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sábado, 24 de janeiro de 2015

EUA aprovam aparelho que usa corrente elétrica para diminuir a fome

Foto: Reprodução
O dispositivo, que é parecido com um marca-passo, envia estímulos que avisam ao cérebro que o estômago está cheio
 
Os Estados Unidos aprovaram na quarta-feira um dispositivo que usa corrente elétrica para controlar acessos de fome e ajudar no tratamento da obesidade.

Chamado de VBLOC, o aparelho se assemelha a um marca-passo. Em vez de normalizar os batimentos cardíacos, porém, ele é implantado entre o esôfago e estômago e envia estímulos para o nervo vago. Esse nervo é responsável por dizer ao cérebro que o estômago está cheio, provocando a sensação de saciedade.
 
Segundo a FDA, agência americana que regula medicamentos e equipamentos no país, o procedimento para o implante do VBLOC é menos invasivo que a cirurgia bariátrica. Além disso, o dispositivo, que pode ser controlado manualmente pelos próprios pacientes, possui diferentes intensidades de estímulos elétricos, dependendo da necessidade de cada indivíduo.
 
Método
A FDA determinou que somente cirurgiões treinados poderão implantar, em clínicas especializadas, o VBLOC nos pacientes. O método deve ser indicado apenas para o tratamento de pacientes com mais de 18 anos com índice de massa corporal (IMC) entre 35 e 45 que não tiveram sucesso em outras técnicas de emagrecimento. O paciente também deve ter ao menos uma doença relacionada ao excesso de peso, como o diabetes tipo 2.
 
O dispositivo, que pode ser controlado manualmente, faz com que o cérebro entenda que o estômago já está cheio
Thinkstock/Veja
O dispositivo, que pode ser controlado manualmente, faz com que o cérebro entenda que o estômago já está cheio
 
O dispositivo levou doze anos para ser desenvolvido pela empresa EnteroMedics. A aprovação da FDA baseou-se em um estudo feito com 233 pacientes. Ao comparar aqueles que haviam sido submetidos ao método com os que não receberam o implante, os pesquisadores concluíram que a perda de peso foi 8,5% maior com o uso do VBLOC. Embora a agência tenha aprovado o dispositivo, a fabricante deverá realizar mais estudos para comprovar os seus efeitos. 
 
Veja

Com menos descobertas, laboratórios miram eficiência

Uma série de quebras de patentes no horizonte, que fará a indústria perder 267 bilhões de dólares até 2017, impulsiona o desenvolvimento de serviços
 
Tempos difíceis aproximam-se para a indústria farmacêutica. Nos próximos cinco anos, a validade de uma série de patentes vai expirar, o que fará com que as empresas percam nada menos que 267 bilhões de dólares em vendas até 2017. A busca por descobertas que gerem novas patentes continua.
 
Contudo, inventar algo hoje é uma tarefa mais difícil que no passado, pois a própria medicina avança sobre campos cujo conhecimento científico também está em construção, como o estudo da nanotecnologia, células-tronco, etc. As novas tecnologias em estudo no setor são caras e provavelmente de difícil acesso às massas nos primeiros anos de existência. E não para por aí.
 
Especialistas estimam que, em 2016, novas terapias que utilizam bioengenharia e produtos biológicos serão responsáveis por 23% do mercado. Muitas dessas “drogas do futuro” exigirão um sistema de distribuição mais complexo e, possivelmente, mais custoso que o convencional (veja quadro). A saída, apontam os especialistas, é investir em melhoria da eficiência e dedicar-se ainda a oferecer seviços que facilitem o acesso e o uso dos produtos.
 
O alerta para as mudanças foi feito por um estudo realizado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) chamado “Pharma 2020: Supplying the future”, que traz previsões sobre como estará o mercado no referido ano, com foco especial na logística. “Muitas empresas investiram em tentar descobrir, desenvolver e comercializar medicamentos mais eficientes e injetaram poucos recursos na reconfiguração dos processos de fabricação e distribuição. Contudo, a cadeia de distribuição é tão importante quanto o resto. É o elo entre o laboratório e o mercado”, aponta o estudo.
 
