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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Depressão afeta o cérebro tanto quanto o Alzheimer

Resultado de imagem para depressãoQuando não tratada e presente por mais de 10 anos, a doença pode causar inflamações equivalentes às dos males neurodegenerativos, mostra estudo canadense. Para especialistas, a descoberta reforça a necessidade de manter a condição sob controle

A depressão duradoura pode prejudicar fisiologicamente o cérebro. Pesquisa do Centro de Estudos sobre Vícios e Saúde Mental (CAMH) do Canadá sugere que, se não tratada, a doença que persiste por mais de 10 anos provoca inflamações no cérebro equivalentes às detectadas no Alzheimer e em outros tipos de demência. A complicação intoxica áreas cerebrais e é progressiva, também como as doenças neurodegenerativas. Detalhes do trabalho foram divulgados na revista The Lancet Psychiatry.

Jeff Meyer, autor do estudo, e a equipe estudaram 80 voluntários, com idade entre 18 e 75 anos, entre setembro de 2009 e julho de 2017. Os participantes foram divididos em três grupos: 25 tinham depressão por mais de 10 anos, 25 enfrentavam o problema havia menos de uma década, e 30 não tinham o diagnóstico da doença. Os depressivos não estavam sob tratamento havia pelo menos quatro semanas e apresentavam pontuação mínima de 17 na Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton. Pela escala, de sete a 17 pontos equivale a depressão leve. Acima de 25 estão os indivíduos gravemente deprimidos.

A inflamação no cérebro foi medida por meio de exame de tomografia por emissão de positrões (TEP), que consegue detectar proteínas translocadoras. Produzidas pelas micróglias, células imunes do cérebro, essas estruturas são ativadas em caso de inflamação. De acordo com os resultados do estudo, o grupo de voluntários com depressão duradoura apresentou até 30% mais inflamação no córtex pré-frontal e no córtex cingulado anterior quando comparado aos que não tinham a doença.

“Nos voluntários com depressão duradoura e que não tiveram muito tratamento com antidepressivo, vimos aumento progressivo da inflamação”, resume Jeff Meyer. Segundo o autor, eles identificaram também semelhanças entre a depressão e outras doenças progressivas que acometem o cérebro, como o Alzheimer e o Parkinson. “Nossos dados sugerem que pessoas com depressão de longa data podem ter uma forma biologicamente diferente de depressão e que precisarão ser tratadas de forma diferente”, complementa.

Condição tóxica
Para o professor de psiquiatria da Universidade de Brasília (UnB) Raphael Boechat Barros, é importante reforçar que, como mostra a pesquisa canadense, a depressão não é episódica. “O diferencial desse estudo é ter sido feito com pacientes com depressão crônica. A maioria dos testes anteriores estuda a depressão aguda. Esse novo estudo associou o tempo de depressão não tratada com a inflamação, quanto mais tempo, mais inflamação”, explica.

Segundo Barros, nesse caso, há liberação de substâncias neurotóxicas que agridem o cérebro a longo prazo, mesmo que o paciente não sofra com os sintomas. “O estado inflamatório já é um indicativo de que o cérebro não está saudável”, diz. “A depressão, portanto, é uma doença crônica e pode ser indicada como uma doença neurodegenerativa.”

Uma das diferenças entre a depressão episódica e a crônica sãos os sintomas mais evidenciados no segundo caso. Para Fernando Fernandes, médico psiquiatra do Programa de Transtornos do Humor (Gruda) do Instituto de psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), isso pode estar relacionado à inflamação no cérebro. Mas o especialista ressalta que os efeitos afetam outras estruturas do corpo, já que se trata de uma doença multifatorial. “A inflamação é apenas um dos fatores envolvidos, assim como as alterações endócrinas”, ilustra.

De acordo com Fabiano Alves Gomes, médico psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Transtornos do Humor do Hospital Universitário de Brasília (HUB), as evidências do estudo confirmam a hipótese de que a depressão é uma doença que ocorre devido a múltiplos processos fisiopatológicos. “Eles incluem alterações mais conhecidas, como disfunções nos neurotransmissores e nos circuitos cerebrais, mas também processos inflamatórios e disfunções imunológicas”, diz

Reações pessoais
O psiquiatra Raphael Boechat Barros, porém, ressalta que o tempo para que a depressão cause mudanças cerebrais não é necessariamente 10 anos, como o considerado na pesquisa canadense. “Por ser o primeiro estudo, eles colocaram um prazo aproximado, mas isso depende muito do grau de depressão do paciente. A consequência devido ao tempo varia de pessoa para pessoa”, diz.

O psiquiatra alerta que é preciso ter consciência de que a depressão, se não tratada, pode resultar em um prejuízo a nível orgânico e não apenas funcional. “A maior parte das evidências vem de estudos que avaliam apenas a estrutura do cérebro ou substâncias detectadas nos exames de sangue. O estudo canadense traz a novidade da utilização de uma técnica que permite avaliar a inflamação diretamente no cérebro de pessoas vivas com depressão e demonstra que o tempo sem tratamento está associado a mais inflamação cerebral”, explica.

Medicamentos contra azia e má digestão: Abusos causam incômodo no estômago

medicamentos-contra-azia-e-ma-digestaoAo comer demais, exagerar na bebida ou em comidas gordurosas, é natural que haja incômodo no estômago. Mas, para tratá-lo, é necessário saber qual patologia está atacando o paciente

De acordo com a gastroenterologista do Hospital Moriah, Dra. Nilma Lucia Sampaio Ruffeil, azia é uma sensação de queimação na região do peito (retroesternal), enquanto a má digestão é uma sensação de peso na região epigástrica (conhecida como “boca do estômago”).

“A azia é o retorno para o esôfago do conteúdo ácido do estômago. Isso acontece quando, por exemplo, a parede do estômago não está preparada para receber tanto ácido, causando queimação que sobe até o peito ou a garganta”, complementa o coordenador do Centro de Robótica do Hospital Samaritano, Dr. Sérgio Zaladek Gil.

O mal-estar e o enjoo ocorrem porque a presença do álcool e das comidas mais pesadas diminui a capacidade do estômago de fazer a digestão. Se a mucosa do órgão estiver inflamada, os sintomas são ainda piores.

Para acabar com os sintomas da azia, o paciente pode usar medicamentos que diminuem a produção de ácido ou fazem proteção local, como os antiácidos e o sucralfato (que faz uma proteção local e ajuda na proteção contra acidez). Os inibidores de bombas de próton, como omeprazol, bloqueiam a produção de ácido.

Já os medicamentos que combinam anti-inflamatórios e antiácidos – buscados por quem sofre de ressaca – auxiliam na redução dos sintomas da inflamação que o álcool causa, além de revestir a mucosa do estômago para protegê-lo.

É importante orientar o consumidor a observar se os sintomas apresentados são resultado somente de abusos pontuais ou se aparecem com facilidade e frequência, como os pacientes que necessitam tomar medicamentos quase que diariamente. Isso porque a pessoa pode ter alguma patologia ou lesão que não seja somente por ácido.

Foto Shutterstock

Fonte: Revista Guia da Farmácia edição 301 – Por Laura Martins

Hipertensão: como evitar a doença que prejudica coração e outros órgãos

banner-hpertensãoMais popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial pode ser vista como o “mal do século”

Mas a boa notícia é que ela é prevenível, ou, em outras palavras, pode ser evitada de acordo com nossos hábitos de vida. Entretanto, antes de saber como evitar a pressão alta, é preciso entender o que provoca a doença e os prejuízos à saúde.

A explicação começa pelo bombeamento do sangue, feito pelo coração por meio das artérias. Esse movimento de bombear é dividido em pressão sistólica (contração) e diastólica (relaxamento do coração). 

A pressão sistólica normal vai até 120 mmHg e já é considerada elevada quando passa de 140 mmHg. No caso da pressão diastólica, a normalidade é de 80 mmHg e não é bom que ultrapasse os 90 mmHg. Se ultrapassadas essas médias, o coração acaba se esforçando mais para que o sangue chegue até todo o corpo, provocado a doença.

O cardiologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Gustavo Gir esclarece que a pressão arterial varia ao longo do dia, por conta de vários fatores externos, como exercícios físicos ou repouso. “Em geral, ela mantém certo nível e tem as variações maiores relacionadas ao sono e outras demandas do dia a dia. Por exemplo, depois da alimentação pode cair um pouquinho para a digestão. Uma emoção mais forte ou uma briga pode gerar um pico de pressão, que em certos pacientes pode ser perigoso, causar até um infarto”, explica.

