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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

De 42 cursos de medicina abertos desde 2013, cinco estão em regiões sem infraestrutura, diz CFM

Levantamento se baseou em critérios do MEC, como a quantidade de leitos na rede pública e de equipes de saúde da família
 
Brasília - Das 42 cidades brasileiras que receberam novos cursos de medicina desde julho de 2013, cinco não cumprem os critérios estabelecidos pelo próprio Ministério da Educação (MEC) para a abertura de escolas médicas. Nelas, estão instalados três cursos mantidos por universidades federais, um municipal e outro privado. Entre os problemas detectados está a baixa relação de leitos no SUS por estudante e a pouca quantidade de equipes de saúde da família na região. Os dados são da Radiografia das Escolas Médicas do Brasil, apresentado nesta terça-feira pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
 
A avaliação é feita levando em conta a região de saúde, ou seja, o município onde o curso está instalado e também as cidades próximas. Esses são os critérios do MEC e permitem, por exemplo, incluir no cálculo os leitos ofertados pelos municípios vizinhos. O CFM foi além e também avaliou a infraestrutura apenas da cidade onde o curso funciona. Nesse caso, das 42 novas escolas, 25 ofereciam menos leitos que o exigido e 18 não contavam com um número suficiente de equipes de saúde da família. Embora essas não sejam as regras do MEC, o CFM destacou que, quanto mais próxima a infraestrutura for do aluno, melhor será sua formação.
 
Segundo o CFM, há 257 escolas de medicina distribuídos em 157 cidades, ofertando 23.323 vagas. Os 42 cursos mais novos em funcionamento são regidos pelas regras de uma portaria editada em julho de 2013 pelo MEC. A rede pública da região deve conter no mínimo cinco leitos para cada estudante. Além disso, pode haver no máximo três alunos para cada equipe de atenção básica. A região também tem de contar com um hospital com mais de 100 leitos voltados para o curso. Por fim, há a exigência de um hospital de ensino ou unidade hospitalar "com potencial para hospital de ensino".
 
Segundo o CFM, três regiões deixaram de atender às exigências de leitos por aluno, e de equipes de saúde da família. Isso inclui a Faculdade Mineirense (Fama), em Mineiros (GO), o campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Jataí, e o curso da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Minas Gerais. Outras duas regiões deixaram de cumprir apenas o critério da relação de leitos por aluno. Nelas funcionam a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas, e as Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), cujo curso é mantido pelo município de Adamantina, em São Paulo.
 
CFM critica portaria
O CFM, contrário à expansão das faculdades de medicina promovida pelo governo federal, aproveitou a divulgação do levantamento para criticar uma nova portaria editada em abril deste ano pelo MEC. A nova norma revogou a anterior - válida para os 42 cursos mais recentes em funcionamento - e flexibilizou os critérios. A portaria de abril diz que os municípios escolhidos para receber novos cursos devem observar a quantidade de leitos no SUS e a existência de equipes de saúde da família, mas não traz números para balizar tais exigências. Em julho, já depois da nova portaria, foram autorizados mais 36 cursos, que ainda não estão funcionando.
 
— Foi uma flexibilização, eu diria, universal. Agora não tem mais números, não tem critérios. Fica só uma diretriz, mas sem critério objetivo. É sob essa égide que foram autorizados 36. E vão ser autorizadas mais 22 — afirmou o presidente do CFM, Carlos Vital.
 
O CFM também avaliou os 36 cursos usando os critérios da portaria anterior. Nesse caso, nenhuma região de saúde descumpriria as exigências. Quando a avaliação é feita por município, e não por região de saúde, 26 cursos tiveram desempenho insatisfatório. O CFM sustenta que o Brasil tem um número suficiente de médicos. O problema, diz, é como distribuí-los por todo o país. O Conselho pede um plano de carreira para os médicos, além de boas condições de trabalho, como forma de atraí-los para regiões onde há carência de profissionais.
 
— Temos cursos de medicina mais que suficiente para a demanda do Brasil. Nossa preocupação hoje tem que ser voltada para a qualidade da formação. Temos hoje uma quantidade de vagas muito além da real necessidade — disse o presidente do CFM, Carlos Vital.
 