“O processo de inovação está cada vez mais difícil e mais caro. A indústria está gastando mais e inventando menos”, disse Jorge Raimundo, presidente do conselho consultivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Só no ano passado foram gastos 60 bilhões de dólares em pesquisa, sendo um terço em novos projetos e o restante em pesquisas clínicas. De acordo com especialistas, há dez anos, os investimentos eram até 50% menores, mas com mais resultados práticos.

Tendências
Os avanços, porém, se considerar o que há de disponível para cada geração, são inegáveis – ainda que não se deem no mesmo ritmo de antigamente. De cirurgias sem anestesia realizadas no século passado, avançamos ao longo das décadas para a massificação do uso dos comprimidos, a descoberta da pílula, tratamentos para o câncer, e atualmente pensamos em como as células-tronco podem curar doenças.
 
Do lado das farmacêuticas, há muito trabalho a ser feito. Elas terão, cada vez mais, de multiplicar a gama de serviços oferecidos e serem capazes de oferecer produtos a diversas classes sociais. Ao mesmo tempo em que haverá remédios caríssimos e exclusivos, fruto da tecnologia de ponta, existirão também, sem que um exclua o outro, produtos mais populares. Neste campo dominam os chamados ‘genéricos’, que, devido à produção em larga escala, exigem medidas de corte de custo e aumento na eficiência da fabricação.
 
Uma das pioneiras neste amplo escopo de atuação é o laboratório francês Sanofi Aventis, cujas vendas em 2010 alcançaram 30,3 bilhões de euros. Além de deter medicamentos populares e que não necessitam de prescrição, como AAS, Dorflex e Colírio Moura Brasil, o grupo produz drogas que necessitam de prescrição médica; além de atuar em genéricos, com a marca Medley; vacinas, com o Sanofi Pasteur; e ainda no ramo animal, com os medicamentos Merial.
 
A necessidade de atuar em várias frentes surge do fato de que as demandas das farmacêuticas são crescentes. O setor é um dos poucos que se beneficia diretamente do fenômeno do envelhecimento da população global. Analistas de mercado creem que, no futuro, as empresas do ramo terão de investir mais em serviços. Os sistemas de entrega, por exemplo, terão de ser cada vez mais ágeis, com mecanismos para que o paciente receba a droga que precisa em casa, no menor tempo possível. Pacientes terão maior autonomia em seus tratamentos e é possível que, dependendo da doença, possam evitar a ida ao médico.
 
Devido à insuficiência do número de hospitais, consultas pela internet e acesso a medicamentos poderão se tornar ferramentas práticas. Para a indústria, informações sobre os pacientes e os medicamentos que ingerem se tornarão cada vez mais importantes. “As drogas do futuro serão mais eficientes. A cadeia, porém, exigirá mais integração entre indústria farmacêutica, de equipamentos, hospitais, planos de saúde e pacientes”, explicou Eliane Kihara, especialista da consultoria PwC. Há um longo caminho a ser percorrido até atingirmos este grau de eficiência.
 
Os remédios do futuro
 
Conheça os novos tipos de medicamento que revolucionarão a indústria farmacêutica nos próximos anos:
 
Pílulas substituem a injeção
Nos próximos anos, a tendência é que o paciente possua cada vez mais autonomia em seu tratamento. As pílulas e comprimidos, tais como conhecemos, continuarão no mercado, mas ganharão novas funções. Empresas como a indiana Biocon e a dinamarquesa Novo Nordisk testam, separadamente, uma pílula capaz de prover insulina, usada no tratamento de diabetes. O objetivo é substituir a injeção. O grande desafio é evitar que a molécula do hormônio seja quebrada durante a digestão, anulando seu efeito. Por isso, as empresas desenvolvem uma nova categoria de cápsula que resiste ao ataque dos ácidos do corpo humano e, somente numa fase posterior da digestão, libera a insulina, já de forma segura.
 
Feito sob medida
A tecnologia de microprocessamento – em que ‘microcontainers’ carregam nanopartículas, que são elementos, no mínimo, oitenta vezes menores que a largura de um fio de cabelo – trará grandes avanços à personalização dos medicamentos. Especialistas apontam que no futuro, os farmacêuticos serão capazes de dosar e misturar os medicamentos conforme as necessidades de cada paciente. Dentro de uma só ‘superpílula’ poderá haver diversos ‘microcontainers’, que liberarão os princípios ativos em tempos diferentes. A holandesa Fagron já começou a pesquisar esta tendência.
 
