Com propriedades antiinflamatórias, a planta unha-de-gato vem sendo testada contra a doença em pesquisa realizada pela Unifesp Cerca de seis milhões de brasileiras – ou seja, 10% a 15% da população feminina no país – sofrem com a endometriose, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Endometriose. doença é caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste a parte interna do útero – fora do útero, podendo atingir outros órgãos da pelve como trompas, ovários, intestinos e bexiga. Agora, um estudo do Ambulatório de Endometriose e Dor Pélvica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) pesquisa o fitoterápico unha-de-gato como tratamento promissor da doença. O estudo foi tema do doutorado do médico João Nogueira e contou com a parceria da Universidade Federal do Maranhão. O trabalho, já publicado em um periódico internacional de ginecologia, foi realizado inicialmente com animais. Os pesquisadores induziram a endometriose em 24 ratas, que foram divididas em dois grupos distintos: Grupo Controle, que recebeu placebo (soro fisiológico) e Grupo Experimental, no qual foi administrado o fitoterápico. Duas semanas após o tratamento diário com as respectivas substâncias, análises laboratoriais mostraram que no Grupo Controle a lesão no útero dos animais, provocada pela doença, havia praticamente dobrado de tamanho. No Grupo Experimental houve uma regressão de 60% dessas lesões. De acordo com o ginecologista Eduardo Schor, coordenador do Ambulatório de Endometriose da Unifesp e um dos autores do estudo, a unha-de-gato tem três características que explicam o achado. “Além das propriedades antiinflamatórias, o fitoterápico também reduz o estresse oxidativo das células e tem função imunomoduladora, ou seja, melhora o sistema imunológico”. A próxima etapa da pesquisa, que começa a ser desenhada, vai testar cientificamente o fitoterápico em humanas. Hoje, segundo o médico, o que existe são relatos pontuais – e geralmente favoráveis – nos consultórios. “A unha-de-gato é recomendada para pacientes que têm contraindicação ao uso de hormônios, apresentam quadro de trombose ou não apresentam melhora do quadro de dor mesmo com o tratamento hormonal”, explica. A planta traria ainda o benefício de provocar poucos efeitos colaterais, dentre eles náuseas e dores abdominais leves, quando comparado aos desencadeados pelos tratamentos convencionais a base de hormônios – fogachos, alterações emocionais e diminuição da massa óssea, entre outros. “Mulheres com endometriose que utilizam o fitoterápico, tratadas no ambulatório, relatam melhora principalmente no que se refere às queixas de dor”, diz o médico. Endometriose e fertilidade Considerada uma das enfermidades mais comuns entre mulheres em idade reprodutiva, a endometriose pode influenciar a fertilidade feminina. “Cerca de 30% a 40% das mulheres que sofrem de endometriose têm infertilidade. Entre as que têm infertilidade, 50% delas têm endometriose”, constata a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo. A escolha do tratamento depende de cada caso e o uso de medicamentos geralmente é indicado para quadros mais leves quando a cirurgia não é necessária ou ainda no pós-operatório, para evitar o reaparecimento do problema. “Os medicamentos são hormonais e podem ser anticoncepcionais combinados com baixas doses de hormônio ou, ainda, somente à base de progesterona. Medicamentos não contraceptivos, à base somente de progesterona, também podem ser prescritos. Eles atuam diminuindo a ação do estrógeno, que é o hormônio que alimenta a endometriose”, explica a médica. Para quem não pode se submeter ao tratamento hormonal, o fitoterápico, caso comprovada sua eficácia em humanos, poderá ser uma alternativa considerada pelos médicos. http://saude.ig.com.br/bemestar/saudealternativa/fitoterapico+e+alternativa+promissora+para+tratar+endometriose/n1596822353912.html
segunda-feira, 28 de março de 2011
Brasil sofre queda na produção de pesquisas médicas
Especialista vê situação com otimismo e acredita que o País pode virar o jogo Após alguns anos marcados pela queda na produção de pesquisas médicas, o Brasil está diante de um momento propício para resgatar sua representatividade mundial neste segmento. O risco de uma crise no setor farmacêutico tem feito grandes companhias revelarem alguns de seus segredos em parcerias com universidades e pequenas empresas que se mostrem sérias e interessadas na produção de conhecimento. Além disso, uma plataforma que promete reunir dados sobre pesquisas clínicas e favorecer a integração de instituições mundo afora está prestes e ser lançada nos Estados Unidos. À frente do projeto, um brasileiro. O pernabucano Fábio Thiers, otorrinolaringologista formado pela Universidade Federal de Pernambuco, tem circulado há mais de uma década pelos corredores de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), duas importantes instituições de ensino norte-americanas. Hoje, com apenas 36 anos, Thiers já alcançou a direção do programa de pesquisa sobre estratégias para estudos clínicos, projeto desenvolvido pelo Centro de Inovação Biomédica do MIT. O desafio do brasileiro não é pequeno. "Estima-se que existam de 25 mil a 30 mil hospitais no mundo desenvolvendo pesquisas clínicas", afirma. E essas informações podem ter referências na nova plataforma do MIT. Muitas pesquisas envolvem muito dinheiro. Seriam R$ 70 bilhões investidos por ano. Os Estados Unidos concentram 42,2% de todas as pesquisas mundiais. São quase 95 mil estudos, que lhe conferem o título de líder isolado no segmento. O segundo posto é ocupado pela Alemanha, com 13.252 pesquisas em andamento. Isso representa apenas 5,9% do montante mundial, quase um décimo dos estudos realizados pelo primeiro colocado. Em terceiro lugar, aparece a França (3,8%), seguida do Canadá (3,5%) e do Japão (3,4%). O Brasil aparece em 13 lugar, com 3.317 estudos em andamento, segundo levantamento de outubro de 2010. Isso representa 1,5% do montante mundial. País em queda Se comparado aos demais países da América Latina, o Brasil assume a primeira colocação do ranking. Mesmo assim, seu posto pode estar ameaçado. Nos últimos cinco anos, as pesquisas científicas registraram queda média superior a 4% ao ano. As pesquisas clínicas representam um indicador de altíssima importância às ciências médicas. Ele aponta a possibilidade de avanços tecnológicos, qualificação de profissionais da área, integração com o mercado internacional e acesso à tratamentos modernos para a população brasileira. "Podemos ganhar em tudo isso, tendo empregos e empresas de alto nível", afirma Thiers. Para aproveitar o momento oportuno e reverter sua queda na produção científica, o Brasil precisa trabalhar em duas frentes. A primeira delas, segundo Thiers, é com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão que regula o setor no País. "Eles estão bem intencionados, mas ainda são um órgão novo e pouco aparelhado", avalia. O sistema regulatório brasileiro, para Thiers, precisa