Prejuízos à saúde
Se a pressão não vai bem, não é só o coração que reclama. Além de doenças cardíacas, a hipertensão arterial pode levar prejuízos aos rins, que passam a funcionar com dificuldade, aos olhos, afetando a visão, e ao cérebro. E quando se trata de pressão alta, o corpo avisa por meio de dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. “Os sintomas são muito inespecíficos. Às vezes a pressão está elevada por conta da dor de cabeça e não porque é a causa dela. Eles geralmente acontecem quando o paciente já está exposto à hipertensão por longos anos”, elucida Gir.

Outro agravante quando se trata desta doença é a herança genética. Em 90% dos casos, ela é herdada dos pais. Por isso, quem tem ocorrências mais próximas na família deve ter cuidado redobrado com os fatores externos. “Deve cuidar, mas isso não significa que a pessoa vá desenvolver a pressão alta, se ela tem um padrão de vida saudável, mesmo com o histórico familiar. Ou o desenvolvimento é bem mais tardio do que costuma ocorrer nos parentes”.

Menos Hipertensão
Neste dia 26 de abril, Dia Nacional da Prevenção e do Combate à Hipertensão Arterial, o Ministério da Saúde divulgou uma ótima notícia: entre os jovens de 18 a 24 anos, houve queda de 34% no diagnóstico de pressão alta. A informação é da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas de 2017, a Vigitel. Por outro lado, 1 em cada 4 pessoas que vivem nas capitais do Brasil tem a doença.

A Vigitel também mostrou que quase metade dos adultos de 55 a 64 anos sofre com a pressão alta. As pessoas negras, as mulheres e os diabéticos são mais propensos ao desenvolvimento da doença.

Quero me prevenir, o que faço?
Com ou sem predisposição à hipertensão, todo mundo pode se prevenir com ações simples. O Blog da Saúde fez uma lista com 10 cuidados importantes:

1. Manter o peso adequado;
2. Não abusar do sal (utilize outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos);
3. Evitar alimentos gordurosos;
4. Praticar atividade física regularmente;
5. Aproveitar momentos de lazer;
6. Não fumar;
7. Moderar o consumo de álcool;
8. Controlar o diabetes;
9. Evitar o estresse;
10. Medir a pressão arterial com regularidade (pessoas com casos na família ao menos duas vezes por ano).

Além de podermos evitar problemas escolhendo hábitos saudáveis, também é possível monitorar a hipertensão, que não tem cura, mas pode se manter sob controle. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente é diagnosticado e recebe um método de tratamento. Geralmente são indicados medicamentos, que são distribuídos nas Unidades Básicas de Saúde ou pela Farmácia Popular, mediante receita médica. Dos 10 milhões de usuários do Farmácia Popular, por exemplo, 7,2 milhões recebem fármacos para o tratamento da hipertensão arterial.

Desenvolvida pelo Ministério da Saúde, a Plataforma Saúde Brasil ajuda qualquer pessoa que queira parar de fumar, perder peso e se alimentar melhor - três dos principais passos para ficar longe da pressão alta.

Erika Braz, para o Blog da Saúde

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Uma vitória para a assistência farmacêutica

Imagem relacionadaMais uma notícia positiva para o modelo de assistência farmacêutica avançada

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de publicar uma nota técnica definindo que a vacinação pode ser promovida na sala de serviços farmacêuticos já existente nos estabelecimentos, sem a necessidade de um local exclusivo para essa prática.

De acordo com a agência, a RDC 44/2009 instituía parâmetros para a criação de um ambiente de serviços farmacêuticos. Porém, não contemplava padrões específicos sobre vacinação por ter sido elaborada em um contexto anterior à Lei nº 13.021/2014 – que viabilizou a atividade de imunização nas farmácias e drogarias. Portanto, nenhuma legislação ou regulamentação prevê a necessidade de um espaço diferenciado para aplicar as vacinas, bastando que os estabelecimentos cumpram as exigências sanitárias inseridas nesta RDC e também na RDC 197/2-17 e RDC 50/2002.

“A posição da Anvisa, mais do que demonstrar respeito às leis, ratifica o compromisso da agência com a saúde pública brasileira. O varejo farmacêutico pode garantir uma ampla e qualificada cobertura vacinal, mudando a realidade do acesso a esses tratamentos no país”, celebra Cassyano Correr, coordenador do programa de assistência farmacêutica avançada da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Abrafarma

Auriculoterapia é usada no tratamento para chikungunya

auriculoterapiaA técnica tradicional Chinesa utiliza sementes em alguns pontos na orelha e ajudam a reduzir as dores causadas pela doença

Sentir dores intensas nas articulações dos pés, das mãos e do corpo todo, parar de fazer as caminhadas diárias e não ter ideia de como mudar a situação. Foi isso que a vendedora Rosa de Fátima passou depois de ter sido picada pelo mosquito Aedes aegypti e contraído a chikungunya.

Mas depois que ela começou a aplicar sementes em alguns pontos específicos da orelha, a dor sumiu. “Depois disso não tive mais dor e consigo fazer tudo normal”, relata Rosa. A técnica é chamada de auriculoterapia, que utiliza tecnologia semelhante a acupuntura, mas não usa agulhas e sim sementes para fazer o tratamento.

A vendedora conheceu a técnica ao participar do projeto Grupo de Atenção Integral e Pesquisa em Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa (Gaipa) - ação de extensão do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará. A terapia complementar vem da cultura chinesa e já foi usada para o tratamento de várias doenças. A técnica é uma das 29 Práticas Integrativas Complementares ofertadas no SUS.

Melhora
“Devido ao baixo custo e ao relato na literatura científica sobre a sua efetividade no tratamento das dores musculoesqueléticas, o resultado foi positivo. A medida que a demanda de pacientes aumentou na nossa unidade, nós sentimos a necessidade de fazer também uma capacitação de profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) para essas práticas integrativas”, explica o coordenador do Gaipa, Bernardo Diniz Coutinho.

O tratamento é oferecido pelos alunos da universidade e por profissionais que atuam nas unidades de saúde do SUS. Os pacientes chegam com dor devido à chikungunya, passam pela triagem das unidades de saúde e são encaminhados para o tratamento. As aplicações são feitas de acordo com a situação de cada paciente.

“O paciente que procura o nosso serviço, normalmente, já vem com histórico de dor intensa, e isso acaba comprometendo a qualidade do seu sono, do seu estado de humor a suas relações sociais no trabalho, como o desempenho de atividades em casa. Um paciente com histórico de meses de dor, sem melhora com o uso do tratamento de medicamentos, com a auriculoterapia ele relata melhora de redução da intensidade da dor no corpo, melhora da qualidade do sono e na hora que a gente avalia a capacidade física dele, de exames de testes clínicos confiáveis, nós percebemos também a melhora a parte funcional do corpo a partir da segunda sessão”, falou Bernardo.

Tratamento para chikungunya
Não existe vacina ou tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios). Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito e incluem, também dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Para Rosa, o tratamento com a auriculoterapia veio como um remédio e com pouco tempo de tratamento ela se sente renovada. “Eu sempre caminhei e passei muito tempo sem poder caminhar depois da Chikungunya, só que depois de um mês de auriculoterapia eu voltei a caminhar. Hoje eu tenho uma vida normal”.

O Gaipa atua nas unidades de saúde com essas técnicas de práticas complementares há certa de dois anos, a fim de ofertar uma atenção integral, humanizada à população com esses tipos de doenças. Além disso, realiza pesquisas para o aprimoramento da atenção à saúde, avaliando a eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados.

Por Luiza Tiné, para o Blog da Saúde.

Anvisa alerta sobre venda irregular de vacinas contra H1N1

vacinaDoses armazenadas de maneira inadequada foram apreendidas em Goiânia após operação conjunta da Polícia, Vigilância Sanitária de Goiás e Anvisa

A Anvisa alerta para a venda irregular de vacinas contra influenza em Goiânia (GO), prática investigada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária estadual, com o apoio da Gerência-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária (GGFIS) da Anvisa. Como resultado das investigações, houve a apreensão de 62 doses da vacina, na última semana, que estavam sendo comercializadas, pelo valor de R$ 80,00/dose, em escolas e condomínios. A Anvisa ressalta que vacinas estocadas em condições que não sejam as ideais e vendidas por clínicas não autorizadas podem trazer sério risco à saúde da população.

