Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



sábado, 2 de maio de 2015

10 doenças sobre as quais a maconha medicinal pode ter um impacto

A psiquiatra Suzanne Sisley tem notado uma tendência inesperada entre seus pacientes
 
Ela trabalha com veteranos de guerra que lutam com transtorno de estresse pós-traumático, também conhecido como TEPT. Muitos não gostam de como eles se sentem quando estão tomando todos os remédios que usam para controlar sua ansiedade, insônia, depressão e os flashbacks do conflito.
 
“Há poucos medicamentos no mercado que funcionam e mesmo estes podem ser inadequados”, afirma Sisley. “Eles acabam ficando presos em oito, dez, doze medicamentos diferentes, e depois de tomar tantos, de repente, são como zumbis”.
 
Alguns destes pacientes, porém, estavam começando a se sentir melhor. Eles também pareciam muito mais presentes. Quando ela os questionou sobre o que estava fazendo a diferença, veio a resposta: eles encontraram uma alternativa para todos os medicamentos e estavam se automedicando com maconha. “Eu estava realmente surpresa e mais e mais pacientes estavam saindo das sombras e revelando a mim que estavam tendo algumas experiências úteis com a planta da maconha”, disse Sisley.
 
Ainda que gostasse do progresso que seus pacientes disseram que estavam tendo, como qualquer bom cientista ela quer mais do que apenas algumas experiências bem-sucedidas. Ela quer provas documentadas, ensaios clínicos de grandes populações de pacientes que sejam executados no padrão de ouro de um jornal revisado por pares, de que a maconha é a abordagem correta para o tratamento de TEPT – ou qualquer outra doença. Pessoas já a usam para tratar uma variedade de problemas médicos, como a esclerose múltipla, artrite, epilepsia, glaucoma, HIV, dor crônica, doença de Alzheimer, câncer e outros.
 
Com a legalidade da maconha medicinal em quase metade dos estados dos Estados Unidos e em outros lugares do mundo, mais médicos estão se perguntando qual impacto esta droga realmente tem sobre as pessoas. Eles querem informações sobre a dosagem e o seu impacto a longo prazo em pacientes.
 
Barreira burocrática
Sisley procurou respostas para estas perguntas na pesquisa médica, mas não encontrou muita coisa. Quando decidiu fazer os estudos por conta própria e os submeteu para aprovação federal, foi recebida com quilômetros e quilômetros de burocracia e resistência – como muitos outros pesquisadores antes dela.
 
Isso porque a maconha é uma das substâncias mais rigorosamente controladas nos termos da legislação federal dos Estados Unidos. O governo do país considera que é uma droga de Classe I, ou seja, a Divisão de Controle de Narcóticos considera que ela não tem nenhum valor medicinal. Na lista, ela figura na mesma posição que a heroína e o LSD. Para fazer pesquisas sobre a maconha, os cientistas precisam de aprovação de vários departamentos federais, o que acontece apenas raramente.
 
Aqui no Brasil, desde janeiro deste ano, está liberado o uso de um componente da maconha para uso medicinal, o canabidiol (CBD). Estudos apontam que o CBD ajuda pacientes com doenças neurológicas, como epilepsia e esclerose múltipla. Ele pode ser útil até mesmo em crianças, reduzindo a frequência de convulsões.
 
A maioria dos estudos sobre a maconha se concentram nos danos causados ​​pela planta. Os estudos sobre suas qualidades medicinais são pequenos e ainda estão em estágios primários ou observacionais, na melhor das hipóteses. “Médicos tradicionais não vão chegar nem perto deste material, mesmo que tenham ouvido falar que funciona, porque sem a pesquisa, sem ele ser aprovado em orientações práticas legítimas, eles vão se preocupar com a sua licença e seu profissionalismo”, explica Sisley. “É por isso que é fundamental ter estudos controlados para que isso funcione”.
 
Um projeto de lei bipartidário chamado de Compassionate Access, Research Expansion, and Respect States Act (Ato Estatal para o Acesso Compassivo, Expansão de Pesquisa e Respeito, em tradução livre) foi introduzido no Senado norte-americano em março deste ano e deveria aliviar algumas dessas restrições e tornar mais fácil de estudar a droga. Contudo, a legislação está em comissão no momento. Se este ato for aprovado algum dia e os cientistas puderem começar a estudar a droga a sério, existem várias áreas que podem ser alvo destas pesquisas, além do TEPT.
 
