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sábado, 11 de janeiro de 2014

Treinamento em piscina aquecida ajuda a controlar hipertensão resistente

Foto: Divulgação
Pesquisa feita com pacientes atendidos no Hospital
Universitário da  USP mostrou benefícios duradouros na
redução da pressão arterial sistêmica
A prática de atividade física em piscina aquecida pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento de pacientes com hipertensão resistente, mostrou uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP).
 
O estudo randomizado foi feito com 32 voluntários cuja pressão arterial permanecia alta apesar da terapia feita com três ou mais classes de medicamentos. Após 12 semanas, o grupo submetido ao protocolo de treinamento não apenas havia atingido patamares considerados ideais de pressão arterial como também apresentou redução dos hormônios responsáveis pela vasoconstrição e tensão dos vasos sanguíneos.
 
Especialistas apontam a hipertensão como fator de risco para diversas doenças graves, como acidente vascular cerebral, infarto, insuficiência cardíaca e doença renal. Estima-se que esse risco seja cerca de três vezes maior em casos resistentes quando comparados a pacientes com hipertensão controlada.
 
“A incidência do problema é grande na população hipertensa. Entre 20% e 50% dos pacientes não atinge a pressão alvo mesmo com tratamento medicamentoso”, disse Guilherme Veiga Guimarães, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do estudo apoiado pela FAPESP.
 
De acordo com Guimarães, que coordena o Laboratório de Atividade Física e Saúde do Instituto do Coração (LAtiS-Incor), a ideia de investigar o efeito dos exercícios em piscina aquecida nos hipertensos resistentes surgiu após um estudo anterior, feito com portadores de insuficiência cardíaca, mostrar diversos benefícios.
 
“Verificamos diminuição da frequência cardíaca, aumento do volume de sangue bombeado pelo coração por minuto, melhora da função cardíaca e aumento do shear stress (tensão no endotélio causada pelo fluxo sanguíneo capaz de induzir uma maior produção de óxido nítrico, que é um agente vasodilatador)”, disse.
 
“Também houve aumento do peptídeo natriurético atrial (hormônio relacionado com a redução da pressão arterial secretado por células musculares cardíacas atriais) e de vasodilatores como o monofosfato de guanosina cíclica (GMPc), nitrito (NO2) e nitrato (NO3). Por outro lado, houve inibição da vasopressina, hormônio antidiurético, o que resultou na maior produção de urina pelos rins e contribuiu para a queda da pressão sanguínea”, contou o pesquisador.
 
Quando os indivíduos são submersos, acrescentou Guimarães, apresentam inibição da atividade simpática, responsável pelo aumento da frequência cardíaca e vasoconstrição vascular. Também ocorre supressão do sistema renina angiotensina aldosterona, relacionado com a vasoconstrição e a reabsorção de sódio, que favorecem o aumento da pressão arterial.
 
“Partimos do pressuposto que, em pacientes com hipertensão refratária, o treinamento em piscina aquecida poderia também promover adaptações neuro-hormonais, cardiovasculares e renais benéficas para o comportamento da pressão arterial e do sistema nervoso simpático”, disse Guimarães.
 
Hormônios vasoconstritores
Os 32 voluntários de ambos os sexos foram selecionados em um universo de 125 pacientes em tratamento no Hospital Universitário (HU) da USP. Foram excluídos maiores de 65 anos, portadores de doenças associadas, como diabetes ou insuficiência cardíaca, portadores de lesão em órgãos-alvo, como coração, rins e olhos, portadores de doenças ortopédicas ou dermatológicas que impedissem o uso da piscina, e aqueles cuja hipertensão resistente era resultante de uma outra doença principal, como insuficiência renal, por exemplo.
 
A média de idade dos selecionados foi de 55 anos – com variação de 5 anos para cima ou para baixo. Todos passaram por uma avaliação anterior ao experimento, que incluiu um teste de esforço cardiopulmonar, coleta de sangue para dosagem hormonal, aferição da pressão arterial no consultório e também por um método conhecido como MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), no qual medidas são feitas a cada 20 minutos, durante 24 horas, por um monitor acoplado à cintura, com o objetivo de registrar as variações durante o ciclo de sono e vigília.
 
Metade da amostra foi então submetida a sessões de 60 minutos de atividade física em uma piscina aquecida a 32ºC, três vezes por semana, durante 12 semanas. Já o grupo controle foi aconselhado a manter suas atividades de rotina.
 
“O protocolo era composto por exercícios calistênicos (que usam o peso do próprio corpo como resistência) e caminhadas dentro da piscina. O nível da imersão na água foi até o processo xifoide (altura da boca do estômago), promovendo redução do tônus vascular e resistência periférica”, contou Guimarães.
 
Cerca de 72 horas após o término da última sessão de exercícios, os voluntários foram reavaliados. Enquanto o grupo controle apresentou resultados praticamente inalterados, como esperado, no grupo treinamento a pressão arterial ambulatorial caiu de 165/88 para 129/76 mmHg – valor dentro da faixa considerada ideal.
 