A operação conjunta da Policia, vigilância sanitária local e Anvisa, por meio do Centro de Gerenciamento sobre Emergências em Vigilância Sanitária – Evisa, verificou que, em Goiânia, as vacinas eram vendidas por um representante da clínica PróVita, se São Bernardo do Campo (SP). Foram apreendidas vacinas armazenadas em temperatura inadequada e que estavam sendo comercializadas sem alvará expedido pelas autoridades sanitárias.

A Anvisa alerta, ainda, que, para se vacinar, as pessoas devem procurar os postos habilitados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Campanha Nacional de Vacinação começou hoje e vai até o dia 1º de junho, em todo o país. Neste período, é ofertada gratuitamente, em 65 mil salas de vacinação em todo o país, a vacina para grupos prioritários, formados por públicos mais suscetíveis a desenvolver a forma grave da doença.

Esses são os grupos prioritários, de acordo com recomendações do Ministério da Saúde: Crianças de 6 meses a menores de 5 anos; Gestantes;
  • Puérperas (até 45 dias após o parto);
  • Trabalhadores de saúde;
  • Povos indígenas;
  • Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
  • População privada de liberdade;
  • Funcionários do sistema prisional;
  • Professores da rede pública e privada;
  • Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis; e
  • Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias).
Saiba tudo sobre a Campanha Nacional de Vacinação aqui: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/influenza.

Por: Ascom/Anvisa

Pacientes em uso de medicamentos seguem corretamente o tratamento?

Imagem relacionadaOs danos causados por medicamentos, além de graves, custam R$ 60 bilhões ao ano para o Sistema Único de Saúde – SUS

A cada real investido no fornecimento de medicamentos, o governo gasta cinco reais para tratar as morbidades relacionadas a medicamentos (MRMs). As mais onerosas são as causadas por reações adversas (39,3% dos gastos), pela não adesão ao tratamento (36,9%) e pelo uso de doses incorretas (16,9%). Metade dos casos poderia ser evitada com uma supervisão mais cuidadosa e efetiva dos tratamentos (UFRGS/2017). Atentos ao problema, os conselhos de Farmácia se uniram em uma campanha nacional de promoção da adesão às terapias medicamentosas e ao seu uso seguro e racional. A iniciativa é em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, 5 de maio.

O público-alvo da campanha não foi escolhido por acaso. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 70% dos pacientes com hipertensão, diabetes ou dislipidemias – em sua maioria, usuários de vários medicamentos –, não conseguem controlar suas doenças mesmo tendo diagnóstico e prescrição de médicos. Em outro estudo, o órgão apurou que 82% dos pacientes que utilizavam 5 ou mais medicamentos de uso contínuo o faziam de forma incorreta ou demonstravam baixa adesão ao tratamento. Um em cada três pacientes abandonou algum tratamento, 54% omitiram doses, 33% usaram medicamentos em horários errados, 21% adicionaram doses não prescritas e 13% não iniciaram algum tratamento prescrito.

Além de promover a conscientização da população sobre a importância do acompanhamento farmacêutico para a prevenção de danos e o uso seguro dos medicamentos, os conselhos querem utilizar a campanha para contribuir de forma mais efetiva para a reversão dessas estatísticas. Durante todo o mês de maio, os voluntários engajados na iniciativa buscarão serviços públicos de saúde, como as UBSs e as farmácias públicas, para verificar se pacientes polimedicados têm acesso e aderem ao tratamento medicamentoso ou não.

A proposta é envolver, também, os farmacêuticos dos serviços onde será feita a coleta dos dados, para que eles, ao entrevistar seus pacientes, tenham uma melhor compreensão do problema, e consigam traçar estratégias para resolvê-lo. O estudo será feito em 24 das 27 unidades federativas. A expectativa é divulgar o resultado durante o Congresso do Conselho de Secretários Municipais de saúde, em julho. Os conselhos de Farmácia esperam sensibilizar os gestores públicos. “É uma iniciativa que visa à melhoria da qualidade da assistência à saúde e também racionalizar gastos do sistema público”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.

Por ocasião da divulgação dos resultados, serão apresentados também os dados do Projeto Cuidado Farmacêutico no SUS, do CFF, que visa à inserção do cuidado farmacêutico na rotina das unidades básicas de saúde. Já implantado em 119 municípios brasileiros, o projeto está capacitando cerca de mil farmacêuticos para o atendimento direto ao paciente. “Ao final do curso, nossa expectativa é deixar esse serviço em pleno funcionamento, com os colegas atendendo, e a população sendo muito bem cuidada”, diz o coordenador do projeto, Valmir de Santi, conselheiro federal de Farmácia pelo estado do Paraná.

CFF

terça-feira, 24 de abril de 2018

Adesivo mede o nível de glicose no sangue sem precisar usar agulha

Composto por sensores de grafeno, o dispositivo avalia as taxas de açúcar em fluidos existentes entre células e vasos sanguíneos. Solução criada por físicos britânicos poderá ajudar a aumentar a adesão ao tratamento do diabetes

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University of Bath/Divulgação

O diagnóstico de diabetes é para o resto da vida. Doença crônica que, de acordo com o Ministério da Saúde, afeta 8,9% da população brasileira, ela não permite descuidos: o paciente precisa seguir à risca as recomendações médicas de forma a evitar as consequências da enfermidade que, se não controlada, pode até matar. Faz parte desse monitoramento o controle da glicose, que não pode estar acima nem abaixo do nível ideal. Um dispositivo desenvolvido por físicos da Universidade de Bath, na Inglaterra, promete tornar esse processo mais fácil e, assim, aumentar a adesão ao tratamento.

A rotina de quem tem diabetes inclui picar o dedo uma ou mais vezes por dia com uma lanceta e colocar a gota de sangue em uma fita, que será lida pelo medidor. O procedimento é praticamente indolor, mas isso não impede que muitas pessoas deixem de fazer o controle. Pesquisa recente do portal Minha Vida indicou que 51,3% dos pacientes brasileiros não monitoram a glicose. Desses, 18,4% afirmaram que dispensam o controle por achar o processo incômodo. Para resolver o problema mundial da adesão ao tratamento, cientistas estão buscando meios alternativos de medir os níveis de açúcar na corrente sanguínea.

Na Universidade de Bath, os pesquisadores apostam em um adesivo composto por sensores de grafeno que fazem a medição da glicose no líquido que preenche os espaços vazios entre as células e os vasos sanguíneos, sem precisar furar a pele. De acordo com os autores do estudo, publicado na revista Nature Nanotechnology, em outras pesquisas foram propostos outros métodos não invasivos, como detecção por meio de suor, lágrimas ou saliva.

“Mas essas estratégias têm duas limitações. Primeiro, porque há uma variabilidade significativa no nível da glicose detectada. Segundo, a proporção entre a concentração de glicose medida nesses fluidos e no sangue é desconhecida. Então, é inevitável ter de fazer a calibração, picando o dedo”, sustenta Richard Guy, pesquisador do Departamento de Farmácia e Farmacologia da universidade e um dos autores do artigo. “Além do desafio da calibração, esses métodos sofrem interferências e, consequentemente, de falta de especificidade.”

Segundo Guy, até agora, a única tecnologia que oferece um monitoramento contínuo e não invasivo da glicose opera provocando um pequeno campo elétrico na pele, que estimula o fluxo do líquido intersticial, onde há concentração de glicose. Sensores, então, fazem a medição da taxa de açúcar circulante. Contudo, o dispositivo, aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) em 2001 e colocado no pulso como um relógio, também exige calibrações periódicas. “Isso acontece porque, por esse método, a glicose é extraída indiscriminadamente e com grandes variações através de uma área relativamente grande da pele”, diz.

Baixo custo
Para tentar solucionar esse problema, Guy trabalhou, em conjunto com o Departamento de Física da Universidade de Bath, com a ideia de também se valer do registro da glicose sem agulhas por um sensor que capta a taxa pelo fluido intersticial, mas dispensando calibração e obtendo resultados os mais precisos possíveis. Os cientistas desenvolveram um microcircuito com sensores de grafeno, material conhecido pelo potencial de condutividade, além de ser leve, fino e maleável. Em contato com a pele, ele consegue medir os níveis de glicose em pequenos reservatórios do líquido, o que, segundo os pesquisadores, dá mais precisão ao teste.

