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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Superbactérias driblam medicação e deixam rastro de mortes pelo mundo

Reprodução/Daily Mail
Bactérias aprenderam mecanismo resistente aos antibióticos
Organismos como a KPC já contaminaram pacientes em diversos países, inclusive no Brasil
 
Oportunistas, traiçoeiras, letais: como combater inimigas com estas propriedades? Essa é a pergunta que o mundo todo se faz diante da ameaça cada vez mais constante das epidemias de superbactérias, organismos causadores de doenças e resistentes até aos mais modernos antibióticos disponíveis no mercado.
 
Desde 1996, quando foi identificada pela primeira vez a KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), diversos países já sofreram surtos de graves infecções causadas pela bactéria, uma mutação genética que aprendeu a se defender da ação dos medicamentos criados para exterminá-la.
 
O Brasil, por exemplo, registrou casos de pacientes infectados pela KPC em 2014, e, no começo deste ano, uma epidemia explodiu nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal, onde, ao todo, 35 pessoas apresentaram micro-organismos desse tipo.
 
A KPC costuma afetar pacientes hospitalizados e com imunidade baixa — por isso, doentes internados na UTI são alguns de seus alvos mais comuns. A superbactéria pode atingir qualquer órgão do corpo humano, mas suas manifestações mais frequentes são como agentes causadores de pneumonia e infecção urinária.
 
Em um dos casos mais relevantes do surto de junho passado, uma mulher de 83 anos deu entrada no hospital com quadro de pneumonia e, ao ser admitida para tratamento, contraiu a nova infecção por KPC.
 
A suspeita é de que o problema tenha surgido depois que os antibióticos que eram ministrados à paciente para o tratamento do problema respiratório acabaram, e a instituição optou por substitui-los por uma nova medicação.
 
De acordo com o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, a interrupção no uso de uma medicação desse tipo, seja em nível doméstico, seja em ambiente hospitalar, está intimamente ligada ao surgimento e desenvolvimento das superbactérias.
 
— A pessoa às vezes tem algo simples, como uma sinusite, e o médico receita 21 dias de antibiótico. Ao tomar por uma duração diferente desta, o paciente estimula bactérias que já têm alguma tendência a resistir à medicação, e então surge o problema.
 
Nos Estados Unidos, 179 foram colocadas em alerta após duas mortes serem registradas por infecção pela ERC, outra superbactéria que se aloja em organismos debilitados, em geral de pacientes em recuperação após cirurgias.
 
Nesse caso, os dois mortos tinham em comum o fato de terem passado por intervenções com duodenoscópios, instrumentos usados no tratamento e diagnóstico de problemas no pâncreas e na vesícula.
 
Em um estudo encomendado pelo governo britânico em 2014, e coordenado pelo economista Jim O’Neill, o cenário médico da luta de medicações versus organismos resistentes parece assustador.
 
De acordo com entrevista de O’Neill à rede de notícias BBC, publicada à época da divulgação dos resultados, as mortes causadas por esse problema crescerão vertiginosamente no mundo todo.
 
Na Nigéria, por exemplo, uma em cada quatro mortes, a partir de 2050, poderá ser atribuída a infecções resistentes a antibióticos. Já na Índia, dois milhões de mortes adicionais seriam registradas anualmente.


 
R7

TelessaúdeRS/UFRGS lança novas edições de cursos online sobre saúde mental, nutrição e tratamento de feridas

O TelessaúdeRS/UFRGS abriu novos ciclos de cursos online para profissionais de saúde da Atenção Básica de todo o Brasil. Os temas abordados serão avaliação e tratamento de feridas, nutrição e saúde mental no SUS e os cursos serão realizados entre agosto e outubro. As vagas são limitadas
 
Avaliação e Tratamento de Feridas na Atenção Primária à Saúde - A terceira edição do curso é voltada para enfermeiros e médicos que atuam nas unidades de saúde de Atenção Básica no Brasil. Serão abordados os aspectos clínicos e possibilidades de tratamento de diferentes tipos de lesões de pele, comuns à rotina desses profissionais. Interessados poderão inscrever-se entre os dias 29 de julho e 12 de agosto, por meio do link.
 
Nutrição na Atenção Primária a Saúde: Guia Alimentar e Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Essa é a primeira edição do curso, que é direcionado a todos os profissionais que atuam na Atenção Básica do SUS em todo o território nacional e que estejam devidamente cadastrados no CNES.
 
Os conteúdos tratarão sobre o novo Guia Alimentar para a População Brasileira e aspectos de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes, hipertensão, além de aspectos dos principais transtornos alimentares.
 
Inscrições poderão ser feitas entre 05 de agosto e 26 de agosto pelo link.
 