O CFM aplicou os mesmos critérios dos 42 cursos mais novos a todo o restante, embora tenha informado que as exigências para as escolas médicas mais antigas eram outras. Das 157 regiões de saúde onde os cursos estão instalados - incluindo os 42 mais recentes -, 26 têm menos de cinco leitos por aluno. Dessas 26, cinco também têm equipes de saúde da família em quantidade insuficiente. Outra região deixa de cumprir apenas este último critério. O CFM informou ainda que atualmente existem 200 hospitais habilitados para o ensino no país em 69 cidades. Em 88 municípios, são firmados convênios com instituições com potencial de ensino.
 
O CFM fez um recorte do ritmo de abertura de cursos de medicina. De 1808, ano em que foi instalada a primeira escola médica no país, até 1994, foram criados 82 cursos, com 9.123 vagas. Entre 1995 e 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), surgiram mais 44 escolas, ofertando 3.707 vagas. Entre 2003 e 2010, no governo Lula (PT), mais 52 cursos com 4.363 vagas. Entre 2011 e 2015, no último ano da gestão Lula e durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), outros 79 curso passaram a funcionar, adicionando 6.190 vagas ao sistema.
 
São Paulo é o Estado com mais faculdades
O CFM aponta metade dos cursos estão em 37 cidades. São Paulo é o estado com mais escolas de medicina: 44, das quais oito são públicas e o restante é particular, totalizando 4.380 vagas. Em seguida vem Minas Gerais, com 13 instituições públicas e 26 privadas. As 39 escolas médicas mineiras ofertam 3.437 vagas. O Rio está em terceiro lugar: há 2.260 vagas em 19 cursos, dos quais cinco são públicos. Na outra ponta está o Amapá, com apenas um curso público oferecendo 60 vagas.
 
Com as autorizações de novas escolas ao longo dos últimos 21 anos, a correlação entre cursos públicos e privados mudou. Enquanto em 1994, havia 47 cursos federais ou estaduais e 35 privados, em 2015, eram 154 particulares e 103 públicos. Nas faculdades particulares, as mensalidades vão de R$ 3.014 a R$ 11.706,15. A média fica em R$ 5.406,91. O Conselho diz que apenas a Índia, com 381 cursos no total e mais de 1 bilhão de habitantes, supera o Brasil.
 
O CFM também reproduziu o resultado da avaliação que o MEC faz com os cursos de ensino superior. Das 154 escolas médicas avaliadas em 2014 por meio conceito preliminar de curso (CPC), 28 tiveram conceitam insuficiente (notas 1 e 2), 92 tiraram nota 3, 34 tiveram desempenho igual a 4, e nenhuma alcançou a nota máximo, que é 5.
 
O CFM diz que usou dados de órgãos da administração publica para fazer o levantamento: o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), a Sala de Apoio à Gestão Estratégica (Sage) do Ministério da Saúde, o Sistema da Informação da Atenção Básica (Siab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de informações publicadas no Diário Oficial da União e documentos do Ministério da Educação (MEC). Houve também consulta a sites especializados, como o "Escolas Médicas do Brasil". As informações foram levantadas entre maio e julho deste ano.
 
Por meio de nota, o MEC informou que a abertura de novas vagas em medicina é necessária para elevar a relação de 1,83 médicos por 1.000 habitantes que havia em 2013 para 2,7 em 2026. Disse também que se preocupa com a qualidade das escolas médicas, tanto que está cobrando nota 4 no CPC, em vez do mínimo exigido para cursos de outras áreas, que é igual a 3. Destacou ainda que passou a exigir a comprovação de uma estrutura de saúde na região, o que não ocorria antes.
 
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que não leu ainda o levantamento do CFM, mas pediu que as entidades médicas deixem de travar uma disputa política em torno da expansão do número de médicos no país. Ele destacou ainda que os critérios adotados pelo governo para a abertura de novos cursos são rígidos, tanto que várias escolas que já existiam não se adequariam a elas. Chioro também reconheceu problemas na expansão de vagas no Centro-Oeste, o que poderá requerer mudanças por parte do governo para adequar a ação à realidade da região. O ministro lembrou ainda que a faculdade de Mineiros, que promete vagas de estágio em Goiânia, a mais de 400 km de distância, não foi autorizada pelo MEC. Ela só está funcionando graças a uma decisão judicial.

