
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Participação da Farmácia Hospitalar no Controle das Infecções Hospitalares

Superbactéria se alastra e chega à metade dos Estados do Brasil
Região mais afetada é a Sudeste, mas casos crescem no Nordeste
Camila Neumam, do R7
A bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemases), também chamada de superbactéria, por ser resistente a quase todos os antibióticos disponíveis, já chegou aos hospitais de 13 Estados brasileiros, segundo levantamento realizado pelo R7 nas 23 Secretarias Estaduais de Saúde do país. Maranhão, Amapá e Tocantins, que não haviam registrado nenhum caso até o último levantamento oficial realizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em outubro, surgem no mapa da KPC no país, todos com mortes atribuídas à doença.
Ainda pelo levantamento, foi constatado um grande aumento no número de casos e óbitos no Distrito Federal, com 319 infectados e 25 mortes, ante os 207 casos e 22 mortes em outubro. No Rio de Janeiro, 83 pessoas foram infectadas e 13 morreram por causa da superbactéria, muito acima dos 43 casos e três mortes informadas também em outubro.
A incidência da KPC aumentou também no Nordeste. Dos 150 casos suspeitos no Ceará até outubro, 23 foram confirmados pela Secretaria de saúde do Estado no início de dezembro. Trinta e cinco pessoas foram infectadas e cinco morreram em Pernambuco até novembro, dado parecido com o da Paraíba, onde 34 pessoas foram infectadas, 15 só na primeira semana de dezembro. Os dados são da Ceciss (Comissão Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde), da secretaria estadual de Saúde. Todos os casos vêm de hospitais da capital João Pessoa.
No Maranhão foi registrado um caso confirmado, que levou o paciente à morte.
Mas é no Paraná que a bactéria se alastra com velocidade, se os dados considerados informais realmente valerem. De acordo com a secretaria estadual de saúde do Estado, cerca de 300 casos foram notificados desde o início do ano. No entanto, frisam ser uma estimativa “porque ainda não saiu a portaria da obrigatoriedade dos casos. Então, esses números ainda são informais”.
Toda essa “informalidade” na informação de dados sobre a KPC mostra que atualmente não é possível chegar a um número oficial de casos no Brasil. Isso acontece porque nem todos os Estados brasileiros são obrigados a repassar estes dados as esferas estaduais, apenas em casos de surto, após a Anvisa ter deixado de repassá-los por meio das secretarias municipais e estaduais de saúde, em outubro.
Questionada se essa lacuna, que permite aos Estados não informarem dados ou repassá-los como não oficiais, cria chances de se omitir surtos e o número de casos e mortes pela doença, a agência não respondeu.
Por meio da assessoria, explicou o motivo da mudança:
- Foi pactuado junto com as vigilâncias sanitárias municipais e estaduais que elas seriam as responsáveis por passar os últimos casos registrados em cada Estado, já que o processo acaba fazendo com que os números da Anvisa fiquem desatualizados.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo se baseia nessa falta de regulamentação para não divulgar a incidência da KPC no Estado. Afirma que, por não haver surtos, não são obrigados a divulgar casos espaçados.
De acordo com o último levantamento da Anvisa, havia no Estado pelo menos 70 casos que decorreram em 24 mortes, de julho de 2009 a outubro de 2010.
Fora São Paulo, Minas Gerais lidera em número de casos da superbactéria na região Sudeste. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Estado, 51 casos foram notificados em Minas Gerais, 49 em Belo Horizonte e dois em Nova Lima, de dezembro de 2009 a setembro de 2010.
No Espírito Santo foi comprovada a infecção de seis pessoas entre abril e outubro desse ano e três óbitos, sem confirmação se foram pela bactéria KPC.
Apesar de casos espaçados, a bactéria já chegou aos hospitais da região Norte, onde infectou uma pessoa no Amapá e outra no Tocantins, levando-as à morte.
Como pega e previne
O nome KPC na realidade é de uma enzima produzida por um grupo de bactérias, das quais a principal é a klebisiela, que tem o poder de destruir grande número de antibióticos. O nome “superbactéria” foi atribuído a ela pelo fato de ser proveniente de uma bactéria que desenvolve mais resistência aos antibióticos e tem grande facilidade de se transmitir no ambiente hospitalar e causar surtos de infecção hospitalar, explica Carlos Magno Fortaleza, professor de infectologia da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
- A klebisela é uma bactéria que faz parte do nosso intestino, mas as bactérias com frequência adquirem um pedaço de material genético que passam de uma bactéria para outra. Uma certa linhagem da klebisela adquiriu um pedaço de DNA que produzia essa enzima. Além de se reproduzir, essa bactéria, que carrega esse DNA, acabou fornecendo para outras espécies.
