir os custos da operação ao reduzir retrabalho, como eliminar o processo de etiquetagem interna, já que a impressão é feita pelo fabricante. O mesmo acontece em relação às perdas por vencimento, que passam a ser controladas graças ao acompanhamento das datas de validade pelo sistema de gerenciamento de rastreabilidade.
 
Cada vez mais hospitais e laboratórios farmacêuticos buscam a excelência no atendimento, adotam padrões globais e tecnologias para automatizar seus processos como, por exemplo, a separação de medicamentos. E é o código de barras, tão conhecido dos brasileiros na hora das compras, que desempenha esse papel fundamental.
 
A GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação tem levado a tecnologia para instituições de todo o País, como laboratórios Eurofarma, Isofarma, Baxter e os hospitais Israelita Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, e Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
 
Na capital gaúcha, a opção foi pela adoção do código GS1 DataMatrix, código bidimensional de tamanho reduzido que se adapta às menores embalagens e comporta todas as informações necessárias para ter total controle da trajetória de um medicamento, do laboratório farmacêutico à administração no paciente.
 
O objetivo do Hospital Moinhos de Vento foi o de adotar um processo pelo qual os produtos podem ser rastreados por meio da tecnologia de código de barras, garantindo a origem e o caminho que este produto percorreu na cadeia produtiva até a chegada ao paciente.
 
Em 2011, o Hospital Moinhos de Vento introduziu o uso do código GS1 DataMatrix nos medicamentos por meio da integração de 18 áreas e com o treinamento sobre o uso da nova tecnologia para 118 colaboradores. O objetivo do projeto é aprimorar a segurança do paciente, reduzir custos, assegurar uma melhor gestão do inventário e atingir a rastreabilidade.
 
A nova simbologia é usada desde o recebimento do medicamento até seu descarte. A antiga metodologia da impressão interna das etiquetas contendo informações sobre a data de validade e número de lote foi substituída pela leitura do GS1 DataMatrix, impresso pela indústria farmacêutica em dose unitária, sem intervenção humana acerca das informações importantes referentes ao medicamento.
 
Em São Paulo, o Hospital e Maternidade Santa Joana, usa pulseiras para identificar os recém-nascidos e as mães. Assim, juntamente com o código GS1 DataMatrix nos medicamentos eles têm a garantia de que o paciente certo recebeu a medicação certa, na dose certa, na hora correta.
 
Também na capital paulista, o Hospital Israelita Albert Einstein foi pioneiro ao otimizar os procedimentos. Hoje, a instituição de saúde recebe 25% dos remédios já identificados pela indústria, um porcentual que abrange medicamentos utilizados em grande volume.
 
Não há estatísticas oficiais no Brasil, mas, segundo o Institute of Medicine dos Estados Unidos, mais de sete mil pessoas morrem anualmente e outros 1,5 milhão de pessoas sofrem graves danos por erros de medicação no país. O prejuízo financeiro chega a US$ 3,5 bilhões, de acordo com o estudo Preventing Medication Errors.
 
A GS1 tem a missão de criar e gerenciar padrões, entre eles o de identificação dos produtos para facilitar o gerenciamento da cadeia de suprimentos e alcançar a rastreabilidade, por meio da combinação de todos os padrões do Sistema GS1 – amplamente usados no varejo, como é o caso do código de barras.
 
Com a proposta de uma linguagem comum e global entre parceiros comerciais, o Sistema GS1 garante a segurança no recebimento, controle de estoque e gestão administrativa de mercadorias, além de facilitar as exportações e, principalmente, contribuir para a segurança dos consumidores e pacientes.
 
A GS1 Brasil faz parte do grupo internacional GS1 Healthcare e trabalha com fabricantes, hospitais, varejo, agências de vigilância sanitária, ministérios da saúde e associações do setor para buscar as melhores soluções mundiais para o sistema de codificação de medicamentos, redução de erros médicos, recall de produtos, autenticidade, eficiência e acuracidade na cadeia de suprimentos e rastreabilidade.
 
