Esquizofrenia A Esquizofrenia é um distúrbio mental crônico, grave e incapacitante que se caracteriza principalmente por alucinações e delírios. Geralmente ela se manifesta na adolescência e juventude, sendo a maioria dos casos diagnosticados em pessoas com idade entre 17 e 30 anos. Contudo, existem casos em que a doença pode se manifestar também em crianças e idosos.
Os sintomas da esquizofrenia podem ser divididos em grupos:
Positivos: consistem em alucinações (algo que apenas a pessoa afetada vê, ouve, cheira ou sente), delírios (crenças absurdas, como acreditar que alguém está controlando seus pensamentos através de ondas magnéticas ou achar que seus pensamentos estão sendo transmitidos pela televisão, etc), distúrbios do pensamento (a desorganização do pensamento pode ser tão grande que a pessoa sente uma dificuldade tremenda em se expressar pela fala) e do movimento (falta de coordenação motora, movimentos involuntários estranhos ou catatonismo). Estes são os sintomas mais facilmente reconhecíveis da Esquizofrenia e podem ocorrer em crises ou surtos.
Negativos: caracterizados pela perda ou diminuição na capacidade de fazer planos, falar, expressar emoções ou encontrar satisfação nas atividades habituais do dia a dia. A falta de atenção com a higiene pessoal também é comum. Não raramente, crianças com estes sintomas são diagnosticadas como deprimidas ou rotuladas de preguiçosas.
Cognitivos: incluem alterações no nível de atenção e no funcionamento da memória. Estes sintomas podem ser sutis a ponto de serem detectados apenas através de testes neuropsicológicos específicos.
Não existe um exame para diagnosticar a esquizofrenia, sendo que os especialistas baseiam-se nos sintomas que caracterizam a doença para diagnosticá-la. Levam-se em consideração na hora do diagnóstico, os relatos dados pelo próprio paciente e por pessoas ligadas a ele, como familiares e amigos.
Causas e tratamento
As causas da esquizofrenia não são conhecidas, mas a hereditariedade tem importância no desenvolvimento da doença, já que a literatura médica mostra que pessoas que têm parentes em primeiro grau esquizofrênicos possuem maiores chances de também ter o problema.
Fatores externos que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período fetal também podem ocasionar em uma maior predisposição ao desenvolvimento da doença. Existem estudos que indicam que alterações no cérebro, como mudanças bioquímicas nos neurotransmissores cerebrais e diminuição discreta de algumas regiões do cérebro podem estar implicadas em maiores chances de desenvolvimento da doença.
A esquizofrenia é tratada com o controle dos sintomas através de medicamentos (antipsicóticos ou neurolépticos) e apoio psicossocial, que visa à reintegração do paciente na sociedade. Os fármacos são, geralmente, usados de forma ininterrupta para prevenir recaídas e podem ser intensificados em momentos de crises. O acompanhamento médico e psicológico deve ser constante para evitar que a doença se agrave e novas crises surjam. Alguns pacientes podem precisar de outros especialistas de saúde, como terapeutas ocupacionais, que trabalham com a reabilitação e sua reinserção social.
A família
A participação da família na vida do paciente esquizofrênico é fundamental para que ele se desenvolva bem. Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (EERP/USP), mostrou que quando os familiares aceitam a doença, o esquizofrênico se sente melhor do que aqueles cuja família não aceita sua condição.
O estudo aponta que o período mais difícil para a família é no início da doença, principalmente devido à falta de informação e à dificuldade de aceitar a nova condição do ente querido. Depois, vem uma segunda etapa na qual o familiar precisa aprender a lidar com o doente e com o tratamento.
Os resultados do estudo mostram que tanto os familiares quanto os doentes alimentam sentimentos de esperança na ciência, esperando que essa encontre a cura para a esquizofrenia. Além disso, quando a família não aceita bem a condição do esquizofrênico, existem dificuldades em se informar sobre a doença e um maior sofrimento, tanto para o esquizofrênico quanto para os próprios familiares.
Como buscar ajuda?
Ao notar alterações no comportamento de uma pessoa próxima, é recomendado procurar ajuda especializada com psicólogos e psiquiatras, para que o problema, bem como suas causas, seja diagnosticado precocemente.
O portador de qualquer tipo de doença mental é protegido pela Lei nº 10.216, de 20/12/1999, cujo Artigo 1º diz que “às pessoas acometidas de transtorno mental estão assegurados os direitos e a proteção, sem qualquer forma de discriminação”. O tratamento também é garantido pela mesma Lei, que em seu segundo artigo diz que “o paciente tem direito a receber atenção especializada com assistência integral, incluindo serviços médicos, de assistência social e psicológicos” (Lei nº 10.216, de 20/12/1999, Artigo 2º, Parágrafo Único, Incisos VIII e IX e Artigo 4º, Parágrafo 2º).
É possível obter tratamento para a esquizofrenia pelo Sistema Único de Saúde, que oferece, também, medicamentos utilizados pelos portadores da doença através do Programa de Medicamentos Excepcionais. Para tal, a família do paciente deve buscar informações na secretaria de saúde de sua cidade ou estado, ou nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPs).
A - Lei nº 10.708, de 06/04/2001, garante ao paciente de transtornos mentais o direito ao auxílio-reabilitação fora do hospital ou unidade psiquiátrica ao qual esteve internado, em assistência, acompanhamento e integração social.
No site do Ministério da Saúde (http://www.ccs.saude.gov.br/saudemental/capsacre.php) é possível encontrar endereços onde buscar ajuda para portadores de doenças mentais em cada estado.
Referência Bibliográfica
1. Boa Saúde
2. Agência USP
Copyright © 2012 Bibliomed, Inc. 23 agosto de 2012
Por Boa Saúde