ser agilizado. "O prazo regulatório é longo demais por falta de estrutura", afima. A demora na espera por aprovações e autorizações pode comprometer projetos de pesquisa. "Defendo que o setor precise ser observado, não quero o fim disso, mas o processo deve ser feito de forma mais eficiente", avalia. A segunda frente de trabalho seria com a própria imagem das pesquisas clínicas no Brasil. "As pessoas precisam entender o que é uma pesquisa clínica e para que ela serve", diz o médico brasileiro. Em todo o mundo, a opinião pública sobre pesquisas clínicas, especialmente sobre a indústria farmacêutica, sofre com percepções negativas. Segundo médico norte-americano Ken Getz, professor associado da Tufts University, cerca de 80% dos norte-americanos acreditam que participar de estudos clínicos seja como apostar com a própria saúde. "E 25% deles acreditam ainda que a motivação das esquipes de pesquisa seja a ganância", afirma, em entrevista ao iG Saúde. Exemplo disso, na opinião de Thiers, é o uso de placebos em estudos clínicos. Placebos são substâncias inócuas ao organismo, usadas para criar grupos de controle e verificar a real eficácia do princípio ativo. Como muitos grupos de controle são feitos por portadores de doenças, eles correm o risco de ter o tratamento prejudicado por usarem placebo. "Nem todos entendem que pesquisa não é tratamento. Ser voluntário, às vezes, implica em fazer um bem para a humanidade, eventualmente maior do que um bem para a própria pessoa", diz o brasileiro. Salto gigante Agindo nas duas frentes, o Brasil tem chances reais de amplicar sua participação no mercado internacional de pesquisas e inovações médicas. Hoje, o País reúne 320 hospitais que desenvolvem estudos. "Mas 40 ou 50 têm estruturas relevantes. Os demais realizam poucas pesquisas", detalha Thiers. O foco do governo para fomentar o segmento poderia começar justamente nas instituições que já se mostraram interessadas em pesquisas, porém têm pouca estrutura para ganhar notoriedade. "Isso seria um bom começo para alcançar a meta de ser o quinto no ranking mundial em 2020", afirma o médico brasileiro. O plano faz parte da política de desenvolvimento produtivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Thiers observa que o Brasil já tem certas vantagens em pesquisas oncológicas, HIV e doenças tropicais (exceto pela meningite). "Faltam pesquisas sobre doenças psiquiátricas e neurológicas", aponta. Outro aspecto estratégico fundamental, segundo o médico, está na atenção básica à saúde. "Se o acompanhamento básico for melhor realizado, haverá melhorias no diagnóstico precoce de doenças e isso pode aumentar o número de participantes em pesquisas médicas", explica. http://saude.ig.com.br/minhasaude/brasil+sofre+queda+na+producao+de+pesquisas+medicas/n1596823968641.html
Programa do governo para gestantes quer melhorar condições do parto
Dilma Rousseff apresenta o Rede Cegonha nesta segunda-feira A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (28) que a Rede Cegonha vai funcionar como uma corrente de cuidados especiais para as gestantes. Segundo ela, um país pode ser medido pela atenção que dá às mães e aos bebês. O programa prevê investimentos de R$ 9 bilhões e será lançado hoje em Belo Horizonte (MG). Em seu programa semanal Café com a Presidenta, Dilma explicou que o objetivo é começar a agir cedo, antes do nascimento da criança, para que haja maior qualidade de vida para a gestante e melhores condições para o parto. A Rede Cegonha será ligada ao SUS (Sistema Único de Saúde). A mulher que chegar a uma unidade estadual ou municipal informando que está grávida ou que há suspeita de gestação deverá passar, inicialmente, por um teste rápido. - Vamos começar o pré-natal ali, no primeiro contato com a gestante, para incentivá-la a fazer um pré-natal completo, como é o recomendado. De acordo com a presidente, o governo federal vai garantir recursos para o deslocamento da gestante às consultas e exames por meio de um vale-transporte. Ao final da gestação, se a mãe tiver cumprido todo o pré-natal, receberá também um vale-táxi para ir à maternidade. Atualmente, cerca de 90% das gestantes brasileiras realizam as quatro consultas recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A Rede Cegonha pretende ampliar o número para seis. O SUS recomenda ainda 20 tipos de exames às gestantes mas, com o programa, testes como a ultrassonografia deverão ser incluídos no pré-natal. Caso seja detectada uma gravidez de risco, nove tipos de exames complementares também terão recursos garantidos. A gestante poderá conhecer, com antecedência, a maternidade para a qual será encaminhada e vai ser estimulada a fazer parto normal. O governo federal pretende criar ainda casas da gestante e casas do bebê, unidades localizadas dentro de maternidades de alto risco. - A mulher pode precisar ficar nessas casas antes do parto, caso não tenha indicação de ficar internada mas precise continuar sendo observada. Elas podem também ser indicadas depois do parto, quando o bebê está em uma UTI [Unidade de Tratamento Intensivo] ou não possa, por nenhum motivo, ir para casa. http://noticias.r7.com/saude/noticias/programa-do-governo-para-gestantes-quer-melhorar-condicoes-do-parto-20110328.html
Governo monta força-tarefa contra dengue
Trinta médicos e enfermeiros de seis hospitais federais do Rio ficarão disponíveis para viajar para Estados que enfrentam epidemia da doença Clarissa Thomé - O Estado de S.Paulo O Ministério da Saúde formou, nesta semana, a primeira equipe de uma força-tarefa que atuará em todo o País para reduzir o número de mortes por dengue. São 30 médicos e enfermeiros de 6 hospitais federais do Rio que ficarão disponíveis para viajar para Estados com epidemia. Em outra frente, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) enviou para 44 mil associados do Estado o protocolo de atendimento em caso de dengue. As iniciativas são uma tentativa de melhorar o diagnóstico da doença, que tem sido falho em unidades privadas e públicas. A coordenadora-geral de Educação em Saúde e Gestão da Secretaria de Estado de Saúde, Andréa Mello, esclareceu que a capacitação de médicos da rede pública tem sido intensificada em todo o Estado - 1.049 profissionais de saúde foram treinados neste ano. Ela ressaltou que os profissionais devem sempre levar em consideração que o paciente está com dengue. "É a maior virose que temos no País. É nela que temos de pensar primeiro." A primeira etapa do curso para a formação da força-tarefa contra a dengue foi ministrada pelo médico Eric Martínez Torres, consultor da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e professor da Universidade Médica de Havana, em Cuba. As equipes ficarão entre 10 e 15 dias nas áreas com epidemia e poderão atuar também na organização dos serviços de saúde locais. "A intenção do ministério é diminuir a taxa de letalidade. Atuar nos pacientes que contraíram o vírus, orientando as equipes no manejo desses pacientes, identificando os casos graves", disse o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar no Rio, João Marcelo Ramalho. Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, atendimento rápido e correto, feito a partir da rede de atenção básica, é a chave para redução das mortes por dengue. "Internação e equipamentos são necessários apenas para uma pequena parcela de pacientes. Com medidas simples, como a hidratação, é possível tratar a maior parte", completou. Segundo ele, o isolamento do vírus tipo 4 de dengue no Rio não muda as orientações do ministério. A maior atenção se volta para a região do Grande Rio. / COLABOROU LÍGIA FORMENTI http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110326/not_imp697496,0.php
