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domingo, 24 de agosto de 2014

Abandone 10 hábitos que favorecem a má digestão

Comer rápido, fumar e usar cintos apertados são alguns vilões do estômago 

Azia, gases, sensação de estômago pesado e sonolência são sintomas que já acometeram todos nós pelo menos uma vez. Apesar de serem comuns a pessoas com condições crônicas, como a doença do refluxo gastroesofágico, esses males podem surgir em qualquer um que exagerou no prato ou não tomou os devidos cuidados na refeição - mesmo aqueles que seguem uma dieta equilibrada. 

Confira os conselhos dos especialistas e fique atento aos deslizes que podem causar má digestão:    

Comer muito rápido
Ao comer rapidamente, cometemos dois erros cruciais - não mastigamos direito e não damos tempo suficiente ao nosso cérebro para perceber que estamos comendo. "Quando começamos a mastigar, nosso organismo libera uma enzima que facilita a quebra do alimento, iniciando o processo de digestão", explica o nutrólogo Fernando Bahdur Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Desta maneira, é fundamental triturar bem os alimentos antes de engolir, para que a enzima tenha tempo de agir, facilitando o trabalho do estômago e evitando que o órgão fique sobrecarregado - fator que deixaria a digestão mais lenta. Além disso, cada refeição deve ter duração de pelo menos 20 minutos. "Esse é o tempo médio que leva para o intestino liberar o hormônio que ativa o centro de saciedade do cérebro depois que começamos a nos alimentar", explica. Almoçar em menos tempo que isso não irá proporcionar a sensação de saciedade, fazendo que com a ingestão seja exagerada, dificultando a digestão e favorecendo problemas como refluxo. "Comer demais também torna o processo de digestão mais demorado, causando sensação de mal estar", alerta o nutrólogo. De acordo com o profissional, o ideal é comer até sentir-se bem e não até ficar "cheio".   

Manias à mesa
A gastroenterologista Mara Rita Salum, da Unifesp, explica que os órgãos do sistema digestivo se localizam na caixa torácica e, dependendo da forma como nos posicionamos, eles se comprimem, dificultando o processo digestivo, culminando na má digestão. Por isso, atitudes como comer deitado ou em qualquer posição que não seja ereta afeta diretamente a digestão. Outra mania comum é falar enquanto comemos - isso pode aumentar a ingestão de ar durante a refeição, favorecendo problemas relacionados a gases. 

Líquidos durante a refeição
"Quando alguém bebe muito líquido enquanto come, o estômago enche mais, podendo causar mal estar devido ao maior tempo de digestão necessário para esvaziar o órgão", aponta a gastroenterologista Mara. Tomar um copo de suco de até 150 ml, no entanto, não interfere de forma significativa na digestão e pode até facilitar o processo de mastigação. Mas a ressalva fica para as bebidas gaseificadas: elas provocam a dilatação do estômago, levando a uma maior ingestão de comida e prejudicando o processo digestivo. "Acompanhar a refeição com qualquer tipo de bebida não é recomendado apenas para quem sofre de doença do refluxo gastroesofágico, pois aumenta o risco de azia."

Jejum prolongado
Para entender porque o jejum prolongado interfere na digestão, é preciso conhecer o mecanismo do corpo que causa a azia. Na ligação do nosso esôfago com o estômago, temos um órgão chamado esfíncter esofágico inferior, uma espécie de anel responsável por permitir a passagem de comida e se manter fechado quando não estamos fazendo uma refeição. "Ele se abre para o alimento passar do esôfago para o estômago e, em seguida, deve se fechar para reter o que foi ingerido e impedir que os sucos gástricos atuantes na digestão subam para o esôfago, causando a azia", explica o gastroenterologista Ricardo Blanc, da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia. Quando uma pessoa fica sem comer, o ácido gástrico produzido normalmente pelo estômago se acumula e pode refluir, irritando o final do esôfago e causando a azia. "Comer a cada três horas mantém o sistema digestivo em funcionamento, sem sobrecarga na produção de ácido gástrico", explica o gastroenterologista Luiz Eduardo Rossi Campedelli, do Hospital Albert Einstein.

