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sábado, 23 de maio de 2015

Aspirina pode ajudar a prevenir tumores, especialmente o colorretal

Especialistas alertam, no entanto, que dependendo do perfil genético, prejuízo pode ser maior que benefício
 
Na farmacinha de casa, pode estar um importante aliado para a prevenção do câncer. Usada para diversos fins e já recomendada por médicos para pacientes cardíacos, a aspirina também tem se mostrado eficaz no combate a alguns tipos de tumores malignos, especialmente os do trato digestivo. Pesquisas realizadas com centenas de milhares de pessoas estão confirmando o potencial anticancerígeno do ácido acetilsalicílico, mas só agora os cientistas descobriram como isso ocorre. Um estudo da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, revelou o mecanismo molecular pelo qual a substância evita que lesões colorretais evoluam e se transformem em neoplasias.

Um dos principais fatores de risco para o surgimento desse tipo de câncer, que, no Brasil, provoca 14 mil óbitos por ano, são pólipos não tratados que se formam no intestino grosso. Pacientes com histórico de polipose adenomatosa familiar (FAP) devem ficar particularmente atentos, pois essa condição caracteriza-se pela formação de tecido extra no órgão. Geralmente, quando não retirados, os pólipos tornam-se malignos por volta dos 40 anos.

Em 80% dos casos envolvendo câncer colorretal, há uma alteração em um gene que fica na superfície das células e induz a proliferação dessas estruturas. Já se sabe há muito tempo que a proteína EGFR desempenha um papel importante no surgimento de diversos tipos de câncer. O que não se conhecia era a associação do gene e de uma enzima, a COX-2, relacionada à dor e às inflamações durante o processo de transformação do tecido normal em tumor maligno. Os pesquisadores da Universidade de Minnesota constataram que a COX-2 ajuda a desregular o EGFR, fazendo com que o gene favoreça a formação da neoplasia. Contudo, o uso diário da aspirina pode evitar esse processo, pois a substância anti-inflamatória “adormece” a enzima.

Como a atividade anormal do gene EGFR está associada a diversos outros tipos de câncer, como os de mama, pulmão, bexiga, cabeça/pescoço e colo do útero, entre outros, os cientistas escreveram, no artigo, que possivelmente a aspirina pode ajudar a preveni-los também. Contudo, um dos autores da pesquisa, o biólogo molecular Zigang Dong, é enfático sobre a necessidade de realizar mais estudos. “Não só a aspirina, mas outras drogas anti-inflamatórias não esteroides nos parecem extremamente promissoras. Mas, embora altamente interessante, o resultado precisa ser replicado muitas vezes antes de sairmos recomendando às pessoas do grupo de risco que tomem esses medicamentos pensando em evitar o câncer”, destaca.

Dúvidas e riscos Professora da Universidade de Chieti, na Itália, a farmacóloga Paola Patrignani avalia que o trabalho sugere um uso em potencial da aspirina para a prevenção do câncer. Em um comentário escrito por ela a pedido da EbioMedicine, editora que publicou a pesquisa de Dong, ela afirmou que “dados acumulados de estudos clínicos randomizados fornecem uma base racional para considerar o papel potencial de uma dose diária da aspirina na prevenção do câncer colorretal e, possivelmente, de outros tipos de câncer”, escreveu. Mas Patrignani levantou algumas dúvidas que precisam ser respondidas antes de os médicos começarem a recomendar o uso profilático do medicamento. De acordo com ela, é preciso, entre outras coisas, encontrar a dose e a frequência ideal para tirar da pílula o potencial anticancerígeno.

Outra questão que ainda tem de ser aprofundada é saber quem poderá, de fato, se beneficiar. Em março, pesquisadores do Hospital Geral de Boston publicaram o resultado de um estudo nojornal da associação médica americana (Jama) sugerindo que o medicamento só é eficaz na proteção contra tumores em pessoas com determinado perfil genético. Os cientistas se debruçaram sobre 10 pesquisas realizadas desde 1976 nos EUA, no Canadá, na Austrália e na Alemanha, com um total de 19 mil pessoas.