Informação será tudo
Ainda não convivemos com androides, mas já existem estudos que trazem princípios da eletrônica ao corpo humano. Há, por exemplo, projetos de chips digestíveis que podem ser acoplados a comprimidos tradicionais. O objetivo é transmitir a computadores, smartphones ou outro equipamento informações da data e hora exatas em que o remédio foi absorvido pelo corpo. Os dados, conduzidos por rede sem fio, podem também ser enviados ao médico. A americana Proteus Biomedical tem o projeto das de fabricar o produto.
 
Transgênicos e biotecnologia entram no jogo
A engenharia transgênica é outra aposta para o futuro. Injetar genes em plantas ou animais para que produzam determinada proteína a ser usada em seres humanos será cada vez mais normal. A empresa GTC Biotherapeutics é uma das que está na vanguarda desta técnica e quer provar que ela pode ser comercialmente viável. A companhia já produz um remédio que atua em problemas de coagulação feito a partir de leite de cabra geneticamente modificada.  Achou demais? As farmacêuticas preveem também um futuro com tratamento de células-tronco humanas para doenças como Alzheimer e Parkinson, também conhecido como medicina regenerativa.
 
Nem tudo será luxo
Corte de custos e produção em massa continuam a ser elementos importantes para a indústria farmacêutica, em especial para aquelas que focam o suprimento de países em desenvolvimento. A Freeplay Energy, por exemplo, produziu um medidor de batimento cardíaco que funciona a partir de uma manivela que gera energia para o aparato. Cada um minuto girando a manivela corresponde a dez minutos de utilização do produto. A ideia é prevenir doenças em locais de baixa renda que não tem energia elétrica.
 
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Novo dispositivo pode reduzir pressão arterial

Ainda em fase de testes, implante batizado de Coupler teve sucesso no tratamento de hipertensos que não respondem ao tratamento convencional
 
Um novo dispositivo médico, ainda em fase de testes, pode reduzir a pressão arterial em hipertensos que não respondem ao tratamento convencional. A conclusão é de um estudo publicado na quinta-feira no periódico The Lancet.
 
Batizado de Coupler e fabricado pela ROX Medical, que financiou a pesquisa, o dispositivo consiste em um implante do tamanho de um clipe inserido na virilha. O procedimento requer anestesia local e demora 40 minutos para ser concluído.

Pesquisadores recrutaram 83 hipertensos europeus que não respondiam ao tratamento com três tipos de remédios. Deles, 44 receberam o implante, e os demais foram tratados com medicamentos. A queda da pressão arterial foi mais "significativa e duradoura" nos pacientes que receberam o implante. Além disso, essas pessoas tiveram menos complicações e internações decorrentes de crises de pressão alta: durante o estudo, cinco voluntários do grupo de controle foram hospitalizados, ante nenhum do grupo do Coupler.
 
O novo dispositivo também funcionou entre pacientes que não responderam ao tratamento com denervação renal, outra nova técnica para controlar pressão arterial. ​
 
Efeito colateral
O aspecto negativo do Coupler foi que 29% dos pacientes relataram inchaço nas pernas. Na maioria dos casos, o problema foi resolvido com um stent.

De acordo com o principal autor do estudo, Melvin Lobo, professor da Universidade Queen Mary de Londres. ainda é cedo para aplicar a técnica em pacientes. “Mais estudos são necessários para avaliar os efeitos do Coupler a longo prazo, entender seu mecanismo e seu grau de segurança.”

Conheça a pesquisa

Título original: Central arteriovenous anastomosis for the treatment of patients with uncontrolled hypertension (the ROX CONTROL HTN study): a randomised controlled trial

Onde foi divulgada: periódico The Lancet

Quem fez: Melvin D Lobo, Paul A Sobotka, Alice Stanton, John R Cockcroft, Neil Sulke, Eamon Dolan, entre outros

Instituição: Universidade Queen Mary de Londres, na Inglaterra, entre outras

Resultado:  O dispositivo Coupler reduziu a pressão arterial em hipertensos que não respondem ao tratamento convencional
 
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Já sabemos a posição em que mais acontece a fratura peniana; mas o que ela é e como tratá-la?