Aqui estão 10 delas, com base nas doenças que as pessoas normalmente tratam com maconha medicinal. Mais uma vez, como a pesquisa acerca deste tema é tão limitada, estas áreas são baseadas em resultados que a maioria dos meios de comunicação normalmente não noticiam, porque os trabalhos estão em um estágio muito precoce para saber se eles realmente funcionam. Mas esse é justamente o argumento de alguns médicos e pesquisadores da medicina.
 
10. AIDS / HIV
Em um estudo humano de 10 fumantes de maconha HIV-positivos, os cientistas descobriram que pessoas que fumavam maconha se alimentavam melhor, dormiam melhor e tinham um humor melhor. Outro pequeno estudo com 50 pessoas descobriu que pacientes que fumavam cannabis sofriam menos dor neuropática – sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e é associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, ou seja, os nervos periféricos, a medula espinhal ou o cérebro.
 
9. Alzheimer
A maconha medicinal e alguns dos produtos químicos da planta têm sido usados ​​para ajudar aqueles que sofrem com Alzheimer a ganhar peso, e uma pesquisa descobriu que ela diminui a incidência do comportamento agitado que os pacientes podem apresentar. Num estudo celular, os investigadores descobriram que a maconha retardava o progresso de depósitos de proteína no cérebro. Os cientistas acreditam que estas proteínas podem ser parte do que faz com o Alzheimer surja, embora ninguém saiba, até hoje, o que causa a doença.
 
8. Artrite
Um estudo com 58 pacientes usando derivados de maconha descobriu que eles sentiam menos as dores da artrite e dormiam melhor. Outra revisão de estudos concluiu que a maconha pode ajudar a combater a inflamação que causa dor.
 
7. Asma
Os estudos são contraditórios, mas alguns trabalhos iniciais sugerem que a maconha reduz a asma induzida pelo exercício. Outros estudos com células mostraram que fumar maconha poderia dilatar vias respiratórias humanas, facilitando a passagem do ar. Entretanto, alguns pacientes experimentaram uma sensação de aperto no peito e na garganta. Um estudo realizado em ratos de laboratório encontrou resultados semelhantes.
 
6. Câncer
Estudos em animais mostraram que alguns extratos de maconha podem matar algumas células cancerosas. Outros estudos celulares mostram que ela pode parar o crescimento do câncer e, em camundongos, o THC, o ingrediente psicoativo da maconha, melhorou o impacto da radiação sobre as células cancerosas. A maconha também pode evitar a náusea que geralmente acompanha a quimioterapia, extremamente agressiva e de amplo espectro, usada para tratar o câncer.
 
5. Dor crônica
Alguns estudos em seres humanos e animais pequenos mostram que os canabinoides pode ter um “efeito analgésico substancial”. Em meados do século XIX, pessoas os utilizavam amplamente para o alívio da dor. Alguns medicamentos à base de cannabis como Sativex estão sendo testados em pacientes com esclerose múltipla e usados para tratar a dor do câncer. O medicamento foi aprovado no Canadá e em alguns países europeus, mas, por mais que possa ser importado sob condições especiais, ainda não pode ser vendido no Brasil. Em outro teste envolvendo 56 pacientes humanos, os cientistas observaram uma redução de 30% na dor em indivíduos que fumavam maconha.
 
4. Doença de Crohn
Em um pequeno estudo piloto de 13 pacientes assistidos por mais de três meses, os pesquisadores descobriram que inalar a cannabis melhorou a vida de pessoas que sofrem de colite ulcerativa e doença de Crohn – ambas doenças inflamatórias intestinais. Ajudou a aliviar a dor que os pacientes sentiam, além de limitar a frequência de diarreia e ajudar com o ganho de peso.
 
3. Epilepsia
Os primeiros testes feitos com o extrato da maconha medicinal do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York mostraram uma redução de 50% na frequência de certas convulsões em crianças e adultos. Ao todo, 213 pacientes estiveram envolvidos nesta pesquisa recente.
 
2. Glaucoma
O glaucoma é uma das principais causas de cegueira. Os cientistas analisaram o impacto do THC sobre esta doença no nervo óptico e descobriram que ele pode reduzir a pressão ocular, mas também pode reduzir a pressão arterial, o que pode prejudicar o nervo óptico devido a um fornecimento de sangue reduzido. Um pequeno estudo descobriu que o THC também pode ajudar a preservar os nervos.
 
