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domingo, 18 de outubro de 2015

Por medida emergencial, Ministério da Saúde compra 700 mil unidades de penicilina

Reprodução/matogrossomedic.com.br
Produto foi adquirido pelo MS como subsídio à falta no estoque
Medicamento está em falta desde 2014 e é usado para combater a sífilis congênita
 
No terceiro sábado de outubro acontece o dia de combate à sífilis congênita, e não por acaso, o estoque da penicilina, medicamento que combate a doença, está praticamente zerado.
 
Desde o ano passado, a substância está em falta no País porque os produtores têm dificuldade de encontrar a matéria-prima, que é importada.
 
Com isso, o Ministério da Saúde resolveu comprar, como forma de amenizar o desfalque, 700 mil unidades de penicilina, até que sejam feitas novas licitações para a compra de novas unidades.

A expectativa é que até o final do ano estas unidades sejam direcionadas à rede pública.

A iniciativa é inédita e tem por objetivo apoiar os gestores locais para garantir o atendimento a todas as unidades de tratamento da sífilis congênita.

A doença é transmitida durante a gestação, sendo realidade cada vez mais preocupante com grandes índices de contaminação pela rede pública de saúde.

R7

Tirar um cochilo diariamente pode salvar vidas, afirma pesquisa

Uma pesquisa sugere que tirar um cochilo diariamente pode reduzir a pressão arterial e evitar ataques cardíacos
 
Essa é a notícias que os amantes de uma “siesta” estavam esperando. Uma soneca no meio do dia não só tem o poder de dar ânimo à pessoa, mas também pode reduzir a pressão arterial e prevenir um futuro ataque cardíaco.
 
A pesquisa que envolveu cerca de 400 homens e mulheres de meia idade, descobriu que aqueles que tiraram um cochilo no meio do dia tinham a pressão arterial mais baixa do que aqueles que ficavam acordados durante o dia todo. Os resultados apresentados na Sociedade Europeia de Cardiologia durante a conferência anual em Londres mostraram que a pressão se mantém mais baixa tanto quando se está acordado como mais tarde, durante o seu sono noturno.
 
A pequena diferença, de cerca de 5%, foi o suficiente para ter um impacto significativo sobre as taxas de ataque cardíaco, disseram os pesquisadores. Menores reduções foram encontradas em relação à redução da chance de problemas cardiovasculares. Cerca de 10% de acordo aos cardiologistas. Os pesquisadores do Hospital Asklepieion Voula General em Atenas, avaliou 200 homens e 186 mulheres com idade média entre 61 anos e com pressão arterial alta. Alguns deles cochilavam regularmente. O estudo descobriu que aqueles que tiravam uma soneca no meio do dia tinham em média a pressão arterial 5% mais baixa do que aqueles que não cochilavam.
 
Cochilos mais longos, de até uma hora, tendem a alcançar melhores resultados
O Dr. Manolis Kallistratos, pesquisador-chefe e cardiologista do hospital, sugeriu que o estilo de vida moderno deve emprestar alguns hábitos que foram do passado.
 
“Dois primeiros-ministros britânicos influentes apoiavam o cochilo no meio do dia. Winston Churchill disse que devemos dormir em algum momento entre o almoço e o jantar, enquanto Margaret Thatcher não gosta de ser incomodada por volta das 15:00 horas” disse o pesquisador.
 
“De acordo com o nosso estudo, eles estavam certos, porque sonecas no meio do dia parecem diminuir os níveis da pressão arterial e provavelmente, também podem diminuir o número de medicamentos anti-hipertensivos necessários.”
 
Pessoas mais trabalhadoras sentiram mais dificuldade na hora de tirar um cochilo, segundo especialista
“O cochilo no meio do dia é um hábito que hoje em dia se tornou quase que um privilégio, devido à atual cultura de trabalho e intensa rotina diária”, disse.
 
