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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Hospital Albert Einstein demite gestor da cardiologia por suspeita de propina

Foto: Reprodução
Por Roberta Massa B. Pereira

Um dos mais conceituados do país, o Hospital Albert Einstein, na zona oeste de SP, demitiu um integrante da cúpula do setor de cardiologia e decidiu denunciar à polícia dois de seus médicos sob suspeita de ligação “espúria” com um fornecedor da instituição.

Esses médicos são suspeitos de receber pagamentos e favorecer uma empresa fornecedora de próteses cardíacas.

Os cardiologistas denunciados, Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior, estão entre os principais nomes do país na área e comandavam juntos o Centro de Intervenção Cardiovascular do Einstein até junho passado.

Perin foi demitido, e Brito Júnior, afastado do comando do centro que reúne tratamentos por meio de cateterismo para doenças cardíacas e circulatórias. Entre as intervenções no centro estão a angioplastia e o implante de stent –que, pela tabela do SUS, custam a partir de R$ 5.000.

As primeiras denúncias, anônimas, chegaram à direção do hospital em maio passado e já tratavam do suposto envolvimento dos médicos.

Essas denúncias traziam “diversas provas sobre o envolvimento espúrio”, segundo comunicado do hospital obtido pela reportagem e protocolado nesta segunda (12) na polícia paulista.

A própria Folha recebeu, desde junho, informações de leitores de supostas irregularidades em procedimentos cardíacos no hospital. Foi nessa época que os nomes dos dois médicos foram retirados do expediente do hospital como chefes do centro.

Uma das fornecedoras supostamente envolvidas no esquema seria a CIC Cardiovascular, que tem como sócia Fátima Martins, enfermeira do Einstein nos anos 80 e que, em 2012, criou essa empresa.

Uma investigação interna aberta logo após as denúncias analisou os e-mails corporativos e detectou repasses de dinheiro para contas de profissionais feitos por pessoas ligadas à essa fornecedora.

Os contatos entre médicos e pessoas ligadas à essa empresa ocorriam ao menos desde 2012, via repasse de recursos e de viagens e presentes.

Em junho de 2015, por exemplo, o médico Perin teria recebido da empresa pouco mais de R$ 200 mil, e seu colega Brito Júnior, R$ 100 mil.

A apuração interna detectou um aumento de 541% na compra de stents farmacológicos nos anos de 2012 e 2013 e identificou ainda uma “clara preferência” dos médicos pelos produtos fornecidos pela empresa da ex-enfermeira do hospital Albert Einstein.

O caso foi levado à polícia para que seja investigado se os médicos determinaram a realização de implantes desnecessários de próteses, apenas para alavancar os lucros da fornecedora e receber comissões por isso. Não há até aqui, porém, nenhuma prova de que isso tenha ocorrido.

A Folha apurou que uma auditoria interna por amostragem em cirurgias cardíacas feitas por esses profissionais não detectou intervenções desnecessárias. Essa investigação apura ainda se houve a colocação de duas próteses quando seria suficiente apenas uma. Procurados, Perin e CIC não comentaram o assunto até a conclusão desta edição. Brito Júnior disse que nunca recebeu recursos de fornecedor (leia texto ao lado).

Antes de serem afastados, os médicos foram chamados para dar explicações à cúpula do hospital. Segundo relato de um integrante da investigação, ambos confirmaram o recebimento dos recursos, mas negaram irregularidade.

Alegaram que os repasses eram de um empréstimo deles com a fornecedora.

Cada um desses profissionais recebia salário acima de R$ 100 mil do hospital.

Médicos negam
Os médicos do Albert Einstein agora investigados pela polícia de São Paulo por suposta ligação com fornecedora do hospital negam terem cometido irregularidades.

O médico Fábio Sandoli Brito Jr. disse à Folha que isso se tratava de um “assunto antigo” já esclarecido com a direção do hospital. “Não tenho absolutamente nada a ver com isso. Nunca recebi nada [de fornecedor].”

Brito Jr. não explicou, porém, por que o nome dele deixou de constar desde junho como um dos chefes do Centro Intervenção Cardiovascular. “Continuo trabalhando no Einstein todos os dias. Fazendo angioplastia, cateterismo.

Continuo normalmente trabalhando lá”, disse. Uma pessoa que disse ser a mulher de Brito Jr. telefonou em seguida à Folha e pediu informações sobre em qual distrito policial de São Paulo a representação do Einstein tinha sido apresentada pelo hospital.