“Devido ao design do circuito de sensores e dos reservatórios, não é preciso calibrar o adesivo com amostra sanguínea, significando que testes que furam o dedo são desnecessários”, diz Guy. O adesivo pode fazer leituras a cada 10 ou 15 minutos por até 12 horas. Atualmente, a equipe trabalha no refinamento do design, na melhora no número de sensores e em testes para se obter a funcionalidade total do dispositivo no período de 24 horas. “Agora que estabelecemos a prova de conceito, esperamos que esse se torne um sensor de baixo custo que envie medições relevantes de glicose para o telefone ou para o relógio inteligente do usuário, alertando-o quando for preciso agir”, diz. As taxas alteradas de açúcar no sangue indicam ao paciente a necessidade de usar a medicação prescrita pelo médico.

A cientista Adrelina Ilie, pesquisadora do Departamento de Física e coautora do trabalho, diz que uma vantagem importante do equipamento em relação a outros com proposta semelhante é o uso do grafeno. “Especificamente, esse material é forte, condutivo, flexível e potencialmente de baixo custo, além de ser ecológico. Graças ao tamanho dos sensores, conseguimos que cada um deles opere em uma pequena área sobre um único folículo piloso do paciente, o que reduz, significativamente, variações inter e intratecido da pele na extração de glicose e aumenta a acurácia das medições, eliminando de vez a calibração por amostra de sangue”, detalha.

Novas práticas
A endocrinologista e professora da Universidade Federal do Paraná Rosangela Roginski Rea, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), afirma que o período atual é de mudança de paradigma no manejo do diabetes, tanto em relação aos métodos de medição de glicose quanto no tratamento medicamentoso. “Existe uma demanda do próprio paciente por novas tecnologias para melhorar o controle do diabetes”, diz. Um deles, cita a médica, é um equipamento que monitora a glicose 24 horas por dia e monta gráficos diários de até 96 medições.

“Nós, médicos, pedimos o tempo todo para os pacientes medirem a glicemia várias vezes por dia. Mas eles só querem medir em jejum. Novos aparelhos que não precisam de picada no dedo e que conseguem verificar a situação da glicemia o dia inteiro estimulam o paciente a encontrar a terapia mais adequada”, diz Rosangela Roginski Rea, lembrando que as flutuações na taxa de açúcar no sangue precisam ser controladas para evitar as complicações crônicas da doença. Outra novidade destacada pela médica é substância dulaglutida, que tem ação prolongada. Como é aplicada apenas uma vez por semana, ela reduz o número de injeções de insulina de 365 para 52 vezes ao ano.

Mais cuidadosos
Estudo da Abbott com 7 mil brasileiros que têm diabetes e utilizam um sistema de monitoramento de glicose que dispensa as agulhadas por até 14 dias mostrou que a tecnologia traz benefícios para o controle e o tratamento da doença. Houve aumento da checagem diária (13,6 vezes em média), que ficou três vezes acima do recomendado pelas diretrizes internacionais. A hipoglicemia dos pacientes foi reduzida em até 26%, e o tempo que eles ficaram com a glicemia acima de 180mg/dl diminuiu 31%. O sistema é composto por um sensor do tamanho de uma moeda de R$ 1 e um leitor. O sensor capta os níveis de glicose no líquido intersticial. O leitor é escaneado sobre o sensor e mostra o valor da glicose medida em menos de um segundo.

Câncer de pulmão: Brasil é pioneiro em aprovar nova indicação de terapia

Resultado de imagem para tagrissoA Anvisa aprovou o osimernitibe como primeira linha de tratamento contra câncer de pulmão avançado. O medicamento já era usado como segunda linha

Em decisão pioneira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana a indicação do osimernitibe para primeira linha de tratamento contra câncer de pulmão. O medicamento, conhecido pelo nome comercial Tagrisso, já estava aprovado e disponível no país desde 2017 como segunda linha de tratamento, ou seja, em pacientes que não respondiam bem ao medicamento inicial. Com a nova determinação, ele poderá ser usado como a primeira terapia utilizada no combate ao câncer de pulmão de não-pequenas células, localmente avançado.

A Anvisa é a primeira agência no mundo a aprovar esta indicação. Para Carlos Gil, oncologista clínico e especialista em câncer de pulmão, isso demonstra o amadurecimento da agência que, percebendo os resultados positivos nos estudos realizados com o Tagrisso para tratamentos de primeira linha, resolveu legitimar seu uso nessa categoria.

“A surpresa foi o Brasil ter sido o pioneiro nessa indicação, já que, na última década, os pacientes têm passado um problema grave pela demora na aprovação de novos terapias para o tratamento de câncer no país”, diz Gil. O tratamento já é utilizado em outros países, como Estados Unidos, que devem indicá-lo para a primeira linha na semana que vem, e países da Europa, que devem definir a nova indicação nos próximos meses.

Mecanismo de ação do medicamento
O osimernitibe é classificado como uma terapia-alvo. Ou seja, específico para uma célula maligna. Entretanto, medicamentos dessa classe tendem a parar de fazer efeito quando o tumor sofre uma nova mutação. No entanto, o Tagrisso é o primeiro de uma nova geração de terapia-alvo voltado para a inibição específica da mutação secundária decorrente da primeira etapa da terapia.

“Por ser tão específico, essa droga tem efetividade muito alta e perfil muito baixo de efeitos colaterais, porque a direção é específica para a mutação. Os pacientes que tratamos tem tolerância muito alta ao Tagrisso”, explica Gil. Entre os efeitos colaterais estão: alteração cutânea e diarreia.

O medicamento, que é de uso oral, é recomendado apenas para pacientes com câncer de pulmão de não-pequenas células, localmente avançado, ou seja, em estágio IV, quando o câncer já se espalhou para fora do pulmão (possivelmente para o outro pulmão, corrente sanguínea ou o fluido que envolve coração ou pulmão). Segundo o oncologista, 80% dos pacientes em tratamentos de primeira linha (com mutação) vão usufruir dos benefícios do Tagrisso, como redução ou estabilização do tumor. Nas quimioterapias tradicionais, a taxa é de 30% a 35%.

Aprovação inédita contra mieloma múltiplo
Em outra decisão inédita, recentemente a Anvisa aprovou um novo tratamento para o mieloma múltiplo, câncer formado por células plasmáticas (do sangue) malignas. O daratumumabe é um imuno-oncológico da Janssen, indicado para o tratamento de primeira linha em pacientes que não podem ser submetidos ao transplante autólogo (técnica que usa as células tronco do próprio paciente para tratá-lo).

Com a aprovação, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer um tratamento capaz de reduzir em 50% o risco de progressão e morte por causa da doença. De acordo com o Instituto Oncoguia, a incidência do mieloma múltiplo no Brasil ainda é desconhecida, principalmente porque não faz parte das estimativas anuais do Instituto Nacional de Câncer (INCA). No entanto, especialistas estimam que a a doença atinja quatro a cada 100.000 brasileiros, representando cerca de 7.600 novos casos por ano. Segundo Breno Moreno, hematologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, quase 30% dos pacientes com mieloma múltiplo não elegíveis para o transplante poderiam ser beneficiados pelo novo tratamento.

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Entenda como é a doação de rim

rinsO transplante é única modalidade terapêutica que exige sempre a participação da sociedade

A doação é uma forma de seguro social, já que todos nós corremos o risco de virmos a necessitar de um órgão para nós mesmos ou para alguém da nossa família.

O que é transplante de rins?
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na transferência de um órgão saudável (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de um indivíduo, vivo ou falecido, para outra pessoa, a fim de compensar ou substituir uma função perdida. Sendo assim, no transplante de rim se implanta um rim sadio em um indivíduo portador de insuficiência renal terminal. Esse novo rim passará a desempenhar as funções que os rins doentes não conseguem mais manter. Um transplante de rim pode envolver um ou ambos os rins, se for de doador falecido, e apenas um se for de doador vivo. Na maior parte dos casos, apenas um rim é transplantado.

Felizmente, a terapia renal substitutiva, usualmente a hemodiálise, é capaz de manter as pessoas vivas por muitos anos. Entretanto, é indiscutível a vantagem do transplante para estes pacientes, já que aumenta a sobrevida e melhora muito a qualidade de vida dos doentes renais crônicos.