Práticas de farmacêuticas aumentam riscos de efeito adverso, diz cientista
Livro que reúne estudos publicados nos últimos 40 anos aponta que 85% dos medicamentos aprovados no período são pouco inovadores Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
Usuários de medicamentos estão cada vez mais expostos ao risco de sofrer reações adversas graves por causa de problemas existentes no sistema de pesquisa, aprovação e divulgação de novas drogas. Para piorar, mais de 85% dos remédios lançados pela indústria nos últimos 40 anos oferecem pouca ou nenhuma vantagem terapêutica - quando comparados aos já existentes - que faça esse risco valer a pena. As conclusões estão no livro The Risks of Prescription Drugs (Os Riscos dos Medicamentos, em tradução livre), lançado recentemente nos Estados Unidos. Na obra, o cientista social Donald Light reúne pesquisas que mostram, por exemplo, que as notificações de reações adversas crescem 15% por ano nos EUA, além de o problema ter se tornado a quarta causa de morte no país. O autor elenca uma série de práticas dos laboratórios - batizadas de "síndrome da proliferação do risco" - que aumenta a probabilidade de os usuários sofrerem reações adversas. A primeira delas é o fato de a maioria dos testes feitos para avaliar a eficácia e a segurança de novas drogas ser conduzida pela própria indústria, de forma a maximizar os benefícios e minimizar evidências de efeitos colaterais. "Há vários estudos que mostram as técnicas usadas para minimizar a documentação de efeitos adversos", diz Light. Uma delas, segundo ele, é encurtar os ensaios clínicos e excluir idosos, mulheres e outros voluntários com maior probabilidade de apresentar problemas. "Quando as agências reguladoras aprovam uma droga é porque a consideram segura. Mas a verdade é que elas não têm evidências suficientes para saber isso." Crítica. O sanitarista José Rubens Bonfim, da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (Sobravime), concorda. A forma como os estudos clínicos são concebidos, diz ele, não permite avaliar direito a segurança. "Os melhores ensaios são feitos com cerca de 3 mil pacientes. É pouco." Bonfim conta que os testes do rimonabanto (remédio para obesidade da Sanofi-Aventis, cujo nome comercial era Acomplia) foram feitos com 5 mil voluntários e ainda assim não detectaram o principal efeito adverso, a propensão ao suicídio, que fez a droga ser retirada do mercado. Segundo dados do livro, cerca de um em cada cinco novos medicamentos causa efeitos colaterais graves o suficiente para necessitar a inclusão de um alerta na bula ou ser retirado do mercado na primeira década de uso. Exemplos recentes não faltam, como o remédio contra acne da Roche, Accutane (isotretinoína), relacionado a doenças inflamatórias intestinais. E o anti-inflamatório Prexige, da Novartis, proibido no Brasil depois de causar diversos casos de hepatite, hemorragia, arritmia e enfartes. "Todo mundo deseja evitar o dano. A empresa perde credibilidade e dinheiro quando tem problema com produto. Mas, às vezes, só com o grande consumo os problemas são descobertos", diz Nelson Mussolini, do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma). Procurada pela reportagem, a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA, que representa os principais laboratórios americanos) não respondeu. As campanhas massivas de marketing feitas logo após uma droga ser aprovada são outro problema citado por Light. Práticas como deixar amostras grátis nos consultórios médicos, diz ele, encorajam o tratamento com um produto sobre o qual não se tem certeza da segurança. "Ao longo do primeiro ano, o medicamento deveria ser usado com cuidado, em população monitorada", sugere. Além disso, diz, as empresas patrocinam estudos em que médicos apresentam evidências de que a droga também pode ser usada para tratar condições diferentes daquela para a qual foi aprovada - o uso off label. "Nesse caso, a chance de benefício é ainda menor, mas o risco de efeito adverso, não", diz o autor. "Medicalização". Para completar a síndrome, Light aponta a influência da indústria na produção científica que redefiniu os critérios de saúde e transformou condições naturais - como menopausa, ansiedade e tristeza - em doenças. "As pessoas estão tomando mais medicamentos por períodos mais longos. Isso eleva o risco de efeito adverso e de interação medicamentosa." Os critérios usados para definir o que é diabete, hipertensão e obesidade foram afetados pela indústria farmacêutica, afirma a pesquisadora da Universidade Georgetown Adriane Fugh-Berman, especialista no tema. O que era considerado pressão arterial normal há 20 anos, exemplifica, hoje é visto como pré-hipertensão. Pessoas com índice de massa corporal (IMC) 30, que antes não eram consideradas obesas, hoje são obesos moderados. Isso aumenta o número de pessoas que precisam de tratamento. "A indústria está pagando médicos para dizerem que é preciso tratar as pessoas mais cedo. Estão usando os médicos como marionetes para levar sua mensagem de marketing", diz Adriane. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697819,0.php
Nem médicos reconhecem a dislexia
Estudo da Santa Casa diz que 70% dos profissionais de saúde e educação não identificam o transtorno Felipe Oda - Jornal da Tarde SÃO PAULO - As reguadas nas mãos e as aulas sentado sozinho, no canto da sala, são algumas das lembranças escolares de Dorival Câmara Leme, de 51 anos. Seus professores nunca conseguiram perceber que ele, em vez de preguiçoso, era disléxico. Essa dificuldade para identificar o transtorno atinge 70% dos profissionais de saúde e educação envolvidos diretamente no diagnóstico do problema, segundo um estudo da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Leme só descobriu que tinha dislexia aos 49 anos. O distúrbio compromete a aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração. Em geral, a criança é bastante inteligente, mas seu desempenho escolar é fraco. Até descobrir o transtorno, Leme conta que viveu com a sensação de que tinha "alguma coisa errada" com ele. "Mas não sabia o que era. Quando descobri que era disléxico foi um alívio saber que eu não era um óvni, um estranho no ninho", brinca ele, que é engenheiro. "Se eu tivesse descoberto antes, acho que teria sido muito