Saúde Mental para Médicos da Atenção Primária à Saúde - O curso tem como objetivo qualificar médicos que atuam na Atenção Básica, focando no diagnóstico, abordagem e acompanhamento de pacientes em saúde mental.
 
O período de inscrições será entre 29 de julho e 19 de agosto, pelo link.
 
Mais informações sobre os cursos e cronograma podem ser verificadas no Portal de Teleducação do TelessaúdeRS/UFRGS em http://www.ufrgs.br/educatele/cursos.
 
Fonte: Equipe de Comunicação do TelessaúdeRS/UFRGS

3 mitos sobre cuidados paliativos

Por Priscila Cruzatti
 
Há alguns meses   conversei com a médica Maria Goretti Sales Maciel*, presidente da Associação Nacional de Cuidados Paliativos, sobre diversos aspectos dos cuidados paliativos no Brasil e no mundo, como lidamos com isso na esfera pofissional e pessoal. Uma coisa que me marcou muito nessa entrevista foi o que ela chamou de desculpas amarelas: falsas desculpas que contamos para os outros para convencermos a nós mesmos porque não paliamos.
 
Goretti me explicou os três exemplos abaixo:
 
A Família não concorda: está no código de ética médica – em situações irreversíveis e terminais que o médico tem que oferecer o melhor cuidado paliativo possível. É muito importante que a família seja preparada ao longo desse processo, bem como o paciente, mas a família aceitar (ou não) o diagnóstico do paciente não deve mudar a conduta médica, um vez que o médico acredite que não há indicação de outras condutas mais radicais ou invasivas para o prolongamento da vida.
 
Claro que a família não pode ficar desamparada,  precisando receber também  cuidados adequados nessa situação, como apoio psicológico por exemplo, para facilitar a tomada de decisão . Além disso, tanto o paciente quanto a família têm o direito de solicitar uma segunda opinião médica.
 
Judicialização: O médico que não realizar uma intervenção (RCP, por exemplo) em um paciente pode ser acusado de omissão de socorro? Se a intervenção não evita o evento morte   de um paciente terminal, então não é omissão. Conforme a resolução 1.805/06 do CFM, que respalda o profissional perante a justiça, é permitido ao médico limitar ou suspender os procedimentos ao final da vida em caso de doença grave ou incurável.
 
Mais uma vez, se o paciente e a família estão cientes do processo de terminalidade, não há surpresas – a morte é algo esperado e o médico não será culpabilizado. É sempre bom lembrar: registe tudo no prontuário do paciente! É importante registrar o diagnóstico e a conduta, e sempre que conversar com o paciente e família sobre o diagnóstico, prognóstico e condutas a serem tomadas.
 
“Eu não sabia que ele(a) estava em cuidados paliativos”: quem nunca descobriu na troca de plantão que aquele paciente  internado está na UTI depois de  uma mega intervenção  porque o plantonista não sabia que ele estava em cuidados paliativos? Isso acontece porque  temos problemas quanto à qualidade dos registros médicos nos prontuários. É necessário registrar tecnicamente no prontuário, sem nenhum medo ou constrangimento, o diagnóstico e a conduta a ser tomada (se não tem mais indicação de proceder em medidas de suporte de vida, se será feito um tratamento conservador) para que a equipe inteira esteja alinhada e respaldada.
 
Em muitas situações é possível que até mesmo o médico plantonista consiga identificar que se trata de um paciente terminal que não se beneficiará de uma determinada intervenção.
 
Fato é: para perdermos o medo e pararmos de inventar desculpas para nós mesmos, precisamos lidar com a morte e com a família e isso, muitas vezes, é frustante para o profissional que está disposto a salvar vidas.
 
Não adianta chegar na última hora para a família e falar que o paciente está morrendo, e somente então oferecer os cuidados paliativos, e esperar que aceitem bem. É até incoerente, poiso cuidado paliativo não começa no último dia de vida da pessoa (veja esse exemplo do Medicare). E lembre-se que não podemos penalizar o paciente, às vezes é necessário protegê-lo  da própria família. Quanto mais cedo ele for informado sobre suas perspectivas e cuidados, mais autonomia ele terá e mais o profissional estará seguro. Isso é humanização para o paciente, para a família e para os trabalhadores da saúde.
 
*Paliativista há 15 anos, Goretti é Médica, especialista medicina de família e comunidade e presidente da ANCP – Associação Nacional de Cuidados Paliativos, Membro da Câmara Técnica sobre a Terminalidade da Vida e os Cuidados Paliativos do Conselho Federal de Medicina (CFM); diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE-SP).
 