A pesquisa constatou que, em geral, as leituras médias de pressão arterial sistólica dos dorminhocos regulares foram 4% mais baixas do que os que não tiravam um cochilo. Quando os corações estão saudáveis, a pressão arterial tende a cair durante a noite. O estudo descobriu que aqueles que alcançaram uma queda significativa na pressão quando dormiam tinham em média 17 minutos mais de sono durante a tarde do que aqueles que permaneceram o dia inteiro acordado. Outros resultados em relação a um coração saudável também foram superiores no grupo que dormia um pouco durante a tarde.
 
As pessoas que cochilavam tinham níveis de velocidade na pulsação 11% mais baixa do que aqueles que ficavam acordados, enquanto o diâmetro de seus átrios esquerdos – que se expandem com a idade – eram menores no grupo que cochilava.
 
“Esses resultados sugerem que os que cochilam durante o dia sofrem menos com problemas de pressão alta em suas artérias e coração,” disse o Dr. Kallistratos. O estudo foi ajustado para outros fatores que poderiam influenciar a pressão arterial, tais como idade, sexo, índice e massa corporal, tabagismo, sal, álcool, exercício físico ou beber muito café. Dr. Kallistratos disse: “Nosso estudo mostra que não apenas o cochilo durante a tarde está associado com a pressão arterial mais baixa, mas sonos mais longos também são benéficos.
 
“Pessoas que cochilavam pela tarde tiveram maiores quedas na pressão arterial durante o sono noturno, o que também está associado a melhores resultados para a saúde. Também descobrimos que os pacientes hipertensos que dormiam no meio do dia tomavam menos medicamentos anti-hipertensão em relação àqueles que não dormiam durante o dia.”
 
R7

USP vai entregar pílula contra câncer pelo correio

O Instituto de Química de São Carlos informa que a encomenda ‘não é acompanhada de bula ou informações sobre eventuais contraindicações e efeitos colaterais’

Com o aumento da procura e a correria ao campus de São Carlos, a Universidade de São Paulo (USP) resolveu enviar pelo correio a partir de agora a fosfoetanolamina sintética, substância que muitos pacientes acreditam ser capaz de combater o câncer. Com isso, os doentes beneficiados até agora por 742 liminares terão de aguardar a fórmula em casa. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica pretende apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a distribuição.

A procura ocorre no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), que nesta quinta-feira divulgou um comunicado e uma cartilha com perguntas e respostas para orientar as pessoas. O material diz que ninguém deve ir buscar a substância no campus, mesmo quem obteve autorização judicial. “O IQSC será notificado da liminar por oficial de Justiça e encaminhará a substância via Sedex/AR no endereço constante na petição inicial. O serviço do correio será cobrado do destinatário”, diz a nota.
 
O instituto informa ainda que a encomenda “não é acompanhada de bula ou informações sobre eventuais contraindicações e efeitos colaterais”. E ressalta que “não dispõe de médico e não pode orientar nem prescrever a utilização da referida substância”. Também garante não ter “dados sobre a eficácia no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos”.
 
Veja

Cientistas confirmam que Alzheimer pode ser combatido com remédios

Cientistas confirmam que Alzheimer pode ser combatido com remédiosO trabalho, realizado em quatro modelos genéticos diferentes de ratos com a doença, sugere a possibilidade que o receptor GPR3 permita oferecer uma resposta farmacológica ao Alzheimer
 
Bloquear um receptor chamado GPR3 pode ajudar a eliminar uma placa tóxica que se acumula no cérebro dos doentes de Alzheimer, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira pela revista “Science Translational Medicine”.
 
O trabalho, realizado em quatro modelos genéticos diferentes de ratos com a doença, sugere a possibilidade que o receptor GPR3 permita oferecer uma resposta farmacológica ao Alzheimer.
 
A equipe liderada por Yunhong Huang, do Centro para as Doenças Biológicas de Leuven, na Bélgica, afirma que os acúmulos anormais de fragmentos de uma proteína conhecida como amiloide danifica os cérebros dos pacientes com Alzheimer, que é a causa mais comum da doença neuro-degenerativa.
 