Boca seca
Ficar com água na boca não indica apenas que você está com fome - a saliva é parte importante do processo de digestão, pois é ela quem inicia esse processo. É pela saliva que são liberada as primeiras enzimas que ajudam na trituração dos alimentos. Além disso, a saliva ajuda na eliminação de bactérias da cavidade bucal, prevenindo contra cáries e outras doenças. Dessa forma, pessoas que tem a boca mais seca podem ter o processo digestivo prejudicado, já que a saliva não será suficiente. Segundo os especialistas, o uso de determinados medicamentos - entre anti-histamínicos, descongestionantes, analgésicos, diuréticos e remédios para pressão alta e depressão -, tabagismo, abuso de álcool, menopausa e doenças que afetam as glândulas salivares, como diabetes, Parkinson e HIV, são causadores de secura na boca. Ela também pode surgir uma vez ou outra, sem qualquer relação com esses problemas, mas se persistir o ideal é procurar um médico. Algumas dicas para evitar a secura na boca são beber bastante água, mascar gomas ou chupar balas sem açúcar e evitar bebidas com cafeína.

Fumo e álcool
Você deve estar se perguntando por que o cigarro iria interferir na digestão, já que a fumaça se deposita nos pulmões. A resposta é simples: a nicotina, quando entra na corrente sanguínea, também vai para o sistema digestivo, e lá provoca a diminuição da contração do estômago, dificultando a digestão. "O uso contínuo do cigarro também enfraquece o esfíncter esofágico inferior, aumentando o contato do ácido gástrico com a mucosa esofágica e causando azia", diz o gastroenterologista Luiz Eduardo. Além disso, o tabaco altera o paladar e induz a produção de ácido clorídrico pelo estômago, o que facilita a infecção pelas bactérias Helicobacter pylori, causadoras da úlcera gástrica. Segundo o especialista, o cigarro ainda estimula a ida de sais biliares do intestino para o estômago, tornando suco gástrico mais nocivo ao organismo e intensificando o aparecimento de úlceras.

Com o álcool não é diferente. Quando ingerimos alguma bebida alcoólica, a substância logo é absorvida pelo nosso sistema gastrointestinal, irritando as mucosas do esôfago e do estômago e alterando as membranas do intestino, prejudicando a absorção de nutrientes. "Os resultados podem ser esofagite, gastrite e até diarreia", explica o gastroenterologista Ricardo Blanc. Já no fígado, o álcool vai alterar a produção de enzimas, sobrecarregando o órgão. "Ele passa a produzir mais enzimas para metabolizar o etanol, levando a uma inflamação crônica ou hepatite alcoólica, podendo evoluir para cirrose", completa. Outro órgão afetado pelo excesso de bebidas alcoólicas é o pâncreas, responsável pela fabricação de insulina e de enzimas digestivas. O álcool pode causar uma inflamação no pâncreas, e essa inflamação pode evoluir para uma pancreatite. 

Sono inadequado 
Descansar após as refeições, tirando um cochilo leve, pode ajudar na digestão porque está relacionada, sobretudo, ao repouso. "Dando um tempo das atividades pesadas, o fluxo sanguíneo permanece focado nos órgãos envolvidos na digestão sem qualquer problema", afirma o nutrólogo Fernando. Além disso, o ideal é repousar com a cabeça levemente inclinada para cima, pois isso ajuda na descida dos alimentos. "Ficar completamente deitado pode favorecer o refluxo ou mesmo atrapalhar a digestão", explica o especialista. A soneca, entretanto, deve durar apenas alguns minutos, pois ao entrarmos em sono profundo, o metabolismo fica lento, dificultando o processo de digestão. Caso queira dormir mais profundamente, espere de duas a três horas após a refeição. 