Eles constataram que, de forma geral, o uso regular do ácido acetilsalicílico e de outras drogas anti-inflamatórias não esteroides reduz, de fato, o risco do câncer colorretal. Mas 9% dos participantes que carregam variações genéticas no cromossomo 15 não tiveram qualquer benefício. Mais que isso, em 4% dos indivíduos que têm um raro genótipo no cromossomo 12, a droga aumentou o risco do câncer. “Apesar de considerarmos a aspirina e os anti-inflamatórios não esteroides um arsenal importante e promissor, nossos achados evidenciam a necessidade de aprofundarmos as pesquisas antes de fazer recomendações clínicas. Com análises genéticas, poderemos entender que parte da população que vai se beneficiar e quais pessoas, ao contrário, devem se manter longe do medicamento”, diz Ulrike Peters, coautor do estudo e pesquisador do Centro de Pesquisa Oncológica Fred Hutchinson, em Seattle.

Recomendação As pesquisas animadoras sobre o potencial da droga poderão levar o U.S. Preventive Services Task Force Exit Disclaimer, painel independente de cientistas e especialistas em medicina preventiva dos EUA, a recomendar o remédio para reduzir o risco da doença. No país norte-americano, 10 milhões de pessoas tomam diariamente um comprimido para diminuir a probabilidade de sofrerem ataque cardíaco ou AVC. No Brasil, o medicamento também é muito popular: em 2009, foram consumidos 92 milhões de unidades de AAS.
 
“É difícil ignorar as fortes evidências sobre o papel da aspirina no combate a alguns tumores malignos”, diz Peter Rothwell, da Universidade de Oxford e autor de meta-análises que investigaram a associação entre o hábito de tomar o remédio e a redução da incidência de neoplasias. Em 2011, um desses estudos comparou o risco de morte por câncer entre participantes que tomaram um comprimido por dia ao longo de quatro anos ou mais e outros que não tinham esse hábito. No primeiro grupo, a mortalidade por câncer foi 20% menor.
 
Um problema com essas meta-análises é que a maior parte delas se baseia ou em estudos observacionais, que não estabelecem relação de causa e efeito, ou em pesquisas que não foram desenhadas para testar o potencial da aspirina contra o câncer. “Pode ser que tenhamos evidências mais definitivas em breve porque, atualmente, há alguns testes clínicos em andamento nos Estados Unidos para avaliar especificamente a relação da aspirina e a redução da mortalidade por câncer”, diz Rothwell. Os Institutos Nacionais de Saúde listam, em sua página na internet, quatro dessas pesquisas que, juntas, vão incluir mais de 25 mil participantes.
 
Correio Braziliense

Amor eterno pelo colesterol

IstockphotosDurante décadas, alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos. Pesquisas recentes põem fim a essa gangorra - a mais conhecida (e condenada) das gorduras não faz mal quando é levada ao organismo por meio da alimentação
 
Já não é o caso, tomando emprestado o mais conhecido verso do Soneto da Fidelidade de Vinicius de Moraes, de um amor que seja infinito enquanto dure, posto que é chama. Em relação ao ovo, o amor agora é eterno, incondicional, irrecorrível.
 
O consumo do mais eclético dos alimentos de origem animal, abundante em colesterol, a mais conhecida e condenada das gorduras, acaba de ser definitivamente liberado pela ciência da nutrição.
 
Um inimigo acuado para sempreO aval veio de uma instituição reputada no assunto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, órgão governamental responsável pelas diretrizes alimentares americanas - e, portanto, com impacto em todo o mundo.
 
A absolvição se estende a outros alimentos ricos em colesterol, como camarão, coxa de frango (com pele, fique bem claro), coração de galinha, lula e bacalhau.
 
A novíssima norma pode representar uma extraordinária reviravolta nos hábitos à mesa. Ela põe por terra a orientação de cautela no consumo de ovos, para permanecer didaticamente com o mais claro sinônimo de colesterol ingerido, em vigor desde a década de 60.
 