1. Esclerose Múltipla
Usar a maconha ou alguns dos produtos químicos da planta pode ajudar a prevenir espasmos musculares, dores, tremores e rigidez, de acordo com estudos em estágio inicial e principalmente observacionais envolvendo animais, testes de laboratório e um pequeno número de pacientes humanos. A desvantagem é que, de acordo com um pequeno estudo com 20 pacientes, a substância também pode prejudicar a memória.
 
Depois disso tudo, não precisamos nem dizer que os grandes prejudicados pelas restrições impostas à pesquisa científica com a maconha são os pacientes. É aquele bom e velho medo do desconhecido, que assola a raça humana desde que o mundo é mundo – e contra o qual a ciência luta constantemente. Fica a torcida para que consigamos nos aprofundar nos estudos da maconha medicinal e, possivelmente, beneficiar milhares de doentes no mundo todo.
 
CNN, Gizmodo, Pfeizer / Hypescience

Saiba o que causa e como combater a sensibilidade nos dentes

Higiene bucal correta é melhor forma de evitar o desconforto
 
Apresentar sensibilidade nos dentes após a ingestão de bebidas ou alimentos muito quentes ou muito frios faz parte da realidade de aproximadamente 30% da população gaúcha.

Adair Luiz Busato, coordenador do curso de Odontologia da Ulbra Canoas, explica que esse índice se deve ao fato de vivermos em um Estado com variação de temperatura muito grande, o que leva as pessoas a consumirem comidas e líquidos excessivamente quentes ou frios.
 
— Aqui no Rio Grande do Sul o percentual de pessoas que se queixam de sensibilidade nos dentes é bem maior do que nos Estados do Nordeste, por exemplo. Durante o inverno, o movimento nos consultórios odontológicos chega a quadruplicar — diz Busato.
 
A sensibilidade ocorre quando o esmalte que cobre a coroa do dente ou o cemento, que protege a raiz, passam por um processo de desgaste, deixando a dentina exposta. A dentina é ligada à polpa dos dentes, que tem terminações nervosas. Ao serem estimuladas, provocam a sensação desagradável.
 
Para aliviar o incômodo, existem cremes dentais dessensibilizantes, ou seja, que reduzem a sensibilidade. Outra opção são os bochechos com antissépticos à base de flúor, que pode variar entre 0,5% e 1,5%. Daniel Hoeltz, diretor da Sociedade Brasileira dos Cirurgiões Dentistas, ressalta a importância de procurar um profissional para que ele faça uma avaliação das causas da hipersensibilidade e defina o tratamento mais adequado, já que as pastas não tratam a perda de estrutura dentária e a exposição das raízes, agindo apenas na diminuição do desconforto.
 
— A melhor atitude para prevenção de doenças bucais é a manutenção da saúde. É fundamental que as pessoas não esperem que uma dor eventual ou pequeno desconforto se agravem e evoluam para um problema maior — recomenda Daniel.
 
O que causa a sensibilidade
Diversos fatores podem levar à hipersensibilidade nos dentes:
 
— Mau posicionamento dos dentes, podendo gerar bruxismo e apertamento noturno.
 
— Consumo em excesso de bebidas ácidas (como refrigerantes), frutas cítricas (limão, laranja, abacaxi, kiwi), sucos adocicados, pepino em conserva, vinhos e vinagre.
 
— Excesso de força ao escovar os dentes, uso de cremes dentais muito abrasivos e escovas com cerdas duras.
 
— Retração da gengiva que, de acordo com Adair Busato, ocorre porque fisiologicamente a gengiva tende a sofrer modificações na posição. Uma escovação mau realizada, com movimentos não circulares, também acelera esse processo.
 
— Dente lascado ou fraturado, com exposição da dentina.
 
— Bulimia e refluxo gastroesofágico também podem causar erosão dental e sensibilidade devido à acidez na boca.
 
— Além disso, a colocação de aparelhos ortodônticos é capaz de causar sensibilidade, pois a movimentação dos dentes muda a relação da coroa com a gengiva.
 
Como prevenir
A higiene oral correta é a melhor forma de evitar o problema:
 
— Use pastas de dente pouco abrasivas e escove adotando movimentos circulares, de modo que a gengiva seja massageada.
 
— Uma dieta pouco ácida também ajuda a evitar a sensibilidade.
 