Respirar pela boca ou sorver alimentos 
É comum pessoas com alergias respiratórias passarem a maior parte do tempo com as narinas entupidas, precisando respirar pela boca. Nesse cenário, ela acaba respirando pela boca também enquanto come, levando mais ar para o estômago e causando gases. O mesmo acontece quanto usamos canudinho ou sorvemos alimentos, como uma colher cheia de sopa. O ato de sugar a bebida ou o alimento também traz mais ar para dentro do corpo, podendo causar má digestão ou então intensificando um problema que a pessoa já tenha normalmente, como refluxo ou azia. 

Erros ao fazer exercícios 
"Logo depois que você se alimenta, o organismo direciona maior fluxo sanguíneo para os órgãos envolvidos na digestão para que, dessa maneira, o processo seja realizado mais rapidamente", aponta o nutrólogo Fernando. Quando fazemos exercícios, por outro lado, quem solicita maior fluxo sanguíneo são os músculos. Assim, é fundamental esperar a digestão completa da refeição - que leva cerca de duas horas - para treinar, pois, do contrário, nenhuma atividade será bem realizada. Segundo o nutrólogo, a diminuição do fluxo sanguíneo ocorre até mesmo no cérebro e, por isso, é normal sentirmos preguiça, cansaço ou dificuldade de concentração logo após comer. O ideal, portanto, é esperar cerca de 15 minutos para voltar a trabalhar, estudar ou realizar outra atividade que exija atenção. 

Roupas ou cintos apertados
Usar calças ou saias com elásticos apertados, bem como abusar dos cintos, pode apertar o estômago e obrigar a comida a retroceder para o esôfago. Após as refeições, seu estômago dilata por conta da produção de ácidos gástricos, e a pressão das roupas pode fazer com que esses ácidos retornem para o esôfago, causando azia e refluxo. Esse problema é mais intenso em pessoas que estão acima do peso, pois a obesidade aumenta ainda mais a pressão no estômago. Essa pressão pode empurrar o conteúdo do estômago para dentro do esôfago, causando azia.  

Minha Vida

Redes sociais: veja os erros que fazem você perder oportunidades de emprego

Não é novidade para ninguém que as empresas dão uma bela de uma fuçada nos perfis sociais das pessoas antes sequer de chamá-las para a fase de entrevistas

Inclusive, esse é um filtro que acaba tirando muita gente do páreo. O único detalhe é que nem sempre temos a certeza do que essas empresas estão procurando e o que elas consideram certo e errado.

Para tirar suas dúvidas, o site CareerBuilder entrevistou algumas empresas e descobriu algumas razões surpreendentes que são usadas como critério para rejeitar candidatos.

A forma como você se comporta nas redes sociais diz muito a seu respeito
E as empresas sabem disso. Os setores de RH estão de olho e sabem ler até os mínimos detalhes da sua personalidade em cada frase de lugar comum que você compartilha.

Vamos aos percentuais, começando com a razão mais óbvia: 46% dos empregadores rejeitam de cara os candidatos que publicam “fotos ou informações provocativas ou inapropriadas”.

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Algumas das outras principais razões não são tão óbvias assim: 

- 36% dos candidatos são eliminados por falarem mal das empresas que trabalham (ou trabalharam) e de colegas de emprego (ou de pessoas com as quais já trabalharam);

- 32% dos candidatos são eliminados por demonstrarem baixa capacidade de comunicação;

- 28% dos candidatos são desconsiderados por fazerem comentários discriminatórios relativos à raça, sexo, religião etc;

- 25% são eliminados por mentirem sobre suas qualificações. Parece um absurdo, não é? Mas eu conheço um caso em que a pessoa mentiu na entrevista e no primeiro dia de trabalho disse que “precisava de ajuda para aprender a fazer aquilo”;

- E, finalmente, 24% dos candidatos costumam ser eliminados por compartilharem informações confidenciais de empregadores anteriores – o que, de fato, é muito feio.

Na dúvida, pense uma coisa: o que vale nesse caso, mais do que em qualquer outro, é a boa e velha regra do bom senso.