bom para a minha autoestima, eu cresceria ainda mais bem resolvido." O diagnóstico precoce é capaz de evitar "sequelas emocionais", explica a psicopedagoga Debora Silva de Castro Pereira, doutora em educação pela Universidade Autonoma de Barcelona. "A pessoa (não diagnosticada) cresce achando que tem limitações e sofre por errar muito. Quando descobre que é disléxica na fase adulta, começa a entender as dificuldades", avalia. Há vários sinais que podem servir de pista para suspeitar de dislexia (veja ao lado). Mas, na pesquisa da Santa Casa, os 186 profissionais analisados - entre pedagogos, fonoaudiólogos, pediatras e psiquiatras - tiveram um baixo desempenho ao responder um teste com 15 questões de múltipla escolha que traziam informações essenciais sobre o distúrbio. "São profissionais de especialidades envolvidas com o diagnóstico e acompanhamento dos casos e, portanto, deveriam ter um conhecimento básico", explica Ana Luiza Navas, professora do curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP e orientadora do estudo. Para ela, falta uma formação contínua para os profissionais. "Os melhores no teste foram os psicopedagogos e neuropsicólogos", completa. "Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor para a criança, para a família e para a escola, que poderá trabalhar melhor com o aluno", explica a fonoaudióloga Maria Angela Nogueira Nico, psicopedagoga e coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). Se não for diagnosticado, o disléxico fica mais suscetível a problemas emocionais. "Pode achar que é burro, quando na verdade o disléxico é inteligente", afirma Maria Angela. Ela frisa que o problema não tem relação com déficits intelectuais. O célebre físico Albert Einstein, por exemplo, era disléxico. "Qualquer problema cognitivo, intelectual, já descarta a possibilidade de a pessoa ser disléxica." ‘Diagnóstico não é tão simples’ As especialistas ouvidas pelo JT explicam que o diagnóstico da dislexia não é simples. "Depende de uma avaliação multidisciplinar", diz Ana Luiza Navas, professora do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Para o distúrbio ser confirmado, o individuo é submetido a avaliação de pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras, entre outros profissionais. Outra dificuldade no diagnóstico brasileiro são as falhas no sistema educacional. Há crianças que não aprenderam porque não tiveram oportunidades adequadas. "O diagnóstico só pode ser feito após a alfabetização", ressalta Debora Silva de Castro Pereira, doutora em educação pela Universidade Autonoma de Barcelona. "Até lá, as dificuldades são comuns", explica. Já o tratamento depende da faixa etária, segundo Maria Angela Nogueira Nico, coordenadora científica da Associação Nacional de Dislexia (ABD). "Os pequenos, no começo da alfabetização, são acompanhados por fonoaudiólogos e psicopedagogos. Adolescentes e adultos também costumam contar com o acompanhamento de psicólogos. A dislexia afeta cerca de 4% da população estudantil, segundo estimativas da ABD. Há, inclusive, famosos que têm o problema, como é o caso do ator norte-americano Tom Cruise. Conheça os sinais de alerta: PRÉ-ESCOLA O fato de a criança apresentar alguns dos sintomas abaixo não significa necessariamente que ela seja disléxica. Especialistas recomendam aguardar o processo de alfabetização, mas nessa fase há sinais que merecem atenção: Dispersão Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem Dificuldade em aprender rimas e canções Baixo desenvolvimento da coordenação motora Dificuldade com quebra cabeça Falta de interesse por livros impressos IDADE ESCOLAR Caso a criança continue apresentando alguns dos sintomas é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado - para que possa dar continuidade aos estudos e evitar sequelas emocionais: Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita Desatenção e dispersão Dificuldade em copiar conteúdos de livros e da lousa Desorganização geral Confusão entre esquerda e direita Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas ADULTO Sem receber um diagnóstico ou o acompanhamento adequado, o disléxico poderá apresentar uma série de problemas secundários, desencadeados pela dislexia: Dificuldade na leitura e escrita Memória imediata prejudicada Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia) Dificuldade em organização Prejuízos afetivos e emocionais, tais como depressão, ansiedade, baixa autoestima e, em alguns casos, tendência ao consumo de drogas e álcool http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,nem-medicos-reconhecem-a-dislexia,698255,0.htm
Droga em teste eleva em 61% sobrevida de pacientes com câncer cerebral
Clarissa Thomé - O Estado de S.Paulo Pacientes do Hospital Federal de Ipanema participarão da terceira fase de testes de um novo quimioterápico para tratamento do tipo mais letal de tumor maligno de cérebro, o glioblastoma multiforme (GBM). O medicamento, feito com álcool perílico - extraído de óleo essencial presente em plantas como hortelã, cereja e sálvia -, aumenta em até 61% a sobrevida do paciente. sobrevida média após o diagnóstico do GBM, que corresponde a 80% dos casos de tumores malignos cerebrais, é de 2,3 meses. Com o tratamento, esse tempo aumentou para 3,7 meses. "Parece pouco, mas esse tempo se traduz em uma oportunidade ao paciente. A resposta terapêutica faz com que ele ganhe tempo para fazer radioterapia, uma quimioterapia mais específica ou passar por uma cirurgia, se for um tumor superficial. Ele ganha poder de resistência para tratar a patologia grave", afirma o neurocirurgião Júlio César Thomé, chefe do Serviço de Neurologia do Hospital de Ipanema. O quimioterápico testado é o monoterpenoalcool perílico. Começou a ser estudado em 1987 no Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), do qual Thomé é pesquisador associado. O álcool perílico é inalado, como em uma nebulização, quatro vezes ao dia. O medicamento é enviado para a casa do paciente, pelo correio. O tratamento não causa perda de cabelo, náuseas e vômitos, como outros quimioterápicos. A equipe, coordenada pela professora Thereza Quírico-Santos, testou a toxicidade e o efeito antitumoral, nas fases anteriores. Até o momento, 199 pessoas fazem parte da pesquisa - 52 delas ficaram no grupo controle, porque chegaram ao hospital já com extensa lesão neurológica. Obtiveram melhores resultados pacientes submetidos à terapia conjugada - fizeram biópsia e receberam álcool perílico, além de radio e quimioterapia. "Os que passaram por todas as fases tiveram menor taxa de recidiva e, entre os que tiveram, o retorno foi mais lento. Pacientes que morreriam em dois ou três meses estão vivos", diz Thomé. O engenheiro Fernando Afonso tinha 49 anos quando sofreu convulsão e recebeu o diagnóstico de GBM com a sentença: viveria no máximo seis meses. O tumor tinha volume equivalente a uma bola de ping-pong (64 cm cúbicos) e não havia possibilidade de cirurgia. Ao consultar o oncologista, soube da pesquisa da UFF e foi incluído no estudo. Fez 30 sessões de radioterapia e desde 2007 faz inalação com álcool perílico. "Tive a sorte de conseguir debelar um tumor como esse sem nunca ter tomado uma injeção", conta, aos 53 anos. Hoje, o tumor tem 9 cm cúbicos. Terceira fase. Agora, a equipe quer saber por que o álcool perílico não tem efeito sobre todos os pacientes e entender a biologia do tumor. A intenção é identificar os fatores envolvidos com a progressão do câncer e descobrir se há metástase antes mesmo de a doença se manifestar. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110328/not_imp698083,0.php