Trabalho realizado pela Unicamp e PUC Campinas mostra que 50% das fraturas penianas acontecem quando a mulher está por cima. Em casos mais graves pode causar curvatura do pênis ou disfunção erétil. Abordagem precoce é imprescindível
 
Estudo brasileiro publicado no Advances in Urology e muito divulgado nesta quinta-feira (22/01) mostrou que 50% das fraturas penianas acontecem quando, na relação sexual, a mulher está por cima.
 
O trabalho realizado por urologistas da Unicamp e PUC Campinas acompanhou 44 casos entre 2000 a 2013. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Regional Minas Gerais e professor da Faculdade de Ciência Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Antônio Peixoto Lucena Cunha, o resultado da pesquisa não é motivo para se evitar a posição já que a fratura peniana é um evento bem raro associado, na maioria das vezes, a um sexo ‘vigoroso’.
 
“Muita força ou muita rapidez podem ocasionar o erro da mira e levar à dobra do pênis rígido”, explica.

O urologista Marcelo Salim reforça que “o risco é maior na posição em que a mulher fica sobre o homem porque, nesta situação, o peso corporal recai sobre o membro masculino quando há uma penetração incorreta”.

A posição 'de quatro' aparece como a segunda causa, com 28,6%. Na sequência vem o 'homem por cima' (21,4%), a manipulação do próprio pênis ou masturbação (14,3%) e 9,5% foram relacionadas a ‘causa desconhecida’, já que os pacientes não quiserem revelar o motivo.
 
O que é mais importante saber é que a abordagem precoce pode evitar tanto a disfunção erétil quanto a curvatura do pênis, problemas mais graves associados à fratura peniana. No artigo publicado, foi relatado que apenas dois pacientes tiveram disfunção erétil após a intercorrência no ato sexual.

Os pacientes acompanhados também descreveram como sintomas um barulho seguido de inchaço e dor. Antônio Peixoto Lucena Cunha explica que a fratura peniana é assim chamada por que decorre de uma laceração ou fratura da túnica albugínea, tecido que envolve os corpos cavernosos do pênis.
 
“O risco de disfunção erétil depende da conduta médica adotada, da extensão e do local da lesão”, afirma o especialista. Segundo ele, as lesões são identificadas por ultrassom. O tratamento vai desde o conservador, acompanhamento clínico, repouso do órgão sexual e anti-inflamatório até à abordagem cirúrgica em situação de lesão extensa.

Em alguns casos de fratura peniana, o homem pode até continuar o ato sexual em função da descarga de adrenalina que anestesiaria um pouco a região, mas em casos de lesão extensa, de acordo com o especialista, o pênis perde sangue e, consequentemente, a ereção.
 
“Os pacientes que sofreram com essa fratura relatam uma atividade sexual mais vigorosa, popularmente chamada de ‘sexo selvagem’", diz.

Mais do que contraindicar posições sexuais, o estudo chama a atenção para a necessidade de procurar um especialista assim que alguns dos sintomas descritos aparecer.
 
Saúde Plena

Estudo americano descobre hormônio capaz de superar o autismo

Apelidada de hormônio do amor, ocitocina é responsável por parte do encanto que a mãe desenvolve por seu bebê recém-nascido

Como uma poção mágica das feiticeiras, a ocitocina é conhecida amplamente pelo apelido de hormônio do amor. Ela é responsável por parte do encanto que a mãe desenvolve por seu bebê recém-nascido, pela autoconfiança e, principalmente, por estimular, em humanos e animais, a interação com os outros.

Esse último fator fez surgir, já há algum tempo, a hipótese de que um tratamento com base na substância ajudaria a reverter comportamentos antissociais, como o isolamento comumente observado em indivíduos com espectro do autismo.

Testes com humanos foram realizados, mas trouxeram resultados controversos e inconclusivos. Agora, uma nova pesquisa parece colocar os cientistas de volta nos trilhos, indicando que o hormônio pode, sim, ser terapeuticamente útil para esse fim.

