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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Remédios antigos - Água Inglesa

Um pouco de história...

Água Inglesa Catarinense

O proprietário da primeira indústria farmacêutica do Brasil, foi o carioca Luís Felipe Freire de Aguiar. Iniciou seu curso de farmácia em 1869 na Faculdade Nacional de Medicina no Rio de Janeiro, onde logo manifestou decidida vocação e se formou em 1871. Serviu durante o curso no Hospital da Marinha como auxiliar de laboratório, passando depois a ocupar o lugar de segundo farmacêutico. Deixou o posto em 1874, para ter a sua farmácia no antigo Largo de Santa Rita. Associou-se a Farmácia Episcopal, a mais antiga das farmácias do Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar em prol da farmácia brasileira. Em 1877 tornou-se proprietário da Farmácia Episcopal. Devido a vontade de se dedicar exclusivamente a manipulação de alguns preparados especiais de sua composição, que começavam a ganhar confiança, Freire de Aguiar, vendeu a Farmácia Episcopal para montar um laboratório para produzir remédios e perfumaria.

O grande inimigo do aproveitamento das plantas medicinais brasileiras, eram os remédios importados e o preconceito dos governantes e da população quanto a sua qualidade e a eficiência. Como ainda hoje, "o que é importado é melhor". Logo no início, a indústria de Freire de Aguiar, teve de sustentar uma disputa judicial com uma fábrica de produtos medicinais, estrangeira, pois manipulava um produto de fórmula conhecida, e com o nome comercial de "Água Inglesa". No Brasil a distribuição deste remédio era feito pela poderosa "Sociedade União dos Fabricantes Franceses". A Água Inglesa ou da Inglaterra, era um vinho de quina, muito usada como tônico e antiespasmódico. Até 1888 este produto no Brasil era considerada um segredo da família de André Lopes Castro, português, porém sua fórmula já fora escrita na Farmacopéia Tubalense, editada em 1760. Freire de Aguiar estudou vários vegetais da nossa flora, e conseguiu elaborar uma fórmula mais honesta e cientificamente perfeita e obteve a aprovação da sua Água Inglesa modificada. Para que o farmacêutico brasileiro conseguisse comercializar o seu produto precisa de uma autorização da Inspetoria de Higiene, responsável pela qualidade dos medicamentos comercializados no país. Em 20 de outubro de 1888 a Inspetoria Geral de Higiene, expediu uma circular aos seus inspetores de higiene provinciais e aos droguistas declarando: "Que a Água Inglesa julgada por esta inspetoria como a mais adequada a índole dos formulários brasileiros, é a do farmacêutico Freire de Aguiar." Foi o que bastou para que a distribuidora francesa reagisse.

A Sociedade União de Fabricantes Franceses, julgou-se prejudicada em seus interesses no Brasil, e entrou com processo judicial no foro de Ouro Preto contra Freire de Aguiar. O farmacêutico brasileiro, sem nenhum auxílio, teve que arcar com todas as despesas dos processos. Na Farmacopéia Brasileira de Rodopho Albino,1926,na página 979 a Água Inglesa tem a sua formulação registrada. Porém é melhor explicada através de um anúncio do Laboratório Silva Araújo publicado em 1936 na Revista da Associação Brasileira de Farmácia: "A Água Inglesa é fórmula excelente e clássica que todos os fabricantes de produtos farmacêuticos se vêem na obrigação de preparar, apresentando-a com pequenas variantes e peculiaridades, embora contendo os mesmos componentes primordiais: a quinina, o álcool, plantas de propriedades tônicas e anti-febris. A Água Inglesa é um aperiente, febrífugo e tônico bem indicado nas doenças febris arrastadas, nas anemias e nas convalescenças de doenças infecciosas e febris." Hoje o produto de marca Água Inglesa é de fabricação do Laboratório Catarinense e indicado pelo laboratório para a lactação. Pelos dados transcritos podemos assegurar que este é um medicamento fitoterápico tradicional no país. Mesmo em se considerando as possíveis variações na formulação original. Depois de vencer todas as batalhas pela sua "Água Inglesa modificada", Freire de Aguiar voltou ao Rio de Janeiro e fundou um outro laboratório na rua General Câmara, mais tarde mudou seu estabelecimento para a rua Conde de Bomfim.

Neste novo estabelecimento cedeu ao insistente convite do seu colega e amigo farmacêutico Paulo Barreto e organizou, em 1890 a "Companhia Química Industrial da Flora Brasileira", da qual ficou apenas com o cargo de técnico. Em pouco tempo, dois anos, Freire de Aguiar viu o seu bem montado estabelecimento pedir falência. Nesta época sua indústria já tinha cem produtos, sendo muitos da flora nacional e outros de matéria prima estrangeira. Numa série de artigos publicados em jornais no Rio de Janeiro, moveu honesta campanha contra produtos falsificados, nacionais e estrangeiros. Tinha por hábito exibir farta documentação provando suas afirmações. Em análises realizadas nos laboratórios oficiais, e pessoalmente, provava a inequidade de vários produtos importados, entre os quais o Elixir Alimentício de Ducro, que não continha nenhuma substância alimentar. Chapoteaut, farmacêutico francês, fabricou um preparado em que deveria entrar a pepiona; pelo exame realizado por Freire de Aguiar, na presença de médicos, farmacêuticos e jornalistas, provou que o elixir, que chegava as prateleiras das nossas farmácias, não possuía nem sombra de carne. Em outra ocasião em sua farmácia, uma senhora pediu um vidro de xarope de Forget. Momentos depois, essa senhora voltou muito aflita, porque sua filha estava envenenada. Examinando o medicamento, verificou que continha alta dose de cloridrato de morfina. Não deixou de comentar o ocorrido com as autoridades da Inspetoria de Higiene e tão pouco voltou a comprar o dito remédio importado.

Em 17 de outubro de 1903, com grande alarde social, Freire de Aguiar, inaugurou na rua Senador Euzébio a sua fábrica de produtos extraídos da hulha. Nesta ocasião o Dr Luís Felipe não deixou por menos e realizou a vista dos presentes uma experiência interessante: Em um tubo de vidro, de 15 litros, colocou algumas larvas de mosquitos, derramou algumas gotas do produto de sua fabricação o Phenogeno. Imediatamente as larvas morreram, ficando provado a grande importância do produto na desinfecção de águas estagnadas e depósitos de água, onde se desenvolvem as larvas dos mosquitos, que transmitem doenças como a febre amarela. Os desinfetantes obtidos da destilação de hulha, muito auxiliaram no combate a várias epidemias, principalmente a do Maranhão, em que o Phenogeno, cujo preço era inferior ao fenol, auxiliou a debelar o surto de peste bubônica.

Freire de Aguiar inventou e patenteou um aparelho a que denominou de "Simplex", para ser adaptado as caixas de descarga dos vasos sanitários, lançando em cada descarga a dose exata de desinfetante. Também planejou e executou dispositivos para a desinfecção de banheiros públicos e carroças de lixo. Nem com todos estes benefícios sociais viabilizados pelos seus produtos, deixou o Dr Luís Felipe de ter mais uma questão judicial, e desta vez com o inglês, Ed William Person com relação a marca da Creolina, pois o autor da "Creolina Pearson", entendia que nenhum outro fabricante poderia usar o referido nome que o industrial britânico havia patenteado. Freire de Aguiar teve que provar que o nome "Creolina" era genérico, encontrando-se em diferentes formulários e o supremo tribunal brasileiro, determinou que a Creolina brasileira poderia se chamar "Creolina Freire de Aguiar", ficando proibido aos demais fabricantes nacionais o uso deste.