A quantidade de colesterol levado à boca não podia, até agora, ultrapassar 300 miligramas diários, o equivalente a um ovo e meio (ou a uma coxinha de frango). Diz Raul Dias dos Santos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor da Sociedade Internacional de Aterosclerose: "É a mudança de padrão alimentar mais drástica já ocorrida desde os primórdios das discussões sobre o papel das gorduras no organismo".
 
O documento americano é um cartapácio de 571 páginas. A alforria do colesterol aparece na 17ª e, em pouco mais de discretas cinco linhas, abre o sinal verde, com uma recomendação que desde já começa a fazer barulho pela força de sua assertividade. "Não há evidência disponível que mostre alguma relação significativa entre uma dieta com colesterol e os níveis de colesterol sanguíneo.
 
O consumo excessivo de colesterol não é motivo de preocupação." Ponto. E termina aqui o incômodo vaivém que ora fazia do ovo e seus congêneres os vilões da dieta, ora os tratava como mocinhos. À pergunta inescapável - o colesterol dos alimentos faz mal ao coração? - cabe agora uma única resposta: não. Um não eterno. O colesterol danoso é tratado sobretudo com medicamentos (estatinas) e atividade física.
 
Cerca de 80% do colesterol circulante no organismo é produzido pelo fígado - o restante vem da alimentação. Em doses normais, o colesterol (seja o alimentar, seja o hepático) tem um papel importantíssimo no funcionamento do corpo humano, participando da síntese de hormônios e mantendo a integridade das membranas das células.
 
Comer sem culpa
 
Em excesso, porém, danifica as paredes das artérias, o que o faz ser também a causa principal dos problemas cardiovasculares, como o infarto e o derrame.
 
O embate, este que agora se encerra, tentava esclarecer qual era a responsabilidade do colesterol ingerido e qual era a parcela do colesterol naturalmente fabricado pelo ser humano. Duas recentes conclusões dos cientistas desempataram o jogo renhido.
 
A primeira: apenas uma pequena parte do colesterol alimentar é absorvida pelo organismo - cerca de 30%.
 
Graças a um fascinante mecanismo de defesa, três proteínas (NPC1L1, ABCG5 e ABCG8), responsáveis pela metabolização do composto, tornam-se ineficientes ante quantidades muito elevadas de colesterol alimentar, o que o faz circular muito modestamente.
 
O segundo achado, fruto de acúmulo de conhecimento científico, foi o que selou de vez a certeza comprada pelos pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
 
Um trabalho publicado na revista científica da American Society for Nutrition, a maior referência em estudos de nutrição, quantificou, em números precisos, o impacto do colesterol que vem dos alimentos sobre o colesterol fabricado pelo fígado.
 
Uma análise detalhada comprovou que a relação entre os dois é salutar. O colesterol alimentar influencia pouquíssimo os níveis de LDL (o colesterol ruim) no sangue. A conta é exata: 100 miligramas (o equivalente a meio ovo) aumenta 1,9 miligrama do colesterol LDL do sangue. É pouco. A gordura saturada, presente na picanha, na manteiga e no toucinho, por exemplo, provoca o dobro de expansão.

Veja

Cientistas querem acabar com mosquitos fêmeas da dengue para conter doença

A proposta é de um grupo de cientistas dos EUA que detectou o gene responsável por determinar o sexo do Aedes aegypti. A manipulação genética aumentaria a quantidade de insetos machos, não transmissores da doença
 
Eles podem levar a má fama, mas elas são as verdadeiras vilãs por trás da dengue, da febre amarela e de tantas outras doenças tropicais. A picada do Aedes aegypti que transmite esses vírus aos humanos é, na verdade, um estágio da reprodução das fêmeas, que consomem o sangue para obter os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos seus ovos. Sabendo da diferença de hábitos entre mosquitos machos e fêmeas, cientistas identificaram, pela primeira vez, o gene responsável pela determinação do sexo do Aedes aegypti. A pesquisa pode resultar em um método capaz de transformar as crias do inseto em machos inofensivos e conter a transmissão de todos os patógenos que usam o bicho como vetor.

