Deputado socialista Manuel Pizarro considerou recusa como sinónimo de "má consciência" dos partidos da maioria em relação às medidas do Governo |
O PS manifestou-se esta quinta-feira indignado com a recusa dos partidos do Governo em chamar ao Parlamento os ex-responsáveis pela transplantação em Portugal, acusando PSD e CDS de tentar "silenciar" os problemas do País.
Na comissão parlamentar de Saúde, PSD e CDS rejeitaram o requerimento do PS para chamar à Assembleia da República os ex-responsáveis da Autoridade do Sangue e Transplantação, bem como representantes da Sociedade Portuguesa de Transplantação.
Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista Manuel Pizarro considerou esta recusa como sinónimo de "má consciência" dos partidos da maioria em relação às medidas do Governo.
"Revela que há reforçados motivos para que continuemos preocupados com a área da transplantação no nosso país. A nova maioria inaugura um estilo que se julgava ultrapassado. Em relação aos problemas que vão surgindo, opta pela tentativa de os silenciar impedindo o Parlamento de realizar a sua função de fiscalização", indignou-se o deputado e ex-secretário de Estado da Saúde.
Para os socialistas, a rejeição da audição dos ex-responsáveis da transplantação revela "insegurança" e "receio" por parte dos partidos do Governo.
No início deste mês, o presidente e a coordenadora nacional da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação pediram a demissão em protesto contra as intenções do ministro da Saúde de cortar as verbas daquele organismo.
João Rodrigues Pena e Maria João Aguiar disseram não aceitar "que haja doentes que se podem salvar mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas".
O requerimento do PS, que contou com os votos favoráveis de toda a oposição pretendia ainda ouvir responsáveis da Sociedade Portuguesa da Transplantação, que já exigiu publicamente explicações ao ministro da Saúde sobre a intenção de cortar verbas nesta área.
A polémica em torno dos transplantes surgiu depois de, em entrevista à TVI, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter declarado ser preciso perceber se o País "pode sustentar o actual número de transplantes".
Admitindo que "pode não haver o mesmo número de transplantes", Macedo anunciou a intenção de ter uma quantidade de intervenções "tão interessante e de qualidade", mas dando menos incentivos aos hospitais.
"Estes incentivos visam um incremento e o que nós achamos é que não é necessário haver aqui um incremento", acrescentou o ministro.
Fonte Destak
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