Durante o teste de esforço, a pressão máxima caiu de 198/93 mmHg para 175/86 mmHg no grupo treinamento. Além disso, o tempo de tolerância ao exercício aumentou de 9 para 13 minutos em média.
 
A análise sanguínea também revelou queda significativa dos hormônios vasoconstritores no grupo treinamento. A dopamina, por exemplo, passou de 140 micrograma por mililitro de sangue (µg/ml) para 40 mg/ml. A noradrenalina caiu de 350 µg/ml microgramas para 150 µg/ml.
 
“Reavaliamos três dias após última sessão de treinamento para ter certeza de que as mudanças não eram apenas resultado de uma vasodilatação momentânea causada pela água quente. E vimos que os benefícios perduravam”, explicou Guimarães.
 
Segundo o pesquisador, uma nova reavaliação foi feita três meses após o fim do experimento. Embora os pacientes tenham apresentado valores um pouco mais elevados de pressão arterial – de 119/71 mmHg passou para 129/75 mmHg –, ainda estavam dentro da faixa considerada ideal.
 
Uma parte do trabalho, feita como piloto e sem a inclusão do grupo controle, foi publicada no periódico Blood Pressure Monitoring. Os resultados completos devem ser divulgados em breve no Journal of Cardiology.
 
“Agora estamos estudando pacientes com hipertensão resistente verdadeira, pois no experimento anterior foram incluídos alguns ‘hipertensos de jaleco branco’, ou seja, pacientes que apresentam pressão elevada no ambulatório, mas tinham resultado normal no MAPA. Nesse novo estudo deixamos apenas os pacientes que apresentam pressão arterial não controlada no ambulatório e no MAPA”, contou o pesquisador.
 
Agência FAPESP

Incor desenvolve dispositivo cardíaco para crianças

Foto: Divulgação
Aparelhos podem auxiliar o coração de pacientes pediátricos em
estágios avançados de insuficiência cardíaca e à espera de transplante
Pesquisadores do Incor estão desenvolvendo Dispositivos de Assistência Ventricular (DAVs) capazes de apoiar pacientes pediátricos que aguardam transplante
 
Crianças em estágios avançados de insuficiência cardíaca e na fila por um novo coração nos hospitais do País poderão receber, nos próximos anos, um coração “extra” para suportar o tempo de espera até a chegada de um doador. Pesquisadores do Instituto do Coração (Incor) estão desenvolvendo Dispositivos de Assistência Ventricular (DAVs) capazes de servir de “ponte” enquanto os pacientes pediátricos aguardam o transplante.
 
Um dos aparelhos, voltado a crianças com até 15 quilos, deverá entrar em fase de testes clínicos no Incor já nos próximos meses. Outro instrumento, desenvolvido por meio de um Projeto Temático, realizado com apoio da Fapesp e direcionado a crianças com até 35 quilos, está em fase de desenvolvimento.
 
“Os dispositivos poderão servir tanto de ponte para pacientes pediátricos esperarem pelo transplante, como para dar assistência circulatória mecânica por alguns meses para aqueles internados com cardiomiopatias graves, que não respondem a outras terapias médicas e com uma diminuição importante da capacidade de o coração bombear sangue para órgãos vitais”, diz Idágene Cestari, diretora da Divisão de Bioengenharia do Incor e coordenadora do projeto, à Agência Fapesp.
 
Os equipamentos serão paracorpóreos (implantados fora do corpo) e auxiliarão o coração dos pacientes a realizar o bombeamento do sangue. De acordo com Cestari, é por isso que são chamados de dispositivos de assistência ventricular – e não coração “artificial”, como os que substituem e realizam a função do órgão.
 
Os dispositivos permitem dar assistência tanto ao ventrículo esquerdo como ao direito ou a ambos simultaneamente, e são constituídos por uma bomba com duas câmaras – uma de sangue e outra pneumática – ligadas a cânulas de silicone, que serão suturadas nas estruturas cardíacas e exteriorizadas na região abdominal do paciente. À medida que o sangue do paciente preenche a câmara de sangue, um pulso de pressão é enviado para a câmara pneumática, que faz com que o sangue retorne para o paciente, realizando desta forma o trabalho do coração e restabelecendo a pressão e a circulação sanguínea.
 
“Só existe um dispositivo pulsátil desse tipo, aprovado para uso clínico em pacientes pediátricos nos Estados Unidos em dezembro de 2011, que é fabricado por uma empresa alemã e é inviável para nós, no Brasil, em razão de seu custo, em torno de R$ 250 mil. Pretendemos desenvolver DAVs para uso em pacientes pediátricos no Brasil que possam ser integrados à nossa prática médica”, disse Cestari.
 
Adultos
O desenvolvimento de DAVs pediátricos foi iniciado a partir da experiência acumulada pelo Incor com o desenvolvimento de dispositivos para assistência circulatória mecânica em adultos. Em 1993 o Incor tornou-se o primeiro centro da América Latina a desenvolver e a implantar um DAV em um paciente à espera de transplante cardíaco.
 