Todos os seus produtos, entre os quais Água Inglesa, Xarope de Rabano iodado, Elixir Alimentício, Magnésia fluida, entre outros, tinham ótimo conceito na classe médica e o elixir de Jurubeba, mereceu do Dr. Domingos Freire, um parecer honroso, pois conseguiu regularizar de modo científico a preparação de Jurubeba que sempre tinha irregularidade no preparo. No governo de Prudente de Morais, sendo ministro da fazenda, Bernardino de Campos, (1897), Freire de Aguiar manifestou-se, pedindo proteção para a indústria farmacêutica nacional, que nesta época não tinha um número significativo de estabelecimentos. A primeira Magnésia fluida fabricada no Brasil foi de autoria de Freire de Aguiar, ao tempo em que a única existente no mercado era a de Dinnefori, francesa. Suas incansáveis campanhas contra produtos estrangeiros, provocou severa fiscalização das autoridades sanitárias, e isso fez com que muitas destas fábricas se instalassem no Brasil. Entre estas a fabricante da Magnésia Fluida de Murray. A indústria farmacêutica de Freire de Aguiar foi uma das primeiras a se interessar em fabricar extratos fluidos, principalmente de plantas nacionais, sendo que usava com êxito comprovado na sua especialidade. No elixir anti-ascítico usava uma planta da flora brasileira que de fato agia especificamente no caso de ascite, tornando desnecessário as incômodas punções, que não impediam a repetição das crises. Os esforços do Dr Luís Felipe Freire de Aguiar, para que a industria farmacêutica nacional florescesse não foram em vão, já nas primeiras duas décadas deste século a cidade do Rio de Janeiro tinha 512 farmácias, 143 drogarias, 100 laboratórios e depósitos e 47 ervanárias.

Bactéria causadora de surto de infecções intestinais é desconhecida, diz OMS

Europa registra 18 mortes por contaminação de bactéria intestinal

AFP

O surto de infecções intestinais iniciado na última semana na Alemanha é provocado por um subtipo até então desconhecido da bactéria E.coli, segundo afirmou nesta quinta-feira (2) a OMS (Organização Mundial da Saúde).

A infecção pela bactéria pode provocar forte diarreia e vômito e levar a problemas nos rins.

Mais de 1.500 pessoas já desenvolveram graves infecções gastrointestinais provocadas pela bactéria, e 18 pessoas morreram – 17 na Alemanha e uma na Suécia.

Aphaluck Bhatiasevi, porta-voz da OMS, comentou sobre a bactéria.

- Essa cepa [variação da bactéria] nunca tinha sido vista antes em uma situação de epidemia.

Pesquisadores da Alemanha também afirmaram que análises genéticas preliminares sobre o surto mostram que a bactéria responsável pelas infecções é desconhecida.

Segundo eles, a bactéria tem genes de dois grupos distintos de E.coli: a E.coli enteroagregativa (EAEC) e a E.coli enterohemorrágica (EHEC).

Cientistas do Instituto de Genômica de Pequim, na China, que estudaram a bactéria afirmaram que ela é uma nova cepa “altamente infecciosa e tóxica”.

Pepino

As autoridades alemãs haviam inicialmente responsabilizado pepinos importados da Espanha como foco, mas depois descartaram a possibilidade e dizem que ainda tentam descobrir a origem da contaminação.

O chefe do instituto de saúde pública que lidera o combate ao surto de E.coli na Alemanha afirmou que pode levar meses para que a epidemia seja contida.

Segundo Reinhard Burger, presidente do Instituto Robert Koch, é possível que nunca se descubra a fonte das infecções.

Pelo menos 365 novos casos de infecção pela E.coli foram registrados somente nesta quarta-feira (1º). Em um quarto dos casos, os pacientes desenvolveram síndrome hemolítico-urêmica, que leva a problemas nos rins e pode matar.

Além da Alemanha, outros oito países europeus já registraram casos de infecção pela E.coli – Áustria, Dinamarca, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.

Também foram identificados dois casos nos Estados Unidos, de pacientes que haviam recentemente viajado a Hamburgo, onde se concentra boa parte dos casos.

Virtualmente todas as pessoas infectadas ou vivem na Alemanha ou haviam viajado recentemente ao país.

Vários países tomaram medidas para tentar se prevenir do surto, como a proibição da importação de pepinos e a remoção de legumes e verduras das prateleiras dos mercados.

Reino Unido tem sete casos de contaminação pela bactéria intestinal

Três pacientes são ingleses que viajaram recentemente à Alemanha


Sete pessoas foram contaminadas pela bactéria intestinal E. coli no Reino Unido. A informação é da Agência de Proteção da Saúde (HPA, na sigla em inglês) britânica, que em um comunicado divulgou que três pacientes são ingleses que viajaram recentemente à Alemanha e os outros quatro são cidadãos alemães.

- Não foi relatado nenhum caso de infecção secundária no território britânico.

A agência, que ainda não sabe dizer quais produtos com possíveis focos de contaminação foram distribuídos no Reino Unido.

Dos sete pacientes, três desenvolveram insuficiência renal potencialmente fatal, doença conhecida como síndrome hemolítica-urêmica. Os outro quatro apresentaram diarreia hemorrágica.

O surto dessa forma fatal da bactéria E. coli teve início na Alemanha e se estendeu para outros países da Europa. Dezessete pessoas já morreram no continente.

A origem da contaminação, no entanto, ainda é desconhecida. A suspeita inicial levantada pelo governo alemão de que os pepinos espanhóis seriam os responsáveis pelo mal foi descartada.

Dilys Morgan, chefe do setor de infecções gastrointestinais e doenças zoonóticas da HPA, disse que o órgão continua acompanhando a situação.

- A HPA continua acompanhando a situação de perto e está trabalhando com as autoridades alemãs e com outras agências europeias para descobrir as causas do surto. Alertamos os profissionais de saúde sobre a situação e aconselhamos que eles investiguem e informem rapidamente sobre qualquer caso suspeito com um histórico de viagem à Alemanha.

As autoridades do setor de saúde britânicas recomendam cuidado àqueles que embarcam rumo à Alemanha e evitar o consumo de "tomates crus, pepinos e alface", em especiamente no norte do país, até segunda ordem.

Rússia proíbe importações de verduras procedentes da União Europeia

Vegetais serão retirados do mercado em todo o território russo


A Rússia anunciou a proibição a partir desta quinta-feira (2) das importações de verduras procedentes de todos os países da União Europeia, após o surto de uma infecção intestinal que, segundo avaliação inicial das autoridades alemãs, teria sido causado por pepinos espanhóis.

Gennady Onishchenko, chefe sanitário russo, falou sobre o assunto à agência Interfax.

- A partir de hoje entra em vigor a proibição da importação de verduras da União Europeia. Todas as verduras produzidas na UE serão retiradas do mercado em todo o território russo.

Pouco depois do anúncio, o Serviço Sanitário da Rússia (SSR) disse que a proibição tem prazo indefinido, "até nova ordem".

Um porta-voz do SSR indicou que esses produtos serão retirados das redes comerciais de todo o país. Onishchenko, por sua vez, criticou os controles sanitários europeus, ao afirmar que o surto infeccioso que causou mortes na Alemanha "é uma mostra de que a tão louvada legislação sanitária europeia não funciona".

A autoridade russa reiterou ainda que desde o início do surto da infecção ficou claro que não foram os pepinos da Espanha a causa do problema. No entanto, "a versão dos pepinos espanhóis se divulgou de forma taxativa por todas partes durante uma semana inteira".

Em 30 de maio, a Rússia proibiu as importações de verduras procedentes de Espanha e Alemanha, e na ocasião Onishchenko advertiu que a proibição afetaria verduras de toda a UE se a situação não mudasse.

Comissão Europeia pedirá explicações à Rússia

A Comissão Europeia pedirá explicações à Rússia pela proibição das importações de verduras procedentes da União Europeia.

Frederic Vincent, porta-voz de Saúde e Consumo da Comissão Europeia, disse que o veto é "desproporcional".

- Acreditamos que a medida é simplesmente desproporcional e pediremos explicações às autoridades russas.