- O grande problema é achar que quantidade se contrapõe a qualidade. Em hipótese alguma, o governo vai discutir ampliação de vagas em detrimento da qualidade Para a gente, quantidade e qualidade são compromissos que se completam. Agora, eu não posso falar em qualidade quando deixo milhões de brasileiros fora de assistência médica. Isso não é qualidade. Isso é injustiça social, mesquinharia, achar que a gente tem de ter medicina de ponta para um grupo de privilegiado de brasileiros - disse Chioro, após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
 
O Globo

Mais de 90% das cidades brasileiras não possuem leitos de UTI neonatal

O mapa do parto hospitalar - Editoria de Arte
Serviço de parto hospitalar também não está presente em mais da metade dos municípios
 
Rio - Pesquisa sobre o “Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros - 2014” revelou que 93,4% das cidades brasileiras não possuem leitos ou berços de UTI neonatal em estabelecimentos públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este é um dos indicadores que avalia a atenção especializada na área. Um outro também investigado foi o número de unidades com serviço de nefrologia: somente 8,7% dos municípios possuíam espaço com essa atividade.
 
“Os leitos/berços de UTI neonatal são unidades de atendimento especializado ao recém-nascido de risco. Na perspectiva do atendimento integral, sua distribuição deve guardar alguma relação espacial com a distribuição de estabelecimentos para a realização de partos, de modo a constituir o apoio necessário em situações de risco”, informa o relatório do IBGE.
 
Além da falta leitos na maioria das cidades brasileiras, a concentração destes berços de UTI neonatal acontece na região Sudeste onde 9,3% das cidades possuem esse serviço. A região com o pior indicador foi a Nordeste com somente 3,7% de seus municípios possuindo leitos ou berços de UTI neonatal.

Além disso, a pesquisa também investigou o serviço de parto hospitalar e constatou que dentre os 27 estados somente o Rio Grande do Sul não oferece a atividade em suas unidades. Porém, quando analisados os municípios, o número muda. Somente 49,6% das cidades possuem estabelecimento com parto hospitalar em suas redes de saúde.
 
O Globo

Estudo confirma vínculo entre baixa vitamina D e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta os nervos cerebrais e da medula espinhal e cuja causa e cura são desconhecidas
 
Um importante estudo genético divulgado nesta terça-feira (25/08) confirmou o vínculo entre baixos níveis de vitamina D e um alto risco de sofrer de esclerose múltipla, uma descoberta que segundo os especialistas ajudará a melhorar os tratamentos e a prevenção.

Estudos observacionais prévios já haviam encontrado uma associação entre os níveis de vitamina D - obtida através da exposição à da luz solar e da ingestão de alguns alimentos - e a esclerose múltipla (EM), uma doença autoimune que afeta os nervos cerebrais e da medula espinhal e cuja causa e cura são desconhecidas.

Mas o problema com estes estudos é que não podiam provar que a deficiência de vitamina D causaria EM. Tais observações poderiam ser apenas um indício de que as pessoas doentes tendem a permanecer em casa e tomar menos sol.

Mas a última pesquisa, liderada por Brent Richards da Universidade Canadense McGill e publicada nesta semana pela revista especializada PLOS Medicine, ultrapassa este obstáculo e analisa a associação genética entre ambos fatores em uma população de 14.498 pessoas com EM e 24.091 indivíduos sem a doença.

Este estudo revelou que as pessoas que têm geneticamente baixos níveis de vitamina D enfrentam o dobro de riscos de ter esclerose múltipla, uma doença frequentemente diagnosticada entre os 20 e 50 anos.

"Os resultados mostram que se um bebê nasce com genes associados a uma deficiência de vitamina D, tem o dobro de possibilidades que outros bebês de desenvolver EM quando adulto", explicou Benjamin Jacobs, diretor do serviço de crianças do hospital real ortopédico de Londres.

Jacobs, que não esteve envolvido neste estudo, descreveu esta descoberta como "muito importante".

"Isto poderia ocorrer porque a deficiência de vitamina D causa EM ou porque há outras interações genéticas complexas", declarou.

"Ainda não sabemos se indicar vitamina D a crianças e adultos saudáveis diminuirá seu risco de desenvolver esclerose múltipla, mas atualmente estão sendo realizados estudos clínicos para verificar isto", completou.

A esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. Causa problemas de visão, entropece a fala, provoca tremores, fadiga extrema, problemas de memória, paralisia e cegueira.
 
Saúde Plena

Expectativa de vida aumenta, mas depressão e violência comprometem saúde

A expectativa de vida no Brasil aumentou desde 1990, mas a expectativa de vida saudável cresceu de forma mais lenta – distúrbios como depressão e ansiedade são as causas mais importantes para a perda de saúde entre as mulheres. A violência responde como causa número 1 na redução da qualidade de vida entre os homens
 
Os resultados fazem parte uma análise de 306 doenças e lesões feita em 188 países e conduzida pelo Institute for Health Metrics and Evaluation da Universidade de Washington. A pesquisa foi divulgada ontem (26) por uma das mais importantes publicações científicas na área médica, a revista britânica The Lancet.
 
De acordo com a revista, a expectativa de vida saudável leva em consideração não apenas a mortalidade, mas também o impacto de condições não fatais, e resume os anos vividos com algum tipo de incapacidade e os anos perdidos em razão de morte prematura.
 
O estudo mostra que a expectativa de vida global, para ambos os sexos, aumentou 6,2 anos (de 65,3 em 1990 para 71,5 em 2013), enquanto a de vida saudável cresceu 5,4 anos (de 56,9 para 62,3).
 
No Brasil, os dados revelam que, no mesmo período, a expectativa de vida aumentou 6,1 anos para homens e 5,4 anos para mulheres. A de vida saudável cresceu 4,9 anos para homens e 4,4 anos para mulheres. Atualmente, a expectativa de vida das mulheres no Brasil supera a dos homens – 78,4 anos ante 71,6 anos.
 
Entre os 188 países pesquisados, o Brasil ficou na 49ª posição, abaixo da maioria dos países desenvolvidos, incluindo Austrália, Espanha e Japão, e abaixo também de alguns países menos ricos, como Líbano e Sérvia.
 
As principais causas de perda de saúde em 2013 no Brasil foram: infarto do miocárdio, dor lombar e no pescoço, agressão e acidente vascular cerebral; lesões de trânsito, depressão, diabetes; ansiedade, doença pulmonar e perda da visão ou audição.
 
O professor Jefferson Fernandes, diretor-geral da Escola Superior de Educação e Ciências da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e um dos autores do estudo, lembrou que o país passou por uma transição no tipo de doenças no período analisado. Em 1990, o grupo mais importante era formado por doenças infecciosas e, atualmente, reúne doenças crônicas e situações de violência física.
 
“Essas informações servem de apoio aos órgãos envolvidos com questões de saúde pública, no sentido de orientar onde alocar recursos e ações, para ter uma melhoria dessas alterações. As doenças do coração, por exemplo, podem ser prevenidas. Há fatores de risco, como a pressão alta, que podem ser controlados”, disse Fernandes.
 
Agência Brasil

Paraíba adota ferramenta de gestão do Ministério da Saúde

Mais 16 hospitais do estado da Paraíba passarão a contar com o sistema APURASUS, uma ferramenta de gestão que auxilia no uso eficiente dos recursos públicos no Sistema Único de Saúde (SUS)
 
O sistema é um instrumento criado pelo Ministério da Saúde para auxiliar na tomada de decisão dos gestores, contribuindo para o uso eficiente dos recursos e otimização dos resultados, além de promover uma cultura de aperfeiçoamento da gestão de custos na saúde pública. Ao todo, 44 unidades de saúde paraibanas vão passar a utilizar o sistema.
 
A ação é fruto de um termo de compromisso, firmado este ano entre o Governo do Estado da Paraíba e o Ministério da Saúde, para implantar o Sistema Apurasus em toda a rede hospitalar estadual. Entre os dias 24 e 28 de agosto, o Ministério da Saúde irá oferecer um treinamento para uso do sistema em João Pessoa.
 
A ideia é mapear todos os custos hospitalares e elaborar diagnósticos que identifiquem desperdícios e apontem correções, além de melhorar os processos de trabalho. Com o diagnóstico, será possível utilizar o recurso público de forma mais eficiente, além de auxiliar na prestação de contas garantindo maior transparência e o controle social.
 