Hypescience

Pacientes com Alzheimer receberão injeções de sangue de pessoas jovens

Time to give something back <i>(Image: annedehaas/Getty)</i>
Image: annedehaas/Getty
Pessoas com doença de Alzheimer vão receber, em outubro, sangue de pessoas mais jovens durante um ensaio clínico na esperança de que isso reverta alguns dos danos causados pela condição 

Ideia antiga
Não é coisa de vampiro, nem proposta sem sentido. Os cientistas têm evidências de que esse tratamento pode produzir bons resultados.

Estudos com animais já demonstraram que uma transfusão de sangue de ratos jovens para velhos pode melhorar a cognição e a saúde de vários órgãos e até fazer os animais idosos parecerem mais novos (imagina se a mesma coisa acontece com humanos? Já vejo toda uma indústria de cosméticos e fármacos nascendo).

A ideia do sangue novo versus o velho remonta aos anos 1950, quando Clive McCay, da Universidade Cornell (EUA), costurou o sistema circulatório de um rato velho com o de um novo, uma técnica chamada de parabiose heterocrônica. McCay constatou que a cartilagem dos ratos velhos logo pareceu mais jovem do que seria esperado.

Foi só recentemente, no entanto, que os mecanismos por trás deste experimento foram mais claramente compreendidos.
Em 2005, Thomas Rando da Universidade de Stanford (EUA) e sua equipe descobriram que o sangue jovem rejuvenescia as células do fígado e tronco esquelético de ratos velhos, que também foram capazes de reparar músculos lesionados como fariam animais mais jovens.

Em 2012, Amy Wagers da Universidade de Harvard (EUA) mostrou que sangue novo pode reverter o declínio cardíaco em ratos velhos. Uma vez que ela e seus colegas descartaram a influência da redução da pressão arterial nos ratos mais velhos, identificaram uma proteína no plasma do sangue jovem chamada “fator de crescimento de diferenciação 11” (GDF11) que parecia cair em número com a idade.

Para ver se a proteína estava ligada aos efeitos de rejuvenescimento, a equipe deu a ratos velhos injeções diárias de GDF11. Em resumo, eles descobriram que a proteína ajuda a saúde de várias maneiras, por exemplo, aumentando o número de vasos sanguíneos e de células-tronco no cérebro, ambos fatores conhecidos por melhorar o funcionamento do órgão.

De volta aos pacientes de Alzheimer
Resultados preliminares de um estudo feito por Tony Wyss-Coray, também da Universidade de Stanford (EUA), sugerem que o sangue humano também tem benefícios rejuvenescedores similares aos vistos em ratos.

Por isso, em breve, uma pesquisa irá estudar os efeitos de dar sangue humano jovem a pessoas idosas com uma condição médica – Alzheimer.

A equipe de Wyss-Coray vai fazer transfusões de plasma sanguíneo doado por pessoas com menos de 30 anos a voluntários idosos com doença de Alzheimer leve a moderada. Os pesquisadores esperam ver melhorias imediatas na cognição. Eles acompanharão cada participante do estudo por alguns meses para ver se algum de seus familiares ou cuidadores relata quaisquer efeitos positivos.

Apesar do otimismo, Wyss-Coray adverte que o tratamento ainda é muito experimental e que os efeitos benéficos podem ser transitórios.

Além disso, os cientistas não pensam que o GDF11 é o único fator que mantém os órgãos jovens. É muito mais provável que existam vários fatores exercendo estes efeitos em combinação.

Como não é prático que as pessoas vivam fazendo transfusões de sangue (começa pelo problema de quem vai doar todo esse sangue), a ideia dos pesquisadores é identificar diversos fatores que poderiam melhorar a cognição em pessoas mais velhas para mais tarde serem capazes de criar uma droga que faça a mesma coisa.