De acordo com a equipe da cientista Olga Peñagarikano, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), camundongos com a síndrome responderam muito bem à terapia com ocitocina em laboratório. Os pesquisadores modificaram geneticamente animais para que eles expressassem um tipo de autismo cujas causas são genéticas, conhecido por síndrome da displasia cortical e epilepsia focal (CDFE, na sigla em inglês).
 
Para isso, apagou-se nos animais um gene responsável pela mutação em seres humanos, o CNTNAP2. Os bichos, como esperado, passaram a agir de forma antissocial. Eles não demonstravam nenhuma preferência por outros ratinhos em relação a objetos, comportamento marcadamente diferente do ratos que compuseram o grupo controle, que tinham uma ligação maior com outros indivíduos de sua espécie.

Peñagarikano e colegas trataram os animais com pequenas doses diárias do hormônio assim que eles nasceram e aplicaram contínuos testes comportamentais. Os que receberam a substância passaram um tempo maior interagindo com os outros ratos do que os animais modificados geneticamente e não tratados. Os benefícios sobre as habilidades sociais foram duradouros e se mantiveram mesmo uma semana depois da interrupção da terapia.

Quando os animais morreram, seus cérebros foram dissecados, revelando aos pesquisadores que, nesses animais, existia uma lentidão na produção de ocitocina dentro no núcleo paraventricular do hipotálamo. Os especialistas resolveram, então, testar, em outro grupo de cobaias, um novo tratamento, baseado em uma droga conhecida por estimular o cérebro a produzir o hormônio. Mais uma vez, o resultado foi positivo e a sociabilidade dos bichos aumentou.

Mais investigações
Os resultados sugerem ser possível que um tratamento semelhante beneficie humanos com espectro autista. Porém, Olga Peñagarikano reforça que serão necessários diversos estudos para comprovar os resultados e avaliar a possibilidade de adaptar a terapia para pessoas.
 
“Embora a disfunção no sistema do hormônio seja potencialmente associada a algumas formas de transtornos do espectro do autismo, a ocitocina ainda não emergiu como um biomarcador para distúrbios que envolvem a cognição social”, lembra a autora, cujo trabalho foi publicado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine.

Além disso, uma das dificuldades para o tratamento medicamentoso do transtorno do espectro do autismo (TEA) está na abrangência de sintomas e características do problema, marcados por perturbações do desenvolvimento neurológico.
 
Existem três características fundamentais que podem se manifestar juntas ou isoladamente: dificuldade de socialização, padrão de comportamento repetitivo e dificuldade de comunicação. Outro ponto é que existem gradações diferentes de cada uma dessas situações em cada indivíduo, gerando apresentações muito distintas e condições mais leves e mais graves (daí a denominação de “espectro”).

Segundo a psiquiatra da Associação de Amigos dos Autistas (AMA) de São Paulo, Letícia Amorim, diversos ensaios clínicos estão sendo feitos com administração da ocitocina para avaliar seu efeito na sintomatologia do TEA.
 
Alguns sugerem que a abordagem pode resultar em diminuição dos comportamentos repetitivos, aumento do contato ocular e maior desempenho em testes que avaliam a teoria da mente (capacidade de supor o que o outro está sentindo). Contudo, há estudos que não chegaram às mesmas conclusões.
 
“Os resultados das pesquisas são promissores, porém mais estudos são necessários para replicar esses resultados”, diz Amorim (leia mais em Palavra de especialista).

Efeitos debatidos
Ainda que os resultados coletados por Peñagarikano sejam muito animadores, o tema continua sendo polêmico no meio acadêmico. O professor Mark Dadds, da Escola de Psicologia da Universidade de New South Wales (UNSW), é taxativo ao dizer que pais devem ter muita cautela ao pensar em administrar a ocitocina como tratamento para filhos em espectro autista. Dadds é autor de pesquisa anterior sobre o tema e afirma que os efeitos não são tão significativos quanto o demonstrado em alguns trabalhos.
 
“Muitos pais de crianças com autismo estão obtendo e utilizando spray nasal de ocitocina em seus filhos, e os ensaios clínicos de efeitos da pulverização estão em andamento em todo o mundo. A ocitocina tem-se apresentado como um possível novo tratamento, mas seus efeitos podem ser limitados.”