Quem pode autorizar a doação dos rins?
A legislação vigente no Brasil determina que a doação de órgãos ou tecidos da pessoa falecida somente ocorra sob a autorização legal do cônjuge, companheiro ou parentes maiores de idade, até segundo grau - pais, filhos, irmãos avós e netos. Alguns estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, possuem iniciativas locais para o cadastro de pessoas que desejem manifestar a intenção de doar órgãos e tecidos após a morte. Ainda não existe um cadastro nacional de doadores de órgãos, embora a sua implantação esteja sob avaliação deste Ministério. Contudo, qualquer registro de vontade será apenas consultivo, no sentido de subsidiar a família no processo de decisão sobre a doação.

Posso doar meu rim em vida?
A fim de proteger os vulneráveis e garantir a lisura e ética do processo, a legislação determina que a doação em vida só pode ser realizada entre cônjuges ou parentes consanguíneos próximos. No caso de haver intenção de doar por amizade, em que o doador não é parente consanguíneo até quarto grau (ou seja, até primos-irmãos), a lei exige uma avaliação prévia pelas instâncias éticas do hospital e autorização de um juiz.

Posso vender meu rim?
A Constituição Federal e a Lei dos Transplantes proíbem qualquer tipo de comercialização de órgãos e tecidos. Desta forma, a doação precisa ser altruísta, ou seja, a única recompensa é fazer o bem

Como é organizada a fila para transplante?
O processo de distribuição de um órgão doado é amparado legalmente, ocorre de forma segura e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, e pelas Centrais Estaduais de Transplantes. Para que seja feito um transplante com órgãos ou tecidos de um doador falecido, o paciente é inscrito no Cadastro Técnico Único, por meio de um sistema informatizado disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Quem realiza a inscrição é a equipe médica de transplante (previamente autorizada pelo Ministério da Saúde), responsável pelo atendimento. Para que um órgão ou tecido doado a partir de uma pessoa falecida seja destinado a determinado paciente, são rigorosamente observados os critérios de seleção, que incluem gravidade, compatibilidade e tempo de espera em lista. Portanto, não há hipótese em haja direcionamento de órgãos provenientes de doadores falecidos sem que seja observado esse fluxo.

Como é a abordagem da família em caso de morte encefálica?
A doação dos seus órgãos e tecidos após a morte é um direito de todo o cidadão que falece em morte encefálica. Por isso, deve ser oferecida aos familiares por agentes do sistema de saúde, treinados para estes esclarecimentos e para o acolhimento da família em suas dúvidas e decisões, sempre que não houver contraindicações que comprometam a saúde dos receptores. Não se admitem vazamentos de informações sobre doentes hospitalizados e ainda menos que seus familiares sejam procurados e pressionados a doar órgãos e tecidos. Esse tipo de conduta é ilícita, pois a confidencialidade da identidade do doador está garantida no decreto 9175/17, que regulamenta a Lei dos Transplantes.

A morte encefálica é um diagnóstico que está padronizado por protocolo do Conselho Federal de Medicina e, sendo conclusivo quanto à morte de qualquer pessoa, deve ser comunicado pela direção dos hospitais ou seus representantes, às autoridades sanitárias. Essa notificação é feita à Central Estadual de Transplantes.

Blog da Saúde

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Estudo usa anestésico de cavalo para diminuir risco de suicídio em seres humanos

Resultado de imagem para nasal sprayUm spray nasal de ketamina mostrou-se promissor na diminuição de pensamentos suicidas e da depressão em seres humanos, demonstra pesquisa publicada na segunda-feira (16) no “American Journal of Psychiatry (AJP)”

Segundo os autores, a droga pode ser utilizada para diminuir a inclinação ao suicídio no curto prazo em pacientes em maior risco — principalmente enquanto antidepressivos não surtem efeito.

A ketamina é um tipo de anestésico criado nos anos 1960, muito utilizado em cavalos para o controle da dor, que acabou sendo usado como droga recreativa. O uso indiscriminado, no entanto, pode pode levar à paralisia transitória e a alucinações. O estudo foi conduzido como uma parceria da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos, e a indústria Janssen.

Para chegar à conclusão dos supostos benefícios da ketamina, pesquisadores fizeram um estudo controlado e duplo-cego: quando um grupo que está usando o medicamento estudado é comparado com outro que não está. Nenhum dos dois grupos, no entanto, pode saber exatamente de qual lado da pesquisa se encontra; por isso, o “duplo-cego”.

A pesquisa envolveu 68 participantes divididos aleatoriamente em dois grupos: um que recebeu placebo duas vezes por semana durante quatro semanas e outro que recebeu o spray com ketamina durante o mesmo período. Ambos os grupos continuaram o tratamento com antidepressivos. Os efeitos da ketamina foram analisados quatro horas após o primeiro tratamento e 24 horas depois. No total, participantes foram acompanhados por 25 dias.

Após análise, cientistas observaram benefícios na diminuição de pensamentos suicidas, principalmente no período mais imediato; ou seja, quatro horas após o uso da ketamina.

Pesquisadores utilizaram escalas específicas já validadas para aferir os resultados. Os eventos adversos mais comuns foram náusea, tontura, dissociação, gosto desagradável e dores de cabeça.

G1

Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira em todo o país

Meta é imunizar 54,4 milhões de pessoas até 1º de junho, segundo o governo. Veja quem deve tomar a dose que, neste ano, protege contra 3 tipos de vírus da gripe

Resultado de imagem para campanha vacinação gripe 2018

A campanha nacional de vacinação contra a influenza começa nesta segunda-feira (23). A meta, segundo o Ministério da Saúde, é imunizar 54,4 milhões de pessoas, que fazem parte do grupo considerado "mais suscetível" ao agravamento de doenças respiratórias.

Até 14 de abril deste ano, o governo já registrou 392 casos de influenza em todo país, com 62 mortes. Com 8 óbitos, o estado de Goiás antecipou a imunização, que começou no último dia 13 de abril

Veja qual é o público-alvo para receber as doses gratuitamente no SUS:
  • pessoas a partir de 60 anos
  • crianças de seis meses a cinco anos
  • trabalhadores da área de saúde
  • professores das redes pública e privada
  • mulheres gestantes e puérperas
  • indígenas
  • pessoas privadas de liberdade (incluindo adolescentes cumprindo medidas socioeducativas)
  • profissionais do sistema prisional
  • portadores de doenças que aumentam o risco de complicações em decorrência da influenza
A contraindicação da vacina é para quem tem alergia severa a ovo.

Vacina da gripe
A vacina desse ano tem a possibilidade de proteger contra três tipos de vírus da gripe: o Influenza A, nas variações H1N1 e H3N2 e influenza B. Para o ministério, o acréscimo da proteção contra o H3N2 acontece após a infecção de 47 mil pessoas no hemisfério norte, em janeiro, mas no Brasil, segundo Carla Domingues, coordenadora-geral do programa de imunização do ministério, “não há nenhuma evidência que teremos uma circulação forte do H3N2”.

Dia D
O Ministério da Saúde confirmou também que o Dia D será no próximo dia 12 de maio, quando ocorre a mobilização nacional. No dia, os 65 mil postos de vacinação do país estarão em funcionamento. A meta, segundo o ministro Gilberto Occhi, é distribuir 100% das doses para todo o público-alvo e, se eventualmente houver uma sobra de vacina, as demais pessoas serão imunizadas

Distribuição
O Ministério da Saúde adquiriu 60 milhões de doses da vacina que serão entregues em etapas aos estados. A previsão do governo é de 25 milhões delas já estariam à disposição no início da campanha. 

A Região Centro-Oeste receberia 60% das doses de vacina. No mesmo período, a previsão é de que a Região Sul teria 54% do total. A Região Norte deve receber 50% do número de doses. Já no Sudeste e Nordeste a porcentagem prevista de entrega das doses é de 36% e 35%, respectivamente.

Casos confirmados No ano passado, o país confirmou 394 casos confirmados de contaminação por uma das três variações da influenza. Ao todo, segundo a Saúde, 66 pessoas morreram.

Já em 2018, dos 392 casos de influenza registrados em todo país, 62 resultaram em óbitos. Do total, 190 casos e 33 mortes foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2 foram 93 casos e 15 mortes.