O que causa a infecção, explica o professor, é quando a bactéria alojada no intestino chega a outras partes do corpo, pode infeccioná-las, causando doenças. Por exemplo, se chega ao pulmão causa pneumonia e a pessoa pode morrer.
- As infecções hospitalares acontecem quando algum procedimento médico faz com que bactérias que estejam muito quietas invadam outros lugares onde não deveriam estar. Seja porque a pessoa fez uma cirurgia, ou precisou de um aparelho para respirar, de alguma maneira se quebra a ecologia daquele organismo e a bactéria sai de onde ela estava sem provocar nenhuma doença e acaba atingindo um lugar onde ela provoca uma doença.
Essa lógica que serve causa uma série de infecções bacterianas, é a mesma da KPC, explica Fortaleza.
- A diferença da KPC para outras klebisielas é que ela é mais resistente a antibióticos, não porque ela mata mais.
Vale lembrar que a infecção por KPC geralmente ocorre em pessoas já com a saúde debilitada. Isso acontece, segundo o professor, porque elas passam mais por processos invasivos, seja cirurgia, uso de sondas ou aparelhos, que ajudam a bactéria a “correr pelo corpo”, afetando órgãos mais sensíveis. Ao mesmo tempo, tomam mais antibióticos por estar em algum tratamento, já que estão hospitalizadas.
Tratamento
A KPC já é identificada no mundo desde 2001, quando apareceu nos Estados Unidos, segundo a Anvisa. O que chamou a atenção nesse ultimo ano foi que ela passou a surgir com uma grande frequência em alguns locais do Brasil, principalmente no Distrito Federal e em alguns hospitais de são Paulo.
Como prevenção, os hospitais tiveram de isolar os pacientes e aumentar o rigor da higiene dos profissionais, com uso reforçado de soluções de álcool em gel antes e depois de mexer em pacientes, além dos já recomendados usos de luvas e aventais, explica o infectologista Luís Fernando Aranha Camargo, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Em outubro foram notificados três casos em pacientes do hospital. Todos foram isolados para conter a proliferação, conta Camargo.
Dado o diagnóstico, o tratamento ocorre de acordo com a gravidade da infecção, afirma Camargo.
- Se o paciente tiver somente a bactéria colonizada você não faz nada. Mas se ele tem a doença, você tratará de acordo com a manifestação clínica dela. Hoje poucos antibióticos são eficientes.
As polimixinas são exemplos, mas por serem muito tóxicas, estão abrindo caminho para outros antibióticos apesar de serem muito tóxicos.
- A gente faz o máximo possível para não usar as polimixinas, mas a maioria usa. O uso por pelo menos dez dias pode causar insuficiência renal, escurecimento da pele e em alguns casos modificar quadros neurológicos.
O medicamento é usado por pelo menos uma semana em casos mais leves e até um mês em casos graves. A média de desenvolvimento de uma insuficiência renal pode chegar de 30% a 40%, explica Camargo.
http://noticias.r7.com/saude/noticias/superbacteria-se-alastra-e-chega-a-metade-dos-estados-do-brasil-20101219.html
Ficar em quarto separado na UTI reduz infecção hospitalar em 50%
Estudo revela que tempo de permanência no hospital também diminui
Do R7
Não é só uma questão de privacidade. Um levantamento feito por pesquisadores canadenses revelou que o número de infecções hospitalares em uma UTI cai 50% se o paciente estiver em um quarto isolado. Além disso, a medida também faz diminuir o tempo de permanência do paciente na UTI e o custo do tratamento.
Os resultados são importantes porque as unidades de terapia intensiva são as que mais sofrem com infecções hospitalares, já que os pacientes, bastante debilitados, ficam mais expostos a agentes infecciosos.
Os autores do estudo, do Centro Médico da Universidade McGill (Canadá), avaliaram os pacientes que tinham sido transferidos de quartos compartilhados na UTI do hospital para quartos separados.