O jeito é torcer para que os resultados do estudo sejam promissores. [NewScientist]

Hypescience

Teste genético consegue prever tendência a obesidade, doenças cardíacas e câncer

Getty Images: Predisposição revelada em teste genético, no entanto, não é sentença de morte. É um
 a mais, mas não significa que a pessoa obrigatoriamente desenvolverá a patologia', diz geneticista
Além de doenças, genes indicam como metabolismo vai reagir a cada tipo de remédio, o que pode individualizar tratamento 

E o que está escrito nos genes está cada vez mais sendo decifrado. Um teste genético, já disponível em algumas clínicas e hospitais, é capaz de prever se a pessoa tem mais propensão a desenvolver doenças crônicas ou até mesmo se tornar obeso ou vítima de morte súbita no futuro.

Funciona assim: a partir do mapeamento – feito por um exame de sangue ou saliva com custo de R$ 800 a R$ 1.200 – são identificados genes ligados a várias doenças. Há um determinado gene, por exemplo, que, se encontrado, sinaliza que aquela pessoa tem até oito vezes mais chance de ser obesa no futuro, o que justificaria uma atenção maior com o peso.

O mesmo acontece em relação ao infarto e ao enfisema pulmonar. A avaliação consegue identificar mutações genéticas que levariam uma pessoa a ter uma predisposição maior a sofrer dessas doenças. Isso explica porque o cigarro é tão mais fatal em alguns casos. E, como as mutações genéticas não são necessariamente hereditárias, ter um avô que fumou até os 90 não deve abrir jurisprudência para os descendentes.

A predisposição a doenças reveladas em um teste genético, no entanto, não é uma sentença de morte. “É um risco a mais, mas não significa que a pessoa obrigatoriamente desenvolverá a patologia”, afirma Milton Ozório Moraes, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Até mesmo por isso, os especialistas não indicam que seja feito em larga escala ou incluso em medidas de saúde pública.

É preciso cautela
O geneticista Salmo Raskin, um dos brasileiros envolvidos no projeto Genoma, pondera que ainda são poucos os genes conhecidos capazes de dimensionar um risco elevado de determinadas doenças.

"Em um futuro breve, em três ou quatro anos, esse teste vai se tornar uma coisa muito interessante. O que está acontecendo nesse momento não pode se dizer que é uma antecipação, mas sim uma precipitação. É uma ideia ótima, que certamente vai se tornar uma realidade logo" explica o geneticista, que atua no laboratório Genétika.

Raskin exemplifica: no teste de diabetes, por exemplo, existem três ou quatro genes conhecidos que identificam a propensão à doença, o que ainda é pouco para afirmar que a patologia se desenvolveria no futuro. Daqui a poucos anos, diz ele, provavelmente já terão sido identificados muito mais genes envolvidos com o aparecimento da doença, fazendo que o prognóstico seja mais preciso.

Que remédio eu tomo?
Além de “prever” doenças, os genes também indicam como o metabolismo vai reagir a cada tipo de remédio. É o que se chama de farmacogenética. “Em 20% das pessoas que tomam medicamentos psiquiátricos, o remédio não faz efeito, porque não são metabolizados pelo indivíduo”, detalha Moraes, do IOC.

Ao se identificar as mutações específicas nos genes que impedem que uma droga seja metabolizada corretamente, é possível individualizar o tratamento, ajustando as doses do remédio ou até mesmo trocando a substância.

“Isso já tem sido aplicado quando a pessoa não responde a um determinado medicamento no tratamento do câncer”, explica o geneticista Ciro Martinhago, membro do departamento de genética do Hospital Albert Einstein e diretor da Chromosome Medicina Genômica.

Hereditariedade
Os testes genéticos, segundo Moraes, da Fiocruz, também são de grande valia quando se tratam de questões transmitidas de pais para filhos. “Se uma pessoa tem histórico familiar de câncer de mama hereditário, por exemplo, e o médico avaliar que pode existir o risco, o teste é necessário”, explica.