Aids - Dicas para aderir ao tratamento
Os serviços de saúde possuem equipe multiprofissional, geralmente composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos e assistentes sociais, para darem resposta às dificuldades que possam surgir ao longo do tratamento. Nesses lugares, há diversas atividades que ajudam o soropositivo a seguir as recomendações médicas: grupos de adesão, rodas de conversa e atividades de salas de espera. Além disso, o paciente pode receber orientações sobre os remédios, alimentação e como lidar com os efeitos colaterais, em consultas com mais de um profissional. Algumas atitudes tomadas dentro de casa facilitam a adesão do soropositivo: •Porta-pílula: as caixas porta-pílula servem para organizar as doses diárias ou de um período determinado (uma ou mais semanas). São úteis em casos de viagem e quando se quer manter o sigilo do tratamento. •Diário: anotar em um caderno cada dose tomada, ajuda a não esquecer ou pular doses. É muito útil também para controlar o aparecimento de efeitos colaterais e não esquecer as dificuldades e dúvidas em relação aos remédios. •Alarmes: evita o esquecimento e ajuda a estabelecer uma rotina para o uso correto dos medicamentos. Despertadores, relógios de pulso e telefones celulares podem ser programados. http://www.aids.gov.br/pagina/dicas-para-aderir-ao-tratamento
Aids - Adesão ao tratamento
Aderir ao tratamento para a aids, significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, comparecer ao serviço de saúde nos dias previstos, entre outros cuidados. Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso diminui as alternativas de tratamento. Seguir as recomendações médicas parece simples, mas é uma das grandes dificuldades encontradas pelos pacientes, pois interfere diretamente na sua rotina. O paciente deve estar bem informado sobre o progresso do tratamento, o resultado dos testes, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los. Por isso, é preciso alertar ao médico sobre as dificuldades que possam surgir, além de tirar todas as dúvidas e conversar abertamente com a equipe de saúde. Para facilitar a adesão aos medicamentos, recomenda-se adequar os horários dos remédios à rotina diária. Geralmente os esquecimentos ocorrem nos finais de semana, férias ou outros períodos fora da rotina. Utilizar tabelas, calendários ou despertador, como do telefone celular, facilita lembrar os horários corretos para tomar os remédios. Veja outras dicas que ajudam a manter a adesão. Apoio social Atualmente, existem organizações governamentais e não governamentais que podem ajudar o soropositivo a enfrentar suas dificuldades e a lidar com situações de estresse por conta da doença. São duas ações de apoio oferecidas: afetivo-emocional e operacional. O afetivo-emocional inclui atividades voltadas para a atenção, companhia e escuta. Já o operacional ajuda em tarefas domésticas ou em aspectos práticos do próprio tratamento, como acompanhar a pessoa em uma consulta, buscar os medicamentos na unidade de saúde, tomar conta dos filhos nos dias de consulta, entre outras. Ambos fazem com que a pessoa se sinta cuidada, pertencendo a uma rede social. A troca de experiências entre pessoas que já passaram pelas mesmas vivências e dificuldades no tratamento, também conhecido como ação entre pares, também ajuda a promover a adesão, pois possibilita o compartilhamento de dúvidas e soluções e a emergência de dicas e informações importantes para todos. O suporte social pode ser dado por familiares, amigos, pessoas de grupo religioso ou integrantes de instituições, profissionais de serviços de saúde e pessoas de organizações da sociedade civil (OSC). http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-e-adesao
Antiretrovirais - Efeitos colaterais
O tratamento com os medicamentos antirretrovirais traz muitos benefícios aos pacientes: aumentam a sobrevida e melhoram a qualidade de vida de quem segue corretamente as recomendações médicas. Mas, como os medicamentos precisam ser muito fortes para impedir a multiplicação do vírus no organismo, podem causar alguns efeitos colaterais desagradáveis. Entre os mais frequentes, encontram-se: diarreia, vômitos, náuseas, manchas avermelhadas pelo corpo (chamadas pelos médicos de rash cutâneo), agitação, insônia e sonhos vívidos. Há pessoas que não sentem mal-estar. Isso pode estar relacionado com características pessoais, estilo e hábitos de vida, mas não significa que o tratamento não está dando certo. Alguns desses sintomas ocorrem no início do tratamento e tendem a desaparecer em poucos dias ou semanas. É importante saber que existem diversas alternativas para melhorá-los. Por isso, é recomendável que o soropositivo procure o serviço de saúde em que faz o acompanhamento, para que possa receber o atendimento adequado. Nesses casos, não recomenda-se a automedicação (pode piorar o mal-estar) nem o abandono do tratamento (causando a resistência do vírus ao remédio). Além dos efeitos colaterais temporários descritos acima, os pacientes podem sofrer com alterações que ocorrem a longo prazo, resultantes da ação do HIV, somados aos efeitos tóxicos provocados pelos medicamentos. Os coquetéis antiaids podem causar danos aos rins, fígado, ossos, estômago e intestino, neuropsiquiátricas. Além disso, podem modificar o metabolismo, provocando lipodistrofia (mudança na distribuição de gordura pelo corpo), diabetes, entre outras doenças. Lipodistrofia As mudanças ocorrem pela má distribuição da gordura do corpo. Existe uma perda de gordura no rosto, glúteos, pernas e braços e acúmulo no abdômen, costas, pescoço e mamas. Essas alterações podem aparecer juntas ou isoladas. Há casos em que a gordura diminui em determinadas partes do corpo e aumenta em outras. E relatos em que o paciente somente perde gordura ou aumenta em algumas dessas regiões. As pessoas em uso de antirretrovirais devem ficar atentas, principalmente, às modificações no seu corpo e conversar com o médico que faz o acompanhamento. A primeira providência do profissional pode ser mudar algum medicamento que o paciente esteja tomando, além de indicar atenção especial à alimentação e à prática de atividades físicas. Essas duas ações podem amenizar os danos da lipodistrofia e até mesmo evitar que esse efeito colateral apareça. As alterações mais graves podem ser corrigidas por cirurgias plásticas reparadoras. Elas são gratuitas