De acordo com Dana Teltsch, autora do estudo, os resultados mostraram que, após serem transferidos, os pacientes em unidades isoladas sofreram 50% menos infecções por três tipos de bactérias: a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM), a Clostridium difficile e a Enterococcus resistente à vancomicina (VRE, na sigla em inglês).
- Nós também observamos que os pacientes isolados ficaram 10% menos tempo na UTI.
Dana ressalta ainda que, com menos infecções, o custo do tratamento também cai consideravelmente. Para se ter uma ideia, cada infecção por Clostridium difficile custa em torno de R$ 11.760 (US$ 7 mil), diz a pesquisadora.
Segundo Vivian Loo, microbióloga do hospital, esse é o primeiro estudo a avaliar os benefícios dos quartos individuais nas UTIs.
- A infraestrutura hospitalar tem um papel importante na prevenção de doenças hospitalares. Outros fatores também são importantes, como higiene das mãos e uso consciente de antibióticos, mas o estudo mostra que é crucial investir em quartos individuais.
http://noticias.r7.com/saude/noticias/ficar-em-quarto-separado-na-uti-reduz-infeccao-hospitalar-em-50-20110112.html
Justiça nega liminar contra selo de segurança em medicamentos
Até janeiro de 2012, todos os remédios já estarão selados
Da Agência Brasil
A 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal negou uma liminar contra a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga o uso de selos de segurança em embalagens de medicamentos.
Em novembro passado, a Anvisa lançou um selo de segurança que será inserido na embalagem de medicamentos para que os consumidores possam verificar se o produto é verdadeiro ou falso. A medida foi criticada pela indústria farmacêutica, afirmando que a determinação é ultrapassada e causará uma alta no preço dos medicamentos.
A ação contra a medida da Anvisa foi solicitada pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), Interfarma (Indústria Farmacêutica de Pesquisa) e Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais), que alegaram vícios de origem.
Pelo menos mais duas entidades do setor farmacêutico já haviam se manifestado contrárias à criação do selo de autenticidade para medicamentos. A Abimip (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) e a Pró-Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos) classificam a medida como equivocada e estimam que, se for mantida, deverá provocar um aumento médio de 2,58% nos preços ao consumidor. Para os genéricos, a alta pode variar de 6,3% a 23,1%.
Quando o selo foi lançado, o então diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, afirmou que o governo não vai autorizar aumento no preço dos medicamento.
- Isso será absorvido pela cadeia produtiva. O impacto é irrisório, em torno de 0,01% em produtos acima de R$ 5.
A previsão da Anvisa é de que, a partir de janeiro deste ano, as caixas de medicamentos recebam a etiqueta. Os fabricantes terão o prazo de um ano para se adaptar e, em janeiro de 2012, todos os remédios em circulação no país deverão apresentar o selo. Nas drogarias, uma leitora ótica fará o reconhecimento de produtos verdadeiros por meio de uma luz verde e de um sinal sonoro.
http://noticias.r7.com/saude/noticias/justica-nega-liminar-contra-selo-de-seguranca-em-medicamentos-20110112.html
Farmácias vendem anti-inflamatórios para driblar a restrição aos antibióticos
Desde o ano passado, comprar remédios que combatem bactérias ficou mais difícil
Thiago Lemos, do Hoje em Dia
As farmácias de Belo Horizonte estão usando o velho expediente da "empurroterapia" na tentativa de contornar os prejuízos gerados pela exigência de receita médica, em duas vias, para venda de antibióticos. Essa regra da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entrou em vigor no final do ano passado. Os estabelecimentos indicam anti-inflamatórios no lugar dos remédios agora controlados.
De acordo com especialistas, o uso indiscriminado do medicamento representa grave risco à saúde e, em muitos casos, o paciente pode estar fazendo tratamento não indicado.
A reportagem do Hoje em Dia foi a três estabelecimentos à procura de antibióticos para tratamento de dor de garganta. Em todos eles os balconistas indicaram anti-inflamatórios, sem fazer qualquer tipo de avaliação. Além dessa falha, as farmácias ainda comercializaram, sem prescrição médica, medicamentos com tarja vermelha.
O coordenador científico da Sociedade Mineira de Infectologia, Antônio Carlos de Castro Toledo Júnior, alerta que os dois tipos de medicamentos são completamente diferentes. E que o uso deles ou de qualquer outro remédio sem orientação médica é prejudicial à saúde.