Saúde Business

Caso grave de aneurisma cerebral é tratado com procedimento inédito no país

Um caso grave de aneurisma cerebral de uma paciente de 68 anos foi tratado com um procedimento inédito no país pelo Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo
 
A cirurgia foi feita  no dia 6 de julho e é considerada um sucesso: ela aliou duas técnicas, a microcirurgia e a terapia endovascular, que já são utilizadas no tratamento mas, desta vez, utilizadas juntas, de forma simultânea, em um único procedimento.
 
Há dez meses, essa paciente passou a ter um tipo de dor de cabeça atípica, diferente do que ela já havia sentido antes. A paciente então procurou um médico no estado onde vivia, em Tocantins, que lhe pediu uma tomografia. “Essa tomografia evidenciou a presença de um aneurisma cerebral, algo que já não é usual. Não é frequente os aneurismas cerebrais aparecerem nas tomografias. No caso dela apareceu por causa do tamanho maior do que o habitual”, contou Sérgio Tadeu Fernandes, neurocirurgião do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, em entrevista à Agência Brasil. “Mas na cidade não tinham os recursos necessários e a família a trouxe para São Paulo.”
 
O risco do procedimento era alto. No início, a equipe médica do hospital pensou em fazer um procedimento microcirúrgico. “Mas como o caso demandava um tipo de cirurgia que é extremamente trabalhosa e com risco muito alto, a equipe pensou em minimizar esse risco combinando as duas técnicas”.
 
A cirurgia da paciente demorou em torno de cinco horas. Caso fosse feita apenas a microcirurgia, por exemplo, a estimativa é de que a cirurgia poderia demorar bem mais, em torno de oito ou dez horas. “E com um risco muito maior”, explicou o médico.
 
“A cirurgia começou com a microcirurgia convencional. E aí passamos para o procedimento cirúrgico convencional, em que é feita uma incisão e se retira uma parte do osso. Posicionamos, então, um microscópio cirúrgico e, por meio dele, chegamos na lesão e identificamos o aneurisma. Uma equipe inseriu um cateter na artéria femural e foi com ele até o local onde essa lesão estava", conta o especialista.
 
"Por meio desse cateter se passou um microbalão e aí, quando ele foi posicionado no ponto exato desse aneurisma, esse balão foi insuflado e, com ele cheio, impediu que o sangue passasse por dentro do aneurisma. Voltamos para a microcirurgia, esvaziando o aneurisma e deixando a bolha flácida. E não sangrava porque o balão impedia esse sangramento. E esse balão serviu de base depois para colocarmos, na base do aneurisma, alguns clipes [de titânio, empregado para excluir o aneurisma da região cerebral sem prejuízo da circulação] sem que isso prejudicasse o vaso normal”, disse Fernandes.
 
Após três dias da cirurgia, a paciente teve alta. “Foi uma recuperação fantástica”, disse o médico.
 
A ideia agora é que o novo procedimento possa ser adotado em vários outros casos de aneurisma, dependendo do tipo, já que ele não pode ser aplicado em todos os casos. O problema, alertou o neurocirurgião, é que seria preciso investir no aparato tecnológico, por exemplo, para a sala de cirurgia, e também no recurso humano, ou seja, na formação e no aperfeiçoamento dos médicos e na disponibilidade deles.
 
“O aneurisma cerebral não é uma doença frequente. Por isso, não se justifica investimento em todos os hospitais. Seria um desperdício montar essa estrutura [em todos os hospitais] para fazer uma cirurgia dessas a cada três meses. Mas uma forma racional seria ter centros de excelência e que eles estejam capacitados e adaptados para receber a demanda da rede,” observou.
 
Aneurisma
O aneurisma cerebral é uma doença que atinge entre dez e 15 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos em todo o mundo. “Não é uma doença frequente, atingindo em torno de 3% da população mundial”, disse Fernandes. No entanto, ela é grave, podendo levar à morte.
 
O aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede de um vaso sanguíneo do cérebro. “Costumamos usar uma analogia que é a seguinte: imaginemos que, no encanamento de sua casa, forme-se uma bolha em algum ponto. Entendemos que esse ponto é fraco e isso é o aneurisma cerebral: uma bolha que se forma nos vasos do cérebro. E o risco que existe nessa bolha no encanamento é de ela estourar, de dar uma infiltração na parede ou de provocar uma inundação no cômodo da sua casa. No aneurisma cerebral é a mesma coisa: pode acontecer só uma infiltração ou ter um extravasamento desse sangue quando a bolha estoura, o que seria um tipo de derrame cerebral”, explicou o médico.
 