Ex-gerente
O ex-gerente do Centro Intervenção Cardiovascular, Marco Antonio Perin, foi procurado pela reportagem, mas comentou o assunto até o fechamento desta edição.

Um assessor de imprensa contratado pela defesa do médico entrou em contato com a Folha e solicitou mais informações sobre o assunto.

Essa mesma assessoria informou que o médico tinha conhecimento do problema com o hospital, mas desconhecia que havia sido protocolada uma representação contra ele na Polícia Civil. O médico, segundo representação do Einstein, já tinha sido ouvido pela própria polícia em junho.

Na ocasião, como testemunha, foi questionado apenas se conhecia algum fato envolvendo esquema com fornecedores.

Naquela oportunidade, ao entrar em contato com a cúpula do hospital, esse médico foi informado sobre a investigação interna que detectara mensagens trocadas entre ele e representantes da empresa fornecedora.

Sindicância
A diretora da CIC Cardiovascular, Fátima Martins, não foi localizada na sede da empresa na tarde desta segunda-feira (12) para comentar as suspeitas investigadas pela polícia de São Paulo.

De acordo com a funcionária Jane Severiana, Fátima estaria num congresso fora da capital e apenas ela poderia falar em nome da empresa.

Essa funcionária informou que entraria em contato com a diretora, para informar a ela o teor da reportagem. Nenhuma delas, porém, ligou de volta para o jornal até a noite desta segunda-feira.

Também procurada para comentar a apuração interna e o afastamento dos médicos, a direção do hospital não se manifestou sobre o tema.

Em junho, quando foi procurado pela reportagem para falar sobre este assunto, o hospital também não quis se manifestar. Uma sindicância interna ainda está em andamento para apurar a participação de outros funcionários do hospital, na zona oeste de São Paulo.

O que está sendo investigado
- Se médicos marcaram cirurgias desnecessárias para beneficiar a empresa
- Se eles deram preferência aos produtos da fornecedora em troca de dinheiro

O que os médicos dizem
- Perin disse ao hospital que ele e mais dois médicos emprestaram dinheiro a uma amiga, sócia da CIC, e que o valor foi devolvido por depósitos. Afirma que declarou o empréstimo em seu imposto de renda
- Brito Júnior disse que nunca recebeu recursos de fornecedores

Cronologia

Maio
- Diretores do Einstein recebem denúncia anônima sobre suposto envolvimento de médicos com fornecedores
- Equipe é montada para fazer investigação interna; e-mails corporativos são analisados
- Grupo detecta troca de mensagens dos médicos com fornecedora; um dos assuntos é o repasse de valores para contas particulares -“como sempre”, diz um e-mail

Junho
- Perin vai a delegacia para dar esclarecimentos como testemunha
- Perin é demitido e Brito Júnior é afastado da chefia, mas continua trabalhando no hospital

Setembro
- Hospital protocola representação contra os médicos na Polícia Civil. 

Fonte: Folha de São Paulo -13.09.2016. 

CBA lança novo produto voltado para qualidade de instituições hospitalares e ambulatoriais

Se aprovadas, unidades podem receber selo prata ou ouro


Se uma instituição hospitalar e ambulatorial não tem condições nem se sente preparada para se candidatar a programas de acreditação, no entanto, quer dar passos rumo à melhoria da qualidade e segurança, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) – há 18 anos parceiro associado da Joint Commission International (JCI) – está lançado um novo produto: Fundamentos da Qualidade e Segurança no Cuidado ao Paciente, que busca assessorar instituições de saúde na gestão da qualidade e segurança, visando atender a RDC36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tornou obrigatória a criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP).

“O objetivo desse novo produto é oferecer uma ferramenta de apoio aos profissionais que os ajude a direcionar seus esforços para uma implantação efetiva de ações voltadas para a qualidade e segurança do paciente, de maneira sistematizada e mais profissional”, salienta Nancy Yamauchi, coordenadora de Educação do CBA. Segundo ela, a ferramenta é um grande auxílio para gestores, já que “foi construída com base em uma metodologia organizada e consistente, o que traz mais credibilidade e confiança ao processo e consequente motivação da equipe.”