O sistema é de fácil usabilidade e permite que os gestores tenham resultados rápidos e de fácil interpretação, garantindo a otimização do desempenho de serviços, unidades, regiões e redes de atenção em saúde do SUS. A plataforma é disponibilizada pelo Ministério da Saúde gratuitamente a todos os estados e municípios.
 
Carlos Eduardo da Silva Sousa, diretor-substituto do Departamento de Economia da Saúde Investimento e Desenvolvimento do Ministério da Saúde (DESID) conta que a adesão ao sistema facilita no dia a dia das unidades de saúde. “O Apurasus é um sistema de gestão de recursos hospitalares desenvolvido pelo Ministério da Saúde que funciona por adesão. É uma ferramenta poderosa que, não só permite ao gestor local ter um controle melhor do recurso para execução do SUS, como também ajuda a organizar os processos internos das unidades de saúde”, explica.
 
Como aderir ao APURASUS - A adesão dos estados e municípios ao sistema é voluntária e integra o Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), que engloba um conjunto de ações para promoção da gestão de custos nas unidades de saúde do SUS, estimulando o uso da informação de custos como um indicador para auxiliar na tomada de decisão por parte dos gestores locais quanto ao uso eficiente dos recursos públicos. Em todo o país já são 122 unidades de saúde participantes do programa, em 11 estados da federação.
 
Para participar do Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), o gestor deve entrar em contato através dos telefones (61) 3315-3417 ou (61) 3315-2374, para que seja dado inicio ao processo de articulação com o Núcleos de Economia da Saúde local que será envolvido na implantação do programa.
 
O Ministério da Saúde oferece o suporte necessário aos técnicos das unidades de saúde na realização de todas as etapas de implantação do programa, desde a apuração de custos, capacitações para uso do sistema, estruturação de centros de custos até a geração de resultados, esclarecendo dúvidas e acompanhando o desenvolvimento das atividades.
 
Fonte: Agência Saúde

Crise já afeta mercado de equipamentos e produtos médicos

Por Duplo Z Inteligência de Comunicação - Fanny Zygband
 
O mercado de equipamentos e produtos médico-hospitalares, que movimentou cerca de US$ 11 bilhões em 2014, encolheu no primeiro semestre deste ano, apesar do aumento na produção do setor, segundo a ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde)
 
O consumo aparente – indicador que mede a produção interna mais importações e exclui exportações- recuou 1,6% de janeiro a junho em relação ao mesmo período de 2014.
 
O resultado contrasta com um crescimento de 11,3% na produção industrial de janeiro a junho e foi causado principalmente pela queda nas importações, que recuaram 7,54% em relação ao primeiro semestre do ano passado, totalizando US$ 2,7 bilhões. “O setor é muito dependente de importações e sofreu forte influência da alta do dólar”, analisou Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED.
 
A crise econômica também contribuiu para um desempenho pior, uma vez que a capacidade de investimento do setor público diminuiu em decorrência da queda na arrecadação, enquanto o setor privado tem agido com mais cautela”, disse Goulart em comunicado.
 
O mercado de produtos para saúde, que nos últimos anos vinha crescendo ao redor de dois dígitos, se beneficiou no passado das políticas sociais e econômicas que geraram crescimento de renda, aumento do número de empregos e desenvolvimento dos municípios do interior. “Agora entramos em uma fase de queda do emprego e perda de planos de saúde, diminuição da arrecadação e contenção de gastos. Isso se reflete em todos os segmentos da economia e também na saúde”, explicou Goulart.
 
Apesar da retração do consumo aparente, o número de empregos se manteve estável no setor, apresentando crescimento de 1,54% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Já as exportações alcançaram US$ 460 milhões no período, um aumento de 13,52% em relação a igual período do ano passado.
 
Saíude Business

Novo curso de medicina em Caruaru aproxima estudantes da comunidade

“Caruaru tinha o desejo de ter uma faculdade de medicina há 50 anos”, afirma Rodrigo Cariri, coordenador do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Caruaru, cidade com cerca de 340 mil habitantes no agreste pernambucano
 
 
Criado no início de 2014 com o Mais Médicos, o curso tem 80 vagas de graduação e 20 de residência médica, e exerce atividades de supervisão nos 34 municípios da região de saúde, onde vive uma população de 1,5 milhão de pessoas. “Isso tem estreitado a relação com os prefeitos e secretários de saúde, permitindo que possamos discutir a inserção dos alunos nesses municípios”, explica Cariri.
 