Bebê sobrevive após coração parar por 17 minutos na Inglaterra

Menino teve três paradas cardíacas em três horas

O bebê britânico Alfie Green acompanhado de seus pais  WorldWideFeatures.com

O bebê britânico Alfie Green sofreu três paradas cardíacas em três horas. Após a primeira vez, o coração do menino de apenas três semanas de idade parou por 17 minutos. A informação foi publicada nesta quarta-feira (1º) no DailyMail.

Após a segunda parada, o coração deixou de funcionar por dez minutos e depois, parou por mais dois minutos logo que ele teve o terceiro ataque.

Mesmo assim, o bebê conseguiu sobreviver e passa bem.

O menino nasceu com peso aproximado de 2,8 kg e parou de respirar quando seus pais faziam compras.

Apesar das chances de ele ficar com danos cerebrais, exames recentes de ultrassom mostram que está tudo bem com o seu cérebro.

A recuperação do bebê surpreendeu seus pais e aos médicos que viram sua situação de perto e quase chegaram a desistir de reanimá-lo depois que o coração parou por um tempo tão grande.

Segundo disse ao site britânico DailyMail, a mãe do menino, Stacey Green, quase não acreditou no que viu.

- Eu nem sabia que alguém tão jovem poderia ter um ataque cardíaco, quanto mais três. Quando seu coração parou de bater por tanto tempo nós realmente pensamos que o tínhamos perdido. Mas ele é um pequeno lutador. Quando o coração dele começou a bater novamente eu chorei de alívio.

Indústria diz que é fácil reduzir exposição a ondas do telefone

A entidade que representa as fabricantes de celulares, a MMF (Mobile Manufacturers Forum), divulgou comunicado comentando a inclusão dos aparelhos entre agentes possivelmente cancerígenos.

Para a organização, a Iarc (agência internacional de pesquisa sobre câncer) apenas conclui que são necessários mais estudos sobre os efeitos das ondas emitidas pelos telefones móveis.

A entidade diz ainda que a Iarc não avaliou o risco de uso real do telefone, mas analisou o conjunto de evidências científicas disponíveis sobre o tema até agora.

"Se as pessoas estiverem preocupadas, elas podem facilmente reduzir sua exposição aos sinais de rádio emitidos pelos telefones celulares", diz a nota.

Citando orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), a entidade recomenda usar dispositivos para manter o celular longe do corpo (como fones e viva-voz), limitar o número e a duração das chamadas e usar o telefone em áreas com boa recepção, o que permite que o aparelho funcione com menor potência.


MARGEM DE SEGURANÇA

Aderbal Bonturi Pereira, diretor da MMF para América Latina, afirma que a classificação do celular como possivelmente cancerígeno mostra que não há evidências conclusivas sobre o perigo do uso do aparelho.

Pereira diz que outros elementos, como o café, também se encontram nessa classificação e continuam a ser estudados. "Nem por isso paramos de tomar café."

O diretor da MMF diz ainda que os limites de exposição às ondas eletromagéticas dos aparelhos seguem regras que exigem alta margem de segurança.

Antes de serem colocados no mercado, os telefones são testados para que seja medida a potencial exposição do usuário às ondas emitidas.

"A Iarc é um organismo sério. A indústria se pauta pelo que a OMS diz. Mas a classificação ainda não é uma coisa definitiva."

Urologista comenta eficácia dos exames que detectam câncer de próstata

O exame de toque e o PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), ambos usados para diagnosticar câncer de próstata, são métodos importantes na opinião de Miguel Srougi, urologista entrevistado pela repórter da Folha Cláudia Collucci no vídeo acima.

Embora o PSA seja criticado por dar falsos-positivos, o especialista enfatiza que o método --capaz de detectar a elevação de uma proteína produzida pela próstata-- junto ao exame de toque aumenta as chances de se diagnosticar precocemente o câncer.

"Só o toque falha em 40%, 50% dos casos. O PSA falha em 25%, 30% dos casos. Se a gente fizer os dois juntos, só escapam 6% ou 7% dos casos de tumores. Então, é importante combinar os dois para diagnosticar o câncer em uma fase curável", explica o urologista.

assista ao vídeo no youtube:

Butantan quer fornecer vacinas para Fundação Bill e Melinda Gates

A Fundação Bill e Melinda Gates, do fundador da Microsoft, está negociando parcerias com o Instituto Butantan, de São Paulo, e a Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio.


O objetivo é produzir vacinas no Brasil a baixo custo e depois repassá-las a países subdesenvolvidos.

Terça-feira (31) foi o último dia para que as instituições procuradas pela fundação Gates entregassem um relatório sobre sua capacidade de suprir o pedido feito a elas.

O Butantan confirma que entregou o documento dentro do prazo.

Segundo Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, a fundação Gates pediu cerca de 30 milhões de doses de uma vacina pentavalente, que será desenvolvida em parceria com a Fiocruz e deve proteger contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B (causador de meningite e outras doenças).

Kalil afirma que a proposta do Butantan é fornecer até 100 milhões de doses. Cada uma custará US$ 1,50 (R$ 2,35), e a produção deve ser entregue em 2014.

Tai chi chuan vira estrela de novas pesquisas científicas

Os pés ficam enraizados no solo e o topo da cabeça é puxado levemente por um fio imaginário para o alto. As costas se arredondam e os ombros se afundam.


Suavemente, as palmas das mãos sobem para os céus, descem para a terra e se unem sobre o umbigo, centro de equilíbrio do corpo.

Começa um treino de tai chi chuan. Os movimentos, que se multiplicam de forma fluida e em ritmo lento, são facilmente reconhecidos pelo público ocidental.

A fama conquistada pela prática não vem só do fascínio pelo "exótico" ou do prazer estético que sequências rítmicas, como as de danças, costumam causar. O tai chi chuan, arte marcial chinesa, tem sido muito estudado por seus efeitos na saúde.

As últimas pesquisas acabam de ser publicadas em importantes revistas médicas internacionais.

No jornal da Associação Médica Americana, há um estudo da Universidade Harvard mostrando que a prática melhora a qualidade de vida de pessoas com insuficiência cardíaca crônica.

No "British Medical Journal", uma revisão de estudos comprova a eficácia do tai chi para diminuir quedas e melhorar a saúde mental.

A médica geriatra Juliana Yumi, do Hospital das Clínicas de São Paulo, diz que isso acontece porque a prática é muito mais do que os simples exercícios.

"Envolve coordenação, respiração, meditação. E usa bastante a parte cognitiva. Você tem que estar consciente de sua postura, saber o nome dela, geralmente em chinês, o que significa criar uma imagem mental e reproduzi-la com seu corpo."

Acompanhar a cauda do pássaro, abrir as asas e abraçar a árvore são exemplos disso. Além da poesia, tem um lado de ciência, mesmo que não seja aquela mais facilmente compreendida pelo pensamento lógico.

"Os movimentos fazem a energia circular da mão para a cabeça, da cabeça para os pés, dos pés para o tronco. São os fluxos de energia entre os meridianos do corpo usados na acupuntura", diz Jerusha Chang, presidente da Associação Tai Chi Pai Lin.

O equilíbrio é alcançado pela alternância de movimentos de recolhimento e de expansão, ataque e defesa em termos de artes marciais, yin e yang (princípios complementares ativos e passivos) no Taoísmo.

"A concentração e a coordenação da respiração com os movimentos acalmam mente e corpo", diz Ângela Soci, diretora da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan.

NATAÇÃO NO AR

O fato de ser altamente relaxante não significa que é moleza em termos de trabalho físico. "A prática aumenta a força muscular e o condicionamento cardiovascular", afirma Yumi.

"O tai chi é como uma natação no ar. Parece que não tem nada, mas a pessoa está usando o próprio peso e a força da gravidade", diz Chang.