e estão disponíveis em várias unidades da rede pública de saúde de todo o país. Algumas das mais frequentes são: preenchimento facial com polimetilmetacrilato, para o tratamento da perda de gordura no rosto; lipoaspiração nas mamas, abdômen, giba (abaixo da nuca) e costas; implante de prótese glútea. Na lipodistrofia, também podem ocorrer alterações nas gorduras - colesterolO colesterol é um tipo de gordura, que o corpo precisa para ajudar a manter as células saudáveis, produzir hormônios sexuais e ter uma boa digestão. Pode ser HDL, o "bom colesterol" e LDL, o "mau colesterol". O HDL impede que a gordura se acumule nas artérias, evitando entupimento. O LDL forma placas de gordura nas veias e artérias, aumentando o risco de doenças do coração. Está presente em carnes, leite e derivados, manteiga e gemas de ovos. Frutas, vegetais, e cereais não têm colesterol. e triglicéridesOs triglicérides são um tipo de gordura que formam 90% da reserva de energia do organismo e se depositam no tecido gorduroso e muscular. Fornece energia, preserva o calor do corpo e ajuda a absorver as vitaminas A, D, E e K. Quando está aumentado no sangue, pode indicar risco de doenças do coração. Estão nos óleos vegetais e na gordura animal. - e no açúcar do sangue (glicose). São chamadas de alterações metabólicas, que podem levar ao aumento do risco de doenças do coração (cardiovasculares) e ao aparecimento do diabetes. Diabetes Alterações do metabolismo podem desenvolver resistência à insulina e, em alguns casos, o surgimento da diabetes mellitus. Nesse caso, a atenção deve ser redobrada, pois a resistência à insulina é fator de risco para o aumento da pressão arterial e de outras doenças cardíacas. Rins As alterações nos rins relacionadas ao HIV podem ser agudas (curtas, mas bastante intensas) ou crônicas (duram muito tempo). Por isso, qualquer dor na parte de baixo das costas ou ao urinar deve ser comunicada ao médico o mais rapidamente possível. Mais frequente entre as doenças, a insuficiência renal é causada pelos efeitos tóxicos da terapia antirretroviral ou por remédios usados para tratar as infecções oportunistas. Fígado Os antirretrovirais também podem causar danos ao fígado, podendo até levar à sua insuficiência. Muitos dos remédios usados no tratamento da aids e de doenças oportunistas têm seu metabolismo feito no fígado. Ou seja, para serem absorvidos pelo organismo, precisam ser “desmembrados” no fígado, o que causa sobrecarga e alterações no funcionamento do órgão. Ossos Os ossos vivem diariamente um processo de formação e reabsorção, que pode ser desregulado durante a infecção pelo HIV. Quando isso ocorre, pode surgir a osteoporose, doença que torna o osso mais frágil, aumentando o risco de fraturas. Outros fatores importantes que podem contribuir para a perda óssea são: deficiências nutricionais, baixos níveis de cálcio no organismo e hipertireoidismo (excesso de funcionamento da glândula tireoide). Alterações neuropsiquiátricas Alguns medicamentos antirretrovirais, especialmente o Efavirenz, podem desencadear agitação, alucinações, amnésia (perda da memória, temporária ou não), ansiedade, confusão mental, convulsões, depressão, dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia, pesadelos e sonhos vívidos. Essas alterações neuropsiquiátricas são mais comuns entre os pacientes que ingerem álcool e os usuários de drogas. Portanto, é importante o soropositivo avisar ao médico se faz uso dessas substâncias. Antes da indicação dos coquetéis antiaids, será necessária a avaliação de um profissional de saúde mental. Sintomas gastrointestinais Em geral, ocorrem logo no início do tratamento e, na maioria dos casos, desaparecem ou são atenuados após o primeiro mês de uso do medicamento. Entre os mais frequentes encontram-se: diarreia, vômitos, náuseas, boca seca, dor ao engolir, azia, prisão de ventre. A alimentação é muito importante para melhorar alguns sintomas ou efeitos colaterais que podem aparecer com o uso dos medicamentos. Nesses casos, alguns cuidados adequados com a alimentação são fortes aliados e necessários para manter o equilíbrio do organismo, a hidratação do corpo e recuperar o bem-estar. Em caso de náuseas e vômitos, recomenda-se: - Não ficar de estômago vazio, pois pode piorar a sensação de náusea. - Evitar comer os alimentos preferidos, porque, quando o mal-estar passa, esses alimentos podem trazer recordações ruins. - Fazer pequenas refeições, se possível a cada 2 ou 3 horas. - Ao acordar, experimentar comer alimentos secos, como biscoitos de água e sal, de polvilho, torradas, sem tomar líquido. - Não tomar líquidos durante as refeições. - Procurar tomar bastante líquido, de preferência soro caseiroSoro caseiro para hidratação oral: 1 colher de sopa de açúcar (rasa) 1 colher de chá de sal (rasa) 1 copo de água filtrada ou fervida (200 ml). Tomar o soro em pequenas quantidades (1 colher de sopa a cada 5 / 10 minutos)., água de coco, sucos, bebidas isotônicas geladas, em pequenas quantidades. - Preferir alimentos bem cozidos e pastosos. - Evitar alimentos gordurosos (incluindo frituras), muito temperados, doces e bebidas gasosas. - Evitar alimentos quentes; preferir comidas frias ou a temperatura ambiente. - Evitar deitar-se após a refeição. Procurar descansar sentado ou recostado. Para tratar a diarreia, é indicado: - Beber bastante líquido entre as refeições: água, água de arrozReceita de água de arroz 1 colher de sopa de farinha de arroz (cheia) 1 copo de água filtrada (200 ml) ½ colher de chá de açúcar (rasa) 1 colher de chá de óleo vegetal Diluir a colher de farinha de arroz em 100 ml de água, levar ao fogo e deixar ferver de 3 a 4 minutos. Deixar esfriar, acrescentar o restante da água, o açúcar e o óleo. Misturar bem. Consumir durante o dia em pequenas porções., água de coco, chás, sucos naturais coados e especialmente soro de caseiro. - Não deixar de comer; fazer pequenas refeições de 2 em 2 horas. - Lavar e cozinhar bem os alimentos. - Evitar açúcar e doces. Quem está com feridas na boca ou sente dor ao engolir pode: - Comer alimentos macios ou bem cozidos como sopas cremosas, purê de batata, maçã cozida, banana amassada, pão de forma, miolo de pão, gelatina, pudins e flãs. - Umedecer pão ou biscoito no leite, chá (camomila, erva doce, erva cidreira, hortelã), sopa ou outros líquidos para ficarem macios. - Tomar suco natural de caju, goiaba ou laranja lima como fonte de vitamina C. Eles ajudam na cicatrização das feridas. - Usar canudo ou copo para as comidas líquidas (sopa, mingau), ao invés de colher. - Evitar alimentos apimentados ou ácidos. - Evitar alimentos e bebidas muito quentes. Preferir alimentos à temperatura ambiente, frios e bebidas geladas. Aqueles com boca seca precisam: - Beber de 6 a 8 copos de água por dia. - Chupar bala do tipo azedinha, de gengibre ou mascar chiclete sem açúcar. - Umedecer os alimentos (pão, torrada e outros) antes de comê-los. - Dar preferência a alimentos cozidos com caldos ou molhos. - Enxaguar a boca com