* João Carlos de Oliveira é presidente da Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil)
 
SaudeWeb

Profissionais do Mais Médicos farão Revalida após três anos

Câmara votou destaques e emendas que pretendiam alterar o texto da MP 621. Obrigatoriedade do Revalida apresentada pela oposição foi o único destaque aprovado
 
A Câmara dos Deputados concluiu na tarde de quarta-feira (9) a votação dos destaques e das emendas que pretendiam alterar o texto da Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos. A MP será agora apreciada pelo Senado.
 
Nas votações dos destaques e emendas que visavam alterar o texto aprovado na madrugada anterior, os deputados aprovaram uma emenda aglutinativa apresentada pelo PSDB para limitar a dispensa de revalidação do diploma do médico estrangeiro aos três primeiros anos do Programa Mais Médicos. O texto aprovado na madrugada previa quatro anos.
 
A emenda dos tucanos também permite a participação do médico estrangeiro na prorrogação do programa por mais três anos somente se o profissional integrar carreira médica especifica. Ela cria, ainda, a carreira nacional de médicos, que inclui os estrangeiros. O dispositivo precisará ser regulamentado.
 
Outro destaque aprovado pelos deputados, também do PSDB, excluiu do texto principal a criação do Fórum Nacional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde. O fórum teria o caráter consultivo com o objetivo de propor diretrizes do setor e a dimensão de vagas e cursos de medicina no país.
 
Outra emenda aprovada pelos deputados permite aos profissionais médicos aposentados a participar do Programa Mais Médicos. A emenda havia sido apresentada na comissão mista do Congresso pelo senador Vital do Rego (PMDB-PB) e tinha sido rejeitada pelo relator da matéria, deputado Rogério Carvalho (PT-SE), por entender que estava garantido no texto a possibilidade dos aposentados de aderirem ao Mais Médicos.
 
Todas as outras emendas e destaques apresentados ao texto foram rejeitadas nas votações que ocorreram na tarde e na noite de hoje. Entre os destaques rejeitados estão o que pretendia que fosse concedido aos profissionais brasileiros participantes do programa os direitos trabalhistas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o que queria retirar da MP a atribuição dada ao Ministério da Saúde de conceder o registro provisório do médico estrangeiro participante do programa.
 
O último destaque rejeitado foi apresentado pelo líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ). O parlamentar tentou incluir na MP do Mais Médicos emenda para acabar com a exigência do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o exercício da profissão de advogado. Todos os partidos recomendaram a rejeição da emenda, exceto o PMDB. Foram 308 votos pela rejeição, 46 pela aprovação e 15 abstenções.
 
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Para pressionar governo, CAS aprova teto de 18% das receitas da União para Saúde

Projeto de lei que determina que porcentagem para ações e serviços públicos de saúde seja atingida em quatro anos
 
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou projeto de lei que determina que 18% das receitas líquidas da União devem ser usadas em ações e serviços públicos de saúde. O texto aprovado foi o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 89/2007 – Complementar, na forma de um texto substitutivo apresentado pelo senador Eduardo Amorim (PSC-SE).
 
Uma das emendas aceitas pelo relator, que foi sugerida pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), prevê uma graduação para que o piso de 18% seja atingido ao longo de quatro anos. Havia outros três projetos tramitando em conjunto, que foram rejeitados.
 
Um voto em separado, do senador Wellington Dias (PT-PI) não chegou a ser lido porque o autor não se encontrava no momento. A matéria segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para decisão terminativa.
 
O senador Humberto Costa (PT-PE) observou que, a rigor, a proposta aprovada é mais um instrumento de pressão para que o governo negocie uma solução para o financiamento ao setor. Ele observou que o debate sobre o tema seria tratado de forma mais efetiva na reunião da CCJ na manhã desta quarta-feira, durante exame da proposta de emenda constitucional que trata do Orçamento Impositivo (PEC 22-A/2000).
 