Grande parte dos alunos é da própria região, o que contribui para a fixação desses futuros profissionais na cidade e se contrapõe à lógica anterior de que para cursar medicina tem que ir para a capital. “Isso tem repercutido não só nas famílias, cujos filhos tinham que estudar fora, mas também na qualidade dos serviços de saúde”, afirma Cariri. Lá, os estudantes atuam desde o início do curso na atenção básica e têm a oportunidade de manter um contato muito próximo com a comunidade, inclusive nas áreas rurais, seja nas unidades básicas de saúde ou fazendo visitas em domicílio.
 
Uma das ações desenvolvidas no curso é o programa Nascer Bem Caruaru, realizado em parceria com a secretaria de saúde do município para qualificação da atenção materno-infantil. No programa, desde o primeiro período da faculdade, os estudantes acompanham as gestantes no pré-natal e seguem com elas até a hora do parto. Cada aluno “adota” uma gestante e é estimulado a desenvolver uma relação de proximidade. Segundo Cariri, essa qualificação tem contribuído para a redução da taxa de mortalidade materna e de cesarianas no município. Em uma maternidade de risco habitual da região, estruturada para a realização de partos normais, 60% dos partos eram cesarianas antes da iniciativa trazida pelo curso de medicina. “Essa intervenção conjunta da universidade, do Mais Médicos e da prefeitura fez com que chegássemos a menos de 30% de cesarianas”, conta o coordenador.
 
Contrariando a lógica tradicional de concentração nas capitais e metrópoles litorâneas, o Mais Médicos tem empreendido grande esforço na interiorização da formação médica. De acordo com o último edital, para se mostrarem aptos a receber novos cursos de medicina, os municípios precisaram cumprir quesitos como estar a pelo menos 75 quilômetros de outras faculdades na área, não ter curso de medicina e não ser capital, entre outros.
 
Um Lava Pés diferente entra para o calendário da Semana Santa
Pouco a pouco, o curso de medicina de Caruaru foi se tornando um polo criativo, com propostas inovadoras dentro e fora dos muros da faculdade. Uma das iniciativas de destaque é a Campanha do Lava Pés, feita para orientar a população sobre a importância do cuidado com os pés para quem tem diabetes, evitando dessa forma possíveis amputações. O sucesso da iniciativa foi tão grande junto à comunidade, que entrou para o calendário da Semana Santa de Caruaru.
 
“Para os alunos de medicina, essa ação leva à prática do cuidado, da humildade, do relacionamento com as pessoas de uma forma mais simples, dentro do contexto de uma doença altamente prevalente”, comenta o coordenador do curso, Rodrigo Cariri. No dia “L” da campanha, os alunos do curso vão para o Marco Zero da cidade e lavam os pés dos cidadãos, enquanto dão orientações e estabelecem um primeiro vínculo. Segundo o médico, foi identificada na região uma alta frequência das chamadas amputações altas, que decorrem da falta de cuidado e de um diagnóstico tardio da doença. “Juntamos a importância pedagógica com a relevância epidemiológica de saúde pública”, afirma Cariri.
 
Na última edição do Lava Pés, realizada neste ano, das cerca de duas mil pessoas que compareceram ao evento, 189 apresentaram comprometimentos que poderiam levar a amputações das pernas ou dos pés, e foram encaminhadas à rede municipal de saúde para receber um acompanhamento sistemático e integral, por meio das equipes de Saúde da Família.
 
Fonte: maismedicos.gov.br

Aberta consulta para aperfeiçoar regras de registro de tintas de tatuagem

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu uma Consulta Pública para discutir as regras atuais para o registro de tintas de tatuagens
 
Está aberta desde o último dia 18 de agosto a Consulta Pública nº 61/2015, com a propost a de alteração da RDC nº 55/2008, que regulamenta produtos para pigmentação artificial da pele.
 
A proposta se refere à alteração dos requisitos de segurança eeficácia para registro de produtos para pigmentação artificial permanente da pele.
 
