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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

OMS recomenda 29 maneiras de acabar com infecções cirúrgicas e evitar microrganismos multirresistentes

Pessoas que se preparam para cirurgias devem sempre tomar banho, mas não serem depiladas, e antibióticos só devem ser usados para prevenir infecções antes e durante o procedimento, não depois

Essas recomendações fazem parte das novas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de salvar vidas, reduzir custos e impedir que microrganismos multirresistentes se propaguem.

O documento “Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection”, disponível em inglês, apresenta uma lista com 29 maneiras concretas para prevenir as infecções cirúrgicas – elaborada por 20 dos principais especialistas mundiais a partir de 26 revisões das evidências mais recentes. As recomendações também foram publicadas nesta quinta-feira (3) na “The Lancet Infectious Diseases” e foram desenhadas para abordar a carga crescente dos cuidados de saúde associados a infecções nos pacientes e nos sistemas de saúde pelo mundo.

“Ninguém deveria ficar doente enquanto procura ou recebe cuidados”, afirmou Marie-Paule Kieny, Diretora-Geral Assistente para Sistemas de Saúde e Inovação da OMS. “Prevenir infecções cirúrgicas nunca foi tão importante, entretanto é algo complexo e requer uma série de medidas de prevenção. Essas diretrizes são uma ferramenta valiosa para proteger os pacientes.”

As infecções cirúrgicas são causadas por bactérias que penetram no corpo através de incisões feitas durante a cirurgia. Elas colocam a vida de milhões de pacientes em risco a cada ano e contribuem para a propagação da resistência aos antibióticos. Em países de baixa e média renda, 11% dos pacientes que passam por cirurgias sofrem infecções no procedimento. Na África, até 20% das mulheres submetidas a cesáreas contraem infecção na ferida, comprometendo sua própria saúde e sua habilidade de cuidar dos bebês.

Entretanto, infecções cirúrgicas não são um problema apenas para países pobres. Nos Estados Unidos, as infecções contribuem para que os pacientes passem 400 mil dias a mais no hospital, com um custo adicional de US$ 900 milhões a cada ano.

Prevenindo infecções antes, durante e depois da cirurgia
As diretrizes contêm 13 recomendações para o período pré-cirúrgico e outras 16 para prevenir infecções durante e depois do procedimento. Elas vão desde simples precauções, como assegurar que os pacientes tomem banho antes da cirurgia e a melhor maneira de higienizar as mãos para as equipes cirúrgicas, até orientações sobre quando usar antibióticos para prevenir infecções, quais desinfetantes usar antes da incisão e quais suturas utilizar.

“Mais cedo ou mais tarde, muitos de nós precisarão de cirurgia, mas nenhum de nós quer pegar uma infecção na mesa de operação”, disse Ed Kelley, Diretor do Departamento de Prestação de Serviços e Segurança da OMS. “Aplicando essas novas diretrizes, as equipes cirúrgicas podem reduzir danos, melhorar a qualidade de vida e fazer a sua parte para acabar com a resistência a antibióticos. Nós também recomendamos que os pacientes que se preparam para cirurgias perguntem a seus médicos se eles estão seguindo as orientações da OMS.”

Até o momento, não havia diretrizes internacionais baseadas em evidências e a interpretação das evidências e recomendações das diretrizes nacionais não era uniforme. As novas diretrizes da OMS são válidas para qualquer país, adaptáveis a circunstâncias locais, e levam em conta a consistência das evidências científicas, os custos e recursos necessários e os valores e as preferências dos pacientes. A oferta de orientações mais detalhadas sobre a prevenção das infecções complementa a popular Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS.

Interrompendo a propagação da resistência aos antibióticos
Outro ponto importante é que as diretrizes recomendam o uso de antibióticos apenas antes e durante a cirurgia, com o objetivo de prevenir as infecções. Trata-se de uma medida crucial para interromper a propagação da resistência a esses medicamentos. Ao contrário do habitual, antibióticos não devem ser usados após a cirurgia.