Humberto explicou que, com o objetivo de regulamentar o piso de recursos da União para a saúde, está sendo sugerida uma emenda ao texto da PEC. Também observou que a emenda é fruto de debate sobre o tema com o movimento social pela saúde.
 
Wellington disse que se sentiu “tratorado” com a votação da matéria antes de sua chegada. Ele informou que estava numa reunião tentando negociar mudanças na sua proposta, para tentar chegar a uma solução mais avançada.
 
Observou que estava acompanhando por telefone para assegurar quando haveria número suficiente de senadores para o início dos trabalhos da CAS e então se deslocar para a reunião. O presidente da comissão, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), esclareceu que somente colocou a matéria em votação porque havia quórum.
 
SaudeWeb

Confira os alimentos que podem ajudar na manutenção da memória

Confira os alimentos que podem ajudar na manutenção da memória Divulgação Stévia/Divulgação
Foto: Divulgação
As frutas vermelhas são ricas em antioxidantes, como bioflavonoides,
carotenoides, vitamina E e selênio, ajudando a evitar lesões e
doenças neurológicas
O aumento do consumo de alguns alimentos, como ovos, leite e leguminosas, auxiliam na formação e funcionamento do sistema nervoso
 
Uma alimentação saudável significa manter o corpo e a mente em forma. Se você vem enfrentando alguns lapsos de memória com frequência, talvez esteja na hora de mudar seus hábitos, principalmente aqueles relacionados ao cardápio.

Trocar os fast foods, por exemplo, por peixes de águas frias são estratégias que podem melhorar o funcionamento da sua memória.

— O aumento do consumo de alguns alimentos é importante para a formação e funcionamento do sistema nervoso. Além disso, seguir com um estilo de vida que inclua mudanças na alimentação e exercícios físicos facilita a captação dos neurotransmissores essenciais para preservar a memória — afirma o nutrólogo André Veinert, da Clinica Healthme.

Estudos realizados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), comprovam que a alimentação saudável contribui tanto para preservar a memória como também na recuperação das funções motoras em portadores da doença de Parkinson, que afeta o sistema nervoso central e é caracterizada por tremores e rigidez muscular. Houve casos de 90% de melhora.

Com o avanço das pesquisas, a lista de compras no supermercado não vai mais se limitar aos peixes, que são famosos por serem ricos em ômega 3 e também por fornecer ácidos graxos que protegem os neurônios contra os radicais livres, notórios destruidores de células.

Isso porque carnes, aves, oleaginosas, grãos integrais, leguminosas, leite e derivados também podem fazer parte da lista de alimentos que garantem o bom funcionamento do cérebro.

Não esqueça das vitaminas
As vitaminas também têm um papel muito importante para o cérebro. Além de essenciais para o organismo, elas também ajudam muito o funcionamento do cérebro.

A vitamina do complexo B, por exemplo, protege os tecidos nervosos contra a oxidação. Já a D, auxilia na regeneração dos neurônios e regula a fixação do cálcio em receptores importantes para a memória. As C e E, por sua vez, são antioxidantes que combatem e neutralizam os radicais livres.

Confira quais são os alimentos que ajudam o cérebro

Ovo
A gema do ovo é uma das principais fontes de colina, que ajuda a reparar as células cerebrais. Além disso, ainda se constitui de acetilcolina, neurotransmissor responsável pelo aprendizado e memória. Segundo Veinert, uma gema tem cerca de 130 mg de colina. Salmão, soja, fígado, germe de trigo e feijão também apresentam o nutriente, porém, em concentrações menores.

Peixes
Salmão, sardinha, anchova, atum, arenque e cavala fornecem ácidos graxos, do tipo ômega 3, que são benéficos ao cérebro e à memória, já que contêm ação anti-inflamatória.

Arroz
O arroz é responsável por regular a glutationa, um dos protetores celulares contra a ação dos radicais livres. Além disso, também contém magnésio e outros receptores que existem no hipocampo, onde se dá a formação da memória.