Mais da metade dos remédios existentes para tratar o Mal de Alzheimer têm como objetivo atacar esse receptor, acoplado à proteína G, mas ainda não há um tratamento que ajude a reverter a doença, embora a pesquisa da equipe de Yunhong possa ajudar a desenvolver novos e mais eficazes métodos.
 
Um dos maiores obstáculos no desenvolvimento de remédios contra o Alzheimer foi a dificuldade de transferir os resultados dos estudos feitos com animais de laboratório para os testes clínicos com pessoas com Alzheimer, explica o estudo científico.
 
O motivo é que nenhum modelo pode refletir todas as características da doença, por isso Yunhong Huang e sua equipe utilizaram quatro modelos genéticos de rato com Alzheimer para testar os efeitos da eliminação do GPR3, a fim de regular a enzima que gera a produção de amiloide no cérebro.
 
Com uma técnica para visualizar o cérebro inteiro em três dimensões, os pesquisadores comprovaram que reduzindo o receptor GPR3 se combate a formação da placa e seu acúmulo nos quatro modelos utilizados.
 
Nos testes de comportamento, um modelo de rato apresentou melhoras em aprendizagem, memória e inclusive na capacidade de relação.
 
Comparados com tecidos cerebrais de pessoas saudáveis, as amostras recolhidas de doentes de Alzheimer após a morte também apresentaram acúmulos de GPR3, o que sugere que esse receptor pode ser um objetivo terapêutico promissor para combater a doença.
 
EFE Saúde

Exposição mostra etapas da gravidez e incentiva parto normal; veja imagens

Mostra quer incentivar o parto normal, a percepção do nascimento e as sensações da gestação
José Cruz/Agência Brasil - Mostra quer incentivar o parto normal,
a percepção do nascimento e as sensações da gestação
Percorrendo a exposição o público passa por um renascimento ao passar pelo colo do útero, como se fosse um bebê nascendo
 
Ao despertar o visitante, de um modo interativo, para as etapas da gravidez, a exposição Sentidos do Nascer pretende incentivar o parto normal e prevenir o prematuro. Depois de passar pelo Rio de Janeiro, Niterói e Belo Horizonte, a mostra fica em Brasília até dezembro, quando será apresentada na 15ª Conferência Nacional de Saúde. A exposição percorrerá algumas regiões do Distrito Federal e atualmente pode ser vista na praça central da cidade de Ceilândia, gratuitamente.
 
Os visitantes, ao entrar na exposição, veem sua barriga crescer por meio de uma tela de realidade virtual. No circuito, há uma espécie de loja de conveniência cirúrgica mostrando como muitas mulheres são influenciadas a programar o nascimento do filho, mesmo sem necessidade. Em outra etapa são apresentadas diversas opiniões que demonstram o conflito na escolha do parto. Ao final, o público tem uma espécie de renascimento ao passar pelo colo do útero, como se fosse uma criança vindo ao mundo.
 
Muitas mães antecipam o nascimento do filho, de forma desnecessária, por meio da cesárea e algumas crianças não estão prontas para nascer. O alerta é da pediatra, epidemiologista e coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Sônia Lansky, que idealizou o projeto em parceria com o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bernardo Jefferson de Oliveira.
 
Exposição Sentidos do Nascer tem o objetivo de incentivar o parto normal, a percepção do nascimento e as sensações de todas as etapas de uma gestação. Foto: José Cruz/Agência Brasil
 
A médica observa que mais de 57% dos partos no Brasil são cesarianas, quando o ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde, são 15%. Segundo ela, 70% das cirurgias são programadas desrespeitando o tempo de o bebê nascer. "Nós organizamos essa exposição para demonstrar os benefícios do parto normal tanto para o bebê quanto para a mulher."
 