frequência, isso ajudará a refrescá-la. Atenção: alimentos ácidos ou doces podem estimular a produção de saliva, mas podem também causar irritação na boca se tiver alguma ferida. Pacientes que sofrem de azia ou queimação no estômago podem tomar chás digestivos após a refeição (verde, hortelã ou boldo) e devem evitar: - Condimentos, pimenta de todos os tipos, alimentos gordurosos e café. - Deitar-se após a refeição. Procurar descansar sentado ou recostado. - Comer doces. Quando os remédios causam gases intestinais, é preciso: - Evitar refrigerantes, cervejas, doces, brócolis, couve-flor, couve, feijão, batata-doce. - Diminuir o consumo de milho, grão-de-bico, casca de frutas e verduras (alface, couve) - Seguir os horários habituais das refeições. - Mastigar de boca fechada e não falar enquanto come, pois isso faz engolir ar, aumentando os gases intestinais. Para evitar intestino preso, é prudente: - Aumentar o consumo de fibras na dieta, comendo mais saladas de folhas e adicionando nas refeições farelo de aveia, arroz ou linhaça. - Aumentar a ingestão de água para, pelo menos, 3 litros por dia. - Praticar alguma atividade física, o movimento estimula a musculatura intestinal. - Usar azeite ou óleo vegetal nas verduras cruas. Em situações onde há febre e suores noturnos, é necessário: - Aumentar a ingestão de líquidos. Tomar mais água, sucos de frutas frescas, sucos de vegetais ou água de coco, para repor os minerais perdidos pelo suor ou pela febre. - Manter uma alimentação variada, nos horários habituais. - Aumentar o consumo de massas, pães, cereais e arroz. Alimentos mais indicados
- Alimentos ricos em potássio como banana, batata e carnes brancas. - Pão branco, torradas, bolachas (maisena, água e sal, leite). - Arroz, macarrão com molho caseiro (tomate sem casca e sem sementes) - Batata, mandioquinha, cenoura, cará, inhame, mandioca, chuchu, abobrinha sem semente. - Carnes magras em geral (vaca, peixe, frango sem pele), de preferência grelhadas, assadas ou cozidas. - Leite de soja, leite sem lactose, iogurte natural desnatado, queijo branco ou ricota. - Frutas cruas ou cozidas sem casca como maçã, banana, pera e goiaba sem sementes. - Sucos de frutas naturais – limão, maracujá, maçã, goiaba e acerola. - Gelatina, maisena, aveia e tapioca. Evitar
-Frituras e alimentos gordurosos: maionese, linguiça, salsicha, toucinho, queijos amarelos, chocolate, sorvetes cremosos e creme de leite. - Enlatados em geral: sucos artificiais, doces e salgadinhos. - Alimentos que formam gases: repolho, brócolis, couve-flor, milho, pepino, pimentão, rabanete, nabo, salsão, cebola, alho-poró e refrigerantes. - Cereais integrais, legumes e verduras cruas, frutas secas. - Leite integral ou desnatado. - Alimentos crus. Outras alterações frequentes O tratamento da aids pode levar ao aparecimento de algumas condições associadas, como a dislipidemia (aumento das gorduras no sangue), hipertensão arterial e intolerância à glicose. A dislipidemia é caracterizada por níveis altos de triglicérides, aumento do colesterol total e do colesterol LDL (mau colesterol) e diminuição do colesterol HDL (bom colesterol). http://www.aids.gov.br/pagina/efeitos-colaterais
Antiretrovirais - Quem precisa tomar
Apesar dos benefícios já comprovados dos medicamentos antirretrovirais, o tratamento não é indicado a todas as pessoas que vivem com HIV. Os remédios aumentam o tempo e a qualidade de vida de quem segue o tratamento corretamente. Mas podem causar alguns efeitos colaterais que, em alguns casos, não compensam os ganhos com a terapia. O tratamento é recomendado para quem tem contagem baixa de células de defesa (linfócitos T CD4+) no organismo. Quanto mais próximo de 200 células/mm3 estiverem os linfócitos, maior é o risco de a doença progredir para aids. Cada caso é único e deve ser discutido com o médico, mesmo aqueles em que há coinfecções. Além de analisar o sistema imunológico, é preciso avaliar a carga viral (o nível de infecção pelo HIV), a presença de outras doenças, a motivação do paciente e sua capacidade de adesão – tomar os remédios como recomendado. http://www.aids.gov.br/pagina/quem-precisa-tomar
Início da terapia antirretroviral
O início do tratamento com medicamentos antirretrovirais é um dos momentos mais difíceis para o soropositivo, pois uma nova rotina deve ser incorporada em sua vida. E os remédios podem lembrá-lo a cada momento da doença. Por isso, os profissionais de saúde devem ajudar o paciente a enfrentar o início da terapia. É preciso tomar os remédios corretamente, mesmo com possíveis problemas de horário e efeitos colaterais. E a adesão é um dos maiores desafios para a os pacientes. Por isso, na conversa com o médico, o soropositivo deve listar as dificuldades que possam surgir. Seguir todas as recomendações médicas relacionadas aos remédios, alimentação, prática de exercícios físicos é fundamental para aumentar a qualidade de vida do paciente. O uso de qualquer outro medicamento, álcool e drogas deve ser avisado ao médico para a troca de informações sobre interação e possíveis reações do organismo. Geralmente, as consultas são feitas em intervalos de duas a três semanas. Até 30 dias após o início do tratamento, recomenda-se a realização de exames de sangue para avaliar o estado de saúde do paciente e a reação do organismo aos remédios indicados. Com o tempo, os controles podem ser feitos a cada três ou quatro meses. Troca da combinação Após o início do tratamento com medicamentos antirretrovirais, alguns soropositivos podem precisar trocar as combinações. Para montar os “esquemas de resgate”, os médicos precisam estar atentos à evolução da carga viral, contagem de linfócitos T CD4+ e aparecimento de algumas doenças. Mas, alguns fatores interferem no tratamento: intolerância, má-adesão, uso prévio de combinações inadequadas e resistência primária do HIV. Nesses casos, o médico deverá solicitar o teste de genotipagemÉ um exame de sangue que analisa a sequência de DNA do HIV (genoma). Verifica possível resistência do vírus a algum medicamento., para identificar a quais medicamentos a pessoa ficou resistente, para que possa ser planejada a troca do esquema. http://www.aids.gov.br/pagina/inicio-da-terapia-antirretroviral
HIV - Onde e como pegar os antiretrovirais