De acordo com a coordenadora de Educação, o ´Fundamentos para o Cuidado’ tem cinco áreas-foco (Processo de liderança e prestação de contas; Força de trabalho competente e capaz; Ambiente seguro para profissionais e pacientes; Cuidado clínico dos pacientes; e, Melhoria da qualidade e segurança), cada uma com dez critérios que representam estratégias de melhoria da qualidade e redução de riscos. A visita inicial do educador do CBA, responsável pelo projeto, orientará profissionais e líderes sobre a metodologia adotada. “Esse educador irá ajudar a instituição no acompanhamento da própria evolução durante a implantação e desenvolvimento do Programa de Qualidade e do Núcleo de Segurança do Paciente, através de um instrumento de autoavaliação digital, que, posteriormente, será validado presencialmente pelo educador do CBA. Após a avaliação da consistência das evidências apresentadas, o educador dará um feedback construtivo para a instituição, alinhando as correções necessárias ou, reforçando aqueles processos que já se encontram maduros e bem implantados na instituição”, esclarece.

A estimativa é que todo esse processo dure cerca de doze meses, para que a instituição conquiste o selo prata ou ouro, conforme o nível alcançado: prata, para a instituição que tenha o processo implantado e um esforço de melhoria consistente e efetivo e, ouro, para a instituição que atingir o nível máximo das citadas áreas-foco e que possuam dados para confirmar o resultado do sucesso das estratégias adotadas para melhoria contínua.

Apesar do selo outorgado pelo CBA, o produto lançado não pode ser comparado a acreditação internacional. “Não se pode vincular o ´Fundamentos para o Cuidado’ com o processo de acreditação da JCI; nem se trata de um pré-requisito, já que são ferramentas distintas”, diz Nancy Yamauchi. Educador do CBA, Antonio Jorge Dias dos Santos, diz que o novo produto pode ser considerado “um patamar para construir a base necessária para posteriormente iniciar um preparo específico para a acreditação, se este for o plano da instituição.” De acordo com ele, o grau de exigência e os custos são bem diferentes entre eles.

“Para se ter uma ideia, no atual Manual da JCI para Acreditação de Hospitais há 280 padrões, já o ´Fundamentos para o Cuidado’ possui 50 padrões somente”, compara Antonio Jorge. Para solicitar uma proposta de projeto do Fundamentos da Qualidade e Segurança no Cuidado ao Paciente, entre em contato com Elisana Soares, do departamento comercial do CBA, através do telefone (21) 3299-8200 ou através do e-mail adm.ris@cbacred.org.br. Informações gerais do produto estão disponíveis no site do CBA, www.cbacred.org.br.

Nathália Vincentis
Jornalismo

Paciente oncológico em terapia intensiva é tema de mesa redonda no XVIII Congresso de Cirurgia do Rio de Janeiro

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De 21 a 23 de setembro, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) vai reunir especialistas para o XVIII Congresso de Cirurgia do Rio de Janeiro, sob o tema O Cirurgião Geral e o Câncer.A Nova Oncologia.

O evento, que vai acontecer no Centro de Convenções do Congresso de Cirurgia do Rio de Janeiro, é reconhecido como o maior encontro sobre cirurgia no estado. A programação contará com palestras, sessões de temas livres para a troca de experiências e mesas-redondas, incluindo a participação de médicos do Hospital São Lucas Copacabana (HSL).

A mesa-redonda do hospital abordará o tema “O paciente oncológico em terapia intensiva” e será apresentada pelos especialistas Marcos Knibel, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva do HSL; Christian Roderjan e Paulo Henrique Xavier, médicos intensivistas do HSL, no dia 22/9, das 14h às 16h. O debate ainda contará com os médicos Rodolfo Espinoza e Márcio Soares. No fim da mesa-redonda, os palestrantes reservarão alguns minutos para debate.

“Poder apresentar um assunto tão atual e importante dentro da área de cirurgia de alta complexidade em um evento desse porte é uma grande oportunidade para debater temas importantes e trocar experiências e conhecimento”, explica Marcos Knibel.

O congresso contará, ainda, com um espaço de convivência do São Lucas, em que os médicos poderão trocar informações, além de conhecer as instalações da unidade, incluindo o novo centro cirúrgico do hospital, recentemente construído, o maior da zona sul do Rio de Janeiro.

O evento, voltado para médicos e acadêmicos, discutirá os novos caminhos da cirurgia oncológica e abordará os assuntos: cirurgia robótica oncológica; câncer no idoso; novas técnicas cirúrgicas em oncologia; e avanços no diagnóstico, entre outros temas importantes da área.

Para saber mais sobre a programação completa e inscrever-se, acesse o site http://cbc.org.br/congressocir urgiario/.

Rachel Lopes
Assessoria de Imprensa
rachel@saudeempauta.com.br