A descoberta, publicada ontem na revista Science Express, mostra como um interruptor presente nos machos influencia no desenvolvimento dos órgãos reprodutores dos mosquitos. O pequeno gene, chamado Nix, foi encontrado em uma região que é considerada um “buraco negro genômico”. “Os fatores que determinam a formação de machos tendem a ficar em regiões do genoma que estão cheias de sequências repetitivas e que, portanto, são muito difíceis de sequenciar”, conta Zhijian Jake Tu, pesquisador do Instituto Politécnico e da Universidade Estadual da Virgínia e principal autor do estudo.

"Temos de ter em mente que estamos lidando com um ser vivo, com uma espécie que já driblou algumas das medidas que tomamos historicamente, como o uso dos inseticidas. Ele criou resistência a essas drogas”Tamara Nunes de Lima-Camara, professora do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Os pesquisadores desenvolveram um método para identificar as sequências de genes ligadas às características masculinas do inseto e filtraram os resultados até chegar no regulador Nix. Para testar a influência do gene, injetaram o fator em embriões do inseto, o que resultou no nascimento de fêmeas parcialmente masculinizadas. Mais de dois terços dos insetos que deveriam ter o sexo feminino desenvolveram os órgãos reprodutores masculinos graças à presença do Nix no organismo. Quando o fator foi removido dos ovos por meio de um método de edição de genoma chamado CRISPR-Cas9, o contrário aconteceu. Os mosquitos machos desenvolveram genitálias femininas, em vez das masculinas.

Os resultados provam que o gene pode ser usado como uma ferramenta para o desenvolvimento de uma prole predominantemente formada por machos. Ainda não se sabe se os mosquitos com o sexo modificado são capazes de reproduzir, mas os cientistas acreditam que, se for corretamente inserido no genoma dos insetos, o fator masculino poderia ser repassado por gerações, estabelecendo uma linhagem de mosquitos predominantemente masculina.
 
Correio Braziliense

Hospital do Coração no sul do Ceará suspende cirurgias agendadas

O Hospital do Coração do Cariri, localizado em Barbalha, no sul do Ceará, suspendeu as cirurgias eletivas (agendadas) por tempo indeterminado
 
O motivo, segundo a direção do hospital, é um débito de R$ 2,1milhões em procedimentos feitos e não pagos pelo Ministério da Saúde.
 
A medida afeta 50 pessoas que estão na fila de espera e impacta cerca de 1,4 milhão de habitantes dos 44 municípios que buscam os serviços da unidade. Os atendimentos de urgência, emergência e de média complexidade, como consultas e exames, estão mantidos.
 
Fundada em 2001, a unidade atende hoje cerca de 90% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para atendimentos de alta complexidade, o teto estabelecido pelo SUS para a unidade, que incluem cirurgias cardíacas, angioplastias e implantes de marca-passo é R$ 276 mil por mês.
 
Segundo o gerente administrativo do hospital, Egberto Santos, o valor é considerado muito aquém da realidade atual. “Seria necessário pelo menos o dobro desse valor para atender a demanda. No nosso faturamento, já tem mais de R$ 800 mil de procedimentos feitos e não pagos. Tentamos uma solução há pelo menos dois anos e sempre esbarramos na mesma resposta: faltam recursos. Resolvemos suspender as cirurgias eletivas como estratégia de sobrevivência.”
 
A defasagem do teto para alta complexidade determinado pelo SUS, de acordo com Santos, dá-se não só devido ao aumento da demanda do Hospital do Coração do Cariri, que recebe também pacientes de estados vizinhos, como Pernambuco e Piauí, mas ao encarecimento dos serviços e dos insumos ao longo dos anos. Ele estima que o teto não é atualizado há pelo menos cinco anos.
 
Os débitos do hospital incluem ainda aquisição de próteses e órteses e de alimentação enteral, ministrada especialmente aos pacientes em unidades de Terapia Intensiva (UTI), para a qual o hospital busca credenciamento pelo SUS desde 2007. “De lá para cá, ainda não fomos credenciados, mas estamos ministrando essa alimentação mesmo assim, porque é necessária para o tratamento do paciente.”
 