— Após consumir alimentos ou bebidas ácidas, faça bochechos imediatamente com água e aguarde pelo menos uma hora para escovar os dentes.

Zero Hora

Conheça oito alimentos que ajudam a evitar a hipertensão arterial

Estilo de vida saudável é fundamental para prevenir a doença
 
A hipertensão arterial é uma doença silenciosa. Na maioria dos casos, não apresenta sintomas. Entre os principais fatores de risco estão má alimentação, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
 
O controle da pressão arterial é um dos passos fundamentais para a prevenção de doenças do coração e acidentes vasculares (derrames). Segundo a nutricionista Flavia Morais, adoção de bons hábitos alimentares e de vida pode ajudar na prevenção e no tratamento da doença. Quando não tratada, a hipertensão arterial pode causar infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e levar à morte.
 
Para a nutricionista, a alimentação deve ser composta por cereais integrais, leguminosas, hortaliças, frutas e óleos vegetais.
 
— Devem ser evitados alimentos refinados, salgadinhos, produtos congelados, embutidos, refrigerantes e bebidas alcoólicas — recomenda.
 
A nutricionista também faz um alerta quanto ao consumo de sódio. Seu excesso favorece a retenção de líquidos no organismo, aumentando a pressão arterial. Além do sal, outros alimentos ricos em sódio são temperos e salgadinhos industrializados, patês, manteiga, margarina e embutidos.
 
— Antes de adquirir um produto, leia atentamente os rótulos para verificar o teor da substância. Procure utilizar condimentos naturais como substitutos do sal. Tempere as receitas com orégano, tomilho, salsa, cebolinha, coentro, alecrim, manjericão ou louro. Eles são pobres em sódio, fontes de antioxidantes e conferem sabor especial aos demais alimentos — destaca Flávia.
 
A especialista lista dos oito alimentos que não podem faltar no cardápio de quem deseja controlar a hipertensão arterial.
 
Confira:
 
1) Leguminosas
Comer uma xícara de feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha e outras leguminosas diariamente pode reduzir o risco de doença cardíaca e melhorar o controle da pressão arterial. Esses alimentos são boas fontes de potássio, que ajudam a regular a quantidade de água dentro das células, melhorando o controle da pressão arterial.
 
2) Gergelim
O óleo de gergelim auxilia na redução do colesterol total e do colesterol LDL, pois é fonte de ácidos graxos insaturados. O gergelim também é fonte de vitamina E, antioxidante que protege as células da ação dos radicais livres, reduz o risco de aterosclerose e evita a oxidação do LDL, prevenindo infartos. Saboroso, pode ser usado em saladas, pratos frios e massas.
 
3) Cacau
Os flavonóides presentes no cacau ajudam os vasos sanguíneos a funcionarem melhor, o que reduz a pressão sobre o coração. É fonte de catequina e epicatequina, que auxiliam na redução da agregação plaquetária e no controle dos níveis de colesterol.
 
4) Cranberry
A fruta é rica em flavonóides, que apresentam propriedades antioxidantes. A inclusão do suco de cranberry na dieta reduz a oxidação do LDL e promove aumento dos níveis de HDL.
 
5) Suco de uva integral
Fonte de resveratrol e antocianinas, poderosos antioxidantes que neutralizam os radicais livres e relaxam os vasos, o consumo do suco ajuda no controle da pressão arterial, prevenindo doenças cardiovasculares.
 
6) Romã
O consumo diário do suco da fruta auxilia na redução das taxas de LDL, a fração do colesterol associada ao entupimento dos vasos. Os antioxidantes existentes na fruta protegem o organismo dos radicais livres.
 
7) Semente de chia
A chia é fonte de ômega 3, vasodilatador suave que auxilia no controle da agregação plaquetária. Atua na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, aterosclerose e hipertensão arterial.
 
8) Cápsulas de óleo de peixe (ômega 3)
Auxilia na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, aterosclerose e hipertensão arterial.
 
Zero Hora

Pesquisa indica que consumo em excesso de suplementos vitamínicos pode aumentar risco de câncer


Foto: Maxx-Studio / Shutterstock
Especialistas recomendam buscar informações com nutricionistas sobre a quantidade ideal de vitaminas e minerais
 
Suplementos a base de vitaminas e minerais são frequentemente recomendados para quem deseja ter uma vida mais saudável ou ficar longe de doenças. Porém, um estudo apresentado no encontro anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, na Filadélfia, mostrou que optar pelo produto sem consultar um especialista pode não ser uma boa ideia: o consumo em excesso dos suplementos pode aumentar o risco de câncer, segundo os pesquisadores.
 