Antibióticos são medicamentos usados para prevenir e tratar infecções bacterianas. A resistência ocorre quando a bactéria se modifica em resposta ao uso desses medicamentos e se desenvolve naturalmente com o tempo. Entretanto, o uso inapropriado em humanos e animais pode acelerar rapidamente o processo.

A resistência aos antibióticos está colocando em risco as conquistas da medicina moderna. Sem antibióticos eficazes para prevenir e tratar infecções, transplantes de órgãos, quimioterapia e cirurgias como cesárea e próteses do quadril se tornam muito mais perigosas e podem aumentar o tempo de internação no hospital, os custos médicos e a mortalidade.

Muitos estudos revelam que a implementação de uma série de medidas preventivas reduz significantemente os danos das infecções cirúrgicas. Um estudo piloto em quatro países africanos mostrou que a aplicação de algumas das novas recomendações poderia reduzir as infecções cirúrgicas em 39%. Com base nesses exemplos, a OMS está desenvolvendo um guia e uma série de ferramentas que ajudarão as autoridades nacionais e locais a colocar as recomendações em prática.

Blog da Saúde

Saiba importância da continuidade do tratamento para crianças hospitalizadas em casa

Por falta de políticas públicas eficazes, dezenas de crianças com doenças crônicas vivem hoje em unidades de saúde pelo país. Dependentes de algum tipo de tecnologia, elas seguem internadas, ainda que já tenham alcançado condições de estabilidade clínica para continuar o tratamento em domicílio

Este é um dos grandes desafios enfrentados atualmente pela pediatria. “Com o avanço das tecnologias biomédicas e a melhoria do acompanhamento perinatal, crianças que, há algumas décadas, morriam ainda na sala de parto ou no período neonatal, hoje sobrevivem. Mas tem um custo sobreviver. Muitas precisarão para sempre de respiradores mecânicos e sondas para dieta, por exemplo. Contudo, são crianças que se encontram estáveis clinicamente e poderiam continuar o tratamento em casa, mas que acabam morando no hospital”, explica a gerente da Área de Atenção Clínica à Criança e ao Adolescente do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Lívia Menezes.

Se perante a sociedade em geral esta é uma realidade até então desconhecida, no IFF/Fiocruz ela representa a história de vida de quase metade das crianças internadas na Enfermaria de Pediatria. Sem recursos financeiros para arcar com os altos custos dos aluguéis de equipamentos e dos serviços de homecare, as famílias precisam recorrer à Justiça para terem o direito ao tratamento em casa assegurado pelo município onde residem. "Não tem como a gente pensar em doença crônica e não pensar em desospitalização. Desospitalizar inclui atividades de caráter ambulatorial, programadas, continuadas e desenvolvidas no domicílio em tempo integral e muitas no mesmo nível de tecnologia e qualidade do hospital. Isso reduz o chamado custo social de uma internação prolongada e traz uma série de benefícios ao paciente, como a redução de riscos no ambiente hospitalar, diminuição de complicações clínicas e a humanização no atendimento, entendendo que a criança está perto da sua família”, explica a assistente social da Pediatria, Mariana Setúbal.

“A cronicidade na pediatria não nos permite falar em cura, na maioria dos casos que atendemos. Diante disso, precisamos repensar a alta hospitalar. Esses pacientes desospitalizam e continuam seus tratamentos, por vezes complexos, em domicílio. Repensar o atendimento domiciliar pautado no protagonismo familiar, aliado a uma rede de saúde qualificada é nossa principal meta. Precisamos criar alternativas para a judicialização”, completa Livia.

Final feliz para Gabriel
Dois anos: este foi o tempo que Maria Darina Santos aguardou para conseguir o tão sonhado homecare para o seu filho Gabriel. O menino nasceu com problemas neurológicos e necessita de aparelhos para respirar. Em seus três anos de vida, Gabriel passou apenas um mês e meio fora do hospital. A última internação durou dois anos e oito meses. Neste período, sua mãe precisou adequar a rotina para acompanhá-lo. Darina contou com a ajuda de familiares para se dividir entre os cuidados com o Gabriel no hospital e a criação dos outros dois filhos. “Minha filha sempre diz que o melhor presente que ela poderia ganhar seria ter o irmão dela em casa. O máximo que eu sempre consegui foi trazê-la aqui para uma visita. Sempre precisei me dividir. Meu coração apertava toda vez que precisava deixar o Gabriel aqui porque sabia que os outros dois precisavam de mim em casa”, conta Darina.