Desde então, a instituição já avaliou clinicamente o uso do dispositivo com volume de injeção de até 65 mililitros de sangue por batimento em 14 pacientes, por períodos de até 42 dias de assistência.
 
Com recursos do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde, os pesquisadores da instituição pretendem realizar nos próximos meses um estudo multicêntrico, com a participação de diversos centros de atendimento à saúde cardíaca no país, para avaliar o uso desse tipo de dispositivo em 30 pacientes adultos.
 
A ideia é ter, no final do estudo, um protocolo sistematizado que possibilite a implementação e o uso desse equipamento nacional em centros de atendimento à saúde que possuem programas de transplante do coração consolidados.
 
“Em alguns centros de atendimento à saúde no Brasil já são usados esporadicamente dispositivos para assistência circulatória mecânica importados por pacientes particulares ou que tiveram as despesas de uso pagas pelo convênio médico”, disse Cestari. “Nosso objetivo é transferir a tecnologia do aparelho que desenvolvemos e sobre a qual temos duas patentes para uma empresa brasileira, a fim de barateá-lo e disseminar seu uso em um maior número de centros no país.”
 
Recém-nascidos
Segundo Cestari, o Incor é o maior centro de transplante pediátrico da América Latina e no dia a dia da instituição constatou-se que há uma grande demanda por esse tipo de dispositivo para crianças. A fim de atender a essa necessidade, os pesquisadores desenvolveram primeiramente um dispositivo com volume de injeção de 15 mililitros de sangue por batimento para crianças recém-nascidas ou com até 15 quilos.
 
O equipamento já passou pela fase de testes pré-clínicos (em animais) e em breve deverá ser avaliado em pacientes atendidos no Incor, após a aprovação do comitê de ética da instituição. Agora, os pesquisadores iniciaram o desenvolvimento de outro dispositivo voltado para crianças com até 35 quilos.
 
Em razão dos diferentes desafios técnicos e tecnológicos envolvidos, o projeto reúne pesquisadores de diferentes áreas e instituições, como a Escola Politécnica (Poli), o Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, além de pesquisadores do PennState Hershey Pediatric Cardiovascular Center da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, do Imperial College, do Reino Unido, e do Fraunhofer Institut IWS, em Dresden, na Alemanha.
 
“Estamos buscando soluções de grande complexidade no projeto dessa bomba, que demandam abordagem multidisciplinar e integrada”, afirmou Cestari.
 
De acordo com a pesquisadora, os desafios para o desenvolvimento de DAVs para uso em crianças são muito maiores e mais complexos do que os que enfrentaram na construção do dispositivo para adultos. Isso porque o coração de uma criança bombeia menos sangue, mas com frequência maior de batimentos em comparação com o de um adulto.
 
Essa frequência maior de batimentos cardíacos faz com que o número de vezes por minuto que a câmara de sangue do dispositivo pediátrico é preenchida seja maior do que a de um DAV para adulto, resultando em um padrão complexo de escoamento do sangue.
 
“As hemácias não podem escoar dentro da câmara de sangue em velocidades muito altas ou serem submetidas a estresses elevados por períodos prolongados porque se rompem e liberam hemoglobina, o que pode comprometer a função do rim”, explicou.
 
“Também são necessários estudos criteriosos acerca do material utilizado, que deve ser biocompatível, de modo a não favorecer a formação de trombos [pequenos coágulos]”, afirmou.
 
Segundo Cestari, parte dos materiais utilizados nos dispositivos são nacionais e estão sendo desenvolvidos em parceria com indústrias brasileiras como a Biocardio, que fabrica válvulas de pericárdio bovino, ou por grupos de pesquisa como o Instituto de Química da USP, que desenvolveu polímeros de óleo vegetal.
 
Por sua vez, pesquisadores do Núcleo de Dinâmica e Fluidos (NDF) da Poli estão desenvolvendo uma metodologia para otimização do escoamento do sangue que associa modelagem matemática e visualização tridimensional.
 
Já a equipe de pesquisadores da bioengenharia do Incor estuda processos para modificar as superfícies de contato do dispositivo com o sangue por meio da introdução de grupamentos químicos e elementos topográficos na escala micro e submicrométrica.
 
No final do projeto, o grupo de cirurgia pediátrica do Incor irá validar os dispositivos e elaborar o protocolo para sua avaliação na prática clínica.
 
“Integramos os diferentes grupos de pesquisadores e buscamos utilizar materiais, processos de desenvolvimento e produção que possam ser absorvidos pela indústria brasileira, e desenvolver dispositivos com custos compatíveis com a política de ressarcimento do SUS [Sistema Único de Saúde]”, disse Cestari.
 
Na avaliação da pesquisadora, além de contribuir para a implantação desse tipo de terapia praticamente inexistente no país, o desenvolvimento dos DAVs pediátricos deverá contribuir para aumentar as chances de realização de transplante cardíaco de crianças que aguardam na fila de espera por um doador.