Em nota, o Ministério da Saúde informou que, nos primeiros três meses deste ano, repassou para o Hospital do Coração do Cariri mais de R$ 1 milhão “para custear procedimentos hospitalares e ambulatoriais feitos pelo SUS”. Em 2014, segundo a nota, o ministério investiu R$ 5,9 milhões na unidade – valor 9% maior que em 2013, quando foram repassados R$ 5,5 milhões.

Agência Brasil

Brasileiros terão acesso a transplante de órgãos abdominais pelo SUS

Acordo entre Brasil e Argentina vai permitir que brasileiros tenham acesso ao transplante multivisceral – substituição de pelo menos três órgãos abdominais – e ao transplante de intestino pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito ontem (22) pelo Ministério da Saúde
 
O termo de cooperação foi firmado entre o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o ministro da pasta na Argentina, Daniel Gustavo Gollan, durante reunião da Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra (Suíça). Um dos principais eixos do acordo, segundo a pasta, será a vinda de médicos argentinos experientes na técnica que farão o treinamento de profissionais brasileiros.
 
A expectativa do governo brasileiro é que a cooperação esteja em funcionamento já nos próximos meses. Pacientes com indicação para esse tipo de procedimento poderão receber, de uma só vez, estômago, duodeno, intestino, pâncreas e fígado, retirados em conjunto, de um único doador. “A Argentina realizou mais de 40 cirurgias, sendo reconhecida pela sua capacidade técnica para esse tipo de transplante”, informou o ministério.
 
Entre os pacientes candidatos aos transplantes múltiplos estão os que sofrem de doença hepática crônica com trombose das veias que drenam os intestinos; aqueles com insuficiência intestinal crônica – doença conhecida também como Síndrome do Intestino Curto – que tiveram necessidade de nutrição parenteral por um longo prazo; os submetidos a múltiplas cirurgias abdominais devido a doenças; e pessoas com tumor na região da raiz do mesentério, artérias e veias, com metástase no fígado.
 
O acordo firmado entre os dois países prevê ainda ações como a promoção de intercâmbio de informação técnica sobre projetos, programas e experiências nas diferentes áreas de saúde, desenvolvimento de programas de intervenção em saúde, a organização de campanhas e de visitas de profissionais e especialistas, a realização de atividades de capacitação e de habilitação, como oficinas, seminários e conferências, e a transferência de tecnologia para promover o abastecimento interno de medicamentos e insumos.
 
Agência Brasil

Inmetro estabelece nova especificação para berços

A partir desta sexta-feira (22), o Brasil tem nova regra para comercialização de berços. Portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) estabelece que todo berço deve ter espaço de, no máximo, 30 milímetros entre as laterais ou extremidades e o colchão
 
A regra vale para produtos nacionais ou importados. Segundo o Inmetro, no caso do não fornecimento do colchão com o berço, as dimensões apropriadas devem ser especificadas no manual de instruções.
 
De acordo com a portaria, não há prazo para as empresas se adaptarem. Para o Inmetro, a expectativa é que os fornecedores avaliem se os berços colocados no mercado atendem ao requisito aprovado e, caso contrário, recolham o produto.
 
A fiscalização será feita pelos institutos estaduais de Pesos e Medidas, que poderão punir a irregularidade com multa e apreensão do produto.
 
Agência Brasil

Primeiro caso de zika vírus é confirmado no estado de São Paulo

O infectado é um homem de 52 anos, do município de Sumaré, perto de Campinas; transmissão ocorre por meio de mosquito
 
O primeiro resultado positivo de febre pelo vírus zika em São Paulo foi confirmado nesta sexta-feira (22) pela Secretaria Estadual de Saúde.
 
O infectado é um homem de 52 anos, do município de Sumaré, na região de Campinas, interior paulista. A transmissão da doença, assim como a dengue, ocorre por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas foram constatados em 10 de março e, atualmente, o paciente já está curado.
 