Martinhago pondera que, apesar de o teste genético identificar propensão maior a desenvolver um câncer, o procedimento esbarra em questões éticas, quando se fala da infância. O médico afirma que, apesar de o exame identificar se a pessoa tem propensão a ter câncer, o geneticista evita fazê-lo em crianças. “O câncer é um mundo à parte. Apenas 5% a 10% deles são hereditários. Só se faz um teste desses se a criança já tem histórico na família. Mesmo assim, é de extrema importância saber qual o benefício que essa notícia vai trazer.”

Segundo ele, discute-se também até onde os pais têm o direito de ter a informação. “A mãe terá de assinar um termo de consentimento, mas ela precisa saber o impacto emocional que o resultado de um exame poderá causar”, afirma. Em sua clínica, sem um consulta prévia para todos esses esclarecimentos, o teste não é feito.

Veja doenças que um teste genético já consegue identificar:

Colesterol genético: se a pessoa não abusa de alimentos gordurosos e mesmo assim tem o colesterol nas alturas, pode ser genético. O teste mostra se há um risco aumentado para a doença, mas não consegue estimar a porcentagem a mais.

Obesidade: uns comem bastante e continuam magros. Outros comem uma migalha e parece que, só de sentir cheiro de comida, engordam. A resposta, mais uma vez, está na genética, já que de 40% a 70% da obesidade é por culpa dos genes (o restante é por questões ambientais, como hábitos de vida).

O teste consegue identificar quem tem maior predisposição a ficar obeso, bem como quem tem tendência a recuperar o peso perdido. É possível identificar a reação que a pessoa terá com carboidratos ou gorduras. Com isso em mãos, um nutricionista conseguiria adaptar uma dieta saudável desde muito cedo.

Problemas no coração: hábitos de vida influenciam mais no risco cardíaco do que a genética. No entanto, é possível identificar, por meio de marcadores genéticos, quem tem mais predisposição a sofrer um infarto. 

Algumas pessoas, porém, têm um risco genético maior ao usar uma terapia específica para dissolver trombos que causaram um infarto, por exemplo. Se o indivíduo tem essa sensibilidade e o médico já sabe, usa outro tratamento. Uma escolha que poderia poupar vidas.

Diabetes tipo 2: mais de 370 milhões de pessoas no mundo são diabéticas, sendo que 90% delas sofrem do tipo 2 da doença. Um dos fatores ambientais de risco para a doença é o excesso de peso. Mas, mesmo em magros, o diabetes pode se instalar. A genética já consegue prever a probabilidade de se ter a doença ou não.

Atletismo: muitos treinam, treinam em não atingem o resultado que querem. O teste genético identifica se a criança tem tendência no esporte de explosão ou resistência, ou seja, se a pessoa que fizer natação será melhor nos 50 ou 200 metros, assim não frustra ninguém”, completa.

Plano de saúde oferece cobertura para alguns testes, mas com limitações
O teste genético para 29 doenças pode ser feito com cobertura dos planos de saúde, conforme regulamentado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em janeiro deste ano. Segundo o geneticista criador do primeiro ambulatório de genética clínica do Brasil e professor da Unicamp, Walter Pinto Junior, o plano só autoriza quando há um objetivo real para tratamento, como no caso do câncer de mama.

A questão principal está em convênio ser obrigado a autorizar um teste genético apenas quando ele for pedido por um médico geneticista. Mas a genética médica é a menor especialidade do Brasil: para cerca de 50 milhões de pacientes afiliados em planos de saúde no Brasil, há apenas 240 geneticistas, sendo que 80% deles estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste.

“Não é possível montar um teste para a população brasileira sem que tenha uma infraestrutura, tem que ter geneticista para avaliar. Seria a mesma coisa que fazer um raio-x mas não ter ninguém para interpretar”, conclui Pinto Junior.

iG

Cirurgia para aumentar o pênis: precisa mesmo?

O tamanho do pênis e sua atratividade é uma discussão que vem de longa data e em diferentes culturas

Por Fátima Protti

A crença de que machos com pênis grande atrai uma quantidade maior de fêmeas, por ser um melhor reprodutor, ter mais resistência e força, surgiu em culturas primitivas.

