Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Preservativo. Camisa de Vênus. Camisinha. Borracha. Capinha. Látex. Não importa o nome

O preservativo é uma excelente e prática estratégia de prevenção ao HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Mas antes de serem distribuídas, as camisinhas passam por um processo rigoroso de produção.

Ministerio-da-Saude---Infografico-Camisinha

Apesar do preservativo ser uma das principais medidas de prevenção, a Política Nacional de Saúde Sexual e de Enfrentamento ao HIV/Aids do Ministério da Saúde adota mais de uma estratégia.

Exemplo disso, é a chamada Prevenção Combinada, que conjuga vários elementos, como as profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP) e o uso de preservativos. Assim, abre-se um horizonte de possibilidades de escolha para o autocuidado.

“A ideia é que a gente possibilite às pessoas que façam suas escolhas a partir do que elas entendem do seu lugar, território e, por que não dizer, dos seus desejos, dos seus quereres para que possam se prevenir. Isso é fundamental”, afirma a assessora-técnica do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DDAHV), Lis Pasini. “O preservativo não é a única estratégia de prevenção, mas é uma boa estratégia”, completa.


Números

O preservativo ainda é o carro-chefe da prevenção, sendo o método mais barato e de fácil acesso. Por isso, o Ministério da Saúde mantém a distribuição gratuita, em todo o Brasil, dos preservativos masculinos e femininos. Só no primeiro quadrimestre de 2016, foram distribuídos 143,4 milhões de preservativos masculinos, 4,2 milhões de femininos, e 10,8 milhões de sachês de gel lubrificante. Uma grande quantidade desses insumos também será distribuída nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

“A negociação para o uso do preservativo é uma barreira a ser enfrentada. O método em si não é só abrir uma camisinha e colocar. Tem muitas questões envolvidas”, defende a assessora-técnica Lis Pasini. “Como é que acessa? A oferta de acesso ao preservativo masculino existe em grande quantidade. Mas, há a necessidade de colocar os preservativos para além da discussão que é só uma questão de saúde. Tem que ir além”, destaca.

Prazer e erotismo
Na avaliação do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o uso do preservativo deve estar ligado ao prazer, ao erotismo, de se poder fazer sexo com segurança, uma escolha positiva, de cuidado com o próprio corpo e de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis, aids e hepatites virais.

“Como é que os preservativos vão estar só na unidade de saúde? As pessoas estão na rua. O preservativo tem que estar na rua. Tem que estar em bares, boates, saunas... Não só nos locais onde estão as populações-chave, mas em todos os lugares. Porque as pessoas têm que ter o direito ao acesso preservativo para fazer sexo seguro. Tentamos trabalhar sempre na perspectiva da educação em saúde e da erotização do preservativo. Não é simplesmente uma distribuição do preservativo. Ele precisa estar incorporado ‘na cena’ sexual. Por isso, precisamos trabalhar mais de forma a erotizar o preservativo e de aumentar o acesso a ele”, atesta a gerente da Coordenação-Geral de Prevenção do DDAHV/MS, Paula Adamy.

O preservativo precisa fazer parte da vida de toda a população. Para Lis Pasini, o preservativo feminino é um insumo importante para a prevenção. As mulheres com menos lubrificação e homens com maiores dificuldades de ereção, inclusive o prefere. O preservativo feminino ainda tem muitos mitos, mas a maioria deles é por falta de conhecimento e de informação. “Mas precisamos colocar o preservativo feminino nesse lugar de que é bom. Fazer sexo com preservativo feminino é bom. Essa é uma discussão que vai além do tema da doença e da saúde. Falemos dos direitos, da sexualidade, do erotismo, dos corpos e de fazer prevenção com prazer”, explica.

Para a gerente de Prevenção do DDAHV, Paula Adamy, o preservativo, quando sai da lógica do posto de saúde, dá a possibilidade de entender a camisinha de outra maneira. E a assessora-técnica Lis Pasini complementa a ideia. “Se está ligado só à unidade de saúde é praticamente entendido como uma doença. Quem vai à unidade de saúde? Tu vais por quê? Chega lá uma mulher jovem, da periferia, negra. Chega à unidade e diz ‘oi, tudo bem? Eu quero um preservativo’. Não vai! Quantos homens vão à unidade de saúde? Ele vai lá só para pegar preservativos gratuitos?”, questiona


Preservativo Feminino

Quando se fala em camisinha, a mente automaticamente pensa na versão masculina. Mas o preservativo feminino tem se tornado um importante aliado das mulheres, de todas as pessoas. Não é necessário gostar ou só usar a versão masculina. O indivíduo pode não gostar, ter alergia, ou outras questões que o afasta da camisinha masculina.

“O uso da camisinha masculina não é uma responsabilidade só do homem porque está no corpo do homem. Assim como o preservativo feminino não é só das mulheres. Pode ir para o corpo da mulher. Pode ter uma outra formulação para o uso. O preservativo feminino vem como uma alternativa de poder fazer uma escolha na prevenção. Os dois preservativos contribuem para os direitos sexuais e reprodutivos. O preservativo feminino está muito fortalecido porque ele está no corpo da mulher. Muitas mulheres gostam de falar que agora elas têm mais autonomia”, lembra Lis.

O preservativo feminino tem a possibilidade de ser colocado horas antes da relação sexual. Mas ainda é desconhecido pela maioria das pessoas, inclusive pelos profissionais de saúde. “A gente percorre o país e é impressionante o quanto as pessoas desconhecem o preservativo feminino. Não conhecem, não gostam e não querem usar. Por que está lá no mito de que é feio, desconfortável. Mas essa é uma barreira cultural que precisa ser vencida. A camisinha masculina é bonita?”, provoca Lis Pasini.

O Ministério da Saúde distribui gratuitamente para todo o Brasil os preservativos masculinos e femininos, mas o órgão tem impulsionado, nos últimos anos, o preservativo feminino. Só em 2015, foram distribuídas 22,3 milhões de unidades de preservativo feminino. “A negociação para o uso do preservativo é uma barreira a ser enfrentada. O método em si não é só abrir uma camisinha e colocar. Tem muitas questões envolvidas”, defende a assessora-técnica Lis Pasini. “Como é que acessa? A oferta de acesso ao preservativo masculino existe em grande quantidade. Mas, há a necessidade de colocar os preservativos para além da discussão que é só uma questão de saúde. Tem que ir além”, destaca.

Luiz Philipe, para o Blog da Saúde