Paraplégico mexe pernas após terapia com células-tronco

Um paraplégico de 47 anos voltou a ter sensibilidade nas pernas e nos pés e a movimentar os membros inferiores após ser submetido a tratamento experimental à base de células-tronco, na Bahia.

Desenvolvido por cientistas do Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, e da Fiocruz, o tratamento consiste na retirada de células-tronco adultas do osso da bacia e no reimplante no local da lesão.

O primeiro paciente, um policial militar de Salvador cuja identidade foi preservada, ficou paraplégico há nove anos, após uma queda que traumatizou a coluna na região lombar.

Seis semanas após a implantação de células-tronco adultas no local da lesão, o paciente já voltou a sentir as pernas e os pés.

Ele iniciou fisioterapia para fortalecer os músculos que ficaram muito atrofiados após o longo período de inatividade.

A bióloga Milena Soares, que participa do projeto, é cautelosa ao prever se o paciente voltará a andar um dia.

Segundo ela, isso vai depender, sobretudo, da fisioterapia. "Ele já consegue fazer alguns movimentos com a perna, e os resultados já mostram avanços muito significativos para a qualidade de vida do paciente", diz.

Os pesquisadores afirmam que houve um aumento do controle da bexiga e do esfíncter. Com isso, o paciente ficará livre de cateterismos diários feitos para retirar urina.

"Houve uma resposta muito boa no pós-operatório. Quatro dias depois [da cirurgia], o paciente já demonstrou melhora", diz Marcus Vinícius Mendonça, neurocirurgião que integra o grupo.

Nessa fase experimental, que visa atestar a segurança do procedimento, a técnica será aplicada em 20 voluntários. Dois deles receberam as células anteontem e ontem. O próximo fará o procedimento na semana que vem.

Segundo Mendonça, características do pós-operatório verificadas no primeiro paciente, como ausência de dores neuropáticas (característica de lesões neurológicas), se repetiram nos outros dois pacientes.


Google anuncia ferramenta para monitorar surtos de dengue

O Google anunciou nesta terça-feira que pretende desenvolver um sistema de alerta sobre surtos de dengue no mundo que leva em conta buscas sobre a doença no site.


A empresa criou o Dengue Trends, uma ferramenta experimental que compara buscas relacionadas à dengue na Bolívia, no Brasil, na Índia, na Indonésia e em Cingapura com registros oficiais nestes países.

De acordo com o Google, a ferramenta faz uma análise dos padrões de buscas entre os usuários para determinar se os períodos em há mais pesquisas sobre a dengue coincidem com o aumento no número de ocorrências da doença.

"Usando dados produzidos pela ONU e pelos ministérios da Saúde dos países, conseguimos construir um modelo que oferece estimativas quase em tempo real da incidência da dengue, com base na popularidade dos termos de busca", explicou o engenheiro de softwares Vikram Sahai no blog do Google.

A vantagem, segundo Sahai, é que o modelo pode facilitar uma reação mais rápida do governo para proteger a população, já que os números oficiais demoram semanas para serem analisados.

O projeto é desenvolvida em conjunto com o Hospital Infantil de Boston e a Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.

A metodologia utilizada na análise dos dados foi explicada em um artigo escrito para a publicação "Doenças Tropicais Negligenciadas", da organização científica americana Public Library of Science.

PADRÕES DE BUSCA

A ferramenta Dengue Trends faz parte do Google Correlate, um serviço inaugurado na última semana que relaciona análise de buscas no site com dados coletados em pesquisas convencionais por governos e organizações.

O Correlate foi criado após o sucesso da ferramenta Flu Trends, que monitorava as buscas sobre a gripe em todo o mundo em 2009.

Autoridades de saúde utilizaram as informações para distribuir vacinas e tratamentos para a população.

Na época, o Google publicou um relatório da pesquisa na revista "Nature" e foi procurado por pesquisadores que queriam usar o serviço para monitorar outros assuntos.

O Google Correlate também permite que os especialistas coloquem seus próprios dados para serem comparados com as buscas do site.

O programa assinalava quando os dados de pesquisas e as buscas on-line tem o mesmo padrão, como surtos de gripe acontecendo ao mesmo tempo em que aumenta o número de buscas por termos como "tratamento para gripe".

O mesmo tipo de análise de padrões será utilizado agora no Google Dengue Trends.

O especialista em prevenção de doenças Peter Sever, da Universidade britânica Imperial College London, disse que a ferramenta pode ser útil para os pesquisadores, apesar de seu alcance restrito.

"Ela será, naturalmente, muito seletiva, porque faz a pesquisa entre as pessoas que usam o Google, mas, a cada ano, essas pessoas são uma proporção maior da população", disse.

Dieta baixa em calorias melhora sintomas da apneia do sono

Uma dieta baixa em calorias pode beneficiar pessoas que sofrem de apneia do sono. O problema afeta pessoas obesas ou que estão acima do peso.


A conclusão é de um estudo conduzido pelo especialista Kari Johansson e um grupo de pesquisadores do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, publicado nesta quarta-feira no site da revista "BMJ" ("British Medical Journal").

A apneia é uma doença comum, que consiste em pausas anormais na respiração durante o sono. Por essa razão, as pessoas que sofrem com ela não se sentem descansadas mesmo após dormir uma noite inteira.

A patologia está relacionada a uma pior qualidade de vida, maior probabilidade de sofrer acidentes e aumento do risco de morte prematura.

Entre 60% e um 70% das pessoas que sofrem de apneia do sono são obesas ou estão acima do peso, e alguns estudos demonstraram que uma dieta baixa em calorias pode melhorar a situação.

Os especialistas do Instituto Karolinska acompanharam durante um ano a evolução de 63 homens, com idade entre 30 e 65 anos e IMC (índice de massa corporal) de entre 30% e 40% (o IMC normal varia de 18,5% a 24,99%).

Dos 63 pacientes, 58 seguiram uma dieta saudável e baixa em calorias, e participaram de um programa de orientação, onde recebiam conselhos para manter o peso alcançado, além de informação sobre nutrição e prática de atividades físicas.

As pessoas que perderam peso após nove semanas e conseguiram mantê-lo ao longo de um ano, sentiram efeitos positivos nos sintomas da apneia.

Segundo os especialistas, 48% dos pacientes passaram a não precisar mais de máscara para respirar, enquanto 10% deixaram de apresentar sintomas da apneia.

Os especialistas também comprovaram que, quanto maior a perda de peso, maior a melhora dos sintomas.

Propagandas antigas - Velhice feliz: Helmitol da Casa Bayer



“Dizem que a melhor etapa da vida é a velhice, quando sadia e assegurada do ‘pão nosso de cada dia’. Nessa idade, como defesa contra as investidas traiçoeiras de infecção e desordens das vias urinárias, é indispensável usar, de tempo em tempo, o Helmitol da Casa Bayer, magnífico desinfetante urinário e eliminador de resíduos e toxinas formadas no organismo. Reumatismo! Sífilis!. Já existe o elixir 914, o verdadeiro depurativo”.

22 de março de 1930.

Lei antitabaco entra em vigor na Venezuela com multas de até US$ 44 mil

Hugo Chávez comemorou no Twitter: 'Venezuela, livre de fumaça!', escreveu o presidente venezuelano


Caracas - Venezuela pôs em vigor nesta terça-feira, no Dia Mundial Sem Tabaco, uma nova lei antitabaco que proíbe fumar em espaços públicos fechados e que prevê multas entre US$ 212 e US$ 44 mil para os infratores.


"Em homenagem a este dia, nós estamos ratificando a vontade do Governo revolucionário de manter a saúde do povo da Venezuela, manter o direito ao não fumante, preservar a saúde de nossas crianças e de nossos adultos", indicou em entrevista coletiva a ministra de Saúde venezuelana, Eugenia Sader.