De acordo com a secretaria, o paciente não tem histórico de viagem nas duas semanas anteriores ao início dos sintomas. Trata-se, portanto de um caso autóctone, ou seja, que teve origem na própria cidade. A doença causa febre baixa, manchas no corpo, coceira e vermelhidão nos olhos. Embora mais brandos do que em outras doenças, os sintomas podem ser confundidos com dengue, febre chikungunya e sarampo.
 
O paciente foi atendido no serviço de saúde do município. Em seguida, o caso foi notificado pela prefeitura como de suspeita de dengue e direcionado ao Instituto Adolfo Lutz – laboratório central de saúde pública do estado – para investigação. Para obtenção do diagnóstico, foi necessário fazer o isolamento e o sequenciamento genético do vírus.
 
Hoje a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), autarquia ligada à Secretaria de Saúde, enviará dez profissionais de Campinas para fazer o bloqueio e o controle de criadouros no bairro onde o caso surgiu – Parque General Osório. Essa equipe trabalhará em conjunto com o grupo que atua especificamente no município desde 28 de abril, informou o órgão.
 
O município de Sumaré ocupa a quarta posição no ranking de cidades com maior número de casos de dengue confirmados em São Paulo. Foram 8.126 ocorrências autóctones até dia 4 de maio. A febre Chikungunya não circula no estado, segundo a secretaria. Desde o ano passado, foram confirmados 42 casos importados da doença, ou seja, nenhum paciente contraiu a dengue no território paulista.
 
Em todo o país foram registrados 16 casos de zika vírus, segundo balanço divulgado no dia 14 desse mês pelo Ministério da Saúde. Foram oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o governo brasileiro já trabalhava com a possibilidade de entrada do vírus no país em razão do alto fluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, no ano passado.
 
Segundo o ministério, o zika vírus tem evolução benigna e não há registro de morte associada. De acordo com a pasta, a doença tem um período de incubação de cerca de quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias.
 
O tratamento é sintomático com uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e de drogas anti-inflamatórias por causa do risco aumentado de complicações hemorrágicas, como também ocorre com a dengue.
 
Agência Brasil

ANVISA: Curso sobre manipulação em serviços de alimentação está disponível no site

Uma capacitação à distância, estruturada para manipuladores de alimentos e elaborada de forma lúdica, priorizando a utilização de recursos visuais e interativos
 
Essas são as características do curso sobre Boas Práticas de Manipulação para Serviços de Alimentação. O treinamento é gratuito e acessível pelo site da Anvisa.
 
O curso foi desenhado para ampliar e enriquecer os conhecimentos dos manipuladores, apresentando os cuidados básicos com a higiene e o preparo de alimentos e prevenindo assim, possíveis doenças e intoxicações alimentares.
 
Ao término das 12 horas de carga horária, o aluno pode gerar uma Declaração de Conclusão. A realização deste curso não exime o manipulador de cumprir as exigências dos órgãos locais de vigilância sanitária que possuam regulamentação específica sobre o tema.
 
Até o dia 21 de maio, 75.838 realizaram a inscrição e 34.864 certificados foram emitidos. A avaliação do perfil de participantes mostra que a maioria das pessoas é do sexo feminino e exerce atividades variadas: estudantes, profissionais de saúde, profissionais do comércio/varejo e da indústria de alimentos.
 
A maior parte dos participantes tomou conhecimento do curso por meio do site da Anvisa, por colegas de trabalho, pela vigilância sanitária local ou pelo responsável do estabelecimento de alimentação.
 
Qualificação
A qualificação dos profissionais envolvidos com a manipulação nos serviços de alimentação é estratégia prioritária para a promoção de alimentos de melhor qualidade e mais seguros ao consumo.
 
A capacitação possibilita o aumento da conscientização das pessoas sobre a importância do controle da higienização, preparação, armazenamento, transporte, exposição das refeições oferecidas ao consumidor.
 