“Quando ela estoura e provoca o sangramento, é uma doença muito grave. Quando acontece essa ruptura, 50% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias de evolução da doença, 40% têm algum grau de sequelas e só 10% voltam a ter a vida que tinham antes de ter esse tipo de derrame por aneurisma cerebral”, acrescentou.
 
Agência Brasil

Veja 5 mudanças no estilo de vida que protegem seu cérebro do Alzheimer

Perda de iniciativa é um dos sintomas do Alzheimer
Estresse, sono de má qualidade, dieta inadequada e outros hábitos ruins podem aproximar o Alzheimer
 
Serão necessários ainda alguns anos para cientistas provarem se algumas das drogas experimentais contra o Alzheimer podem realmente ao menos retardar a doença. A população idosa, no entanto, está em risco agora.
 
Sejam quais forem as conclusões com as drogas, é preciso saber que há passos saudáveis a serem seguidos diariamente, que vão desde um bom sono até lidar com estresse e estudar, que pode diminuir o risco de Alzheimer, segundo pesquisadores.
 
Fazer mudanças no estilo de vida “parece mais promissor do que os remédios, até agora”, disse Richard Lipton do Albert Einstein College of Medicine, de Nova Iorque. Seu laboratório, pesquisa o envelhecimento. As descobertas sobre o estresse, por exemplo, fez que Lipton prontamente começasse a praticar Ioga.
 
Há cinco dicas para proteger o seu cérebro contra a perda de memória, baseado na pesquisa da conferência internacional da Associação de Alzheimer.
 
1. Melhor fechar os olhos: estudos com mais de seis mil pessoas ligaram a baixa qualidade do sono – especialmente a apneia – à perda de memória precoce, conhecida por enfraquecimento cognitivo leve, que, por sua vez, pode aumentar o risco futuro de Alzheimer. Outra pesquisa mostrou que uma qualidade ruim de sono pode incentivar o depósito de uma proteína chamada amiloide, que caracteriza o Alzheimer.
 
O ideal é conversar com o médico se estiver tendo problemas ligados ao sono, aconselha Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, em São Francisco. “Distúrbios de sono são comuns, e consideramos muitos deles tratáveis”.
 
2. Exercite a sua massa cinzenta: idosos são frequentemente aconselhados a fazer palavras cruzadas, tomar lições de música ou aprender uma nova língua para manter o cérebro ativo. O efeito protetor desse aprendizado, no entanto, pode começar décadas antes na vida.
 
Na Suécia, pesquisadores do Instituto Karolinska investigaram boletins e registros de trabalho de mais de sete mil idosos. Altas notas quando crianças estavam relacionadas com um risco mais baixo de demência na idade mais avançada. Então, um trabalho que necessite de conhecimento de  números ou, para mulheres, interações complexas com pessoas – ocupações como pesquisadoras ou professoras, pode ser benéfico contra o Alzheimer.
 
A razão? Aprender e pensar complexamente fortalece as conexões entre as células nervosas, construindo o que se chama de “reserva cognitiva”, então com a chegada do Alzheimer, o cérebro pode resistir mais aos danos antes que os sintomas se tornem aparentes.
 
3. Mova-se: o que é bom para o coração é bom para o cérebro também, e a atividade física conta na lista. Pressão alta, diabetes, colesterol alto podem aumentar o risco de enfraquecimento da memória a longo prazo.
 
É bom começar cedo: um estudo acompanhou os hábitos de 3200 jovens adultos por 25 anos, e descobriu que aqueles que menos ativos apresentaram uma cognição pior na meia idade.
 
Comportamentos sedentários, como ficar sentado assistir à TV, desempenharam um papel significativo para esse resultado. Yaffe - que levantou da sua mesa para passar mais tempo em pé – se preocupa com o tempo que as crianças passam em frente à televisão.
 
4. Não se esqueça da saúde mental: depressão na meia idade ou terceira idade é um fator de risco para o Alzheimer. Pesquisadores de Harvard descobriram que a solidão acelera o declínio cognitivo por meio de um estudo que rastreou mais de oito mil idosos por mais de uma década.
 
Estresse também faz mal ao cérebro, disse Lipton. E não é só experimentar o estresse, já que todos têm contato – mas como se lida com ele. Pensar demais sobre eventos estressores, por exemplo, prolonga os efeitos maléficos às células cerebrais. Um estudo descobriu que idosos que tinham menos ferramentas para lidar com o estresse estavam mais propensos a desenvolver um enfraquecimento cognitivo quase quatro anos antes do que idosos que lidavam bem com o estresse.
 
5. Tenha uma dieta saudável: dietas ricas em frutas e vegetais e pobres em gorduras e açúcar são ótimas para as artérias que mantêm o sangue fluindo para o cérebro. Diabetes tipo 2, o tipo que está ligado ao excesso de peso, aumenta o risco de demência ao longo da vida.
 