A agência pretende aperfeiçoar a norma a fim de adaptá-la a padrões de segurança, eficácia e gerenciamento de risco de Normas ISO. O prazo para a sociedade participar com sugestões ao aperfeiçoamento da regra é de 60 dias, tendo início nesta terça-feira (25/8).
 
ANVISA

Para onde caminha os processos de trabalho na Saúde?

Por Rubens Covello*
 
Atualmente, experimentamos transformações nunca vistas nos processos de trabalho
 
Referimo-nos à implosão do processo de trabalho tradicional, onde as etapas do mesmo (simples ou complexas) eram praticadas no mesmo espaço organizacional, regidas pelos mesmos contratos de trabalho. Observamos que cada vez é mais frequente nas instituições a contratação de serviços, terceirizando-se inúmeras atividades. Por outro lado, e ainda mais importante, os processos de trabalho estão se deslocando de espaços públicos, amplos e coletivos para espaços privados.
 
A saúde tem grife própria. Profissionais especiais que oferecem serviços essenciais a população, em estado de especial fragilidade, precisam manter e preservar a boa relação consumidor/produtor que pressupõe uma estreita relação moral, ética, com confiança, intimidade e sigilo com o cliente. Por outro lado, a manutenção desta boa relação não pode continuar sendo responsabilidade somente do profissional que executa os serviços. Ela deve ser de todos e muito especialmente dos gestores, garantindo assim ambiente adequado e condições de trabalho compatíveis para estes profissionais. A perda hoje da confiança da comunidade no profissional médico é um fato.
 
Sendo a auto regulação profissional a palavra-chave no mundo do trabalho na saúde, os gestores deverão buscar o diálogo com os profissionais que reivindicam a manutenção do status tradicional (médicos e odontólogos, entre outros). E tais gestores associados a este diálogo, também devem estar focados na nova regulação da governança, que busca controlar os procedimentos de saúde executados nas instituições, mais precisamente nas instituições privadas.
 
Ao longo da história, as profissões do setor saúde produziram um complexo aparato organizacional, definindo políticas antimercado: monopólio, controle de clientela, de preços (remuneração dos serviços) e de mercado. Este é um dos temas mais importantes que deverão ser priorizados na agenda política dos gestores. Aliar direitos e prerrogativas legais das profissões com a democratização do acesso e consumo dos produtos prestados é uma questão a ser negociada o quanto antes.
 
A revolução tecnológica mudou o perfil e as exigências dos profissionais, assim como da própria clientela. Produziu efeitos positivos, ou seja, mais esclarecimento, mais segurança e a possibilidade de melhoria da qualidade de vida. Efeitos negativos também são observados, por exemplo, o processo de trabalho em saúde tornou-se mais complexo e os serviços altamente custosos, dificultando muito o acesso. Observa-se também a proliferação de profissionais na composição das equipes atuais.
 
De uma forma tradicional o conhecimento técnico da elevada qualidade dos profissionais de saúde nunca foi questionado como sendo suficiente para garantir a qualidade e a segurança na prestação de cuidados. Acontece que nos dias de hoje as organizações prestadoras de serviços de saúde transformaram-se em estruturas bastante complexas em termos organizacionais exigindo o desenvolvimento e implementação de mudanças profundas na cultura, na estrutura e nos métodos de trabalho.
 
As crescentes exigências orçamentarias; o desenvolvimento de novas orientações políticas que potenciem o aumento da eficácia e eficiência mantendo a equidade; o interesse crescente na avaliação da satisfação dos usuários dos serviços de saúde; tudo isso torna prementes a introdução de melhorias claras, concisas e mensuráveis.
 
O mundo coorporativo parece protagonizar um processo de expansão da consciência empresarial. E para as organizações de saúde um desafio maior, que é o lidar com instâncias antes desconhecidas, de cunho social e ambiental (por exemplo, o não entendimento do perfil epidemiológico).
 
A precariedade da segurança e qualidade dos serviços de saúde é extrema. Grande parte dos serviços apresentam dificuldades operacionais, resultado de déficits de estrutura (falta de espaço físico, de equipamentos para diagnóstico e terapia, medicamentos…) além de recursos humanos, frequentemente não qualificados, isto relacionado com o perfil epidemiológico não conhecido. Agravando a situação, a maioria dos serviços de saúde trabalha com pouco planejamento e quase sempre sem nenhuma política de avaliação de resultados. Muitos trabalham seguindo uma lógica de produção, levando pouco em consideração, a eficiência, a eficácia e a efetividade de suas práticas.
 