A lei, que foi aprovada em fevereiro após um processo de promulgação, anulação e ratificação em menos de uma semana, estabelece sanções para os infratores entre 12 e 2,5 mil unidades tributárias, ou seja, entre 912 bolívares (US$ 212) e 190 mil (US$ 44.186).

Por sua vez, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cumprimentou a entrada em vigor da norma através de sua conta na rede social Twitter.

"Venezuela, livre de fumaça! Vamos todos e todas, participar desta campanha contra o tabagismo! Não ao charuto! Vamos viver sãos!", escreveu Chávez em sua conta @chavezcandanga.

Eugenia explicou que o Governo treinou um corpo de inspetores especificamente capacitados para o controle da aplicação da norma, que realizarão as recomendações aos locais e, eventualmente, estabelecerão as multas, que serão pagas através do sistema bancário.

A ministra incentivou os venezuelanos a denunciar os casos de infração da lei através de uma conta de e-mail para receber as denúncias e acrescentou que a norma deverá ser aplicada em "qualquer lugar público", incluindo aeroportos, transporte publico, escritórios, bancos, casas noturnas e locais comerciais, e especificou que não se podem estabelecer espaços específicos para fumantes nos locais fechados.

"Está comprovado em nível mundial que nos países que colocaram ambientes especiais para os fumantes não muda absolutamente nada, porque a fumaça sai e contamina o ambiente livre de fumaça", assinalou a ministra.

Eugenia ainda declarou que nesta terça-feira foram lançadas 77 consultas em todo o país com planos para ajudar os fumantes a deixar o hábito.

OMS classifica surto causado por bactéria como 'muito severo'

Novos testes mostraram que variante da bactéria não coincide com as detectadas nas hortaliças espanholas

Kacep Pempel/Reuters
Instituto de Higiene de Hamburgo continua a testar produtos encontrados em mercados e restaurantes

O surto da variante da bactéria E. coli foi classificado como "muito severo" pela Organização Mundial de Saúde (OMS). "Não sabemos qual é a origem do problema, mas estamos pedindo que todos países fiquem alertas e cooperem com as investigações", afirmou a médica Hilde Kruse, gerente do programa de segurança alimentar da OMS.

De acordo com testes feitos na Alemanha, os pepinos espanhóis não são fontes do surto que causou 15 mortes e contaminou mais de 1,4 mil pessoas na Alemanha, informou nesta terça-feira a senadora de Saúde de Hamburgo, Cornelia Prüfer-Storks.

A titular de saúde da cidade-estado alemã explicou, segundo o jornal Hamburger Abendblatt, que as análises realizadas em laboratório evidenciaram que a variante desta bactéria descoberta nos pepinos espanhóis não coincide com a encontrada nos sedimentos dos pacientes.

Prüfer-Storks indicou que as investigações comprovaram que a variante O104, isolada nos sedimentos dos pacientes examinados, especialmente agressiva e resistente a antibióticos, não coincide com a detectada nas hortaliças espanholas do mercado central de Hamburgo.

"Como antes, a fonte (do surto infeccioso) ainda não foi identificada", acrescentou a senadora de Saúde.

Prüfer-Storks, que foi a pessoa que apontou em um primeiro momento em direção aos pepinos espanhóis como fonte da infecção, reconheceu que ainda "não é possível dar por superado" o pico de casos do surto.

O Instituto de Higiene de Hamburgo mantém os testes em tomates, pepinos e alfaces em mercados, lojas de alimentação e restaurantes em busca da fonte da infecção, o que é essencial para acabar com o surto.

Desde que foi detectado o primeiro caso na semana passada, ao menos 15 pessoas já morreram, em sua maioria mulheres idosas, por causa da "E. coli Hemorrágica" e outras 1,4 mil foram contaminadas, das quais 570 vivem em Hamburgo.

Europeus trocam acusações por surto de doença na Alemanha

Governos europeus trocaram acusações na terça-feira enquanto lutam para encontrar a fonte do surto de E. coli que já matou 16 pessoas e deixou mais de mil doentes na Alemanha, Suécia e outros países.

A bactéria mortal foi ligada a princípio a pepinos contaminados da Espanha que foram importados pela Alemanha, mas as autoridades alemãs admitiram nesta terça-feira que os testes mais recentes mostraram que os pepinos não carregavam a cepa da bactéria mortífera ligada ao surto.

"A Alemanha reconhece que os pepinos espanhóis não são a causa", disse o secretário alemão da Agricultura, Robert Kloos, nos bastidores de uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia na Hungria.

Mas a norte-americana Administração de Alimentos e Fármacos (FDA, na sigla em inglês) declarou que os carregamentos de pepinos e outros alimentos cultivados na Espanha estão sendo investigados por autoridades de saúde dos EUA mesmo assim. "Por conta da informação recebida sobre o surto na Alemanha, a FDA está inspecionando os carregamentos de pepinos, tomates e alfaces da Espanha", disse Doug Karas, porta-voz da FDA.

O surto, um dos mais abrangentes do tipo, já causou tensão diplomática entre a Alemanha, Espanha, França e Rússia. Moscou proibiu a importação de alguns vegetais e ameaça estender a proibição a toda União Europeia. A ministra espanhola da Agricultura, Rosa Aguilar, criticou a reação inicial da Alemanha.

"A Alemanha acusou a Espanha de ser responsável pela contaminação de E.coli em seu território, e o fez sem provas, causando dano irreparável ao setor produtor em nosso país", afirmou ela.

A mídia espanhola relatou que Alemanha, Dinamarca, República Tcheca, Luxemburgo, Hungria, Suécia, Bélgica e Rússia estão bloqueando a entrada de pepinos espanhóis. A fonte exata da cepa virulenta da bactéria ainda é desconhecida. Cientistas dizem que as suspeitas sobre vegetais ou saladas como possível fonte são bem fundamentadas, já que o adubo de gado usado em fertilizantes pode hospedar o E. Coli.

"O E. coli pode se colar à superfície de muitos produtos frescos, como folhas de alface, de espinafre e em pepinos. Este tipo de E. coli sobrevive a condições ambientais mais severas... e produz algumas toxinas terríveis para os humanos", disse Brendan Wren, da London School of Hygiene & Tropical Medicine.

Especialistas de saúde do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, sediado em Estocolmo, (ECDC na sigla em inglês), que monitora doenças na UE, identificaram a doença como síndrome hemolítico-urêmica (HUS na sigla em inglês), uma complicação séria de um tipo de E. coli conhecido como E. coli produtora de toxina Shiga (STEC na sigla em inglês).

Os fazendeiros espanhóis estão perdendo cerca de 200 milhões de euros por semana como resultado da perda das vendas. Aguilar disse que Madri pedirá "medidas extraordinárias para compensar as enormes perdas impostas ao setor espanhol". O surto, que teve início em meados de maio, deixou mais de mil pessoas doentes até agora na Alemanha, além de pessoas da Espanha, Suécia, Grã-Bretanha, Dinamarca, França e Holanda que estiveram recentemente em território alemão.


PERGUNTAS E RESPOSTAS : Higiene previne contaminação

1. Existe mais de um tipo da bactéria?

A E.coli é um dos tipos mais comuns de bactérias. Ela existe não só no intestino humano como no de todos os animais (como bovinos e aves). O índice de coliformes fecais é medido pela quantidade dessa bactéria existente em um líquido, por exemplo. A maior parte dos tipos da bactéria não causa mal à saúde.

2. Por que alguns tipos da bactéria são mais agressivos à saúde?

Quando a bactéria adquire material genético, ela pode se tornar invasiva. Em alguns tipos, ela pode provocar diarreia, vômito e até febre - um quadro de gastroenterite infecciosa. Os tipos mais toxigênicos, como é o caso da E.coli 0157:H7, produzem uma toxina denominada shiga, que pode causar uma doença mais grave, a síndrome hemolítico-urêmica. Ela provoca a destruição das células vermelhas do sangue e o aumento da ureia no sangue, afetando os rins do paciente. Há cólicas abdominais intensas, náuseas e febre. Normalmente, ela é causada por precariedade nas condições de higiene na produção de carne bovina.