— Evidências mostram que as pessoas que consomem mais suplementos vitamínicos que o necessário têm mais tendência a desenvolver a doença — diz Tim Byers, diretor-associado do Centro de Câncer da Universidade do Colorado, nos EUA.
 
A pesquisa começou há duas décadas, quando observou-se que pessoas que comem mais frutas e vegetais são menos propensas a ter câncer. Pesquisadores, então, quiseram ver se o aumento do consumo de vitaminas e minerais reduziriam ainda mais o risco de desenvolver a doença.
 
As primeiras experiências foram feitas com animais, que ingeriram suplementos vitamínicos. Os resultados foram promissores, indicando que os suplementos poderiam ajudar a prevenir a doença. Então, pesquisadores decidiram avaliar ao longo de dez anos milhares de pacientes que faziam uso desses produtos. Mas, ao contrário do primeiro teste, a pesquisa não apresentou as conclusões esperadas.
 
— Nós descobrimos que os suplementos não apresentavam os mesmos benefícios para a saúde humana que encontramos nos animais. Além disso, mais diagnósticos de câncer foram feitos após o consumo de vitaminas e minerais — explica Byers.
 
De acordo com os pesquisadores, consumir mais doses de suplementos de betacaroteno do que a recomendação aumenta em 20% o risco de desenvolver tanto câncer de pulmão quanto doenças cardíacas.
 
A recomendação é a de que as pessoas busquem informações com nutricionistas sobre a quantidade ideal de vitaminas e minerais. Mas Byer acredita que alguns indivíduos podem obter os mesmos resultados que os suplementos com uma alimentação adequada.
 
— Isso não quer dizer que as pessoas precisam ter medo de tomar vitaminas e minerais. Se for ingerido na dosagem correta, os suplementos podem trazer bons resultados. Mas nada substitui uma alimentação saudável — conclui Byers.
 
Zero Hora

Noites mal dormidas podem deixar você mais sensível à dor


Foto: Shutterstock
Pesquisa mostrou que 42% das pessoas com maior sensibilidade sofriam de insônia
 
Pessoas que sofrem com insônia e outros problemas relacionados ao sono podem ser mais sensíveis à dor. De acordo com um estudo publicado pelo jornal PAIN, da Associação Internacional para Estudo da Dor, há recursos focados em tratar, ao mesmo tempo, tanto dores crônicas quanto noites mal dormidas.
 
A pesquisa foi realizada com 10,4 mil adultos, submetidos a um teste padrão para avaliar a tolerância à dor de cada um. Os participantes foram interrogados sobre diversos tipos de problemas durante as noites, como insônia e o tempo que eles levam para pegar no sono. Em seguida, os indivíduos foram convidados a manter as mãos submersas em água fria.
 
Em torno de 30% dos participantes conseguiram deixar as mãos na água gelada durante os cerca de 100 segundos de teste. Das pessoas que tiraram as mãos antes do fim da experiência, 42% sofrem com insônia.
 
O estudo liderado por Borge Sivertsen, do Instituto de Saúde Pública da Noruega, analisou também outros fatores, como dores crônicas persistentes e recorrentes, e problemas psicológicos, como depressão e ansiedade.
 
Os resultados concluíram também que a tolerância à dor está associada ao tempo que um indivíduo leva para conseguir dormir, apesar de não ser levado em consideração as horas totais de sono.
 
— Apesar da pesquisa ter encontrado relação entre dor e noite mal dormidas, ainda não está claro o motivo — afirma Sivertsen.
 
O estudo é o primeiro a encontrar essa ligação, mas pesquisadores acreditam que mais experiências são necessárias para explorar o papel de neurotransmissores. Enquanto isso, terapias cognitiva-comportamentais têm se mostrado eficazes para resolver problemas de dor e insônia individualmente.
 
Zero Hora

Conheça a neuroplasticidade, capacidade do cérebro que ajuda na prevenção de demências


Foto: Shutterstock
Capacidade de guardar informações pode se manter preservada por mais tempo
 
Não lembrar um item das compras pode acontecer aos 20, 50 ou 70 anos. Mas se não é motivo de pânico sobre a saúde da nossa memória, a lista de supermercado pode ser tema de casa para quem quer deixar a capacidade de guardar informações afiada por mais tempo.
 