O laboratório de Lipton descobriu que uma dieta saudável diminuiu o risco de perda de funções assim que as pessoas ficam mais velhas, em como o cérebro presta atenção nas coisas, organiza e realiza tarefas.
 
AP / iG

Remédio consegue "rejuvenescer" sistema imunológico de idosos

Idosos: sistema imune caminha para o colapso
Thinkstock/Getty Images
Idosos: sistema imune caminha para o colapso
Já em uso para evitar rejeição depois de transplantes de órgãos, medicamento aumentou as defesas do organismo de idosos
 
Um remédio atualmente em uso nos transplante de órgãos (rapamicina) pode esconder a chave para uma longevidade com saúde, retardando o envelhecimento fisiológico do sistema imunológico nos idosos.
 
Uma dose de rapamicina desliga um "interruptor molecular" (conhecido por mTor) e, portanto, rejuvenesce o sistema imune, deixando-o mais forte, por exemplo, contra infecções como a gripe. A descoberta é fruto de um estudo dos núcleos de pesquisa da empresa Novartis de Siena (Itália) e Boston (EUA), junto com a Universidade Standford, na Califórnia (também nos EUA), publicado na revista Science Translational Medicine.
 
O estudo, que tem entre os autores Joan Mannick, Giuseppe Del Giudice e Maria Lattanzi, pode forncer informações importantes para retardar o envelhecimento: não por acaso a rapamicina se demonstrou capaz de alongar a duração da vida de ratos. Em outubro de 2014, em um congresso em Seattle (EUA), pesquisadores anunciaram o início dos experimentos em cães usando a rapamicina para ver se o fármaco também pode alongar a vida desses animais.
 
Até agora, no entanto, o medicamento não havia sido estudado em seres humanos no âmbito da pesquisa sobre envelhecimento.
 
O sistema imunológico nos idosos é debilitado e caminha para um declínio inexorável. Não é por acaso que os idosos são mais suscetíveis a infecções e, por exemplo, a vacina contra a gripe tem menos eficácia neles.
 
Os especialistas americanos e italianos mostraram que os idosos que receberam uma dose experimental de rapamicina desenvolveram 20% a mais de anticorpos contra a gripe em seguida da vacinação; enquanto que, depois da administração do medicamento, o sistema imune deles pareceu rejuvenescer, apresentando um menor número de células que criam obstáculos para o bom funcionamento das defesas imunológicas.
 
Os resultados do estudo também permitem aos centistas vislumbrar a possibilidade de retardar o envelhecimento da defesa imune de idosos apenas "desligando" o mTor.
 
iG

FDA aprova novo medicamento contra colesterol

Estudos realizados com o composto mostraram que os participantes tiveram redução de até 60% do LDL (colesterol ruim) quando comparados com grupos que receberam placebo
 
A FDA, a agência reguladora americana, aprovou nesta sexta-feira um novo medicamento para tratar pacientes com colesterol. Batizado de Praluent, das farmacêuticas Sanofi e Regeneron, é o primeiro de uma nova classe promissora para combate à doença.
 
Administrado em formas de injeções, o composto é indicado para doentes com hipercolesterolemia familiar, afecção de origem genética gravíssima caracterizada por uma concentração absurda de colesterol ruim, o LDL, nos vasos sanguí­neos, em combinação com dieta e estatinas. O remédio também poderá ser indicado a pacientes com doenças cardiovasculares que tenham sofrido ataques cardíacos ou derrames e que necessitem de redução extra do colesterol ruim.
 
De acordo com a FDA, a aprovação ocorreu após a realização de cinco estudos controlados com placebo em que 2 476 participantes foram expostos ao Praluent. De acordo com os resultados, os participantes que receberam o medicamento tiveram redução de até 60% nos níveis de LDL (colesterol ruim), quando comparados aos voluntários que receberam placebo.
 
Concebido a partir de anticorpos, o novo remédio age impedindo a ação da proteína PCSK9. Presente no fígado e no intestino, a proteína destrói os receptores que se encaixam no colesterol ruim e o tiram de circulação. Assim, ao impedir sua ação, os medicamentos permitem que os receptores se liguem ao LDL e baixem seus níveis no sangue.
 
Ainda não há data definida para o lançamento do Praluent no Brasil.
 
Veja

Oito invenções médicas de baixo custo que podem salvar milhões de vidas

Malária pode ser diagnosticada em 1 segundo
Disease Diagnostical Group
Malária pode ser diagnosticada em 1 segundo
Iniciativa identifica tecnologias de alto impacto que têm potencial de transformar o mundo nos próximos 15 anos
 
Trinta dessas inovações foram compiladas pelo Innovation Countdown 2030 (IC2030), uma iniciativa para identificar tecnologias de alto impacto que têm potencial de transformar o mundo nos próximos 15 anos, com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates e da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional, entre outros grupos.
 
