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domingo, 18 de outubro de 2015

Corpo humano leva 14 dias para se acostumar com horário de verão

Com mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera modificações fisiológicas no organismo
BBC: Com mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar
 mais cedo e isso gera modificações fisiológicas no organismo
O horário de verão 2015 começou no Brasil neste domingo, dia 18, e vai até o dia 20 de fevereiro de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora
 
Um estudo realizado recentemente no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado. Assista ao vídeo.
 
O horário de verão 2015 começa no Brasil neste domingo, dia 18, e vai até o dia 20 de fevereiro de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora.
 
O objetivo é economizar cerca de 4% da energia consumida no país, de acordo com estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o órgão governamental que controla o setor.
 
A medida é comum em muitos países.
 
As primeiras ideias sobre o tema surgiram no fim do século 18 e um de seus maiores defensores foi o patriarca americano Benjamin Franklin. Ele dizia que a mudança no horário era necessária para gerar “economia tanto em velas como em querosene”, segundo o pesquisador Guilherme Silva Umemura.

De acordo com ele, o horário de verão começou a ser adotado na década de 1930 no Brasil. Mas as discussões acadêmicas significativas sobre seu impacto na saúde começaram nos anos de 1970.
 
O estudo desenvolvido por Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se enfocou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.
 
“Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou.

Fadiga
Segundo ele, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.
 
"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono”.
 
"A pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse ele.
 
A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.
 
No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno.
 
Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.
 
Adaptação
Porém, na maioria dos casos aos poucos o corpo começa a “se acostumar” com a nova rotina.
 
"No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Umemura.
 
Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal.
 
Para chegar a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa qualitativa, monitorando dia e noite com aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas – tanto no início como no fim do horário de verão do ano anterior.
 
O assunto da influência do tempo no corpo das pessoas – a chamada cronobiologia – deve ser até tema de um simpósio latino-americano no Estado de São Paulo, em novembro.
 
A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho.
 
Mas para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança.
 
Uma receita é ir acordando15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos. 
 
BBC Brasil / iG

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