Especialista aborda temas sobre saúde de forma ampla e com linguagem acessível ao público em geral em projeto da UFMG
Dieta variada; várias refeições; não esperar ter fome; ter método - comer devagar; evitar comer em frente à televisão, livros e computador. Foi assim que a nutróloga Isabel Correia resumiu, em poucos minutos, o que seria a tão almejada receita de uma alimentação saudável. As dicas foram apresentadas na palestra " Comer ou não comer?" , que ocorreu nesta quarta-feira (22), na Faculdade de Medicina da UFMG, como parte do projeto " Quarta da Saúde" . As palestras do Quarta da Saúde são realizadas sempre na terceira quarta-feira do mês. Aproposta do projeto é abordar temas sobre saúde de forma ampla e com linguagem acessível ao público em geral.
Na introdução à aula, Isabel Correia, também professora da Medicina UFMG, falou um pouco sobre a história da alimentação humana. Segundo ela, os nossos antepassados que viveram há cerca de 2,5 milhões de anos comiam verduras, legumes e restos de animais. " O homem come carne desde sempre. Não sou contra o vegetarianismo, mas, antropologicamente, comer carne é um hábito natural" , afirmou.
Sem ditar dietas ou incentivar o abandono de um ou outro alimento, Isabel insistiu que, para uma alimentação saudável, é preciso cautela e equilíbrio. " O excesso nunca é bom" . Seguindo essa linha, ela admitiu inclusive que adora chocolate e que bebe refrigerante, mas sempre com moderação. " No dia em que tomo uma coca-cola, que é muito calórico, penso no que posso cortar na minha refeição do dia" .
Já a gordura, em alguns tipos, não só pode como deve fazer parte da alimentação. " Os esquimós tem baixo índice de doenças do coração. E eles comem muita gordura, e devem fazê-lo por causa do frio. O problema não está na gordura, mas no tipo de gordura que se consome" , explicou. No caso dos esquimós, a gordura ingerida é proveniente de peixes. Já aquela que vem com o óleo das frituras merece ser evitada.
Hábitos, aprendizado e influência dos pais
Pais com alimentação ruim provavelmente terão filhos com hábitos alimentares pouco saudáveis, ressaltou Isabel Correia. De acordo com a nutróloga, a alimentação depende de fatores genéticos, mas também de aprendizado. É preciso se acostumar a comer bem e, assim, treinar as papilas gustativas para novos sabores.
Vale também driblar os próprios gostos. " Se você não gosta de legumes, faça sopas, purês, misturando os ingredientes" , ensinou a professora, que, no tempo livre, gosta de experimentar receitas. " Todos nós temos que ser um pouco ' chefs'" .
E não basta apenas investir no tipo de alimentação. Comer bem requer calma, paciência e um tempo dedicado a essa tarefa.
Mitos
A nutróloga mal sabe dizer quantos absurdos escuta ou lê sobre dietas milagrosas para emagrecer. Sobre duas delas, tomar óleo de coco e ingerir quitosana, ela foi enfática ao afirmar que não há nenhuma comprovação científica dos seus efeitos sobre a perda de gordura. " O óleo de coco, inclusive, é muito calórico. Mas as pessoas passam a tomá-lo ao mesmo tempo em que mudam a alimentação e passam a fazer exercícios. Aí acham que estão emagrecendo por causa do óleo" , concluiu.
Com informações da UFMG
Fonte isaude.net
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