A iniciativa visa difundir essas inovações, mas a produção em grande escala e a liberação de patentes muitas vezes emperram essa popularização.
 
Conheça oito produtos que são capazes de revolucionar a saúde global e prevenir milhões de mortes:
 
1 - Embalagem de nylon auxilia partos complexos
Desenvolvido originalmente pelo mecânico de carros argentino Jorge Odón, este gadget de baixo custo é usado para ajudar etapas finais de partos em circunstâncias difíceis, período em que complicações podem levar à hemorragia da mãe e a traumas no recém-nascido.
 
Embalagem de nylon auxilia partos complexos
Ministério da Ciência da Argentina: Embalagem de nylon auxilia partos complexos
 
O "Odón Device" - uma embalagem de polietileno que é envolta e inflada ao redor da cabeça do bebê - é mais segura e simples de usar do que um fórceps ou um extrator a vácuo, fazendo dele uma boa alternativa para agentes de saúde menos treinados. Como ele vem dobrado em pequenos sachês, também é facilmente transportado a áreas remotas.
 
2 - Caixa torna água segura para beber
O clorador Zimba é uma resposta à crise da água em países em desenvolvimento e está sendo testado em residências na Índia, em Bangladesh e no Nepal.
 
Caixa torna água segura para beber
Zimba: Caixa torna água segura para beber
 
A grande caixa azul tem um compartimento previamente carregado como uma solução de hipoclorito de sódio - água sanitária, em outras palavras.
 
Quando o aparelho é conectado a uma fonte de água, a pressão do líquido desencadeia a liberação da quantidade adequada de cloro para desinfetar a água.
 
Especialistas calculam que a solução simples pode salvar a vida de até 1,5 milhão de crianças até 2030.
 
3 - Camisinha e cateter salvam vidas de mulheres
Uma camisinha conectada a um cateter forma uma solução barata encontrada pelo Hospital Geral de Massachusetts (EUA) para reduzir o enorme número de mulheres que morrem ao dar à luz: uma a cada dois minutos no mundo, segundo a ONG Saving Lives at Birth.
 
Camisinha e cateter salvam vidas de mulheres
Massachusetts General Hospital: Camisinha e cateter salvam vidas de mulheres
 
O kit, que conta com materiais acessíveis, tem o objetivo de conter graves hemorragias no pós-parto e está sendo usado, atualmente, no Quênia e em Serra Leoa.
 
Funciona assim: a camisinha é inserida no útero e inflada com água filtrada através do cateter, criando pressão para interromper o sangramento.
 
4 - Respirador vertical para recém-nascidos em perigo
Um a cada dez recém-nascidos do mundo tem problemas respiratórios imediatamente após nascer.
 
Respirador vertical para recém-nascidos em perigo
LAERDAL: Respirador vertical para recém-nascidos em perigo
 
Um ressucitador neonatal reutilizável e fácil de montar foi criado para prevenir mortes em locais carentes, onde muitas vezes não há equipamentos adequados para ajudar os bebês a respirar.
 
O aparelho consiste em um bulbo que, ao ser pressionado pelo agente de saúde, infla os pulmões do bebê inconsciente. O design vertical é uma novidade, cujo objetivo é melhorar a adequação do produto e permitir que o máximo de ar seja aproveitado.
 
5- Anticoncepcionais injetáveis em dose única
Contraceptivos injetáveis já são um dos métodos mais populares de prevenção da gravidez em países em desenvolvimento, mas a técnica até o momento não é amplamente disponibilizada à população fora de hospitais.
 
Agora, um anticoncepcional de dose única que vem embalado com uma agulha - para ser aplicado sob a pele - está sendo distribuído em Burkina Faso, Níger, Senegal e Uganda.
 
Uma dose garante três meses de proteção, e especialistas afirmam que ela pode ser aplicada com treinamento mínimo. Ou seja, o produto pode até ser aplicado pelas próprias mulheres, em casa.
 
6 - Malária pode ser diagnosticada em 1 segundo
A epidemia global de malária totaliza quase 200 milhões de casos por ano, e a doença coloca em risco 3,3 bilhões de pessoas no mundo.
 
A detecção precoce é crucial, e uma caixa portátil pode ser uma importante arma nesse aspecto. Trata-se do aparelho Rapid Assessment of Malaria (RAM, ou rápida avaliação de malária), desenvolvido em 2014 pela empresa Disease Diagnostic Group.
 