SaudeWeb

Calor aumenta risco de pedra no rim

Foto: Reprodução
Pedra no rim
Períodos mais quentes do ano registram aumento de 30% dos casos de cálculos renais; mudanças na dieta devem incluir aumento da ingestão de água e diminuição do sal
 
O intenso calor de verão, associado ao aumento da transpiração e a falta da ingestão adequada de água podem gerar sérios riscos para o surgimento de pedra nos rins. 
 
Segundo o urologista Fábio Vicentini, médico-chefe do ambulatório de litíase renal do Centro de Referência em Saúde do Homem, nos períodos mais quentes do ano, há um aumento de 30% dos casos de cálculos renais. As vítimas mais comuns são homens, porém o alerta inclui toda população.
Mudanças na alimentação, constante reposição de líquidos e a atenção à coloração da urina, são algumas das principais recomendações para evitar o cálculo renal.
 
Para o especialista, no verão, a dieta ideal para a saúde dos rins inclui primordialmente o aumento da ingestão de água (cerca de dois litros ao dia) e de sucos de frutas cítricas, associado à diminuição do uso de sal nos alimentos. Vale apostar nos alimentos com muito porcentual de água. 
Os frutos do mar contêm altas doses de ácido úrico, um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos cálculos renais. "É importante também considerar a redução de frituras e carne vermelha nesta época de calor”, enfatiza o urologista.
 
Cenário
Mais de 15% da população mundial apresenta cálculos renais, sendo que em 85% dos casos a pedra não é expelida naturalmente, pela urina. Para evitar esse transtorno, o urologista explica que a maneira mais fácil de monitorar a hidratação ideal do corpo está ao observarmos a coloração da urina.
 
“Quanto mais transparente estiver a urina, melhor. Se estiver com aparência amarelada e escura, é sinal de que o corpo precisa de mais líquidos para manter-se hidratado, longe dos cálculos renais”, explica.
 
É importante que o paciente esteja atento para os perigos das receitas caseiras como chás popularmente conhecidos como ‘quebra-pedras’. “Nos casos de dores e cólicas renais, os pacientes com cálculos renais devem procurar o médico para evitar infecções graves”, ressalta.
 
O Centro de Referência em Saúde do Homem realiza mais de 200 cirurgias de cálculo renal por mês.
 
iG

MPF abre inquérito para apurar ações públicas de combate ao crack em São Paulo

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São Paulo – O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo instaurou um inquérito civil para apurar quais providências foram tomadas pelo Poder Público – prefeitura de São Paulo, governo paulista e governo federal – para o enfrentamento do crack e da concentração de usuários na região da cracolândia, no centro da capital paulista.
 
Segundo o órgão, os gestores das áreas de saúde, segurança e social dos três níveis de governo poderão responder judicialmente caso não tenham tomados medidas efetivas para a solução do problema. 
 
Na última terça-feira (7), uma primeira reunião foi feita na sede do MPF com representantes dos governos municipal, estadual e federal. Mas segundo o órgão, o ministro da Saúde Alexandre Padilha, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde não compareceram à reunião e tampouco justificaram a razão da ausência.
 
Segundo nota do MPF, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Pedro Antonio de Oliveira Machado, visitou a região da cracolândia na noite de ontem (9), sem se identificar. “O procurador constatou a presença de centenas de pessoas - inclusive jovens, ao que tudo indica, menores de idade – fazendo uso de entorpecente, notadamente crack. Essas pessoas moram em barracos construídos nas calçadas, em condições subumanas”, diz a nota. 
 
Em entrevista na tarde de ontem (10) a jornalistas, após participar de evento em São Paulo, o ministro Alexandre Padilha disse que uma representante do Ministério da Saúde participou da reunião no MPF. “O Ministério da Saúde esteve presente na reunião. A diretora responsável pelo Programa [Crack, é Preciso Vencer] participou de toda a reunião e mostramos ao MPF todos os recursos que o ministério já colocou à disposição do estado e do município e as ações de atendimento na cracolândia”, declarou.
 
Agência Brasil

Governo poderá trazer mais médicos cubanos, diz Padilha

São Paulo – O ministro da Saúde Alexandre Padilha voltou a dizer ontem (10), em São Paulo, que mais médicos cubanos ou de outras nacionalidades poderão ser contratados para o Programa Mais Médicos, caso isso seja necessário, a fim de atingir a meta de 13 mil médicos atuando no programa até abril.
 
“Se for necessário, nós traremos médicos da cooperação internacional tanto do Ministério da Saúde de Cuba ou outras alternativas, e vamos atingir a meta de 13 mil médicos chegando no Brasil ao fim de março para atuar nos municípios em abril”, disse o ministro. 
 
Para cumprir a meta, Padilha informou que o ministério vai abrir inscrições entre o fim de janeiro e início de fevereiro tanto para profissionais brasileiros como para interessados de outros países. Segundo ele, médicos que estão concluindo o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) poderão migrar para o Mais Médicos. 
 
“Têm muitos médicos que já atuam no Brasil, dentro do programa do Provab, que termina em fevereiro. Recebemos mensagens de vários desses médicos dizendo que querem continuar no mesmo município e posto de saúde, participando pelo Programa Mais Médicos”, declarou.
 