“Sem dúvidas, a condição social dessas famílias é tão complexa quanto a condição clínica da criança. Assim como a Darina, a maioria das mães dos pacientes possui outros filhos. Essas mulheres precisam abdicar de suas vidas para estar aqui. Muitas acabam tendo seus casamentos desfeitos, assumindo, além do cuidado no hospital, o papel de chefe de família. Outras não podem contar com uma rede de apoio familiar. Como cuidar dos outros filhos? Como sustentá-los se nem sempre elas conseguem manter seus empregos? Costumo dizer que esta é uma experiência avassaladora”, aponta Mariana.

O grande dia de Gabriel e sua família chegou após a repercussão que o caso teve com a matéria Infância perdida, veiculada no portal do Jornal O Globo.

A saída do Instituto foi cercada de emoção. Os olhos marejados e a voz embargada refletiam a realização de Darina: “Hoje é o dia em que eu e minha família mais esperávamos chegar. Em todo esse tempo, era esse dia que eu tanto sonhava. Estou sentindo uma mistura de medo, felicidade, ansiedade e muito amor! Ter meu filho em casa, ter minha família unida, é muito emocionante!”, declarou ela, entre lágrimas.

“Esse dia representa uma vitória da família do Gabriel e da nossa equipe inteira de saúde que sempre esteve mobilizada com o tratamento dele. Também representa uma esperança para os que ainda estão aqui aguardando a sua ida para casa. Que a chegada do Gabriel possa aproximá-lo dos irmãos e que a Darina possa, de fato, ser mãe ao mesmo tempo dos três filhos que ela tem, sem precisar abrir mão de um para cuidar dos outros e que ela possa ser muito feliz!”, enfatizou a pediatra Livia Menezes, que acompanhou Gabriel desde o primeiro momento da internação.

Confira a cobertura do Jornal O Globo da saída da Gabriel.

Aline Câmera (IFF/Fiocruz)

CHN abre inscrições para o Encontro com Especialistas Imagem em Cardiologia

Já estão abertas as inscrições para o Encontro com Especialistas – Imagem em Cardiologia, promovido pelo CHN (Complexo Hospitalar de Niterói), que acontecerá no dia 19 de novembro 

O evento reunirá especialistas do CHN e também contará com a presença do palestrante convidado, Dr. Afonso Akio Shiozaki, coautor da II Diretriz de RM e TC Cardiovascular da SBC e do CBR. O encontro, coordenado pelo Dr. Marcelo Souto Nacif e pela Dra. Valdênia Pereira de Souza, acontecerá das 8h às 12h40, no Auditório Humberto Dantas, no CHN.

A programação, dividida em quatro grandes módulos, englobará assuntos diversos e atualizados relacionados com a tomografia computadorizada, o ecocardiograma, a ressonância magnética cardíaca e a apresentação de casos clínicos.

De acordo com o Dr. Marcelo Nacif, os métodos de diagnóstico por imagem estão sempre em processo de renovação, e a cada dia surgem novas tecnologias que estão sempre a favor da saúde. “Por isso, o tema relacionado com qualquer área da saúde é tão relevante, pois com o diagnóstico precoce de doenças é possível aumentar a expectativa e a qualidade de vida da população”, ressalta Nacif.

Para inscrições e outras informações, entre em contato pelo telefone (21) 2729-1154 – Centro de Estudos CHN (srta. Amanda) – ou pelo e-mail cest@chniteroi.com.br. O evento, gratuito, é destinado a médicos e as vagas são limitadas. O CHN fica na Rua La Salle, 12 – Centro – Niterói – RJ.

Foto: Reprodução

Serviço:
Data: 19 de novembro.
Horário: das 8h às 12h40.
Local: Auditório Humberto Dantas – Rua La Salle, 12/7º andar – Centro – Niterói.

Livia Zampirole
Assessoria de Imprensa
livia@saudeempauta.com.br