O equipamento usa campos magnéticos e luz para detectar parasitas da malária - método mais simples do que aqueles que se baseiam em reagentes sensíveis à temperatura e também mais rápido, já que a análise de uma amostra de sangue pode levar um ou dois segundos.
 
7- Um check-up da visão sem a necessidade de especialistas
A maioria das 300 milhões de pessoas cegas ou que sofrem de perda significativa de visão vivem em países de baixa renda, sobretudo na Ásia. E a incidência desses problemas tende a crescer, ante o envelhecimento da população global.
 
Por isso, especialistas acreditam que é crucial ampliar o acesso ao diagnóstico e torná-lo mais portátil.
 
Um aparelho identifica sinais precoces de problemas oculares, mas com novidades em relação a equipamentos semelhantes: ele é fácil de ser transportado e pode ser operado por um técnico com treinamento mínimo, que deve, então, arquivar os resultados dos exames para que eles sejam analisados remotamente, via internet, por um oftalmologista.
 
8 - Detector avalia risco de pré-eclâmpsia
Uma em cada 20 mulheres sofre de pré-eclâmpsia, condição associada ao aumento extremo da pressão sanguínea em uma etapa da gravidez, colocando a mãe sob risco de convulsões. E muitas mães só são diagnosticadas quando é tarde demais.
 
Ao custo de US$ 20, o Microlife Vital Signs Alert (VSA) é um aparelho portátil que calcula o risco da paciente de entrar em choque e alertar caso ela precise de tratamento urgente. O equipamento está sendo testado em sete países africanos e asiáticos.
 
BBC Brasil / iG

Nootrópicos, as drogas inteligentes que são moda no Vale do Silício

Comunidade científica é cética quanto à eficácia de substâncias que atuariam como
Comunidade científica é cética quanto à eficácia de substâncias
 que atuariam como "potencializadores cognitivos"
Além de te deixar mais ligado e concentrado, esse comprimido melhora memória e impulsiona a criatividade e produtividade
 
Imagine se toda manhã, antes de ir para o trabalho, você tomasse um comprimido que, além de te deixar mais ligado e concentrado, melhora a memória e impulsiona a criatividade e a produtividade.
 
É isso que cada vez mais pessoas estão fazendo em lugares como o Vale do Silício – região do norte da Califórnia, nos EUA, considerada a capital mundial da indústria da tecnologia –, onde os chamados nootrópicos vêm se popularizando nos últimos anos.
 
Essas substâncias – cujo nome vem do grego "nóos" (mente ) e "tropo" (direção) – supostamente são capazes de ajudar a melhorar o desempenho mental sem produzir efeitos colaterais negativos.
 
Apesar do ceticismo da comunidade científica quanto a sua eficácia, esses "potencializadores cognitivos" são cada vez mais usados em ambientes de trabalho competitivos, nos quais o intelecto é muito mais importante do que qualquer outra habilidade.
 
Sob o guarda-chuva dos nootrópicos estão, por exemplo, compostos químicos da família dos racetams (como o piracetam e o pramiracetam) e substâncias como vitaminas e aminoácidos encontrados em alimentos e plantas que podem ser comprados em lojas de suplementos e de produtos naturais.
 
Alguns são remédios receitados para o tratamento de idosos que apresentam alterações em seus mecanismos cognitivos e que sofrem de males como a demência e o Alzheimer.
 
Seus defensores asseguram que essas substâncias ajudam, por exemplo, a melhorar a memória, a capacidade de aprendizagem e a concentração.
 
Medicamentos como o Adderall, prescrito para tratar transtornos como hiperatividade e narcolepsia, também são utilizados por estudantes que querem melhorar o desempenho cognitivo, apesar do risco de efeitos colaterais como arritmia e ansiedade.
 
Popularidade
Nos anos 70, o pesquisador romeno Corneliu E. Giurgea definiu como nootrópicos as substâncias que, apesar de potencializar as capacidades cognitivas, não são tóxicas, viciantes ou provocam efeitos colaterais significativos.
 
Não há um consenso sobre como funcionam muitas dessas substâncias, embora quem as utilize acredite que elas melhoram o metabolismo cerebral.
 
Embora não haja dados oficiais, seu uso tem crescido nos últimos anos em países como os Estados Unidos. Na internet, proliferaram blogs e fóruns de discussão que debatem que nootrópicos consumir, e em que quantidade.
 
Com o incremento da demanda, houve um boom de empresas que vendem pílulas com diversas substâncias consideradas nootrópicas, como cafeína e ômega 3.
 
Entre essas companhias, estão a Nootroo e a Nootrobox, startups do Vale do Silício que asseguram ter entre seus investidores importantes nomes da indústria da tecnologia.
 