Leguminosas
Possuem vitamina B6, considerada importante para a formação de neurotransmissores (mensageiros do cérebro).

Frutas vermelhas
Ricas em antioxidantes, como bioflavonoides, carotenoides, vitamina E e selênio, as frutas também têm a sua parcela de responsabilidade em relação ao cérebro. O seu consumo ajuda a evitar lesões e doenças neurológicas. Para usufruir dos benefícios, procure consumir acerola, morango, amora, pitanga e também outros tipos de frutas como laranja, limão, manga e maçã.

Oleaginosas
Castanhas, nozes, amêndoas, avelãs e amendoim são alimentos ricos em vitamina E e selênio, também fontes de antioxidantes. Além disso, elas ainda contém vitamina B3, B2 e B1, que regulam a glutationa e ainda participam da manutenção de substâncias químicas nervosas e hormônios que protegem a memória.

Carnes e aves
As carnes magras e os frangos, por exemplo, são ricos em vitamina B3 (niacina) e podem ser consumidos durante as refeições. Somente a carne vermelha deve ter um consumo moderado.

Leite e derivados
Ricos em vitamina B12 e ácido fólico, que participam de forma conjunta da síntese do DNA, o consumo diário de leite e derivados pode ser muito benéfico para a formação da memória.

O que evitar?
Gorduras saturadas, açúcar e o consumo de álcool são grandes vilões quando se trata do cérebro.

O nutrólogo alerta que a gordura saturada em excesso acelera a perda de memória devido ao seu processo inflamatório que afeta o funcionamento das células nervosas. Em relação ao açúcar, ele pode aumentar a produção de insulina rapidamente no organismo, promovendo reações químicas que podem danificar as células cerebrais.
 
Zero Hora

Desinfecção de legumes pode prevenir intoxicação alimentar em bebês

Desinfecção de legumes pode prevenir intoxicação alimentar em bebês Charles Guerra/Agencia RBS
Foto: Charles Guerra / Agencia RBS
Legumes, que muitas vezes ficam expostos, devem ser devidamente
lavados antes de serem preparados, especialmente para crianças
Alimentos que compõem as papinhas caseiras podem conter bactérias nocivas à saúde
 
A transição do leite materno para a alimentação sólida é uma fase importante da vida das crianças, pois é a partir desse período que elas passam a necessitar de um cardápio balanceado. Para isso, uma alternativa comum aderida por pais e mães é o uso das papinhas caseiras, mas, se os legumes e verduras que compõem a mistura não estiverem devidamente desinfetados, as papinhas que não forem cozidas corretamente podem ser grandes vilãs para a saúde dos bebês.
 
— Folhas e legumes podem conter bactérias causadoras de gastroenterites DTA's (Doenças Transmitidas por Alimentos) e, por isso, é extremamente importante que os pais criem o hábito de desinfetá-los— explica a farmacêutica Adriana Coppola Faria.
 
Para proteger a saúde a especialista indica o uso de bactericidas à frio, que não necessitem de enxágue e que tenham eficácia comprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
Segundo ela, somente assim o alimento fica 100% livre de bactérias, pronto para ser utilizado em papinhas caseiras. O mesmo procedimento serve para as frutas, que também podem causar as DTA's.
 
— O organismo de bebês e crianças ainda não está totalmente preparado para suportar uma carga bacteriana intensa e é por conta disso que quando eles ingerem alimentos infectados sofrem efeitos nocivos como vômitos, diarreia, desidratação, entre outros — completa Adriana.
 
Os hábitos diários de saúde dos pais como lavar sempre as mãos antes das refeições e após o uso de banheiros são medidas preventivas que podem diminuir as chances das bactérias chegarem aos alimentos dos filhos.