A mudança necessária
O principal resultado do movimento de inovação na saúde (melhoria da segurança e qualidade) será trazer a decisão clínica para o contexto gerencial e organizacional. A dimensão assistencial deverá ser o centro dos processos de melhoria da qualidade. A gestão estratégica não deverá ter mais o foco exclusivo financeiro.
 
É desnecessário afirmar que o atual modelo assistencialista centrado na doença deve dar lugar a outro em que a promoção e a prevenção da saúde tenham sua importância reconhecida, com todos os atores da cadeia de valor conscientes da necessária desconstrução deste modelo. E assim partir, decididamente comprometidos, na busca da quebra deste paradigma e posterior inovação.
 
O sistema de saúde como está estruturado atualmente não vai conseguir melhorar a utilização de seus recursos e diminuir os custos. Não há dúvida que o envelhecimento da população, o aumento da demanda de pacientes para novos serviços, novas tecnologias e drogas, tem aumentado os gastos com saúde. E potencializando todas estas variáveis existe o desperdício palpável. Sistema este altamente fragmentado que em grande parte não tem sequer informações clínicas consistentes, que resultam em processos de trabalho mal concebidos caracterizado por duplicações desnecessárias, longos tempos de espera e atrasos. Provocando um risco potencial de dano que supera os benefícios potenciais.
 
Transformar é preciso
A receita do “mais do mesmo” não funciona. Serão necessárias mudanças profundas que resultem num melhoramento concreto e mensurável. Esse melhoramento pode envolver diferentes áreas da gestão, como o desempenho, a qualidade, a eficiência e a satisfação dos usuários. A mudança precisa ser uma verdadeira transformação estratégica, e não apenas uma série de medidas isoladas. É necessário uma organização nas unidades integradas do cuidado, a medição dos resultados e dos custos, para se atingir a excelência e a construção de um novo modelo assistencial e de gestão. Em resumo, a ciência da melhoria é uma ciência aplicada, com fundamentos filosóficos, chamando para a ação e o aprendizado. Não é uma intervenção específica.
 
Acredito, que ao conceber ou compreender iniciativas inovadoras para melhoria, é preciso dar atenção:

(1) ao entendimento do que é preciso para melhorar na performance dos serviços;

(2) a necessidade de alterar as intervenções para adaptar-se ao contexto;

(3) a ideia de contextos locais, ao invés de protocolos fixos (bom ponto de partida para reconhecer as intervenções de melhoria);

(4) a previsão, ou grau de crença de que o modelo vai conseguir um impacto especial em um ambiente específico;

(5) ao conceito de que a melhoria requer uma mudança social e que as pessoas são mais propensas a agir quando elas acreditarem.
 
A grande inovação na saúde não virá de novas tecnologias, a mesma será efetiva com a mudança do modelo assistencial e de gestão. Com o reconhecimento do valor entregue aos pacientes. Este movimento de inovação será com certeza tão impactante para o sistema, quanto foi a medicina molecular para a saúde dos pacientes.
 
*Rubens Covello (médico) – CEO – IQG Health Services Accreditation; Diretor ACI – Accreditation Canadá International Brazil; Vice presidente CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos em Saúde e Integrante da Comissão Científica do Hospital Innovation Summit
 
Saúde Business

Anvisa suspende lote do saneante Gelálcool Start

A Anvisa determinou a suspensão da distribuição, da comercialização e do uso do lote 360889 do saneante Gelácool Start, com validade até fevereiro de 2017
 
O produto é fabricado pela empresa Lima & Pergher Indústria, Comércio e Representações Ltda.
 
A Agência tomou esta medida considerando o laudo de análise fiscal emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) , no qual foram confirmados os resultados insatisfatórios nos ensaios de teor de álcool etílico. O resultado concluiu que os valores estavam abaixo da variação aceitável para o lote citado.
 
Com a decisão da Anvisa, a empresa deverá promover o recolhimento do estoque existente no mercado.
 
A medida tomada pela Anvisa está na Resolução 2.410/2015 publicada nesta quarta-feira (26/8) no Diário Oficial da União (DOU).
 
ANVISA