Agência Brasil

Anvisa suspende venda e determina apreensão de tinta para tatuagem

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Brasília – Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada ontem (10) no Diário Oficial da União suspende a fabricação, a comercialização, a distribuição e o uso de todas as tintas para tatuagem da marca Supreme, fabricadas por Tseva Indústria e Comércio de Tintas Artísticas Ltda.

O texto também determina a apreensão e a inutilização dos produtos em todo o território nacional.
 
De acordo com a publicação, foi constatada fabricação e comercialização irregular das tintas para tatuagem que, segundo a Anvisa, não têm registro ou autorização de funcionamento.
 
A resolução entra em vigor na data da publicação.

Agência Brasil

Instituto Butantan entrega primeiro lote da vacina contra o HPV

Foto: Reprodução
Doses serão distribuídas gratuitamente pela SUS a partir de março; objetivo é vacinar cinco milhões de meninas entre 11 e 13 anos
 
Instituto Butantan entregou nesta sexta-feira (10) ao Ministério da Saúde o primeiro lote da vacina contra o papiloma vírus (HPV), que previne contra o câncer de colo de útero. São 4 milhões de doses que começarão a ser distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de março, informou o ministro Alexandre Padilha. O objetivo é vacinar este ano cerca de 5 milhões de meninas entre 11 e 13 anos de idade. Caberá a cada município definir a sua estratégia de vacinação.
 
“Essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) [vacinar adolescentes maiores de 11 anos]. Ela demonstrou que, neste público, a vacina tem um efeito bastante protetor, não só para as meninas, mas também para os homens, porque reduz o número de mulheres com HPV. Como é um vírus transmitido sexualmente, ao reduzi-lo entre as mulheres, além de protegê-las, também reduz-se a transmissão para os homens”, disse Padilha, após participar de evento nesta tarde, no Instituto Butantan.
 
A vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório Merck Sharp & Dohme (MSD), atual produtor da vacina, que vai transferir a tecnologia para a produção nacional. O Ministério da Saúde investiu R$ 465 milhões na compra de 15 milhões de doses para este ano, quantidade suficiente para imunizar 5 milhões de pré-adolescentes.
 
A vacina que será distribuída na rede pública de saúde é a quadrivalente. Segundo o laboratório MSD, ela previne contra quatro tipos de HPV, dos tipos 6 e 11, responsáveis por verrugas genitais, e dos tipos 16 e 18, que podem causar lesões pré-cancerosas e cânceres de colo do útero, vagina, vulva e ânus. Os quatro tipos respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero em mulheres.
 
De acordo com o ministério, o câncer de colo de útero é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, superado apenas pelo câncer de mama. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorrência da doença no Brasil.
 
Para estar imunizada contra o HPV, cada menina receberá três doses da vacina: a segunda dose deve ocorrer dois meses após a primeira. E a terceira, seis meses depois. Durante cinco anos, o ministério vai investir R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina e, a partir daí, ela passará a ser produzida pelo Butantan.
 
“Ao mesmo tempo que trouxemos as vacinas prontas, já começamos a treinar como manipular as vacinas e os controles de qualidade e demais etapas. Iremos do fim para o começo, fazendo o envase, a formulação, a reconstituição de vírus e depois as fermentações. Acreditamos que, em cinco anos, consigamos dominar o processo”, explicou o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil. Um laboratório será construído em uma área do instituto para comportar a produção da vacina.
 
Segundo o ministério, a parceria e o acordo de transferência de tecnologia entre os dois laboratórios possibilitaram uma economia de R$ 78 milhões na compra da vacina este ano. Cada dose custará R$ 30. “Hoje, uma família que for pagar pela vacina vai desembolsar R$ 1 mil pelas três doses. Com a incorporação pelo Ministério da Saúde, a vacina passará a ser distribuída de graça para essa faixa etária, que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde”, disse Padilha.
 
Com a parceria, o faturamento do Instituto Butantan triplicará em cinco anos, passando dos R$ 348 milhões em 2013 para R$ 1,1 bilhão em 2018. No próximo ano, a vacina também deverá ser ofertada a meninas de 9 anos e 10 anos.
 
iG

Dicas para se proteger dos danos do sol

O filtro solar deve ser repassado a cada duas horas
Saiba quais são os alimentos que ajudam a reduzir os riscos do sol e a maneira correta de passar o protetor solar; dermatologistas indicam que, no mínimo, a proteção deve ser fator 30
 
Com o calor em alta e o sol a pino – na semana passada a radiação solar atingiu nível máximo no País – vale a pena aprender direitinho como se proteger neste verão. Com os cuidados certos, é possível evitar indesejáveis marcas, queimaduras, manchas e, principalmente, o temível câncer de pele.
 
Chapéus e guarda-sóis são bem vindos, mas a dica principal é o uso diário de protetor solar. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o indicado é usar, no mínimo, protetor solar fator 30. No Nordeste, a recomendação é que proteção comece antes das 9 horas. No Centro-Oeste e em outras regiões ela deve perdurar até depois das 16h.
 