Zero Hora

Descubra as principais diferenças entre os óculos e as lentes de contato

Descubra as principais diferenças entre os óculos e as lentes de contato Pena Filho/Agencia RBS
Foto: Pena Filho / Agencia RBS
Mesmo que alguns fabricantes permitam o uso contínuo das lentes,
sempre é recomendável retirá-las para dormir
Especialista também explica os principais cuidados de higiene e saúde dos olhos
 
Eles têm funções semelhantes, mas cuidados e aparência completamente distintos. Óculos e lentes de contato para correção visual são dois recursos importantes para pacientes com problemas como miopia e hipermetropia.

Embora não seja possível afirmar qual é melhor, já que isso depende de uma série de fatores, o oftalmologista Tadeu Pocai esclarece quais são as principais diferenças entre eles.

Segundo o médico, é preciso ter alguns cuidados no uso pois, se utilizados de forma indevida, podem trazer consequências graves à visão, como desconforto, cefaleia ou até mesmo cegueira. Os problemas de visão mais conhecidos, que são miopia, hipermetropia e astigmatismo, geralmente podem ser corrigidos tanto pela lente como pelos óculos.

— Em alguns casos mais específicos, como no ceratocone ou nas grandes diferenças de grau entre os dois olhos, damos preferência para a lente de contato. Na presbiopia, que é a dificuldade que surge para perto depois dos quarenta anos, geralmente é optado pelo óculos — explica o oftalmologista.

Embora a parte estética seja fundamental, vários fatores devem ser avaliados na hora da escolha. O oftalmologista alerta que as lentes de contato, assim como os óculos, devem ser encaradas como ferramentas que nos ajudam a desempenhar da melhor forma possível nossas atividades diárias.

Por isso, é importante sempre respeitar o olho, não insistir em usar alguma coisa que esteja causando desconforto e procurar orientação médica em caso de dúvidas.

O oftalmologista ressalta que o ideal é a utilização dos dois métodos, que são complementares.

Conhecendo as lentes de contato
— Mesmo que alguns fabricantes permitam o uso contínuo das lentes, sempre é recomendável retirá-las para dormir. É mais saudável e higiênico

— As soluções específicas para a limpeza e o cuidado das lentes nunca devem ser substituídas por água ou soro fisiológico

— As lentes de contato têm prazo de uso específico, que é informado pelo médico durante a adaptação

— É fundamental parar de usar as lentes quando começam a causar desconforto, mesmo que ainda estejam dentro do prazo estipulado

—  Não existe idade máxima para o uso da lente. No caso da idade mínima, se os pais ou responsáveis assumirem os cuidados, elas podem ser utilizadas ainda na infância.

Conhecendo os óculos de grau
— Os óculos têm uma manutenção mais simples e podem durar anos, se bem cuidados

— É fundamental mantê-los limpos. Podem ser lavados em água corrente, com sabão neutro

— Evite deixar os óculos com as lentes para baixo e, preferencialmente, quando não estiver usando, guarde no estojo

— Não exponha ao calor excessivo, como no interior de veículos nos dias mais quentes, já que isso pode causar danos às lentes

— É fundamental consultar seu oftalmologista anualmente para reavaliar sua prescrição

— A durabilidade dos óculos também pode variar muito, de meses a anos. A idade do paciente e as condições da visão são os principais determinantes do tempo que ele deve ser empregado.
 
Zero Hora

Exposição excessiva aos raios do sol pode causar cegueira temporária

Especialistas recomendam o uso de óculos escuros com proteção UV-A e UV-B
Especialistas dão dicas de como se proteger
 
Com a proximidade da chegada do verão, quando os raios UV (ultravioleta) do sol são mais fortes, informar ao público que a exposição excessiva a esses raios pode queimar as córneas, causar dor e até mesmo cegueira temporária se faz necessário novamente.
 
— A medida mais simples, e ao mesmo tempo desafiadora, é conscientizar a população sobre a importância de comprar um bom par de óculos escuros, com proteção UV-A e UV-B. Há óculos baratos muito apropriados para fotoproteção e outros modelos bem caros que não oferecem proteção alguma — afirma o oftalmologista Virgílio Centurion.
 