3. Como prevenir a contaminação?

O ideal é lavar muito bem os alimentos que serão consumidos crus e também higienizar bem as mãos. Caso viaje para regiões de contaminação, tenha cuidado especial com alimentos crus e malcozidos - evite comê-los.

Cerca de 2,5 mil jovens contraem o HIV diariamente no mundo, revela Unicef

De acordo com relatório, 41% dos contágios são entre pessoas de 15 a 24 anos


Johanesburgo - Cerca de 2,5 mil jovens contraem o vírus do HIV diariamente no mundo todo, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apresentado nesta quarta-feira em Johannesburgo.
Segundo o documento, elaborado pelo Unicef em conjunto com outras agências das Nações Unidas e o Banco Mundial, 41% dos contágios são entre pessoas de 15 a 24 anos, o que situa este grupo como o de maior risco, com um número de entre 4,3 milhões e 5,9 milhões de casos no mundo.

Calcula-se que cerca de 60% dos jovens soropositivos sejam mulheres; um número que se eleva para 72% na África Subsaariana, a região mais afetada do mundo, segundo o relatório publicado pelo Unicef.

"Para muitas mulheres, a infecção é resultado de maus-tratos, exclusão e estupros", assegurou o diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, através de comunicado divulgado pela imprensa.

Segundo os dados da Agência das Nações Unidas para a Aids (Unaids), incluídos no documento, a África do Sul e a Nigéria são os dois países do mundo com um maior número de casos entre jovens de 15 a 25 anos, com um número estimado em meio milhão de pessoas infectadas.

A África do Sul lidera a lista de novos contágios no mundo todo, com cerca de 190 mil novos soropositivos em 2009, segundo dados da Unaids, que revela que a maioria deles não sabe que tem a doença.

"É vital realizar testes antecipados. Nós nos propusemos a realizar 15 milhões de testes até o final de junho, e 11,9 milhões de sul-africanos já sabem se estão infectados ou não", explicou nesta quarta-feira durante a apresentação do relatório a diretora do departamento de Saúde da África do Sul.

Elhadj As Sy, diretor do Unicef para o leste e o sul da África, reconheceu que a aids "demonstrou ser a peste de nossas sociedades" e acrescentou que o relatório "não é nada agradável", mas revela o panorama que o mundo enfrenta.

Alemanha defende em bloco gestão política da 'crise do pepino'

Ao todo, 17 pessoas já morreram em decorrência da infecção; origem da bactéria é desconhecida

Tobias Schwarz/Reuters
Ministra alemã Ilse Aigner defendeu alerta das autoridades de Hamburgo sobre os produtos espanhóis

Berlim - A Alemanha fechou nesta quarta-feira fileiras em defesa da gestão política da chamada "crise do pepino" com a Espanha, depois de retificar na terça-feira suas acusações sobre as hortaliças espanholas, enquanto as pesquisas médicas seguem sem encontrar a origem do surto de "E. coli" que já provocou 17 mortes.

A ministra de Agricultura e Defesa do Consumidor alemã, Ilse Aigner, justificou a atuação das autoridades de Hamburgo, a cidade que registra a maior parte dos casos e acusou primeiramente pelo surto à agricultura espanhola, argumentando que efetivamente os pepinos analisados continham bactérias de risco.

"Hamburgo havia encontrado um agente patogênico nos pepinos procedentes da Espanha e por isso alertou publicamente", afirmou a ministra em uma coletiva à imprensa antes de uma reunião da comissão de Agricultura e Defesa do Consumidor do Parlamento federal (Bundestag).

Aigner seguiu na mesma linha da argumentação esboçada na véspera pela titular de Saúde de Hamburgo, a senadora Cornelia Prüfer-Storcks, quem indicou que em dois dos pepinos espanhóis do mercado central da cidade-estado foram detectadas "E. coli", embora depois tenha ficado provado que não era a agressiva variante a responsável pelo surto, a "O104".

Prüfer-Storcks reiterou nesta quarta-feira a pertinência de sua polêmica atuação na semana passada, com o objetivo de garantir que "a advertência não foi precipitada" e era de sua responsabilidade informar à opinião pública e aos organismos competentes em nível federal e europeu o que estava acontecendo.

"Os pepinos tinham de ser retirados do mercado. Se nesses locais continuassem sendo comercializados pepinos com 'E. coli', o Estado espanhol tinha de ser avisado para atuar", afirmou.

Na continuação de sua entrevista, a ministra defendeu-se: "se eu fosse ministra de Agricultura na Espanha trataria de investigar como a 'E. coli' chegou aos pepinos espanhóis".

Aigner e Prüfer-Storcks ressaltaram que o alerta emitido pelo Instituto Robert Koch de Berlim contra o consumo dos pepinos, alfaces e tomates crus, independentemente de sua procedência, continua vigente e é plenamente justificada.

A ministra federal, no entanto, não quis falar sobre as perdas milionárias que representou esta medida tanto na Espanha quanto na Alemanha. Nesta quarta-feira, a Confederação de Agricultores alemã reconheceu perdas semanais "superiores a 30 milhões de euros". A indústria agrária local, incluindo os dedicados aos cultivos biológicos, está destruindo grande parte de sua produção diante da impossibilidade de colocar os produtos no mercado.

Neste sentido, o porta-voz do Ministério de Agricultura germânico, Holger Eichele, esclareceu que, no caso de o setor agrícola alemão e espanhol exigir compensações, terá de reivindicar a Hamburgo, não ao Governo federal, embora tenha declarado que não há "precedente" a respeito.

Aigner teve de defender sua gestão na crise, já que não compareceu publicamente por causa desse assunto até esta segunda-feira, quando os alarmes soaram em Hamburgo oito dias antes, e garantiu que nesta quarta-feira falará com o comissário de Saúde da União Europeia, John Dalli.

A ministra assinalou que desde 21 de maio manteve "reuniões informais" e inúmeros contatos por telefone com as autoridades de saúde e agrícolas das regiões afetadas.

Prüfer-Storcks e Aigner, além disso, deram por descontado que o número de infectados seguirá aumentando nos próximos dias porque ainda não foi encontrada a origem do surto.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde do estado federado da Baixa Saxônia informou sobre a morte de uma mulher de 84 anos em Hamburgo, o que eleva o número de mortos na Alemanha para 16, à qual é preciso somar outra vítima na Suécia. O número de infectados cresceu e está atualmente em 1,6 mil, quando a média anual é de 900.

"Voltamos a registrar um significativo aumento das infecções por 'E. coli' e casos da síndrome hemolítica-umérica (SUH)", indicou Prüfer-Storcks, em referência ao sintoma mais grave da agressiva "O104" e o desencadeante final da maioria das mortes pelo surto.

O Instituto de Higiene de Münster está verificando a eficácia de um teste de detecção rápida da "E. coli", enquanto o Instituto de Medicina de Hannover está realizando testes em pacientes com um tratamento com anticorpos, com resultados iniciais promissores.

Bilinguismo detém mal de Alzheimer, diz estudo

O bilinguismo praticado diariamente atrasa por vários anos o aparecimento dos sintomas do mal de Alzheimer em idosos, revelou um estudo publicado esta terça-feira por um grupo de cientistas canadenses. Este prazo pode se estender até cinco anos, um resultado que nenhum remédio existente permite atualmente, acrescentou a pesquisa realizada pelo instituto Rotman do centro de pesquisas geriátricas Baycrest de Toronto e publicada na revista Neurology.


Os autores examinaram os expedientes médicos de mais de 200 pacientes nos quais a doença foi diagnosticada e constataram que aqueles que falavam com frequência duas ou três línguas durante vários anos se beneficiaram de um prazo de até cinco anos até aparecerem os sintomas de perda das funções mentais.

