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Foto: Reprodução |
Com o surto da gripe influenza A H1N1, muitas pessoas com sintomas têm procurado hospitais em todo o país em busca do diagnóstico para a doença
No mercado, existem alguns exames que identificam se o paciente é portador da nova gripe. Entre eles, está a técnica preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o RT-PCR (sigla em inglês para o termo técnico reação em cadeia da polimerase), que agora está disponível para os cariocas nas unidades do laboratório carioca Lâmina Medicina Diagnóstica.
O teste analisa o material genético do vírus por meio da coleta de secreção nasal do paciente. As amostras de secreções respiratórias devem ser coletadas, preferencialmente, no terceiro dia após o início dos sintomas e, no máximo, até o sétimo dia, como explica o infectologista Alberto Chebabo, integrante do corpo clínico do Lâmina.
"O PCR é a forma mais utilizada no mundo para detectar a contaminação por H1N1 e é altamente preciso, chegando a 99% de acurácia, não existindo taxas de falsos positivos", afirma o médico, que complementa dizendo que a sensibilidade e especificidade do método também dependem da quantidade e qualidade do material enviado para a análise: "Por isso, sua coleta e transporte são essenciais para o diagnóstico adequado."
Segundo o infectologista, a grande vantagem do PCR é utilizar o que há de mais moderno em biologia molecular, pois o teste sequencia o material genético para identificar se é influenza H1N1 ou não, diferentemente do que acontece com os testes rápidos, que ficam prontos em até 15 minutos, mas são considerados de baixa sensibilidade para diagnóstico da nova gripe, pois não são baseados em técnica molecular, mas em exame imunocromatográfico. O teste rápido dá uma resposta positiva apenas para gripe, não diferenciando qual o tipo de vírus influenza é o responsável pelo quadro, servindo principalmente para pacientes ambulatoriais. Porém, pela sua baixa sensibilidade, um resultado negativo não afasta a possibilidade de gripe", explica Alberto Chebabo.
O exame está disponível, para os cariocas, nas unidades do laboratório Lâmina de Botafogo (Rua 19 de Fevereiro); Mega Barra, Barra Shopping e Niterói (Icaraí).
Saiba mais sobre a influenza A H1N1
A influenza A H1N1 é um subtipo de gripe (influenza) que causa sintomas mais graves, com maior invasão e pneumonia viral do que as outras variações da doença, como o H3N2 (também classificado como influenza A) e os vírus influenza B. A patologia causa mais danos aos pulmões e pode levar à morte. Dessa forma, o diagnóstico rápido e preciso é fundamental para o início imediato do tratamento com antivirais e também para evitar o uso desnecessário desses medicamentos em pessoas infectadas pela gripe comum.
De acordo com Alberto Chebabo, com a chegada das estações mais frias, ocorre aumento de casos de gripe e doenças respiratórias, porém, a sazonalidade não se cumpriu este ano. A doença ganhou status de surto no fim de março no estado de São Paulo. "Não era esperado, nesta época do ano, um número grande de casos de influenza. Normalmente, os quadros de influenza se iniciam em maio e junho, estendendo-se até setembro, na maior parte dos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Além disso, a gravidade dos casos de 2016 lembra o período pandêmico de 2009. Diferente dos anos anteriores, cujo vírus predominante foi o H3N2, que causa doença menos grave que o H1N1", alertou o médico.
Chebabo pede a atenção da população aos sintomas da doença, que são febre alta e repentina, tosse, dor de garganta, dores musculares, cansaço e quadro debilitante. "Ficar muito acamado, sem possibilidade de continuar com as atividades rotineiras, aliado aos outros sintomas, é um indício de contaminação por H1N1, pois a doença é mais grave, por isso debilita mais o paciente."
Ele reforça ainda que idosos, crianças com até 5 anos, portadores de doenças crônicas e pulmonares fazem parte do grupo de risco e devem ter mais cuidado com a prevenção. Vacinar-se, lavar as mãos constantemente e evitar locais com aglomeração são as formas mais eficazes de se prevenir.
O infectologista explica que, no Brasil, existem duas vacinas, a trivalente, aplicada na rede pública, e a tetravalente, aplicada na rede privada. A diferença entre elas é a presença de um segundo vírus, influenza B, na vacina tetravalente, mas ambas protegem contra o H1N1, que vem causando os casos graves atualmente.
Rachel Lopes
Assessoria de Imprensa
rachel@saudeempauta.com.br