A precaução é mais que justificada: um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê que neste ano a ocorrência de 190 mil casos de câncer de pele, com expectativa de dois mil mortos por causa da doença. Por isso, é bom não só escolher um protetor solar para chamar de seu, como também aprender como se besuntar.
 
Dermatologistas explicam que o protetor solar deve ser passado antes de sair de casa, de 15 a 30 minutos antes da exposição, para que a pele absorva o produto. Ao passar filtro solar, os médicos recomendam usar a palma da mão para obter uma aplicação mais homogênea. Além de repassar a cada duas horas, é preciso ficar atento para suor em excesso. Mesmo os filtros resistentes à água perdem efeito de proteção no mar ou na piscina, dependendo do tempo de exposição.
 
Fora o uso de protetores solares, outra boa ideia é abusar de alguns nutrientes que podem ajudar a reduzir os riscos. Uma dieta rica em alimentos que contenham vitaminas, minerais, antioxidantes e ingestão de água adequada, aliada a boas horas de sono e a prática de atividade física, podem reverter os danos causados pelo tempo e melhorar a qualidade da pele. De resto, é só enfrentar o sol com a devida proteção.
 
Amêndoas: são ricas em vitamina E, um potente bloqueador da luz solar
 
Cacau: estudos apontam que o consumo diário melhora a pele em geral e promove maior resistência aos efeitos dos raios UV
 
Castanha-do-pará: é rica em selênio, nutriente que ajuda a preservar a elastina, uma proteína que mantém a pele lisa e firme
 
Cenoura: fonte de betacaroteno, impede os danos dos radicais livres gerados pela exposição solar
 
Espinafre: rico em ácido fólico, reforça a capacidade da pele se renovar, prevenindo o envelhecimento
 
Goiaba: também fonte de betacaroteno, potente antioxidante precursor da vitamina A, ajuda a clarear a pele e previne o aparecimento de acne
 
Semente de linhaça: seus ácidos graxos ômega-3 melhoram a aparência das manchas e ajudam a minimizar as linhas de expressão
 
Tomate: rico em licopeno, antioxidante que ajuda na eliminação dos radicais livres e previne o envelhecimento da pele causado pelos raios UV

10 dicas para ser promovido no trabalho

Profissionais de todas as gerações procuram por uma promoção
Consultores ensinam as melhores atitudes para quem planeja crescer na empresa
 
Quem não gostaria de ser promovido? Diferentemente do que muitos pensam, não são apenas os profissionais da geração X (nascidos entre as décadas de 1960 e 1970) ou os chamados “baby boomers” (nascidos entre 1940 e 1960) que buscam crescer dentro de uma mesma empresa. Os jovens nascidos a partir de 1980, conhecidos como geração Y, também sonham aumentar de cargo e alcançar novas posições nas organizações em que trabalham.  
 
“Todos buscam a promoção. A diferença é que se ele [da geração Y] não encontra oportunidade na organização, ele busca fora. Já o profissional baby-boomer e da geração X é um profissional que insiste mais na mesma empresa”, conta a diretora de gestão de carreiras e talentos da consultoria Right Management, Simone Leon.
 
Segundo a executiva, o grande fator de engajamento dos funcionários de uma empresa hoje é a possibilidade de crescimento. Justamente por isso, as organizações têm buscado cada vez mais criar planos de carreiras consistentes, que satisfaçam e retenham os seus funcionários. “Essa é uma tendência que vem aumentando. As empresas já percebem que o custo de recrutar, integrar e treinar o novo funcionário para ele trazer a mesma produtividade do anterior é muito maior do que treinar o anterior e deixá-lo pronto para uma nova posição”, observa Simone.
 
Para ajudar quem quer aproveitar o bom momento para conseguir uma nova posição na carreira, o iG conversou com especialistas e selecionou dez atitudes que todo profissional em busca de uma promoção em 2014 deve tomar.
 
Confira abaixo:
 
1 – Conheça todos os processos da empresa
O profissional que busca ser elegível para ocupar uma posição superior não deve se limitar a conhecer apenas a tarefa específica pela qual é responsável ou o seu setor. Apesar de ser desejável que a pessoa seja especializada em pelo menos um ramo do negócio, um conhecimento de todo o processo da empresa aumenta as chances de uma promoção, inclusive para ocupar cargos em outras áreas.
 
2 – Enxergue seu papel no resultado final
“Isso já diferencia um funcionário que estaria mais apto a receber uma promoção de outro que enxerga simplesmente a tarefa que está fazendo e não sabe as implicações daquilo”, avalia o sócio-fundador da Alliance Coaching, Alexandre Rangel. Ao reconhecer como a sua função influencia o resultado final da empresa, o profissional passa a valorizar o trabalho e consegue identificar quais pontos de sua tarefa podem ser melhorados para colaborar ainda mais no resultado.
 