ANVISA

Governo prorroga vacinação contra a gripe em todo o país

Baixa procura faz governo manter vacinação contra a gripe
Elza Fiuza/Agência Brasil - Baixa procura faz governo
 manter vacinação contra a gripe
Data do Ministério da Saúde apontam que apenas 46,2 dos grupos prioritários receberam a dose. Meta é imunizar 80%
 
A campanha de vacinação contra a gripe foi prorrogada até o dia 5 de junho em todo o país. A mudança foi anunciada pelo Ministério da Saúde ontem (22), data inicialmente prevista para o encerramento da campanha. Até o momento, 46,2% do público-alvo foram imunizados. A prorrogação tem como meta alcançar o índice de 80% de imunização.
 
No Distrito Federal e em São Paulo, a vacinação prosseguirá até o dia 3 de junho. No Rio de Janeiro, em Alagoas, em Pernambuco e em Santa Catarina, a nova data prevista para o encerramento da campanha é 5 de junho. A Bahia também deve encerrar a campanha em 5 de junho, mas a capital, Salvador, prorrogou a imunização apenas até o dia 30 de maio.
 
O último balanço do ministério indica que, entre os grupos prioritários, as puérperas (mulheres no período até 45 dias após o parto) registram, até o momento, a maior cobertura (62,5%), seguidas pelos idosos (52%), pelas crianças com idade a partir de 6 meses a menores de 5 anos (45,1%); pelas gestantes (42,3%) e pelos trabalhadores da saúde (39,5%).
 
Ainda segundo a pasta, também foram aplicadas 2,8 milhões de doses em pessoas com doenças crônicas não transmissíveis ou com condições clínicas especiais, na população privada de liberdade e em trabalhadores do sistema prisional.
 
A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano – A (H1N1), A (H3N2) e influenza B. O período de maior circulação da gripe no Hemisfério Sul vai de final de maio a agosto. Após a aplicação, o corpo leva de duas a três semanas para gerar a proteção contra a gripe.
 
A dose é contraindicada a pessoas com história de reação anafilática em doses anteriores ou àquelas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados.
 
Para receber a dose, é preciso levar o cartão de vacinação e um documento de identificação. Pessoas com doenças crônicas ou com outras condições clínicas especiais precisam apresentar uma prescrição médica, explicando o motivo da indicação da vacina. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem se dirigir aos postos em que estão registrados a fim de receber a dose, sem necessidade de prescrição médica.
 
Agência Brasil / iG

Empresa fará vacina contra dengue antes da aprovação

Antes mesmo da liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registro no País, a Sanofi Pasteur deu início à produção da vacina contra dengue
 
De olho no mercado brasileiro e internacional, a empresa deve ter as primeiras doses prontas no próximo semestre. A previsão, no entanto, é de que o produto esteja disponível para a população em 2016.
 
"Tínhamos de nos antecipar. A vacina é de produção completa, são necessários 20 meses para ter o produto", afirmou a diretora médica do laboratório, Sheila Homsani. Trata-se de um processo bem diferente da vacina da gripe, que em poucos meses pode ser preparada.

A expectativa é de que sejam produzidas 100 milhões de doses do imunizante por ano na fábrica da empresa, na França. Embora os números sejam altos, há o reconhecimento de que a quantidade da vacina - uma vez liberada - não será suficiente para atender à demanda.

Além do Brasil, pediram registro para vacina de dengue Malásia, México, Indonésia e Filipinas. Embora o imunizante ainda esteja em fase de análise, há uma sinalização positiva do País para o uso do produto. Antevendo dificuldade para atender à demanda, o Ministério da Saúde determinou a realização de uma pesquisa para definir eventuais grupos prioritários.

A Anvisa recebeu o pedido de registro do medicamento em março. A análise será feita de forma prioritária, diante da dimensão do problema de dengue no Brasil. O prazo para a agência iniciar a análise é de 75 dias. Além deste pedido de registro, está em avaliação na Anvisa o início da fase 3 de testes de outra vacina de dengue, produzida pelo Instituto Butantã em parceria com o National Institutes of Health, dos Estados Unidos. O prazo para a resposta da Anvisa sobre a terceira fase das pesquisas se esgota na primeira quinzena de junho.

A vacina produzida pela Sanofi Pasteur tem uma eficácia média de 60%. O coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, já afirmou que, sozinha, ela não será capaz de conter a epidemia.

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