Alerta para cesarianas desnecessárias
Sônia Lansky explica que não se trata de uma mostra contra a cesariana, mas sim de um alerta sobre o excesso de cirurgias desnecessárias. "A cesariana é uma cirurgia importantíssima quando a mulher está em risco e o bebê está em risco", destaca. Porém, ela ressalta que o bebê retirado do útero precocemente pode ter complicações por não estar completamente desenvolvido e que, durante o parto, a mãe libera vários hormônios que terminam essa maturação.
 
A exposição tem sido aprovada pelo público. Um dos visitantes, Haroldo Alencar, de 40 anos, conta que sentiu uma “sensação estranha" ao se ver grávido, graças à tecnologia. Para ele, a experiência foi válida. Grávida, Raíssa Thaiane, de 20 anos, acredita que as informações fornecidas são importantes para perder o medo que muitas mulheres sentem do parto normal.
 
A Sentidos do Nascer é uma realização da Universidade de Brasília (UnB), do Ministério da Saúde, do movimento BH pelo Parto Normal, da Universidade Federal de Minas Gerais e da prefeitura de Belo Horizonte.
 
Agência Brasil

Como uma publicitária criou o primeiro teste caseiro de gravidez

O primeiro
Foto cortesia Bonhams New York/BBC
O primeiro "Predictor" feito com base no protótipo de Margaret
 Crane foi fabricado no Canadá em 1971
As patentes do produto estão em nome de Crane, mas ela recebeu apenas um dólar por sua criação
 
A publicitária americana Margaret Crane foi contratada para realizar esboços para uma linha de cosméticos em uma companhia farmacêutica, mas uma observação sagaz a fez criar um teste chave na história da liberdade das mulheres.
 
Durante uma visita aos laboratórios da empresa Organon Pharmaceuticals, em West Orange, no Estado americano de Nova Jérsei, algo chamou a atenção da designer gráfica: uma enorme fila de provetas apoiadas sobre uma superfície com um espelho.
 
Quando descobriu que eram testes de gravidez, pensou: "por que não fazer isso em casa?".
 
"Olhando para eles, pensei imediatamente que seria muito fácil que as mulheres o fizessem em casa e tentei fazer o possível para que isso acontecesse", disse Crane à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol.
 
Aos 26 anos, ela não tinha formação científica, mas um dos químicos a explicou como o processo funcionava.
 
A designer tem 75 anos e continua trabalhando como freelancer para alguns clientes
Margaret Crane/BBC - A designer tem 75 anos e continua
 trabalhando como freelancer para alguns clientes
Cada tubo continua reagentes químicos que, ao detectar o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) – produzido pelo corpo durante a gestação –, formavam um círculo roxo na base da proveta, que se refletia no espelho e fornecia o resultado positivo.
 
Protótipo caseiro
Assim que chegou em sua casa em Nova York, ela diz que "começou a pensar em algo que juntasse um tubo e um espelho. Não foi fácil, mas, após muitas tentativas, um objeto sobre sua mesa lhe deu a solução.
 
"Eu tinha uma pequena caixa de plástico onde guardava clipes e me deu conta de que era a forma perfeita. Você podia ver através dela, colocar um espelho e incluir um conta-gotas", relembra.
 
Estes eram todos os elementos necessários para realizar o teste em casa.
 
Crane encontrou uma maneira de unir e tornar portátil o teste feito nos laboratórios
Smithsonian/BBC - Crane encontrou uma maneira de unir
e tornar portátil o teste feito nos laboratórios
O protótipo criado por Margaret no final dos anos 1960 foi leiloado no mês de junho passado por quase US$ 12 mil (R$ 46 mil, em valores atuais) e comprado pelo museu de História da América em Washington, que acaba de recebê-lo.
 
A casa de leilões Bonhams se referiu ao teste doméstico como "um dos produtos mais revolucionários, que mudaram a vida no século 20" e disse que "sua invenção foi um momento chave na história da liberação da mulher".
 
