Pesquisadores de Yale conseguiram diferenciar células-tronco do endométrio em células do pâncreas produtoras de insulina
As células-tronco da mucosa interna do útero podem se tornar uma opção para o tratamento do diabetes. É o que aponta um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicado no periódico científico Molecular Therapy. De acordo com o texto, os pesquisadores conseguiram tratar camundongos diabéticos usando células-tronco do útero, após modificá-las para células produtoras de insulina.
O endométrio ou mucosa uterina é uma fonte de células-tronco adultas. Essas células geram tecido uterino todos os meses, como parte do ciclo normal da menstruação. Assim como outras células-tronco, no entanto, elas têm a capacidade de se diferenciar em outros tipos de células do corpo.
As descobertas da equipe de Yale sugerem que as células-tronco do endométrio possam ser usadas também para formar células produtoras de insulinas, que são encontradas nas ilhotas de Langerhans, localizadas no pâncreas. Essas ilhotas formadas pelas células-tronco do útero poderiam, então, serem usadas para acelerar os estudos sobre o transplante de ilhotas, uma possível terapia para tratar pacientes com diabetes.
Em laboratório – Coordenada por Hugh S. Taylor, professor da Universidade de Yale, a equipe de pesquisadores banhou as células-tronco do endométrio em culturas com nutrientes especiais e fatores de crescimento. Em resposta a essas substâncias, as células adotaram características do tipo de células do pâncreas que produzem insulina. Durante as três semanas de incubação, as células-tronco do endométrio se diferenciaram nas células do pâncreas produtoras de proteína e insulina.
Depois de uma refeição, o organismo quebra o alimento em componentes menores, como a glicose, que entra em circulação no sangue. Em resposta, as células do pâncreas liberam insulina, que metaboliza a glicose. No estudo, Taylor inseriu as células-tronco diferenciadas em produtoras de insulina em um grupo de camundongos que tinham deficiência na produção de insulina e altos índices de açúcar no sangue.
Os camundongos que não receberam as células-tronco continuaram com altos índices de açúcar no sangue, desenvolveram catarata e ficaram letárgicos. Por outro lado, aqueles que receberam as células ficaram mais ativos e não tiveram catarata, mas as taxas de açúcar no sangue continuaram altas.
Segundo os pesquisadores, o próximo passa da pesquisa será identificar por quanto tempo esse tratamento consegue se manter eficaz. “Iremos ainda investigar como a mudanças no processo de diferenciação poderiam fazer esse tratamento mais eficaz”, diz Taylor. De acordo com o especialista, essa terapia pode se tornar mais útil para pacientes com diabetes tipo 1, na qual o sistema imunológico destrói as células produtoras de insulina do corpo.”
Fonte veja.abril.com.br