"Não estamos dizendo que o bilinguismo pode prevenir o mal de Alheimer ou outras doenças cerebrais, mas pode contribuir para criar reservas cognitivas no cérebro que parecem atrasar o aparecimento de sintomas do Alzheimer por um bom tempo", declarou o doutor Craik, especialista em cognição, citado em um comunicado da Baycrest.


Estes sintomas são perda de memória, confusão mental, dificuldade para resolver problemas e prever acontecimentos. As descobertas se somam a outras pesquisas científicas segundo as quais fatores como exercícios físicos e uma alimentação saudável podem ajudar o cérebro perante um declínio de suas capacidades cognitivas.

Estudo mostra que cérebro diminui 10 anos antes do diagnóstico de Alzheimer

Algumas partes do cérebro afetadas pelo Mal de Alzheimer começariam a encolher até dez anos antes de esta degeneração cerebral incurável ser diagnosticada, segundo um estudo divulgado nos Estados Unidos.


Embora sejam resultados preliminares, os pesquisadores consideram que esta descoberta poderá permitir um dia, com a ajuda do IRM (Imagens por Ressonância Magnética), determinar quais são as pessoas que apresentam maior risco de desenvolver a doença, muitas vezes hereditária.

Para sua pesquisa, os médicos mediram com IRMs as áreas do cérebro geralmente afetadas pelo Mal de Alzheimer de 64 pessoas saudáveis, sem problema de memória ou outros sintomas de demência. Eles as acompanharam durante um período que vai de sete a onze anos.

Eles constataram que os indivíduos com menor espessura do córtex - camada cinza que contém os neurônios, essenciais às funções cognitivas, sensoriais e motoras - representavam um risco maior de sofrer do Mal de Alzheimer em comparação com aqueles com essas mesmas partes do cérebro mais espessas.

Além disso, no grupo de onze participantes que tinham essas áreas cerebrais mais modestas, 55% desenvolveram o Mal de Alzheimer.

Em troca, nenhum paciente no grupo de nove pessoas com os maiores tamanhos dessas mesmas partes do cérebro sofreu de Alzheimer, indicam os pesquisadores que apresentaram o seu estudo na revista Neurology, publicação da American Academy of Neurology.

Cientistas preveem tratamento eficaz para o Alzheimer em 5 anos

Dentro de uns cinco anos haverá um tratamento eficaz para o mal de Alzheimer, que devolveria as faculdades mentais às pessoas acometidas pela doença, que atinge um terço dos maiores de 85 anos no mundo, afirmaram cientistas.


"Penso que estamos quase prontos para fazê-lo (ter um tratamento eficaz), acho que em cinco ou seis anos" existirá, disse à AFP o cientista japonês Kiminobu Sugaya, que participou no Panamá de uma "Conferência Internacional sobre Novas Descobertas do Cérebro".

Os cientistas correm contra o tempo para encontrar um tratamento para esta doença neurológica que leva à perda progressiva da memória e da linguagem, e para a qual não há cura por enquanto.

Há estudos muito avançados que demonstram que aumentando o número de células no cérebro de um paciente é possível deter o Alzheimer, explicou Sugaya, professor de neurociência da Universidade Central da Flórida, nos Estados Unidos.

Para isto são necessárias células-tronco, tiradas da etapa pré-natal de uma pessoa, que teriam que ser transplantadas ao paciente caso ele padeça de Alzheimer.

"Se se aumenta o número de células (no cérebro do paciente) é possível deter a doença", explicou Sugaya, que estuda este mal há quatro décadas.

O objetivo é que as células-tronco se transformem em neurônios saudáveis, que substituam os neurônios doentes, algo que Sugaya disse ter testado com sucesso em ratos.

"O grande desafio na próxima etapa é ter remédios que detenham a doença e impeçam o acúmulo da toxina beta-amiloide no cérebro", disse à AFP Daniel Chain, presidente da empresa americana Intellect Neurosciences Inc., dedicada ao estudo do Alzheimer.

A beta-amiloide é uma proteína que se acumula no cérebro dos doentes de Alzheimer, criando uma espécie de emaranhado que dificulta a comunicação entre as células, explicou.

"Penso que dentro de cinco anos haverá remédios no mercado" para reverter o Alzheimer, disse Chain, explicando que eles não só deteriam o avanço da doença, como também poderiam restaurar os danos no cérebro do paciente.

"Nenhum dos fármacos que estão disponíveis hoje no mercado são eficazes contra a doença", acrescentou o especialista americano.

Os medicamentos "são administrados (ao paciente) para melhorar sua vida diária, mas não estão fazendo nada no cérebro para retardar o avanço do mal", reforçou a cientista panamenha Gabrielle Britton.

"O maior desafio agora é poder identificar um biomarcador (uma proteína ou um gene) que nos permita poder dizer, 'esta pessoa vai ter Alzheimer', para lidar com a doença desde cedo", acrescentou Britton, pesquisadora do Centro de Neurociências do Panamá.

Os especialistas asseguram que o Alzheimer têm um componente genético em 10% dos casos.

Segundo afirmou Britton, metade dos maiores de 85 anos no mundo sofrem de algum tipo de demência e a mais comum entre elas é o mal de Alzheimer.

A doença deve seu nome ao psiquiatra e neurologista alemão Alois Alzheimer (1984-1915), que no começo do século XX identificou seus sintomas e a degeneração que causa no cérebro.

Alerta da OMS relacionando celulares e câncer gera polêmica


O alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o uso do telefone celular causou polêmica pelo mundo após a divulgação de um estudo que relaciona o aparelho com o aparecimento de câncer.

A organização informou que existe a possibilidade das ondas emitidas pelos aparelhos provocarem câncer no cérebro, mas muitos médicos dizem que não há motivo para alarme.

Pesquisadores perceberam uma incidência alta em pacientes que usaram o celular pelo menos meia hora por dia, no período de dez anos. A agência classificou a radiação emitida pelos celulares como possivelmente cancerígena, na mesma categoria do chumbo, dos gases emitidos pelos motores de carro e do clorofórmio.

Novas pesquisas mostram a importância da vitamina K na coagulação

No frio a tendência é deixar a salada de lado, mas as verduras devem continuar sendo consumidas, porque são ricas em vitaminas K

REPOLHO - 339 mcg a cada 100g do alimento, porção que equivale a uma xícara de chá do vegetal cru e picado

O nutriente importante especialmente para pessoas medicadas com anticoagulantes: pacientes que já passaram por algum evento cardiovascular importante, como enfarte, trombose e acidente vascular cerebral (derrame), por exemplo.

Professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF), a nutricionista Silvia Custódio estudou a interferência da vitamina K na coagulação sanguínea em sua tese de doutorado, defendida na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 2001. Foi nessa época que ela fez contato com o Laboratório da Vitamina K, um centro especializado em estudos sobre o nutriente que fica na Universidade Tufts, em Boston (EUA).

Após nove anos de novos estudos, Silvia acaba de escrever um artigo ainda inédito que propõe a revisão das propriedades do nutriente. "Já se falou bastante sobre a relação da vitamina K com a coagulação e, agora, a discussão é sobre as novas funções que os pesquisadores têm atribuído a ela. A mais recente linha de pesquisa indica que a vitamina K teria um efeito benéfico para o coração por inibir a calcificação vascular, ou seja, a formação de placas endurecidas nas artérias, que contribuem para o entupimento delas", esclarece.

Segundo a pesquisadora, a vitamina K aparece nos estudos internacionais relacionada ainda à manutenção dos ossos. Isso, segundo ela, pode mudar a indicação de consumo do nutriente feita pelos nutricionistas: 120 mcg (microgramas) por dia para homens adultos e 90 mcg para mulheres. "Esses dados se referem ao equilíbrio da coagulação sanguínea. Estima-se que a ingestão, para garantir a saúde óssea, deva ser até quatro vezes maior", diz.