Fantasias e mitos sexuais sobre o pênis grande foram construídos a partir dessa crença e ainda hoje, isso é um ideal a ser conquistado por muitos homens. A fantasia mais comum é de que um pênis grande proporciona maior prazer à mulher.

Mas, um estudo realizado na Universidade Nacional da Austrália, conduzido por Brian Mautz, concluiu que se um homem não for atraente para a mulher, não adianta ter um grande pênis. O tamanho importa desde que ele apresente outras características atrativas.

Na prática sexual, dependendo do tamanho do pênis, o mito do prazer feminino nem sempre se acomoda tão bem à realidade. O coito pode se tornar desconfortável, por uma condição anatômica feminina, já que a maioria das vaginas apresenta uma profundidade que pode chegar a 16 cm em estado de excitação. Além disso, a área de maior sensibilidade é o primeiro terço da entrada da vagina, onde ela pode sentir maior prazer.

Com o tempo, a insatisfação de muitos homens com o tamanho do seu pênis abriu um mercado que é explorado por muitos segmentos. Muitos produtos são oferecidos, mas nem todos são eficazes e seguros. Existe uma grande variedade: bombas penianas, esticadores, exercícios, pílulas, lipoaspiração e cirurgias. Alguns urologistas afirmam que o mercado vende ilusão.

A literatura mostra que a bioplastia peniana, cirurgia para aumentar a largura peniana e a cirurgia do ligamento suspensor, para aumentar o comprimento (de 1 cm a 2 cm, de acordo com cada pessoa), nem sempre é efetiva e há grande risco de complicações graves.

A cirurgia de aumento peniano é indicada para pacientes que necessitam melhorar a capacidade funcional do membro, como é o caso do micropênis, entre outros problemas. Nos casos de homens com pênis de tamanho normal, com a finalidade cosmética, o procedimento é encarado como experimental e, portanto, deve ser indicado para casos selecionados, segundo normas estabelecidas pela resolução 1478/97 do Conselho Federal de Medicina.

Delas

10 doenças causadas pela falta de vitamina D

Sol é principal sintetizador de vitamina D. Consumir alimentos que contêm a vitamina é importante para fugir de doenças 

Quem nunca ouviu alguém contar que está com falta de vitamina D? Pois é, o uso ininterrupto do protetor solar tem protegido a pele, mas deixado o organismo orfão da vitamina que ajuda na saúde dos ossos e até no bom funcionamento da mente.

Isso porque a vitamina D só é absorvida adequadamente com a exposição da pele direto ao sol, completamente livre de outras barreiras. Especialistas recomendam que haja uma exposição sem protetor solar por 15 minutos diariamente, fora dos horários de sol a pino (o ideal é se expor até as 10h e depois das 17h). 

Com isso, o corpo conseguirá sintetizar a vitamina essencial para a manutenção do corpo humano e o desenvolvimento de um novo, no caso da gravidez.

E lembre-se, o 'sol em gotas', como é apelidado a suplementação de vitamina D só deve ser consumido sob orientação médica, pois, assim como a carência, o excesso dessa vitamina pode gerar problemas sérios.

Conheça 10 problemas causados pela falta de vitamina D:

1. Fragilidade óssea: como a osteomalácia e o raquitismo

2. Asma: estudos demonstraram que a baixa taxa de vitamina D no organismo pode levar à asma

3. Artrite reumatoide: estudos demonstraram que a falta de vitamina D é fator de risco

4. Autismo: um estudo sueco descobriu que a falta de vitamina D está ligada ao nascimento de crianças com autismo

5. Pressão alta: até para controlar a famigerada hipertensão a vitamina que vem do sol é importante

6. Osteoporose: a falta de vitamina D está ligada à osteoporose em idosos

7. Fraqueza muscular: os músculos precisam da vitamina para desempenhar suas funções. Com a falta delas, a fraqueza toma conta

8. Esquizofrenia: bebês que nasceram com baixa dose de vitamina D têm duas vezes mais chance de desenvolver esquizofrenia, mostrou um estudo australiano

