Os benefícios de saúde estão cada vez mais diferenciados na tentativa de melhorar a qualidade de vida e reter dos talentos
O que pesa mais ao conquistar um novo emprego: o salário ou os benefícios com saúde? De acordo com estudos, os convênios na área de saúde já tem tanto peso quanto a remuneração e podem definir a escolha do candidato. Ou seja, ofertas de salários atrativos associados a bons planos de saúde ainda compõem a fórmula mais adequada na hora da escolha pela vaga do emprego ideal.
Isso porque os serviços de saúde representam um grande investimento nas empresas brasileiras. São benefícios cada vez mais diferenciados na tentativa de melhorar a qualidade de vida e conseguir a retenção dos talentos conquistados pelas empresas. Na Michael Page, consultoria que atua com recrutamento de profissionais especializados, o plano de saúde é tão negociado quanto o próprio valor do salário, explica o gerente sênior da empresa para o mercado do Paraná, Humberto Wahrhaftig.
“Há inúmeros casos em que o profissional só fecha o contrato com a empresa depois de negociar muito bem esses dois pontos. Nessa hora, ele vai querer manter a rede de saúde, o médico, o hospital onde era atendido anteriormente”, afirma.
A líder da área de consultoria da Mercer Marsh Benefícios, Mariana Dias Lucon, reitera essa questão. Ela, que atua diretamente com empresas interessadas em administrar melhor esse tipo de benefício e torná-lo mais competitivo e atraente aos colaboradores, salienta que o convênio médico é o benefício mais valorizado depois do salário. “Dependendo do nível do funcionário e do número de dependentes, o plano pode representar de 20% a 30% do valor total da remuneração”, analisa.
Saúde X Qualidade de vida
Investir na saúde do trabalhador traz consequências diretas para o dia-a-dia da empresa que nem sempre são mensuráveis ou perceptíveis facilmentes. “Hoje é um diferencial negativo a empresa não oferecer plano de saúde aos seus funcionários”, enfatiza Wahrhaftig.
Para o profissional que está buscando uma nova oportunidade no mercado de trabalho, a coach de desenvolvimento de carreira Tania Klein destaca que, além de ficar de olho no valor da remuneração, é importante colocar na balança também os benefícios oferecidos pelo futuro empregador, principalmente convênios de saúde e odontológico sem a coparticipação do trabalhador – ou seja, em que a empresa paga o valor integralmente, sem descontar nada do funcionário.
“É importante calcular o valor de mercado desses planos para todos os integrantes da família e incorporar ao salário, porque este é um dinheiro que provavelmente seria gasto se os benefícios não existissem”, pondera. Há cerca de seis meses, a empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha, de Curitiba, trocou de operadora de assistência médica para o atendimento de seus colaboradores e dependentes, uma carteira que inclui mais de 600 usuários.
A psicóloga Luciara Pereira Braga Schulz, que é a gestora do plano de saúde da empresa, conta que o objetivo foi adotar um serviço com uma boa rede de clínicas e prestadores credenciados em Curitiba para oferecer cobertura aos funcionários, a grande maioria formada por motoristas. “A resposta está sendo ótima. O número de médicos e hospitais credenciados vem aumentando rapidamente”, afirma.
Gazeta do Povo