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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alimentos lideram irregularidades em cruzeiros, diz Anvisa

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta quarta-feira (14) que 44% das irregularidades registradas em transatlânticos vistoriados na última temporada, entre outubro de 2010 e maio de 2011, foram encontradas em alimentos. Na ocasião, 45 navios passaram pelos portos brasileiros, sendo que 41 foram fiscalizados.

De acordo com a agência, os alimentos estavam fora das condições ideais de temperatura enquanto expostos para consumo, além de armazenados em locais inadequados. Os fiscais também detectaram materiais em desuso --como caixas de papelão, produtos saneantes (desinfetantes, detergentes e inseticidas) e vassouras-- na área de recebimento de mantimentos.

Ainda foi constatado que, nos sistemas de self-service das embarcações, os talheres disponibilizados aos viajantes não estavam embalados em invólucros descartáveis. "Em navios de cruzeiro não é permitido que os talheres sejam embalados apenas com guardanapos", afirma o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da Silva.

A agência aponta que problemas relacionados à água aparecem em segundo lugar no ranking de irregularidades. Em 30% dos casos, os produtos utilizados na desinfecção e tratamento de água potável não foram armazenados em local arejado, telado e fechado. Em alguns casos, a água do estoque era insuficiente para uso durante toda a viagem.

Segundo a Anvisa, foram aplicados cerca de 200 autos de infração no período. "Não foram registradas multas gravíssimas. Elas ficaram em torno de R$ 12.000", disse o gerente geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras, Paulo Cury. As multas variam de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão.

A agência afirmou que o transatlântico Costa Fortuna --do grupo Costa Cruzeiros-- liderou a lista das empresas que apresentaram o maior número de irregularidades. Pelo menos 22% dos itens vistoriados estavam fora dos padrões. As irregularidades do navio, porém, não foram detalhadas.

A assessoria do grupo Costa Cruzeiros relatou à Folha que a empresa italiana segue "os mais rígidos padrões de armazenamento e preparação de alimentos em suas embarcações", possui selos de qualidade internacional e a companhia nunca registrou qualquer caso de irregularidade em 63 anos no Brasil. De todo modo, diz que vai avaliar o relatório da Anvisa e, se necessário, tomará medidas necessárias.

DOENÇAS EM CRUZEIROS
Dados da Anvisa apontam que 792 pessoas sofreram com problemas de saúde em navios de cruzeiro, na última temporada (2010/2011). Esse número representa uma queda de 82% no total de doentes, se comparado com a temporada anterior.

Em 2009/2010, foram registrados 4.442 casos de pessoas doentes em transatlânticos. A Anvisa diz que a queda é "resultado do esforço conjunto com armadores de navios de cruzeiro para melhorar a qualidade das embarcações".

Do total de doenças a bordo, 38% foram de diarreia aguda, sendo que 78% dos casos ocorreu em passageiros e 22% em tripulantes. "O principal agente dos casos de diarreia em navios de cruzeiro foi o norovírus", diz o diretor da agência.

A Anvisa informou também que dos 41 navios vistoriados, 11 foram detidos em portos brasileiros por apresentar irregularidades. A agência, porém, não divulgou o número da temporada anterior (2009/2010). Segundo a direção da agência, os navios só foram liberados após se regularizarem.

FALTA INFRAESTRUTURA
O vice-presidente da Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marinhos), André Pousada, destacou que o Brasil chegou a capacidade máxima de cruzeiros na última temporada. Com 20 navios operando a cabotagem na costa brasileira, faltou infraestrutura para receber as embarcações nos portos nacionais.

"Esse dado é inédito. A temporada 2010/ 2011 foi o recorde, mas temos que pensar no conforto dessas pessoas. Por isso, a temporada 2011/2012 terá uma queda de 15% dessa oferta, diminuindo, portanto, em três navios --em função de ter se verificado que se chegou ao limite", disse.

"Você vê que chega um momento que não dá mais aquilo que é o esperado; aí é melhor pisar no freio e aguardar o momento oportuno para voltar a investir, ou melhor, a crescer", concluiu Pousada.

Fonte Folhaonline

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