Uma série de estudos científicos indica que anos contínuos de exposição desprotegida ao sol, sem proteção para os olhos, pode causar danos aos olhos, contribuindo para o surgimento da catarata, da degeneração macular relacionada à idade e até mesmo de tumores que podem exigir a remoção cirúrgica.
 
— Um risco menos conhecido da exposição ao sol, no entanto, é o risco mais imediato da exposição sem proteção ao sol: olhos queimados, fotoceratite ou ceratite provocada por exposição à luz ultravioleta também denominada cegueira da neve. Olhos claros estão em maior risco para esta condição, porque eles têm menos pigmentação em múltiplas camadas do olho do que aqueles mais escuros — explica a oftalmologista Meibal Junqueira.
 
Segundo a especialista, nos casos de fotoceratite leve, o paciente pode sentir como se estivesse com algo preso nos olhos, a sensação é causada pelo desfolhamento das camadas da córnea após a queimadura solar. Casos extremos descrevem os sintomas como se seus olhos estivessem em chamas. Ao sentir qualquer um desses sintomas, Meibal recomenda que o melhor é consultar imediatamente um oftalmologista.
 
O tratamento típico para fotoceratite envolve o uso de compressas úmidas e lágrimas artificiais para dor local. Colírios anti-inflamatórios não-esteroides são usados para reduzir a inflamação e a dor nos olhos. Medicação oral pode se prescrita para grandes desconfortos.
 
— Os pacientes afetados deve também buscar isolamento em um quarto escuro, interromper o uso de lentes de contato, evitar esfregar os olhos e usar óculos de sol até que os sintomas melhorem. A recuperação geralmente leva de um a três dias — diz Meibal.
 
A seguir, confira dicas para proteger os olhos contra danos de curto e de longo prazo provocados pelo sol:
 
— Independentemente do custo ou da cor das lentes de seus óculos de sol, só use óculos que ofereçam 100% de proteção UV, certifique-se que seus óculos bloqueiam os raios UV-A e UV-B e use-os a qualquer hora do dia, quando você estiver exposto à luz solar;
 
— Prefira os modelos grandes. Idealmente, os óculos de sol devem envolver todo o rosto e suas têmporas, para que os raios de sol não possam entrar pelos lados;
 
— Aumente a sua proteção. Use também um chapéu com aba de 3 cm de largura para complementar a proteção fornecida pelos óculos de sol;
 
— Cuidado com superfícies reflexivas. Na praia ou na água, lembre-se de que a luz UV refletida na areia, na água ou no pavimento também pode danificar os olhos;
 
— Certos medicamentos podem aumentar os riscos ao sol. Esteja ciente de que determinados medicamentos que você está tomando podem causar aumento da sensibilidade à luz solar (fotossensibilidade). Certifique-se de perguntar isto ao seu médico;
 
— Não confie apenas nas suas lentes de contato. Mesmo se você usar lentes de contato com proteção UV, lembre-se de usar também os óculos de sol;
 
— Não se deixe enganar pelas nuvens. Os raios do sol podem passar através da neblina e das nuvens;
 
— Bronzeamento artificial é pior do que o bronzeamento ao ar livre. Camas de bronzeamento
artificial podem produzir níveis de UV até 100 vezes mais forte do que os raios do sol. Nenhuma entidade médica recomenda o uso desses leitos;
 
— Camelôs, feirantes, agricultores, salva-vidas, jardineiros, lixeiros, mergulhadores, guardas de trânsito, carteiros, motoboys, dog walkers, operários da construção civil, piscineiros, pescadores...
 
Trabalhar ao ar livre exige a consciência de que é preciso se proteger do sol adequadamente. E isto abrange mais do que apenas passar filtro solar. Use chapéu e óculos de sol sempre que possível. O chapéu vai manter o sol para fora da face, pescoço e orelhas. Ele também irá proteger os calvos.
 
Chapéus de abas largas são as melhores escolhas. A aba deve ser de pelo menos 3 cm de largura.
 
Zero Hora