3 – Identifique-se com os valores da organização
É recomendável que o profissional busque trabalhar em uma organização em que a cultura e os valores sejam parecidos com os dele. Quando esta identificação não ocorre, é natural que, com o tempo, o funcionário tenha constantes atritos e demonstre insatisfação com o ambiente de trabalho ou com a maneira como o processo é conduzido. Isto pode ser interpretado como falta de comprometimento pelos gestores. “Quanto mais a pessoa demonstrar aderência melhor. Ficar combatendo a empresa afasta as chances de uma promoção”, diz Rangel. Lembrando que esta identificação deve ser verdadeira, já que dificilmente o profissional conseguirá não deixar a insatisfação influenciar sua produtividade.
 
4 – Saiba ouvir e responder feedbacks
“O feedback é a linha corretiva e promissora do desenvolvimento. Se a pessoa não souber responder à altura, perde grandes chances de se desenvolver”, comenta o coach. Hoje em dia, muitas empresas aplicam avaliações de desempenho em seus funcionários, possibilitando-os conhecer quais são as habilidades que devem ser desenvolvidas para entregar os resultados esperados pela companhia.
 
5 – Observe o seu superior
Ainda que o funcionário exerça muito bem as suas funções no cargo que ocupa atualmente, as empresas buscam promover quem elas enxergam ter potencial para entregar bons resultados na posição superior. Desta maneira, é imprescindível que a pessoa que deseja subir para o próximo degrau observe quais habilidades o seu superior tem e que ele ainda precisa desenvolver. “Peça feedbacks para o seu superior, para os pares do seu superior ou até seus pares, de como eles te veem enquanto potencial, em relação àquelas competências que você almeja”, recomenda Simone Leon.
 
O profissional precisa ser paciente, pois a oferta de uma
promoção não depende apenas de sua vontade
6 – Tenha paciência
O tempo médio que um colaborador precisa para conseguir se estabilizar em uma posição e adquirir a experiência desejável para alcançar novos cargos é de dois anos. Isto não significa que a proposta de promoção não possa acontecer antes ou demorar mais. Portanto, o profissional não deve se frustrar caso as oportunidades não apareçam no tempo planejado. “Tem outras variáveis. Depende do potencial, da capacidade de aprendizagem deste profissional. Outra coisa é que, por exemplo, preparar-se para essa nova posição depende do quanto a empresa vai lhe expor a situações similares a que você vai viver [no próximo cargo]”, observa Simone.
 
7 – Sinalize sua intenção de subir
Hoje em dia, as organizações estão mais abertas a ouvir as intenções de carreira de seus funcionários. Apesar da maioria das propostas de promoção partir da própria empresa, é recomendável que a pessoa converse com os seus líderes e com o setor de Recursos Humanos sobre os seus planos de crescimento na companhia, deixando claro que, caso surja uma nova vaga em um nível de seu interesse, gostaria de se candidatar. No entanto, o profissional também precisa estar preparado para ouvir de seus superiores que ele ainda não está pronto para subir de posição.
 
Além disso, estas conversas precisam ser muito bem pensadas, para não deixar margem para interpretações erradas. “Por que é uma conversa delicada? Porque ele [o gestor] não pode se sentir ameaçado. Ainda existem gestores menos preparados, que ao invés de analisar essa situação pensando 'Se eu tenho um sucessor, eu estou pronto para o próximo cargo', ele avalia como uma ameaça”, conta Simone.
 
8 – Demonstre segurança
Ainda que o funcionário demonstre habilidade na função atual e tenha as competências para assumir o papel exercido pelo seu superior, a empresa precisa ter certeza de que o colaborador conseguirá lidar com a pressão e as novas responsabilidades de sua nova posição. As chamadas “danças de cadeiras” dentro de uma empresa normalmente fazem parte de um plano estratégico para obter melhores resultados. Desta maneira, as organizações não podem se arriscar e promover alguém que não transmite segurança.
 
9 – Humildade para aprender
Não são apenas os analistas e funcionários operacionais que buscam uma promoção. Mesmo entre os grandes líderes há a intenção de crescer e conquistar mais espaço dentro da companhia. “É muito comum você ver quando, a pessoa chega em um nível de gerência e liderança, ela falar que já não tem mais o que aprender”, diz Rangel. Ao contrário do que pode-se pensar, quanto maior o cargo e a experiência, menores são as chances de promoção.
 
“A pirâmide vai fechando, então são poucos os que vão chegar lá em cima. De um gerente para diretor, você passa a liderar um líder, então a competência maior que você tem de adquirir é ensinar a liderar. Acima, como vice-presidência ou CEO, você já tem dois ou três níveis até chegar na operação. Você já não tem uma atuação direta no resultado, tem que fazer por meio das pessoas”, lembra Simone Leon.
 
10 – Mantenha um bom relacionamento com todos
“Isso funciona em 360 graus. Não só para baixo, para o lado ou para cima. Eu conheço um vice-presidente de uma organização que foi demitido em função do mau relacionamento com os pares”, conta o coach Alexandre Rangel. Um erro cometido por muitos é o de acreditar que desenvolver apenas as competências técnicas do trabalho será o suficiente para levá-lo a um novo patamar na companhia. Porém, um bom relacionamento interpessoal é essencial para aumentar as chances de ascensão do funcionário, principalmente porque as promoções normalmente implicam em uma nova função, a de delegar tarefas a subordinados.
 