— Anotar compromissos, usar agenda, calendário, fazer lista de compras. Com isso, pode-se prestar atenção em outras coisas — enumera Maira Rozenfeld Olchik, fonoaudióloga e professora do curso de Fonoaudiologia da UFRGS.
 
No doutorado, Maira realizou um dos maiores estudos sobre treino cognitivo em idosos já feitos no país — 150 pessoas, divididas em 10 grupos. Constatou que as estratégias adotadas resultaram em melhora da memória tanto em quem passava por envelhecimento saudável quanto naqueles com comprometimento cognitivo leve.
 
Esse tipo de treino e a forma como pode ser adotado para prevenir demências ou até mesmo preservar a memória foram um dos primeiros temas abordados nesta semana na edição 2015 do Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções, que se encerra hoje na Capital. Entre os principais fatores que explicam a melhora está a neuroplasticidade, capacidade que tem guiado recentes pesquisas na área.
 
— Sabemos que algumas pessoas têm uma tremenda capacidade de autorreparação e compensação de doenças cerebrais, como o Alzheimer — explica Sylvie Belleville, professora titular de psicologia na Universidade de Montreal e diretora de pesquisa no Instituto Universitário de Geriatria de Montreal, no Canadá.
 
A pesquisadora, uma das palestrantes convidadas do evento, lembra que o cérebro reage continuamente e se modifica em resposta ao seu ambiente.
 
— A neuroplasticidade se refere às alterações que ocorrem no cérebro em resposta a um dano, por exemplo, uma lesão no local, privação do sono, envelhecimento do órgão, Alzheimer. Ou em resposta a um estímulo externo, como treino cognitivo, aprendizagem, atividade física — explica Sylvie.
 
Neuroimagem comprova melhoras anatômicas
Mas o que são os tais treinos cognitivos? Categorização, associação e imagem mental são três estratégias criadas nesses treinos para ajudar o momento da memorização chamada episódica, enumera Mônica Sanches Yassuda, professora associada do curso de Gerontologia da Universidade de São Paulo (USP). Uma das técnicas é chamada associação monoface. Por exemplo, você tem uma amiga que se chama Melissa e tem olhos cor de mel. Ao associar a característica ao nome, fica mais fácil lembrar o nome da pessoa.
 
— Também temos feito treinos para a memória denominada de trabalho, que envolve mais a atenção. Por exemplo, a pessoa ouve três séries de cinco palavras. Toda vez que aparece um animal, ela tem de bater a mão na mesa ou levantar a mão. Depois, tem a tarefa de memorizar a última palavra de cada série de cinco. Ao mesmo tempo em que presta atenção no animal, também tem uma demanda de memória. A Universidade de Pádova teve um resultado muito bom e agora a gente está replicando aqui — diz Mônica.
 
Uma das novidades nesse campo é usar a neuroimagem para comprovar as melhoras decorrentes dessas intervenções e os mecanismos cerebrais relacionados à neuroplasticidade. É o que estuda Eliane Correa Miotto, neuropsicóloga e professora da pós-graduação do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP:
 
— Usamos (o exame de ressonância magnética funcional) para tentar entender o efeito desse tratamento. No caso de pessoas que já têm um quadro de comprometimento cognitivo leve, depois das sessões, ocorre geralmente um aumento da ativação de novas áreas cerebrais que se tornam participativas durante um processamento de memória.
 
Até um tempo atrás, segundo a neuropsicóloga, acreditava-se que o processo de compensação e plasticidade cerebral não ocorria nas pessoas mais idosas ou em quadros de demência. Hoje, a neuroplasticidade tem guiado os principais estudos na área.
 
— Os investigadores podem ser incentivados a olhar para formas farmacológicas que aumentem a plasticidade cerebral como uma maneira de proteção contra os efeito de doenças como o Alzheimer — completa Sylvie.
 
O que é?
 
Cognição
Funções relacionadas ao cérebro como memória, inteligência, concentração. São essas funções que começam a se mostrar comprometidas no envelhecimento saudável ou não.
 