Elas afirmam que os efeitos dos nootrópicos dependem da quantidade consumida e do metabolismo do usuário, e que não há estudos que tenham determinado os efeitos a longo prazo.
 
'Úteis'
Jesse Lawler, programador que vive em Los Angeles, começou a se interessar por nootrópicos e outras drogas inteligentes há alguns anos.
 
"Percebi que poderiam ser úteis para as tarefas mentais que tinha de fazer no trabalho", explicou Lawler, que produz e apresenta o podcast Smart Drug Smarts.
 
"No meu caso, têm se mostrado úteis para, por exemplo, ampliar os períodos de concentração. Uso como ferramentas para melhorar meu estado mental", afirmou Lawler à BBC.
 
O programador disse que, embora "em nossa sociedade a palavra droga tenha conotação negativa", as que ele consome "têm efeitos fisiológicos benéficos."
 
"Além disso, procuro seguir uma dieta equilibrada e fazer exercício. Nunca tomaria nada que poderia ter um efeito negativo sobre meu corpo e, principalmente, sobre meu cérebro", assegurou Lawler.
 
Segundo ele, os nootrópicos são especialmente populares entre os trabalhadores do Vale do Silício e de Wall Street, meca do mercado financeiro em Nova York.
 
"Existe uma ideia de que, se você usa drogas inteligentes para potencializar sua inteligência, está trapaceando... Mas não acredito haver algo de mal em querer que seu cérebro funcione melhor."
 
Lawler reconhece que há entre os usuários dos nootrópicos uma "confusão sobre que substâncias usar e como tomá-las", e que há muita gente que está se aproveitando disso para ganhar dinheiro.
 
"Se você está pensando em comprar pela internet, tenha cuidado", adverte.
 
'É melhor fazer exercício'
Lucien Thomson, professor de neurociência da Universidade do Texas em Dallas, põe em dúvida a eficácia de muitos dos nootrópicos. "Os estudos já realizados não são conclusivos", afirmou à BBC.
 
"Muitos dos sistemas neurotransmissores que conhecemos e que e estão ligados à memória também participam de outros processos. Se você tomar algo para melhorar a memória, estará afetando também outras funções cerebrais, com efeitos imprevisíveis", continuou.
 
"Além disso, não é possível controlar as quantidades dessas substâncias que as pessoas andam tomando. Sem uma supervisão adequada e considerar os possíveis efeitos colaterais, as consequências podem ser perigosas", disse o especialista.
 
Segundo ele, a melhor estratégia para melhorar as funções cognitivas é manter uma boa saúde.
 
"Sabemos que a atividade cerebral melhora com o exercício. As pessoas levam um estilo de vida sedentário e querem resolver isso com uma pílula, o que é absurdo", afirmou.
 
Para o especialista, é preciso ainda estimular a mente. "Fazendo palavras cruzadas, por exemplo, e mantendo uma vida social. E não me refiro às redes sociais, mas sim conversar com outras pessoas. Tudo isso traz benefícios à memória."
 
Thomson não nega que alguns remédios possam trazer benefícios para a memória, mas ressalta que, nos estudos já realizados, a maioria do que é vendido como nootrópico não levou a efeitos positivos.

BBC Brasil / iG

Cientistas desenvolvem colírio para substituir cirurgia de catarata

Medicamento pode estar disponível dentro de cinco anos
 
Pesquisadores americanos estão desenvolvendo um colírio que irá substituir a cirurgia de catarata. Os cientistas descobriram uma substância capaz de “desembaçar” o cristalino, parte do olho que funciona como uma lente e é substituída por outra artificial durante a cirurgia. O colírio pode estar disponível nas farmácias em até cinco anos.
 
O composto “lanosterol”, utilizado pelos pesquisadores, já foi testado em cães e coelhos idosos e em seis semanas melhorou significativamente a visão dos animais. De acordo com os cientistas da Universidade da Califórnia, a substância é capaz de romper as proteínas que escurecem o cristalino.
 
A teoria dos pesquisadores é que o corpo produz o lanosterol naturalmente quando jovem, mas a produção fica comprometida durante o envelhecimento, fazendo com que a lente natural dos olhos fique “suja”. Com a utilização do colírio, a substância seria ministrada duas vezes ao dia para “limpar” o cristalino.
 
A expectativa é de que os primeiros testes sejam feitos em seres humanos nos próximos dois anos. A catarata é a principal causa da cegueira e afeta mais da metade dos idosos no mundo. Atualmente, o único tratamento disponível é a cirurgia, que muitas vezes precisa esperar que a visão do paciente se deteriore o suficiente para ser submetido ao procedimento.
 
O Globo