G1

Portaria 344/98 de substâncias controladas é atualizada

Resultado de imagem para portaria 344/98Diretoria Colegiada aprovou atualização da Portaria 344/1998 e incluiu a metilsinefrina, entre outras substâncias. Também foi aprovada consulta para Instrução Normativa de agrotóxico

Doze consultas públicas foram aprovadas pela Diretoria da Anvisa nessa terça-feira (17/4), todas referentes à área de Agrotóxicos. Entre as propostas, uma trata da atualização dos procedimentos para Registro Especial Temporário (RET) de agrotóxicos para pesquisa e experimentação. O objetivo é permitir a avaliação inteiramente automática e de forma eletrônica para os pedidos de RET. A iniciativa também ajudará no monitoramento sobre quem são os fabricantes e os locais onde os agrotóxicos estão sendo testados.

A consulta é para uma Instrução Normativa conjunta entre Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura, já que o tema é compartilhado entre os três órgãos. A consulta pública ficará aberta por 30 dias. Além da proposta da instrução normativa, foram aprovadas, ainda, 11 consultas de atualização de monografias de ingrediente ativo de agrotóxicos. Essas monografias definem limites, formas de uso e culturas agrícolas onde os agrotóxicos podem ser aplicados.

Atualização de substâncias controladas
Na pauta de Resoluções de Diretoria Colegiada, aquelas que definem a regulamentação da Anvisa, foi aprovada a atualização da lista de substâncias controladas no país. Entre as novidades, está a inclusão da metilsinefrina na lista de substâncias psicotrópicas. A metilsinefrina é uma substância sintética utilizada de forma irregular na composição de suplementos alimentares e seu uso está associado a graves efeitos adversos.

Confira as alterações aprovadas para a lista de substâncias controladas:
  • Inclusão da substância metilsinefrina na Lista A3 (Lista de substâncias psicotrópicas).
  • Inclusão das substâncias DMBA; furanilfentanil e 3-MeO-PCP nas listas de substâncias de uso proscrito no Brasil.
  • Exclusão do adendo 3 da Lista F3 e inclusão de sinônimo para a fenilpropanolamina.
  • Alteração dos adendos das Listas A3 e F2 – Inclusão do DMBA, o 3-MeO-PCP e a metilsinefrina nos adendos que isentam seus padrões analíticos para teste de drogas e controle de dopagem da emissão de Autorização de Importação (AI) e Autorização de Exportação (AEX).
Aquisição de medicamento de referência
A proposta de alteração do procedimento aquisição de medicamentos de referência indisponíveis para comercialização no Brasil estava em pauta, mas não foi votada. O tema recebeu pedido de vista do diretor Willian Dib e deve voltar para discussão em breve.

ANVISA

Vacina de dengue só deve ser tomada por quem já teve a doença, diz OMS

Imagem relacionadaNo ano passado, a Anvisa já havia orientado que pessoas que nunca tiveram dengue não deveriam se vacinar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira que a vacina contra a dengue da Sanofi, a única disponível atualmente contra a doença, só deve ser tomada por pessoas que já foram expostas ao vírus. Para ter certeza, a entidade recomenda que os pacientes sejam submetidos a exames antes de receberem o imunizante. O anúncio da OMS veio depois de uma reunião realizada em Genebra, na Suíça, onde especialistas da ONU determinaram que a vacina deveria ser tratada de “maneira mais segura”.

“Nós agora temos informações claras de que a vacina precisa ser tratada de maneira mais segura, sendo utilizada exclusivamente em pessoas já infectadas”, disse Alejandro Cravioto, chefe do Grupo de Especialistas em Aconselhamento Estratégico sobre imunização da OMS. Em novembro do ano passado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que quem nunca contraiu dengue não deveria tomar a vacina. Uma pesquisa publicada em 2017 constatou que pessoas que não tiveram a doença e receberam o imunizante estavam mais propensas a desenvolver casos mais graves de dengue.

A vacina no Brasil
Em nota enviada a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde, afirmou que apesar da Anvisa ter autorizado o uso da Dengvaxia, nome comercial da vacina, no Brasil (registro em dezembro de 2015), em 2016, o Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) “recomendou a não introdução do imunizante no Calendário Nacional de Vacinação, uma vez que os resultados dos estudos clínicos dessa vacina evidenciaram a existência de limitações que foram descritas no parecer elaborado por esse comitê, especialmente, quando se analisou a sua utilização para fins de Saúde Pública, limitações essas também explicitadas no parecer emitido pelo Comité Technical Advisory Group da Organização Mundial da Saúde”. O único estado brasileiro que disponibiliza a vacina de forma gratuita e por conta própria é o Paraná.

Outras vacinas
Atualmente, o Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) estão trabalhando em parceria para desenvolver uma vacina contra a dengue, que já está na última fase de testes clínicos antes de ser submetida à Anvisa para registro.

Foto: Reprodução

Veja

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Perguntas e Respostas – Vacinação contra Gripe 2018

1. O que é gripe ou Influenza Sazonal?
A Influenza, também conhecida como gripe, é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país.

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2. O que causa a gripe?
A gripe é causada pelo vírus Influenza. Existem 3 tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C causa, apenas, infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias. Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Dentre os subtipos de vírus influenza A, os subtipos A (H1N1) e A (H3N2) circulam atualmente em humanos.

3. Quais são os sintomas da gripe?
• Tosse seca;
• Febre alta;
• Dor muscular;
• Dor de garganta;
• Dor de cabeça; e
• Coriza.

A febre é o sintoma mais importante da gripe e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. Devido aos sintomas em comum, pode ser confundida com outras viroses respiratórias causadoras de resfriado.

4. Como se transmite a gripe?
A gripe (influenza) pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar, ou por meio indireto pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carregar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos. Não há diferença de transmissão entre os tipos de influenza sazonal.

5. Por quanto tempo os vírus da gripe podem permanecer em uma superfície?
Sabemos que alguns vírus ou bactérias vivem por 2 a 8 horas em superfícies. Por isso, lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as chances de se contaminar a partir dessas superfícies.

6. Como tratar a gripe?
Pessoas com gripe devem beber bastante água e descansar. A maioria das pessoas se recuperará dentro de uma semana. Os medicamentos antivirais para a gripe podem reduzir complicações e óbitos graves. Eles são especialmente importantes para grupos de alto risco. O tratamento com o antiviral deve começar dentro de 48 horas após o início dos sintomas.

7. Resfriado é a mesma coisa que gripe?
Não. O resfriado também é uma doença respiratória frequentemente confundida com a gripe, mas é causado por vírus diferentes dos da gripe. Os vírus mais comuns associados ao resfriado são os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), que geralmente acometem as crianças. Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com os da gripe, são mais leves e duram menos tempo, entre dois e quatro dias. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos comum e, quando presente, é em temperaturas baixas. As medidas preventivas utilizadas para evitar a gripe, como a etiqueta respiratória, também devem ser adotadas para prevenir os resfriados. Outra doença que também tem sintomas parecidos, e que pode ser confundida com a gripe, é a rinite alérgica. Os principais sintomas são espirros, coriza, congestão nasal e irritação na garganta. A rinite alérgica não é uma doença transmissível e sim crônica, provocada pelo contato com agentes alergênicos (substâncias que causam alergia), como poeira, pelos de animais, poluição, mofo e alguns alimentos.

8. Como se prevenir da gripe?
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de maior chance de infecção, como o vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, chamadas de “etiqueta respiratória”, tais como:
• Lavar e higienizar as mãos frequentemente, principalmente antes de consumir algum alimento;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir;
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Manter os ambientes bem ventilados; e
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe

Indivíduos que apresentem sintomas de gripe devem:
• Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas);
• Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados; e
• Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

IMPORTANTE: O serviço de saúde deve ser procurado imediatamente caso apresente algum desses sintomas: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vomito persistente, convulsão.

