Olhar seu filho levar aquela picadinha nos primeiros dias de vida parece ser algo nada agradável, não é mesmo?
Apesar da angústia dos pais, é importante reforçar que essa é a melhor maneira de prevenir seus filhos contra doenças. E essa proteção está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde – SUS. São oferecidas à população 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, criado em 1973, disponibiliza mais de 300 milhões de doses de vacinas por ano para os estados e municípios visando à imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos.
A vacina serve para defender dos vírus e bactérias que provocam doenças. Hoje, o Brasil conta com técnicas modernas para produzi-las em sete laboratórios públicos, atendendo a todo o processo de qualidade de produção exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As vacinas podem ser produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns derivados, podendo ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral.
Quando a pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância e produz uma defesa, os anticorpos, e são esses anticorpos que permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro, que nós chamamos de imunidade.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, destaca que o Calendário Nacional de Vacinação beneficia a todos e ressalta a importância de procurar um posto de saúde. "Nos postos de saúde os profissionais poderão avaliar quais são as vacinas que estão faltando para completar esquema vacinal e podermos garantir mais saúde para população”, explica. Carla Domingues esclarece também que as pessoas devem ficar atentas à mudança do calendário de vacinação para diminuir a circulação de doenças na população. “É preciso que a população fique atenta às mudanças. Adolescentes e adultos também precisam manter esse documento de vacinação atualizada e em dia", comenta.
Além disso, hoje o Brasil tem 47 Centros de Referências de Imunobiológicos Especiais (Crie). Nesses centros são oferecidas vacinas para pessoas vulneráveis e com condições clínicas especiais, que por motivos imunológicos necessitam ter acesso às vacinas ou esquemas que não são disponibilizados nos postos de saúde, na rotina do PNI. “Esses centros atendem pessoas que necessitam de alguma vacina ou que tenham condições clínicas especiais. Essas pessoas devem receber essas doses nesses centros e não nos postos comuns”, destaca Carla Domingues. Entre essas pessoas estão infectados pelo HIV, imunodepressão, asplenia, transplante, ou por motivo de convívio com pessoas imunodeprimidas, como profissionais de saúde e parentes de imunodeprimidos.
Para aumentar e garantir uma maior proteção aos brasileiros, os Ministérios da Saúde e da Educação firmaram uma parceria com o objetivo de ampliar a vacinação em crianças e adolescentes. As escolas vão atuar junto com as equipes de atenção básica para atualizar a caderneta dos estudantes. “Vacinando esses adolescentes nós vamos evitar que doenças aconteçam e estaremos protegendo nossa população”, fala.
Em 2016, o investimento do Ministério da Saúde na oferta de vacinas foi de R$ 3,9 bilhões um crescimento de 225% na comparação com o ano de 2010, quando foi investido R$ 1,2 bilhão. Para 2017 está previsto um investimento de R$ 3,9 bilhões.
Conheça abaixo as vacinas disponíveis e não deixe passar nenhuma vacina!
Conheça abaixo as vacinas disponíveis e não deixe passar nenhuma vacina!
HEPATITE A – A vacina hepatite A passa a ser disponibilizada para crianças de 15 meses a menores de 5 anos de idade. Antes, a idade máxima era até 2 anos.
TETRA VIRAL (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) – Em 2017, para as crianças, há ampliação da oferta da vacina tetra viral, passando a ser administrada de 15 meses até quatro anos de idade. Antes era administrada na faixa etária de 15 meses a menor de dois anos de idade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação das crianças com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade (primeira dose) e aos 15 meses com a tetra viral (segunda dose com a varicela). Vale reforçar que em países que adotaram esquema de uma dose contra varicela (semelhante ao do Brasil) houve queda acentuada do número total de casos da doença, de hospitalizações e de óbitos a ela relacionados.
HPV – Também será ofertada, a partir de 2017, a vacina HPV para meninos. Desde 2014, a vacina é oferecida para meninas de 9 a 13 anos. Agora, o público-alvo incluirá também meninas de 14 anos. Ainda para este ano, além dos meninos, a vacina também será oferecida para homens de 9 a 26 anos de idade vivendo com HIV e aids, e para imunodeprimidos, como transplantados e pacientes oncológicos. Desde 2015, as mulheres (9 a 26 anos) que vivem com HIV/Aids recebem a vacina
MENINGOCÓCICA C – O Ministério da Saúde também passou a disponibilizar a vacina meningocócica C (conjugada) para adolescentes de 12 a 13 anos de idade. A faixa etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de 9 até 13 anos. A meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes.
dTpa ADULTO – A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) tipo adulto passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20ª semana de gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, devem receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precoce possível.
TRIPLICE VIRAL (sarampo, caxumba e rubéola) - Outra alteração se deu para a vacina tríplice viral, com a introdução da segunda dose para a população de 20 a 29 anos de idade. Anteriormente, a segunda dose era administrada até os 19 anos de idade.
Confira outras vacinas oferecidas no calendário abaixo:
Luiza Tiné, para o Blog da Saúde