A vitamina K, explica Silvia, é necessária para ativar uma das principais proteínas dos ossos, a osteocalcina. Já na coagulação, interfere por ter ação anti-hemorrágica, estimulando a coagulação. "É por isso que, em usuários de anticoagulantes, controlar a ingestão de vitamina K é tão importante. O ideal é que o consumo de alimentos ricos nessa substância seja constante, em quantias semelhantes todos os dias, para manter a coagulação equilibrada. É uma preocupação pertinente sobretudo no inverno, quando o consumo de vegetais costuma cair", comenta a nutricionista Viviane Ferrari, que também investigou a vitamina K em sua dissertação de mestrado, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

A nutricionista Camila Leonel, mestre em nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ressalta que a vitamina K é lipossolúvel e, portanto, depende das gorduras ingeridas na alimentação para ser absorvida. "É por isso que, em dietas muitos restritivas, praticamente sem gordura, pode haver uma carência desse nutriente", ensina. Segundo ela, o consumo de suplementos também pode interferir no aproveitamento da vitamina K. "Se a pessoa ingerir uma dose aumentada de vitamina A ou de vitamina E pode haver uma diminuição do aproveitamento da vitamina K, já que esses dois nutrientes também são lipossolúveis e competem no corpo pelo mesmo ponto de absorção no intestino", explica.

De acordo com Camila, a vitamina K também é produzida por bactérias que vivem no intestino humano, mas de forma reduzida. "A principal fonte ainda é a alimentação. O ideal é que se consuma de três a cinco porções por dia de folhosas, frutas ou hortaliças. No caso das folhas, uma porção equivale a um prato de sobremesa", diz.

Conheça alguns alimentos ricos em vitamina K:

ÓLEOS - Os óleos vegetais, à base de canola, soja e milho, também contêm quantidades relevantes de vitamina K, segundo a nutricionista Camila Leonel, da Unifesp. "Para os óleos, é bom ter cuidado com o tipo de embalagem, já que a vitamina K é bastante sensível à luz. O melhor é escolher o óleo que vem em lata e evitar as embalagens transparentes", indica. Outro cuidado é com o armazenamento dos alimentos. "A exposição ao ambiente diminui a ação da vitamina K, já o congelamento e o cozimento não têm tanto impacto", completa.

REPOLHO - 339 mcg a cada 100g do alimento, porção que equivale a uma xícara de chá do vegetal cru e picado

AGRIÃO - 315 mcg de vitamina K a cada 100g de alimento, porção que equivale a um prato de sobremesa cheio

BRÓCOLIS - 179 mcg de vitamina K a cada 100g de alimento, porção que equivale a dois talos médios cozidos

ESPINAFRE - 380 mcg de vitamina K a cada 100g do alimento, porção que equivale a um pires de chá da verdura refogada

SALSA - 548 mcg de vitamina K a cada 100 g, porção que equivale a uma xícara
e meia de chá

Cientistas britânicos identificam colesterol "ultra-ruim"

Textura extremamente pegajosa desse tipo de gordura favorece o surgimento de placas de gordura que entopem os vasos sanguineos


Uma nova forma de mau colesterol, também chamado de lipoproteína de baixa densidade (do inglês, Low Density Lipoprotein, ou LDL), foi identificada em pessoas com alto risco de doenças cardíacas, informaram esta semana pesquisadores britânicos.

A equipe de pesquisa constatou que o chamado colesterol MGmin-LDL tem textura extremamente pegajosa, o que o torna mais propenso a aderir às paredes das artérias e formar placas de gordura – que podem ocasionar um infarto ou AVC.

Segundo os pesquisadores, a descoberta oferece uma possível explicação para o risco maior de doença arterial coronária em diabéticos, podendo também ajudar pesquisadores a desenvolver novos tratamentos para combater o colesterol alto.

No estudo financiado pela Fundação Britânica do Coração, pesquisadores da Universidade de Warwick desenvolveram o MGmin-LDL em laboratório por meio do processo de glicação, no qual grupos de açúcares são adicionados ao colesterol LDL normal. O processo alterou a forma do colesterol, deixando-o mais pegajoso e mais propenso a desenvolver as placas de gordura que provocam o estreitamento das artérias e reduzem a circulação sanguínea. Por conta desse perfil extremamente prejudicial, o MGmin-LDL foi batizado pelos pesquisadores como colesterol "ultra-ruim”.

As pesquisas, publicadas na edição online do periódico científico Diabetes, podem ter implicações significantes no tratamento da doença vascular coronariana, principalmente em idosos e em diabéticos do tipo 2.

De acordo com os pesquisadores, os resultados do estudo são especialmente importantes para compreender como o medicamento metformina, usado no tratamento do diabetes tipo 2, combate doenças cardíacas ao bloquear a transformação do LDL em um LDL super-aderente.

“Estamos empolgados em saber que nossa pesquisa pode possibilitar uma melhor compreensão deste tipo de colesterol, que parece contribuir para a ocorrência de doenças cardíacas em diabéticos e idosos”, disse Naila Rabbani, professora da Escola de Medicina da Universidade de Warwick que liderou o estudo.

Ela complementou: “O próximo desafio é conseguir combater este tipo de colesterol tão perigoso com tratamentos que poderiam ajudar a neutralizar seus efeitos nocivos às artérias”.

Entenda a doença celíaca

Ela é causada pela intolerância permanente ao glúten, proteína presente no trigo, centeio, malte e na aveia


De origem genética, a doença celíaca é uma desordem autoimune (o organismo ataca a si mesmo).

Trata-se de uma enfermidade causada pela intolerância permanente ao glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada, malte e aveia.

Nos Estados Unidos e na Europa estima-se que uma em cada 200 pessoas apresente a doença. No Brasil, a estimativa é de uma em cada 600 pessoas, e o sexo feminino parece ser mais afetado do que o masculino, na proporção de três mulheres para cada homem.

“Ela pode se manifestar em qualquer pessoa e em qualquer etapa da vida. A forma clássica da doença é frequente em crianças, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida. Por ser uma doença genética, muitas pessoas nascem com a doença, porém a manifestam anos depois. Familiares de primeiro grau do celíaco têm mais chances de apresentar a doença: uma em cada 10 pessoas”, explica a nutricionista Mariana Pizzoccaro, da Grani Amici, de São Paulo.

De acordo com o especialista americano Thomas O’Bryan, palestrante do 2° Gluten Free Internacional, muitos pacientes levam até 30 anos para descobrir a doença e passam por cerca de cinco médicos até obter o diagnóstico preciso.

O glúten causa uma reação inflamatória do intestino delgado, provocando a atrofia das vilosidades da mucosa intestinal, responsáveis pela absorção de nutrientes. Os sintomas são variáveis de acordo com a gravidade da doença e com cada organismo.

“O quadro clássico é representado por diarreia crônica, cansaço, dor e distensão abdominal, inchaço, flatulência e alguns outros indicativos, como má absorção de nutrientes, causando anemia, osteoporose, desnutrição e perda de peso. Em alguns casos, a doença celíaca é assintomática, ou seja, a pessoa não sente nenhum sintoma”, diz Mariana Pizzoccaro.

A partir do momento em que se é diagnosticado celíaco, o glúten deve ser retirado completamente da dieta e o mais rápido possível.

A desordem não é tratada com medicamentos ou prevenida com vacinas. O único tratamento é a exclusão total (e por toda a vida) do glúten na dieta. Caso o celíaco volte a consumi-lo, os danos e sintomas voltam rapidamente. Segundo a especialista, após suspensão da proteína, a recuperação da mucosa inicia-se imediatamente.

“Pacientes relatam melhoras após duas semanas a um mês de dieta sem glúten, mas o tempo para o total restabelecimento anatômico leva de um a dois anos, em média.“