Crane colocou nas mãos das próprias mulheres o conhecimento de algo tão íntimo quanto a gravidez. Já não era necessário recorrer a um médio e esperar semanas pelo resultado, podiam sabê-lo com discrição em sua própria casa.
 
O
Omegapharma/BBC - O "Predictor" ainda é comercializado
atualmente em diversos países
No entanto, uma vez materializado, anos mais tarde, o projeto enfrentou críticas dos que se opuseram a ele por motivos morais e consideravam que as mulheres não tinham direito a fazer seus próprios testes. Na época, o exame caseiro foi vinculado até mesmo ao aborto, que ainda era proibido nos Estados Unidos.

Sem entusiasmo
Crane não contou sua ideia a nenhuma das pessoas mais próximas dela, porque queria falar primeiro com os representantes da Organon. Mas apesar de seu entusiasmo, não teve a recepção que esperava.
 
"Contei a meus chefes, mas eles não acharam uma boa ideia, quase começaram a rir", conta.
 
"Eles tinham receio de que colocar um produto assim diretamente nas mãos das usuárias acabasse com o negócio do laboratório e pensavam que os médicos não gostariam da ideia."
 
"Não pensaram que poderia ser um produto útil para as mulheres, simplesmente, não enxergaram assim."
 
No entanto, a designer não se deu por vencida. Seu momento chegou quando, em uma reunião na sede da empresa farmacêutica na Holanda, um dos executivos americanos mencionou sua ideia.
 
"Os dirigentes holandeses acharam a ideia maravilhosa, porque a Europa já tinha produtos de venda direta ao consumidor que funcionavam."
 
Um dólar
Quando eles designaram um orçamento para realizar um estudo de mercado, a ideia foi tomando corpo. Mesmo assim, Crane não recebeu nem 1 dólar. Quer dizer, na verdade, recebeu um.
 
BBC Brasil / iG

Corpo humano leva 14 dias para se acostumar com horário de verão

Com mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera modificações fisiológicas no organismo
BBC: Com mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar
 mais cedo e isso gera modificações fisiológicas no organismo
O horário de verão 2015 começou no Brasil neste domingo, dia 18, e vai até o dia 20 de fevereiro de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora
 
Um estudo realizado recentemente no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado. Assista ao vídeo.
 
O horário de verão 2015 começa no Brasil neste domingo, dia 18, e vai até o dia 20 de fevereiro de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora.
 
O objetivo é economizar cerca de 4% da energia consumida no país, de acordo com estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o órgão governamental que controla o setor.
 
A medida é comum em muitos países.
 
As primeiras ideias sobre o tema surgiram no fim do século 18 e um de seus maiores defensores foi o patriarca americano Benjamin Franklin. Ele dizia que a mudança no horário era necessária para gerar “economia tanto em velas como em querosene”, segundo o pesquisador Guilherme Silva Umemura.

De acordo com ele, o horário de verão começou a ser adotado na década de 1930 no Brasil. Mas as discussões acadêmicas significativas sobre seu impacto na saúde começaram nos anos de 1970.
 
O estudo desenvolvido por Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se enfocou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.
 
“Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou.

Fadiga
Segundo ele, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.
 
"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono”.
 
"A pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse ele.
 
A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.
 
No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno.
 
Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.
 
Adaptação
Porém, na maioria dos casos aos poucos o corpo começa a “se acostumar” com a nova rotina.
 
"No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Umemura.
 
Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal.
 
Para chegar a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa qualitativa, monitorando dia e noite com aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas – tanto no início como no fim do horário de verão do ano anterior.
 
O assunto da influência do tempo no corpo das pessoas – a chamada cronobiologia – deve ser até tema de um simpósio latino-americano no Estado de São Paulo, em novembro.
 
A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho.
 
Mas para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança.
 
Uma receita é ir acordando15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos. 
 
BBC Brasil / iG