9. Quais os cuidados contra gripe a serem tomados em creches?
• A aglomeração de crianças em creches facilita a transmissão da gripe entre crianças vulneráveis. A melhor maneira de proteger as crianças contra influenza sazonal e potenciais complicações graves é a vacinação anual contra gripe, que é recomendada a partir de 6 meses até menores de 5 anos de idade.
• Os cuidadores de crianças em creches, além da adoção das medidas gerais de prevenção e etiqueta respiratória, devem realizar a higienização dos brinquedos com água e sabão quando estiverem sujos. Deve-se utilizar lenço descartável para limpeza das secreções nasais e orais das crianças. Lenços ou fralda de pano, caso sejam utilizados, devem ser trocados diariamente. Deve-se lavar as mãos após contato com secreções nasais e orais das crianças, principalmente, quando ela estiver com suspeita de síndrome gripal.
• Cuidadores devem observar se há crianças com tosse, febre e dor de garganta e informar aos pais quando apresentarem os sintomas de síndrome gripal. Devem, também, notificar a secretaria municipal de saúde, caso observem um aumento do número de crianças doentes com síndrome gripal ou com ausência pela mesma causa na creche.
• O contato da criança doente com as outras deve ser evitado. Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar transmissão da doença. Recomenda-se que a criança doente permaneça em casa por pelo menos 24 horas após o desaparecimento, sem uso de medicamento, da febre.

10. Quais cuidados contra gripe com gestantes, puérperas e recém-nascidos?
A gripe causa mais doenças graves em gestantes que em mulheres não grávidas. Mudanças no sistema imunológico, circulatório e pulmonar durante a gravidez faz com que as gestantes sejam mais propensas a complicações graves por influenza, assim como hospitalização e óbito. A gestante com influenza também tem maiores chances de complicações da gravidez, incluindo trabalho de parto e parto prematuros.

11. A vacinação contra gripe durante a gravidez protege a gestante, o feto e até o bebê recém-nascido até os 6 meses?
Sim.

12. Quais cuidados a gestante deve ter se estiver com gripe?
• As gestantes devem buscar o serviço de saúde, caso apresente sintomas de Síndrome Gripal (SG)
• Durante internação e trabalho de parto, se a mulher estiver com diagnóstico de influenza, deve-se priorizar o isolamento
• Se a mãe estiver doente, deve realizar medidas preventivas e de etiqueta respiratória, como a constante lavagem das mãos, principalmente para evitar transmissão para o recém-nascido
• A parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao bebê. O bebê pode ficar em isolamento com a mãe (evitando-se berçários)

13. Qual a vacina contra gripe ofertada no SUS?
A vacina influenza ofertada no SUS é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e produzida no Brasil pelo Instituto Butatan em parceria com o laboratório privado Sanofi Pasteur. As vacinas das campanhas atuais são trivalentes e protegem contra os tipos de vírus influenza A (H1N1)pdm09, A (H3N2) e influenza B, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a própria OMS.

A vacina é ofertada, anualmente, durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza com o objetivo de reduzir as complicações e as internações decorrentes das infecções causadas pelos vírus, nos grupos prioritários para vacinação.

14. Qual o público alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe?
O público alvo, ou seja, o grupo prioritário da vacinação contra influenza no SUS são crianças de seis meses até menores de cinco anos, gestantes, puérperas, idosos, indígenas e pessoas com comorbidades, as quais têm mais risco de ter complicações graves em decorrência da influenza. Além disso, também fazem parte do público alvo profissionais da saúde, professores das escolas públicas e privadas, pessoas privadas de liberdade (dentre eles adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas) e profissionais do sistema prisional.

15. Por que a campanha de vacinação contra gripe é realizada anualmente e, geralmente, nos meses de abril e maio?
A circulação do vírus influenza ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil. A vacina contra gripe é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus influenza reduzindo o agravamento da doença. No geral, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação e, em média, confere proteção de 6 a 12 meses, sendo que o pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas da vacinação. Por esse motivo, a vacinação é anual e busca proteger a população alvo da campanha contra as cepas que mais circularam no hemisfério sul, no ano anterior.

SUS passa a oferecer exame de detecção do DNA pró-viral do HIV-1

dna-test-in-nigeria-cost-procedures-centres 1Medida visa oferecer mais segurança na identificação da infecção em crianças até 18 meses de idade

SUS passa a oferecer exame de detecção do DNA pró-viral do HIV-1O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde emitiu Nota Informativa nº 02/2018 comunicando a oferta, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do exame de detecção do DNA pró-viral do HIV-1, visando oferecer mais segurança no diagnóstico da infecção por HIV-1 em crianças até 18 meses de idade. O documento dispõe sobre os critérios para a realização desse exame complementar e sobre o fluxo de encaminhamento de amostra ao laboratório de referência.

Para crianças dessa idade, o exame recomendado ainda é o de quantificação da carga viral do HIV-1. O exame de detecção do DNA pró-viral do HIV-1 é indicado nos casos em que houver necessidade de exame complementar para oferecer mais segurança no diagnóstico. A orientação se baseia na recomendação de que o diagnóstico em crianças nessa faixa etária não pode ser realizado por meio de testes sorológicos, devendo basear-se na detecção direta do vírus ou de seus componentes.

Dentre os métodos validados, os mais aplicáveis são os que detectam quantitativamente as partículas circulantes do vírus na corrente sanguínea (carga viral do HIV-1), ou que detectam qualitativamente o material genético do vírus inserido na célula (DNA pró-viral).

Informações mais detalhadas para indicação desses exames podem ser encontradas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes, atualizado em 2017.

Acesse aqui a Nota Informativa nº 02/2018.

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
Conheça também a página do DIAHV no Facebook:
https://www.facebook.com/ISTAidsHV

Cetesb aprova logística reversa em São Paulo

destaqueA Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) publicou, no Diário Oficial de 4 de abril, a Decisão de Diretoria (DD) nº 076/2018/C que regulamenta a inclusão da logística reversa no Estado

No caso de farmácias, distribuidores e fabricantes, entram nesta categoria os medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso, além de produtos e embalagens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Com o procedimento, as licenças de operação e renovação passam a ser emitidas ou renovadas somente se demonstrado o atendimento às exigências legais sobre a obrigação de estruturar, implementar e operacionalizar a logística reversa. A regra entra em vigor em 60 dias a partir de sua publicação, quando toda a prestação de informações sobre logística reversa passará a ser feita por meio de um sistema eletrônico a ser disponibilizado pela Cetesb, com formulários equivalentes aos preenchidos hoje no âmbito dos Termos de Compromisso.

Segundo o órgão, o setor de medicamentos não possui, até o momento, um acordo setorial ou Termo de Compromisso firmado. Assim, foi utilizado um Edital de Chamamento para definir a meta quantitativa de coletar 3,79 Kg de resíduos por mês por ponto de coleta, até o quinto ano após a assinatura do acordo setorial.

Uso materno de metformina durante a gravidez aumenta o risco de obesidade e excesso de peso nas crianças

Resultado de imagem para medicamentos na gravidezUso da metformina para tratamento do diabetes durante a gravidez está diretamente relacionado ao maior risco de obesidade e excesso de peso na criança, mostra estudo apresentado no Endocrine Society Annual Metting (ENDO 2018), que ocorreu de 17 a 20 de março de 2017 em Chicago, nos Estados Unidos

Um número crescente de mulheres grávidas está tomando metformina para tratar diabetes gestacional ou uma condição de síndrome dos ovários policísticos (SOP). A SOP é uma causa comum de infertilidade e pode colocar as mulheres em risco de desenvolver diabetes e outros problemas metabólicos. A SOP afeta cerca de 7% a 10% das mulheres em idade fértil, de acordo com a Hormone Health Network.

O estudo envolveu 292 crianças que participaram de dois ensaios clínicos randomizados anteriores. Nos ensaios anteriores, as mulheres grávidas com SOP foram designadas para tomar metformina ou um placebo durante a gravidez. Os pesquisadores terminaram revisando o índice de massa corporal (IMC) e outras medições para 161 crianças nascidas após os dois estudos anteriores.

A diferença na média do z-score da estatura entre os grupos aos quatro anos de idade não foi significativa (IC95%): 0,07 (-0,22 a 0,36), p=0,651. Aos quatro anos de idade, o grupo com metformina apresentou maior escore z de peso que o grupo placebo; diferença nas médias 0,38 (0,07 a 0,69), p=0,017 e maior escore-z do IMC; diferença nas médias 0,45 (0,11 a 0,78), p=0,010. Havia mais crianças com sobrepeso/obesidade no grupo da metformina; 26 (32%) do que no grupo placebo; 14 (18%) aos quatro anos de idade; odds ratio (IC 95%): 2,17 (1,04 a 4,61), p=0,038. A diferença no escore z da circunferência cefálica média com um ano de idade foi: 0,27 (-0,04 a 0,58), p=0,093.