Depois da indicação do médico e com a receita em mãos, o soropositivo deve retirar os remédios em uma Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM). Geralmente, essa distribuição é feita nos próprios Serviços de Assistência Especializada (SAE), onde ocorrem as consultas. A equipe de atendimento sabe informar a localização da UDM mais próxima. O paciente não pode pegar os medicamentos, sem ser orientado sobre: - Nome genérico, forma farmacêutica (comprimido, cápsula, solução injetável, solução oral, suspensão), características físicas que diferenciam os remédios (cor, formato, tamanho) - Função de cada substância - Forma de transporte e conservação - Uso adequado - Quantidade de medicamentos e quanto tempo irão durar - Possíveis efeitos colaterais - Outros cuidados necessários Em caso de alguma dúvida, deve-se perguntar novamente. O paciente não deve ter dúvida alguma sobre os medicamentos! Forma de transporte e conservação Temperatura, umidade e luminosidade interferem na qualidade, e estabilidade dos medicamentos. Frascos não devem ser substituídos por outros diferentes dos originais para evitar contaminações e preservar a eficácia da substância. Não é recomendado retirar os rótulos dos frascos. Assim, evita-se confusão e troca no consumo. Modo de utilização Cada medicamento possui uma forma diferente de preparo e consumo. Para o sucesso do tratamento, é fundamental seguir corretamente as recomendações médicas, respeitando-se os horários. O consumo de álcool, drogas e outros medicamentos podem prejudicar o tratamento e até fazer o paciente passar mal. Por isso, esclareça todas as suas dúvidas com o médico e o farmacêutico. Quantidade de medicamentos Interromper, abandonar ou não tomar corretamente os medicamentos prejudica o tratamento. Atitudes como essa podem causar resistência do vírus ao princípio ativo do remédio. Com isso, as opções de combinações de medicamentos diminuem, interferindo na sobrevida do soropositivo. Em caso de esquecimento ou perda de doses, o paciente deve entrar em contato com o médico ou o farmacêutico responsável o quanto antes. Efeitos colaterais Os antirretrovirais podem causar efeitos colaterais indesejáveis. O médico e o farmacêutico devem ser informados da existência desses efeitos e o soropositivo precisa de uma orientação sobre o que fazer. Outros cuidados
- Sempre lavar as mãos antes de manipular e tomar medicamentos - Observar toda mudança no corpo e qualquer efeito relacionados ao uso do medicamento, relatando-os ao médico e farmacêutico - Não indicar o uso nem dar sobras de medicamentos a outras pessoas. É preciso devolver o medicamento que não for mais necessário - Em caso de vômito, entrar em contato com o médico e farmacêutico - Não tomar qualquer medicamento sem prescrição médica. http://www.aids.gov.br/pagina/onde-e-como-pegar
HIV - Quais são os antirretrovirais?
Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da aids , mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem aids. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. Atualmente, existem 19 medicamentos divididos em cinco tipos. Classes de medicamentos antirretrovirais
Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir. Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina. Inibidores de Protease – atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV. São eles: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir. Inibidores de fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida. Inibidores da Integrase – bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas. http://www.aids.gov.br/pagina/quais-sao-os-antirretrovirais
Rede Cegonha prevê investimento de R$ 9,4 bi até 2014
Luciana Lima Repórter da Agência Brasil Brasília - O programa Rede Cegonha, a ser lançado amanhã (28) pela presidenta Dilma Rousseff, em Belo Horizonte, prevê investimentos de R$ 9,4 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde até 2014. Os recursos, de acordo com o ministério, serão aplicados na construção de uma rede de cuidados para a mulher e para as crianças de até dois anos. O programa é uma promessa de campanha da presidenta e tem foco na gestão de saúde, mais que a criação de novas unidades. Os investimentos, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vão atingir toda a rede que começa pela unidade básica de saúde, passa pelos exames do pré-natal, pelo transporte seguro, até o parto nos leitos maternos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para criar a rede, o governo informou que investirá recursos na criação de novas estruturas de assistência e acompanhamento das mulheres e reforço na rede hospitalar convencional. Outras novas estruturas previstas no programa são as Casas da Gestante e do Bebê e os Centros de Parto Normal, que deverão funcionar em conjunto com a maternidade. O objetivo, de acordo com o governo, é “humanizar o nascimento”. Uma das medidas do programa será a de oferecer nos postos de saúde testes rápidos de gravidez. Confirmado o resultado positivo, a gestantes deverá se submeter a, no mínimo, seis consultas durante o pré-natal, além de exames clínicos e laboratoriais. Entre os exames a serem exigidos pelo Ministério da Saúde estão o de HIV e sífilis. De acordo com o Ministério da Saúde, a Rede Cegonha também prevê a qualificação de profissionais de saúde para dar assistência adequada às gestantes e aos bebês. O governo também quer, com o programa, fortalecer a rede hospitalar obstétrica de alto risco A meta, de acordo com o Ministério da Saúde, é implantar a Rede Cegonha em todo o Brasil, no entanto, o governo quer iniciar o atendimento pelo Nordeste, Amazônia Legal e nove regiões metropolitanas onde há a maior concentração de gestantes. As primeiras cidades a receberem o programa serão: Manaus, Recife, Distrito Federal, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. De acordo com o governo, a Rede Cegonha terá atuação integrada com as demais iniciativas para a saúde da mulher no SUS, com foco nas cerca de 61 milhões de brasileiras em idade fértil. http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-03-27/rede-cegonha-preve-investimento-de-r-94-bi-ate-2014
Pacientes de plano pagam taxa extra para fazer o parto
Clientes das Unimeds em São Paulo gastam até R$ 2.000 para ter o parto realizado pelo médico que acompanhou toda a gravidez. A informação é de reportagem de Hélia Araújo, publicada na Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). A exigência no plano de saúde --que é uma cooperativa de médicos-- acontece em cidades como Franca, Campinas e Americana. A cobrança ocorre porque esses planos criaram escalas fixas de obstetras plantonistas. São eles que fazem os partos sem custo adicional. Caso as futuras mães queiram escolher outro médico, elas pagam um adicional, a "taxa de chamada". A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), responsável pela fiscalização dos planos de saúde, diz que a paciente pode exigir que o parto seja feito pelo médico dela, sem que tenha que pagar adicional. Se a informação sobre a taxa não estiver clara no contrato, o médico e o plano de saúde não podem fazer a cobrança. OUTRO LADO A Unimed afirma que a "taxa de chamada" não é reconhecida oficialmente pela operadora, embora admita que a prática exista e é aplicada pelos médicos da cooperativa de saúde. As assessorias de imprensa das Unimeds de Campinas, Americana e Franca informaram que a negociação é feita diretamente entre os médicos e as pacientes. Segundo elas, não há nenhuma interferência da operadora de plano de saúde. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/894540-pacientes-de-plano-pagam-taxa-extra-para-fazer-o-parto.shtml
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