9. Depressão: a falta da vitamina D durante a adolescência pode levar à depressão

10. Problemas cardiovasculares: quantidade insuficiente de vitamina D está ligada ao risco dobrado de doenças do coração, mostrou um estudo americano

iG

Viagem no tempo virtual pode ajudar a superar traumas, defende estudo

Divulgação: BB Brasil - Jogo de realidade virtual desenvolvido em Israel
ajuda pacientes a lidar com traumas violento
Estudo submete participantes a situação de perigo em jogo de realidade virtual; pesquisadores defendem que em segunda exposição, a tendência é intervir e sofrer menos com a culpa 

Se na vida real não é possível voltar no tempo, uma pesquisa que possibilitava essa viagem em um ambiente de realidade virtual descobriu que a experiência pode até ajudar a superar traumas.

Divulgado na publicação científica Fronteiras da Psicologia, o estudo avaliou 32 participantes que presenciaram, em realidade virtual, um homem abrir fogo dentro de uma galeria de arte e matar cinco pessoas.

No teste, o participante aprendia a controlar um elevador, e sem saber, deixava o assassino subir ao piso superior, onde estavam as vítimas.

Metade dos participantes voltava no tempo para reviver os acontecimentos, mas na segunda vez se deparavam com um dilema moral: não fazer nada e ver cinco pessoas morrerem ou intervir e salvá-las, condenando apenas uma pessoa à morte.

Como era esperado, a maioria das cobaias resolveu intervir e não deixar o assassino subir.

No mundo virtual, as pessoas podiam se deslocar e conversar livremente, de forma semelhante à vida real.

O mais interessante, segundo os pesquisadores, foi o impacto emocional que a experiência virtual teve sobre os participantes.

A maioria teve menos sentimentos de culpa e remorso após "voltar no tempo" e salvar mais vidas.

"Quanto mais eles sentiam a ilusão, maior o senso de sua própria moral", explicou o co-autor Mel Slater da Icrea (Instituto Catalão de Pesquisa) e da University College London.

"Na realidade virtual, o sistema mais superficial de percepção do cérebro não distingue entre o mundo virtual e o real. E o cérebro considera verdadeiro o que vê e ouve no ambiente."

Por isso, a equipe afirma que viagens virtuais no tempo podem ajudar a superar transtornos de estresse pós-traumático ou mesmo reavaliar decisões ruins que tenham sido tomadas anteriormente.

Segundo as leis da física, é claro, a viagem no tempo é algo impossível. Mas o principal autor do estudo, Friedman Doron, da Faculdade Ofer de Comunicações, em Israel, disse que a sua equipe chegou o mais perto possível do torná-la possível.

"A realidade virtual imersiva é muito visceral. As pessoas se escondem atrás da mesa quando levam um tiro. É o mais próximo que podemos chegar a uma viagem no tempo, até que os físicos façam o seu trabalho e inventem uma verdadeira máquina do tempo”, diz.
O físico Robert Nemiroff, da Universidade de Tecnologia de Michigan, nos Estados Unidos, afirmou que o trabalho é interessante, embora ache isso estranho, já que "a capacidade de mudar o passado não é algo provável de acontecer".

"Se alguma versão da ‘terapia de viagem no tempo’ pode ajudar as pessoas a tomar melhores decisões no futuro, e a entender melhor suas decisões ruins, apoio a ideia”, disse.

Mas Nemiroff alerta que essa ilusão de mudar o passado pode ter "repercussões negativas" que não foram examinadas.

Para o pesquisador James Broadway, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, as pessoas há tempos fantasiam em voltar no tempo.

“É comum ouvirmos pessoas dizerem: ‘Se naquela época eu soubesse o que seu hoje’. E, apesar de obviamente ser impossível mudar ações do passado, os resultados desse estudo sugerem que essa técnica poderia ser usada para promover uma maior aceitação dos erros no passado, assim como uma melhor capacidade de tomar decisões no futuro.

BBC Brasil / iG