Começando na nova posição
Ao conseguir a promoção, todo o empenho dedicado em desenvolver as competências necessárias para ocupar aquele cargo deve se voltar para se manter nele e entregar os resultados esperados pela empresa que apostou no funcionário. Segundo Simone Leon, um dos erros mais comuns de quem está iniciando em uma posição superior é a de “não largar o osso”. “Ele acredita que ele foi promovido porque ele era muito bom na atividade anterior, então fica com receio de deixar de fazê-la e deixar de ser reconhecido. Ele não delega, não desenvolve o outro, acumula trabalho e acaba não entregando [resultados]”, diz Simone.
 
Portanto, o colaborador que for promovido em 2014 não deve relaxar após o conseguir cargo desejado. É preciso manter a calma, conquistar o seu espaço no novo patamar e continuar se desenvolvendo, a fim de futuramente ter uma nova promoção.
 
iG

Batata frita tem substância cancerígena, ativada pela alta temperatura do óleo

Tubérculo sofre reação química e libera acrilamida, substância cancerígena; médicos ponderam, no entanto, que fatores ambientais e maus hábitos são grandes vilões da doença
 
Presente em todos os happy hours, redes de fast food e papos com os amigos, a batata-frita é uma unanimidade. Muito difícil achar alguém que não goste. No entanto, estudos mostram que o tubérculo, quando frito, sofre uma reação química e libera uma substância cancerígena, a acrilamida.
 
O nutrólogo Roberto Navarro explica que a reação acontece com quando o alimento é aquecido a altas temperaturas, aquelas maiores de 120ºC. “Se fala da fritura porque o cozimento não atinge essa temperatura alta”, esclarece. O aminoácido asparagina reage com a glicose (ou frutose) e libera a maléfica acrilamida, composto já conhecido pela ciência por causar câncer em ratos. “Existem outros alimentos que liberam acrilamida, mas a batata é a que apresenta maior teor dessa substância quando é frita, por isso se fala tanto dela”.
 
Além da batata, entram nesta lista a beterraba, o pão e os cereais. Todos eles têm o aminoácido asparagina, glicose e frutose (no caso das frutas), mas não se costuma comê-los após serem submetidos a temperaturas tão altas, o que os deixa livres da acrilamida.
 
A explicação científica, segundo um estudo publicado pelo periódico Journal of the National Cancer Institute, é que a acrilamida muda as estruturas do DNA e conduz à mutação, que, por sua vez, levaria à formação de tumores. Os efeitos cancerígenos da acrilamida foram comparados ao BPDE, uma substância já conhecida por causar câncer, e presente na fumaça do cigarro, combustíveis, além de outros. 
 
Outro estudo, publicado no periódico Journal of the Science of Food and Agriculture, mostrou que deixar batatas de molho antes de fritá-las reduz os níveis da substância. A pesquisa comparou o porcentual da substância em três situações: ao lavar batatas, deixá-las de molho por 30 minutos e deixá-las de molho por duas horas. A acrilamida foi reduzida em 23%, 38% e 48%, respectivamente. A redução só acontece, no entanto, se as batatas forem fritas levemente douradas. O problema persiste se a batata estiver frita em um tom mais escuro.
 
Uma terceira pesquisa publicada no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention mostrou que houve um risco aumentado de câncer de endométrio e ovário pós menopausa naquelas mulheres que consumiam acrilamida na dieta, particularmente entre mulheres não-fumantes (o cigarro atrapalha o resultado da pesquisa, porque ele é um potencial causador de tumores). O câncer de mama não foi relacionado com a ingestão de acrilamida. O grupo de 62 mil mulheres foi observado por cerca de 11 anos.
 
Sem pânico
Apesar do potencial cancerígeno da acrilamida, o mais provável é que o organismo consiga lutar contra ela. “Existem as substâncias xenobióticas, que são estranhas ao nosso organismo e não são necessárias, mas o corpo tem defesas para excretar e anular essas substâncias. A desintoxicação é feita pelo fígado, que elimina por meio das fezes, suor e urina”, explica o nutrólogo Roberto Navarro.
 
A oncologista clínica do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Paula Garcia Cardoso, explica que o grande vilão do câncer ainda são os fatores ambientais e os maus hábitos, como o cigarro e o sedentarismo. “O consumo excessivo da batata frita pode levar à obesidade, e ela sim é uma comprovada causadora de câncer”.
 
O diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), Hezio Jadir Fernandes Junior, diz que fica com o “pé atrás” quando ouve dizer que alimentos como refrigerante e batata frita causam câncer. Segundo ele, sabe-se que a acrilamida pode ser causadora do câncer, mas não se sabe o quanto dessa substância que uma pessoa necessita ingerir para ter o câncer. “É a grande interrogação atual.”
 
iG