Os resultados mostraram que aos quatro anos de idade, as crianças cujas mães foram randomizadas para a metformina durante a gravidez tenderam a pesar mais do que as crianças cujas mães tomaram o placebo. Embora a metformina não parecesse afetar o peso ao nascer, a tendência tornou-se aparente quando as crianças atingiram seis meses de idade. Na idade de quatro anos, as crianças do grupo da metformina tinham maiores pontuações no IMC e maior probabilidade de atender aos critérios de obesidade ou excesso de peso do que as crianças do grupo placebo.

Terra

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Saiba como prevenir transmissão de gripe em creches

creche1Com a chegada do inverno, época de maior transmissão do vírus da gripe, é necessário reforçar os cuidados de higiene para afastar a doença

Em ambientes com muitas crianças, como creches, a atenção precisa ser redobrada. Pais, professores, cuidadores e as próprias crianças podem adotar algumas medidas para evitar a transmissão da gripe nesses ambientes.

1- A aglomeração de crianças em creches facilita a transmissão da gripe entre crianças vulneráveis. A melhor maneira de proteger as crianças contra influenza sazonal e potenciais complicações graves é a vacinação anual contra gripe, que é recomendada a partir de 6 meses até menores de 5 anos de idade.

2- Os cuidadores de crianças em creches, além da adoção das medidas gerais de prevenção e etiqueta respiratória, devem realizar a higienização dos brinquedos com água e sabão quando estiverem sujos.

3- Deve-se utilizar lenço descartável para limpeza das secreções nasais e orais das crianças. Lenços ou fralda de pano, caso sejam utilizados, devem ser trocados diariamente. Deve-se lavar as mãos após contato com secreções nasais e orais das crianças, principalmente, quando ela estiver com suspeita de síndrome gripal.

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4- Cuidadores devem observar se há crianças com tosse, febre e dor de garganta e informar aos pais quando apresentarem os sintomas de síndrome gripal. Devem, também, notificar a secretaria municipal de saúde, caso observem um aumento do número de crianças doentes com síndrome gripal ou com ausência pela mesma causa na creche.

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5- O contato da criança doente com as outras deve ser evitado. Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar transmissão da doença. Recomenda-se que a criança doente permaneça em casa por pelo menos 24 horas após o desaparecimento, sem uso de medicamento, da febre.

Blog da Saúde

Vacina da gripe salva vidas

Card-GeralDurante esta época do ano, algumas regiões já começam a esfriar e a as pessoas começam a ficar preocupadas com a gripe. E é exatamente neste período, antes do inverno, que o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe, em parceria com estados e municípios, para proteger a população contra a doença. Neste ano, a campanha é de 23 de abril a 1º de junho

A vacina contra gripe é segura e salva vidas. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% a mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à influenza.

Os idosos estão mais propícios a sofrer complicações pela doença e a vacinação ajuda a reduzir o número de hospitalizações. Aos 72 anos, Antônio Carlos de Souza sabe da importância da prevenção contra gripe e não deixa de se vacinar todo ano. “A gripe quando me pegava ela me derrubava, e hoje a gripe vem e passa logo. Além disso, não fico de cama como eu ficava antes, não sinto aquela fraqueza”, conta o aposentado.

Proteção para mãe e bebê

É muito importante que as gestantes procurem um posto de vacinação para se proteger contra a gripe. De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, a vacina é segura e tem efeito protetor enorme tanto para a mãe quanto para a criança. “Protege a mãe, porque na gravidez, pela sua condição de gestante, ela tem uma baixa imunidade, então ela está mais propensa a adquirir a gripe. Quando a mãe toma a vacina, ela passa anticorpos para o seu filho, ainda na barriga, e a criança vai nascer já com uma imunidade que nós chamamos de passiva, que vai da mãe para o filho”, explica.

A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS, (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).


Além das pessoas acima de 60 anos e gestantes, a vacina está disponível para crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas - e os funcionários do sistema prisional. Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais também devem se vacinar.

Professores
Professores também fazem parte do público-alvo da vacinação contra gripe. Isso contribui na redução de ausência desses profissionais por conta da doença e, consequentemente, na melhoria da qualidade do ensino.

Professora de crianças de 5 a 7 anos, Kátia Franca acredita que a vacinação faz bem para ela e para os alunos dela. “É importante para que não ficarmos doentes, para não prejudicar os alunos com a falta de professor. Além disso, ao trabalhar com essa doença, podemos transmitir para eles e prejudicá-los. Ou seja, gera um efeito dominó, o professor estando protegido, protege a família e os alunos”, avalia


Gripe ou resfriado?
Junto com a gripe, o tempo frio também traz outras doenças respiratórias, como o resfriado. Existe diferença entre eles, mas como os sintomas são muito parecidos.

A gripe é causada pelo vírus influenza. Os principais sintomas são febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre mais forte talvez seja o sintoma mais característico e dura em torno de três dias. A transmissão dos vírus da gripe ocorre por meio do contato com secreções das vias respiratórias, de uma pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar.

Já o resfriado é causado por vírus diferentes, e geralmente acometem crianças. Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com da gripe, são mais leves e duram menos tempo, entre dois e quatro dias, no total. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, leve dor no corpo e na garganta. Não é muito comum ter febre durante um resfriado e, quando acontece, não é eleva muito a temperaturas do corpo.

Por Luíza Tiné, para o Blog da Saúde

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Pesquisadores criam curativo que não desgruda das dobras

Imagem relacionadaO dispositivo é feito de um filme adesivo fino e leve, que se mantém fixo mesmo depois de 100 dobras na região em que está colado

Quem já cortou um dedo ou ralou o joelho sabe o quanto é difícil prender um curativo nessas regiões. O adesivo plano comumente usado se descola a cada movimento. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, buscaram no kirigami - arte japonesa que usa cortes em uma folha de papel para obter estruturas em três dimensões - uma solução para o problema.

O dispositivo é feito de um filme adesivo fino e leve, que se mantém fixo mesmo depois de 100 dobras na região em que está colado. Os cortes possibilitam que o adesivo se estique consideravelmente, mais que o curativo tradicional, além de se adaptar melhor ao formato da parte do corpo desejada. O filme foi testado no joelho de uma voluntária, e os cientistas observaram que, toda as vezes em que a parte do corpo era dobrada, os cortes centrais da folha se abriram e os exteriores permaneceram fechados. Segundo eles, esse movimento libera parte da tensão pelas aberturas, mantendo o adesivo firme sobre a pele.

Os adesivos foram fabricados com borracha líquida, despejada em moldes impressos em 3D. Cada molde tinha uma fileira de sulcos com diferentes espaçamentos. Uma vez curadas e retiradas dos moldes, as camadas de borracha eram cortadas nesses locais. Segundo Ruike Zhao, principal autora do estudo, o filme pode ser feito de vários materiais, desde plásticos até folhas de metal. Vários padrões de cortes também podem ser usados, de acordo com as propriedades desejadas.

Por exemplo, a equipe criou uma almofada térmica com o mesmo material, permeada por fios para o aquecimento. A almofada consegue manter uma temperatura de quase 38ºC. Os cientistas também desenvolveram uma versão do filme que pode emitir luz, funcionando como uma tela acoplada à pele. Detalhes do trabalho foram divulgados na versão on-line da revista Soft Matter.

Gel
Segundo Ruike Zhao, o kirigami pode ser aplicado em uma gama de produtos. “Atualmente, no campo dos eletrônicos flexíveis, as pessoas costumam colocar os dispositivos em regiões que se deformam pouco, mas não nas juntas, pois os aparelhos descolariam. Acho que o filme de kirigami é uma solução para esse problema comum”, aponta.

A pesquisadora explica que, na maioria das vezes, as pessoas fazem cortes em uma estrutura para torná-la flexível. “Nós somos o primeiro grupo a descobrir, com um estudo sistemático desse mecanismo, que um padrão kirigami pode aumentar a adesão de um material”, ressalta.

A intenção da equipe é, a partir de agora, explorar a técnica em outros materiais. “Os filmes atuais são puramente borrachas. Queremos mudar o material para géis, que podem diretamente transferir medicamentos para a pele. Esse é nosso próximo passo”, adianta Ruike Zhao.

Foto: Imagem Ilustrativa da Internet

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