Segundo o especialista, a substituição de antibióticos por anti-inflamatórios pode piorar o quadro do paciente. Usando como exemplo a dor de garganta, o médico alerta sobre os riscos do tratamento incorreto.
– O tratamento dessa enfermidade só será eficiente após o diagnóstico. Na forma viral, que corresponde a até 90% dos casos, a cura acontece espontaneamente. O anti-inflamatório vai aliviar os sintomas da dor e o inchaço, mas ele poderia ser substituído por um analgésico. Neste caso, o maior problema é que o uso do medicamento de forma inadequada pode provocar feitos colaterais como gastrite, úlcera, insuficiência renal e até mesmo a morte, em casos mais extremos.
No caso de a doença ter sido provocada por bactéria, a substituição de antibióticos por anti-inflamatórios por ser ainda mais grave, diz o médico.
– A pessoa vai ter a doença mascarada. O anti-inflamatório vai, no início, combater a febre, a dor e o inchaço, mas não a doença. A infecção poderá progredir para um abscesso, com risco de uma disseminação bacteriana pelo corpo.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte trabalha de maneira preventiva, e que a fiscalização não tem como fazer flagrantes de venda irregulares, já que o fiscal, por formalidades legais, só pode iniciar seu trabalho após se identificar. A nota ressalta, ainda, que os anti-inflamatórios não podem ser indicados por nenhum funcionário de farmácia.
...Irregularidades devem ser comunicadas pelo telefone 156, ou pelo site da prefeitura.
http://noticias.r7.com/saude/noticias/farmacias-vendem-anti-inflamatorios-para-driblar-restricao-aos-antibioticos-20110112.html
SP vai testar vacina contra aids
A Secretaria Estadual de Saúde e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) procuram voluntários para testar duas vacinas preventivas contra o HIV. O processo de recrutamento foi aberto nesta quarta-feira (12).
Podem se inscrever mulheres e homens entre 18 e 50 anos de idade, saudáveis e não infectados pelo HIV que residam na cidade de São Paulo ou na região metropolitana. Mulheres grávidas ou amamentando não podem participar. Os homens devem ser circuncidados.
Os voluntários irão passar por avaliação médica, coleta de amostras de sangue e urina e responderão a questionários sobre práticas de exposição ao HIV. A secretaria destacou que as vacinas não apresentam o menor risco de infecção pelo vírus da aids.
Para se inscrever basta procurar a Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV, pelo telefone 5087-9915, ou ir pessoalmente ao Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, que fica na Rua Santa Cruz, 81, na Vila Mariana, zona sul da capital.
http://www.istoe.com.br/assuntos/semana/4
Analgésicos de venda livre podem fazer mal ao coração
Em idosos com dores crônicas o uso rotineiro do medicamento pode aumentar em até três vezes os riscos de problemas cardiovasculares
Os analgésicos de venda livre, como o ibuprofeno e diclofenaco, podem aumentar o risco de desenvolver problemas cardiovasculares. O alerta foi feito por pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça, após realizarem 31 testes clínicos com mais de 116.000 pessoas. O resultado do estudo foi publicado no British Medical Journal e indica que o uso de anti-inflamatórios não esteroides poderia aumentar em até três vezes os riscos de problemas cardíacos em idosos.
Segundo o professor Peter Juni, chefe do Instituto de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Berna e diretor do estudo, pessoas com menos de 65 anos que são consumidoras deste tipo de remédio para dor de cabeça, mas que não fumam e não apresentam colesterol alto, provavelmente não terão problemas com o uso da medicação. No entanto, no caso das pessoas mais velhas que tomam anti-inflamatórios para combater dores crônicas, como artrites ou problemas lombares, o risco de morte por complicações é relevante e não pode ser desconsiderado.
A conclusão do estudo indica que não existe um anti-inflamatório que some a sua eficácia uma total segurança. Os especialistas propõem, entretanto, que a venda livre dessa classe de remédios seja reconsiderada. Apesar de terem sido excluídas da investigação, as aspirinas, quando consumidas em excesso, podem causar ataques e úlceras gástricas, segundo Peter Juni.
(Com agência EFE)
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/analgesicos-de-venda-livre-poderiam-aumentar-risco-cardiaco-segundo-estudo
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