Hereditariedade, diagnóstico, tratamento e diferenciação estão entre algumas questões que ainda causam dúvidas sobre essa doença que acomete mais de 10 mil pessoas por ano
Rio de Janeiro, 11 de agosto – Apesar de termos um número bastante elevado de informações de confiança acessíveis à população, seja através do rádio, da TV ou da internet, algumas doenças ainda permanecem um mistério para a maioria das pessoas, como a leucemia. Em 2015, uma pesquisa do Ibope mostrou que metade dos brasileiros desconhecia que tipo de doença ela é e 20% dos entrevistados nem ao menos sabiam se tratar de uma patologia. Tomada erroneamente como uma única doença, o termo refere-se a um grupo de diversos tipos de câncer que atacam a medula óssea, que produz as células sanguíneas conhecidas como glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio; os glóbulos brancos, que combatem as infecções do organismo; e também as plaquetas, que ajudam na coagulação.
A doença, que está entre os 10 tipos de câncer mais incidentes nos homens e acomete mais de 10 mil pessoas por ano apenas no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), se origina quando algumas dessas células sofrem mutações e acabam se tornando células de leucemia, ou neoplásicas, que substituem as versões normais e saudáveis, dificultando o funcionamento correto do corpo. E o mais alarmante sobre as patologias? Mais de 6.300 pessoas morrem por ano por complicações decorrentes da doença.
Sendo patologias diferentes, elas apresentam sintomas que não coincidem uns com os outros e demandam tratamentos específicos, o que quebra o pensamento popular de que a leucemia é um único câncer. Segundo a Dra. Monika Conchon, onco-hematologista e integrante do corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica, são muitos os fatores que contribuem para que um tipo ou outro de leucemia seja identificado. No geral, elas são divididas em dois grandes grupos: as mieloides e as linfoides, diferenciadas pela origem celular. Também podem ser de caráter agudo ou crônico, baseando-se no tipo da célula. A leucemia linfoide aguda (LLA), por exemplo, corresponde a cerca de três quartos dos casos de leucemia entre crianças e adolescentes de 0 a 18 anos.
“É mito achar que as leucemias são hereditárias. Elas não são passadas de pais para filhos; todos os casos dessas patologias se desenvolvem de forma adquirida, e os melhores exames de análises clínicas para diagnosticar a doença são: o mielograma, que avalia a medula óssea; a imunofenotipagem, que analisa as células de determinado tecido; o cariótipo, que percebe a quantidade e a estrutura dos cromossomos de uma célula; e os marcadores moleculares”, explica a Dra. Monika.
No início, os sintomas de um paciente com algum tipo de leucemia são bem gerais, podendo ser confundidos com uma virose simples. Na maioria dos casos, são observados tontura, fadiga, fraqueza, febre, dor de cabeça, perda de peso e outros indícios da mesma natureza. Em pouco tempo, alguns sintomas tornam-se mais característicos dessas patologias, como dor nos ossos e nas articulações, infecções frequentes, sangramento da gengiva e aparecimento de hematomas. Uma vez identificado, o câncer em questão será tratado de acordo com seu tipo e intensidade, podendo ser erradicado com radioterapia, quimioterapia, transplante de medula óssea ou terapia dirigida.
“Tratando-se de um grupo heterogêneo de doenças, cada uma delas tem seus sintomas e tratamentos distintos, então, é essencial que o caso seja observado de perto por um especialista qualificado, de maneira que a abordagem mais eficaz para cada tipo de leucemia e sua duração seja discutida com o paciente”, conta a médica. Como apenas uma pequena fração das leucemias é associada à exposição a irradiações ou algumas substâncias tóxicas, não é possível prevenir o desenvolvimento desse tipo de câncer de maneira direta.
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