Um ensaio feito pelo próprio Dadds envolveu 38 meninos com idade entre 7 e 16 anos e diagnosticados com TEA. Metade recebeu um spray nasal de ocitocina por quatro dias consecutivos, e a outra metade foi tratada com placebo.
 
“Observamos que, em comparação com o placebo, a ocitocina não melhorou significativamente o reconhecimento de emoção, as habilidades de interação social, comportamentos repetitivos nem a adaptação de comportamentos em geral”, diz o cientista, cujo artigo foi publicado em julho de 2013 na revista Journal of Autism and Developmental Disorders.

Para ele, seus dados mostram um contraste, se comparados a um punhado de estudos menores anteriores que sugeriam efeitos positivos sobre comportamentos repetitivos, memória social e processamento de emoções.
 
Dadds argumenta que esses estudos estavam limitados por um pequeno número de participantes e/ou por analisarem efeitos de doses únicas sobre comportamentos específicos ou efeitos cognitivos enquanto os participantes tinham a ocitocina em seus sistemas.

Já os meninos do estudo conduzido pelo especialista foram avaliados duas vezes antes do tratamento, três durante a semana de tratamento, imediatamente a seguir e três meses depois, com um pai presente. Fatores como o contato visual com o pai, capacidade de resposta, carinho, fala, linguagem corporal positiva, comportamentos repetitivos e reconhecimento das emoções foram observados em pequena proporção.
 
Palavra de especialista

Duas pesquisas indicaram relação
A ocitocina é um hormônio responsável pela contração uterina e pela ejeção de leite. Mas estudos recentes apontam a tendência de considerar que ela também tenha uma ação central como neurotransmissora e neuromoduladora, estando associada à sociabilidade, ao comportamento parental, à redução da ansiedade, ao aumento de confiança e a habilidades como memória e aprendizagem.
 
A relação da ocitocina com o autismo foi feita a partir de duas pesquisas: uma encontrou que um polimorfismo no gene receptor de ocitocina poderia estar associado ao risco de desenvolver autismo, e a outra constatou níveis de ocitocina plasmática menores em crianças com autismo, quando comparadas a seus pares de desenvolvimento típico.”
 
Letícia Amorim, psiquiatra da Associação de Amigos dos Autistas (AMA) de São Paulo

Saúde Plena

Chá, gargarejo e enxaguante são armas contra mau hálito

Esses truques caseiros não tratam a halitose, mas podem prevenir o problema quando aliados a mudanças de hábitos
 
A melhor forma de se livrar do mau hálito é procurar um profissional especialista no assunto e fechar o diagnóstico correto, já que existem mais de 60 causas para o problema. Mas existem algumas mudanças de hábitos e truques caseiros que podem ajudar na prevenção da doença. E, segundo Marcos Moura, presidente da Associação Brasileira de Halitose, mudança de hábito é o termo chave para quem quer evitar a halitose. “Diariamente, devemos estar atentos aos hábito".
 
Fazer gargarejo, por exemplo, deveria estar na lista de passos indispensáveis da saúde bucal de todos. A prática é uma das melhores armas para diminuir o risco de sofrer com o mau hálito. “O ato de gargarejar, que é diferente de bochechar, limpa a região da orofaringe, que constantemente pode estar contaminada devido a um gotejamento nasal, sendo mais acentuado nos processos inflamatórios, como sinusites”, afirma.
 
O único ponto de atenção é fazer o gargarejo com produtos que não tenham álcool na composição e sempre com orientação do dentista. Para quem gosta de soluções caseiras, alguns especialistas indicam ferver cravo da índia, malva branca e menta para gargarejar. 
 
Por outro lado, o mercado oferece uma gama de enxaguatórios bucais que são eficientes na prevenção da halitose. “O enxaguatório vai impedir a estagnação do muco e bactérias na região da orofaringe, esvaziar a valécula, uma região em forma de concha que se localiza na garganta, e prevenir a formação de cáseos amigdalianos, típicos dos quadros de amidalite (doença infecciosa que causa forte dor de garganta, dificuldade para engolir e febre)”.
 
Chás
Um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, concluiu que elementos conhecidos como polifenóis, presentes nos chás, reduzem o ritmo de desenvolvimento das bactérias responsáveis pelo mau hálito. “Como o mau hálito é fisiológico, toda a população precisa prevenir a halitose, e o chá verde é uma bebida popular com ação antibacteriana, antioxidante, anticarcinogênica e removedora de odor”, diz Marcos.
 