Comprometimento (ou declínio) cognitivo leve
A pessoa apresenta a rotina do dia a dia preservada, sem alterações funcionais — administra contas e remédios, por exemplo. No entanto, na testagem cognitiva ela já não está no mesmo nível de uma pessoa de igual idade e escolaridade. Pode ser um estágio pré-clínico de demência ou Alzheimer.
 
Memória de trabalho
Capacidade de manter informações na mente e, ao mesmo tempo, trabalhar com essas informações.
 
Memória episódica
Conseguir gravar lista de nomes, palavras e números de telefone novos, ou uma lista de compras.

Zero Hora

Dicas de como cuidar do cérebro

Dicas de como cuidar do cérebro Nuno André/Deposit Photos
Foto: Nuno André / Deposit Photos
Devemos agir desde cedo para manter a memória íntegra por mais tempo
 
Nem todo esquecimento é sinal de demência. Por isso, é importante entender quais falhas nossa memória está sujeita a apresentar ao passo em que envelhecemos e algumas situações específicas em que os lapsos são naturais.
 
— No paciente mais idoso, a gente avalia para ver se não foi por causa de um medicamento, como tranquilizantes, antidepressivos. Também há doenças que, quando não controladas, provocam esquecimento. Hipotireoidismo é uma delas — ressalta João Senger, especialista em neuropsiquiatria geriátrica.
 
Quadros de ansiedade e estresse também nos fazem acreditar que esquecemos, quando, na verdade, simplesmente não gravamos porque não estávamos prestando atenção. Outras vezes, é questão de que a pessoa mais velha começa a se preocupar mais com a memória com o passar dos anos, ou seja, presta mais atenção nela. Se aos 20 esquecer o que foi buscar na despensa pode ser normal, aos 70 isso vira um monstro preocupante.
 
— Se o idoso esquece uma coisinha, já pensa: "Estou demenciando". Ele fica com uma percepção mais aguçada dos acontecimentos. É como alguém sentar do seu lado e dizer que está com sarna e você já sentir vontade de se coçar — diz Senger.
 
Os estereótipos sobre a velhice não colaboram com a preservação da memória, lembra Mônica Sanches Yassuda, professora da USP. Muitas pessoas, quando atingem a terceira idade, acreditam que vão sempre esquecer e nem tentam exercitar a memória. São crenças negativas também combatidas com treinos.
 
As alterações mais preocupantes
A situação se torna grave quando a capacidade de guardar informações novas é afetada, como repetir uma mesma pergunta várias vezes em curto espaço de tempo.
 
— Todos nós, quando atingirmos uma certa idade, vamos ter dificuldades de memorizar uma lista de 10 nomes. Mas se tentamos três vezes, vamos conseguir. No Alzheimer, essa é a alteração principal: por mais que seja exposta àquela informação nova, a pessoa não vai guardar — explica Mônica Sanches Yassuda, professora da USP.
 
No envelhecimento normal, algumas memórias são estáveis.
 
— Idosos se saem até melhor do que jovens em provas de vocabulário, nos casos de igual escolaridade, por exemplo. É o "banco de dados" que não perdemos — afirma Mônica.
 
Mas em quadros de demência, até essas informações se confundem.
 
Devemos agir em prol do nosso cérebro desde cedo para manter nossa memória íntegra por mais tempo. Além dos treinos cognitivos, que comprovadamente ajudam no envelhecimento saudável e no declínio leve, ficar de olho na alimentação, controlar doenças cardiovasculares, evitar o isolamento social e a depressão e, principalmente, fazer exercícios físicos deveriam fazer parte da rotina de todo mundo.
 
— Cuidar do cérebro é como cuidar do nosso corpo. A gente pode envelhecer mais rápido ou mais devagar. Tem a parte genética? Tem. Mas nessa a gente não consegue mexer — lembra Senger.
 
Rosa Maria Medeiros Rodrigues, 62 anos, fez curso de estimulação de memória oferecido no Centro de Comunidade Parque Madepinho (Cecopam) — zona sul de Porto Alegre — por alunas da UFRGS sob supervisão da fonoaudióloga Maira Rozenfeld Olchik. Ela diz que os treinos cognitivos a ajudaram muito:
 
— Aprendi, por exemplo, que, se a gente vai sempre ao supermercado, deve mudar o caminho — conta.
 
A aposentada, que trabalhou por 23 anos na área de Recursos Humanos de uma empresa, hoje procura ler muito, fazer tricô e crochê, pintar e participar de atividades físicas no Cecopam.
 
Zero Hora