Terra

Anvisa suspende venda de remédio para tratar trombose venosa profunda

Foto: Reprodução
Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada ontem (23) no Diário Oficial da União, suspende a distribuição, comercialização e uso do lote JB 412X do medicamento Cutenox 40 mg/ml (enoxaparina sódica), solução injetável, caixa com 10 seringas, fabricado por Instituto Biochimico Indústria Farmacêutica Ltda., com validade até maio de 2016
 
De acordo com o texto, a própria empresa encaminhou comunicado de recolhimento voluntário, depois de ter recebido relatos de pacientes que tiveram reações adversas após a administração de medicamentos deste lote.
 
A agência determinou que o fabricante recolha o estoque existente no mercado. A resolução entra em vigor ontem.
 
Agência Brasil

Cuidados com alimentação devem ser redobrados no verão

As altas temperaturas, somadas à falta de higiene no preparo dos alimentos, estimulam a proliferação de microrganismos
 
Os preços altos de alimentos e bebidas especialmente nas praias são justificativa suficiente para levar o lanche de casa. Por causa do calor e de problemas recorrentes no preparo e armazenamento de produtos à venda em quiosques, por ambulantes e restaurantes, levar comida pronta pode ser opção para não passar mal.
 
As altas temperaturas, somadas à falta de higiene no preparo dos alimentos, estimulam a proliferação de microrganismos que aumentam as chances de os produtos estragarem, explica o superintendente da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Coutinho. Ele alerta que, na praia, por exemplo, devem ser evitados todos os derivados de animal, como o queijo coalho na brasa e o espetinho de camarão.
 
— O camarão tem todos os riscos possíveis e imagináveis: tem corante, para dar aquela cor avermelhada e passar uma falsa impressão de frescor, tem a validade e a falta de higiene no preparo. Geralmente, está passado porque foi retirado há horas e horas do gelo, portanto, cheio de microrganismos (que causam doenças) — destacou Coutinho.
 
No pós-praia, ele sugere evitar ainda o churro e o milho:
 
— Há casos em que a água do milho e o próprio milho estão cheios de larva, porque água de cocção não é trocada há dias.
 
A nutricionista Edna Garambone lembra que os sanduíches com salpicão ou qualquer produto que contenha maionese devem ser rejeitados nesta época. Apesar de o sanduíche natural ser um hábito do carioca, ela alerta que, fora da refrigeração, o produto estraga rápido. A orientação é optar por frutas que contenham bastante água como melancia, melão e manga.
 
— Banana, maçã, pera e ameixa frescas são fáceis de transportar — acrescenta Edna.
 
Para quem não se contenta com frutas na refeição, o superintendente diz que o melhor mesmo é levar comida de casa. Segundo Coutinho, a comida preparada no mesmo dia e armazenada em isopor tem menos chances de fazer mal à saúde.
 
A família de Vânia Bastos Domingos, de 43 anos, mesmo sem saber da recomendação, já cumpre à risca. Aproveitando o dia na Praia de Ipanema, levou sanduíches de queijo e bebidas em uma bolsa térmica. Ela não acrescentou nem presunto.
 
— Não gosto de colocar [presunto] para não estragar, com esse calor não dá para arriscar — comentou.
 
Pensando em economizar, Nilcéia dos Santos, de 42 anos, e as três filhas também fizeram sanduíches para passar o dia na praia.
 
— Trouxe tudo de casa, tudo armazenado aqui na bolsa. Só compramos aqui o gelo para não carregar bolsa pesada — contou.
 
Segundo Coutinho, até o frango assado, quando preparado no mesmo dia e bem armazenado, pode matar a fome sem provocar qualquer infecção intestinal.
 
— Não é vergonha ser farofeiro. São pessoas que fazem a comida fresquinha, o empadão, o frango ou o sanduíche e sabem que esses produtos têm um tempo para ser consumidos — frisou.
 
Fora de casa, também é preciso evitar tomar bebidas na lata ou diretamente nos frascos. O ideal é usar o canudinho ou copos plásticos, sem encostar a boca no recipiente.
 
Zero Hora / Agência Brasil