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domingo, 19 de agosto de 2012

Novo teste usa fotografia para medir níveis de colesterol no organismo

Método utiliza câmera digital para fotografar a mão do paciente e avaliar o colesterol concentrado nas dobras dos dedos

Pesquisadores na Índia desenvolveram um exame de colesterol que utiliza uma câmera digital para tirar uma foto das costas da mão do paciente ao invés de uma amostra de sangue.

A imagem obtida é cortada e comparada com imagens de um banco de dados de mãos com níveis de colesterol previamente conhecidos.

Segundo a equipe, o novo método não invasivo e de baixo custo para rastreio do colesterol vai permitir identificar de maneira mais rápida pessoas em maior risco de doenças cardiovasculares.

A abordagem, liderada por N.R. Shanker e seus colegas da Sree Sastha Institute of Engineering and Technology baseia-se na criação de um grande banco de dados utilizando testes de sangue convencionais ligados a uma fotografia padronizada da mão que mede o colesterol concentrado nas dobras dos dedos de vários pacientes.

Eles desenvolveram um programa de computador de processamento de imagem que compara a imagem de um novo paciente com milhares de imagens cadastradas no banco de dados e compara com uma leitura específica de colesterol.

A medição da quantidade e do tipo de colesterol que circula no sangue é um importante fator de risco em doenças cardiovasculares. O excesso de colesterol não utilizado pelo organismo é depositado na parede interna das artérias como placas, o que pode reduzir o fluxo normal do sangue potencialmente causando problemas cardíacos e aumentando o risco de derrame cerebral.

O colesterol total é um indicador útil precoce de doenças, embora mais testes detalhados que distinguem entre o HDL, LDL e triglicérides são necessários para uma avaliação mais precisa da saúde dos pacientes.

A equipe acredita que o novo método não invasivo e de baixo custo vai permitir a detecção mais precoce desse fator de risco em uma população maior sem a necessidade de exames de sangue caros e invasivos.

Fonte isaude.net

Pílula anticoncepcional: quando ela é um problema para a saúde?

Combinação do estrogênio e do progestágeno aumenta risco de trombose e AVC


"A pílula anticoncepcional é o medicamento mais estudado no mundo", afirma o ginecologista Hugo Miyahira, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Isso porque ela é usada por milhões de mulheres anos a fio e afeta todos os órgãos com receptores hormonais. Seu uso previne não só a gravidez como ainda garante um ciclo menstrual regular.


A evolução do método atingiu seu ponto mais alto com a combinação de dois hormônios, o estrógeno e o progestágeno (a pílula combinada), em níveis baixíssimos e mais eficazes do que nunca, mas, como todo medicamento, ela possui efeitos colaterais. Por isso, hábitos de vida, condições de saúde e histórico familiar de doenças são determinantes na adoção ou não da pílula. Em caso negativo, outros métodos podem ser usados sem riscos à saúde feminina.

Confira abaixo quando a pílula combinada é contraindicada:

Mulher fumando - Foto Getty Images1.Tabagismo
 "A associação da pílula com o cigarro, especialmente por mulheres acima dos 35 anos, eleva - e muito - o risco de doenças cardiovasculares", explica o ginecologista Hugo Miyahira. Diversos estudos mostram que as substâncias do cigarro afetam diversas funções do sistema vascular arterial, mesmo quando a fumaça já não está mais no ar. Isso porque essas substâncias continuam circulando no corpo, favorecendo o acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias, problema conhecido como aterosclerose. Some isso ao fato de que a pílula combinada favorece a coagulação do sangue e o resultado pode ser desastroso, levando a um AVC, infarto ou trombose.
                  
Mulher medindo a pressão em consulta médica - Foto Getty Images2.Hipertensão
A hipertensão costuma apresentar sintomas apenas em estágio muito avançado e, por isso, é fundamental medir a pressão arterial da mulher antes de recomendar o uso de uma pílula anticoncepcional. Segundo o ginecologista e obstetra Pedro Awada, do Hospital e Maternidade Brasil, mulheres hipertensas já apresentam risco elevado de doenças cardiovasculares. Isso porque o coração fica hipertrofiado devido ao grande esforço para bombear o sangue nas artérias e, com o tempo, as artérias perdem a elasticidade, favorecendo o entupimento e rompimento das mesmas. Junto com a pílula, a probabilidade de sofrer um AVC ou outros problemas ligados aos vasos sanguíneos, como a trombose, é muito maior.

Coágulo causando trombose - Foto Getty Images3.Trombose
A trombose é decorrente de três fatores principais: lesões nos vasos sanguíneos, propensão a formar coágulos e diminuição da velocidade da circulação. "Como a pílula favorece a formação de coágulos, seu uso é proibido para mulheres que já sofreram o problema ou apresentam histórico de trombose na família", explica a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama, diretora da clínica Gergin, em São Paulo. O trombo geralmente se forma em uma veia localizada nas pernas, mas ele pode se desprender e subir para os pulmões, causando embolia pulmonar, colocando a vida da mulher em risco.
Lúpus - Foto Getty Images4.Lúpus
"O lúpus é uma doença autoimune extremamente complexa que afeta, inclusive, os vasos sanguíneos", afirma o ginecologista Hugo. Além disso, a doença também pode estar relacionada a anticorpos que favorecem a coagulação sanguínea e, portanto, a formação de trombos. A associação com a pílula combinada eleva o risco de AVC, infarto e trombose, sendo, assim, contraindicada para os pacientes de Lúpus.
Mulher com obesidade - Foto Getty Images5.Obesidade
A mulher com obesidade tem um risco maior de sofrer eventos cardíacos e, em geral, ainda é vítima de problemas como colesterol alto e hipertensão, aponta o ginecologista Hugo. Segundo o especialista, o tecido adiposo em excesso produz mais de 15 substâncias que interferem no funcionamento do organismo como um todo, inclusive nos níveis hormonais. Assim, o caso precisa ser bem avaliado para determinar o custo benefício do uso desse método anticoncepcional. Em alguns casos, apenas a exclusão do estrogênio, que exerce maior influência na coagulação, pode ser eficaz.
Fígado - Foto Getty Images6. Doenças hepáticas
"Todo medicamento utilizado via oral é metabolizado no fígado", explica a ginecologista Bárbara. Por isso, se a pessoa apresenta lesões hepáticas, como hepatite e cirrose, o uso da pílula pode ser contraindicado por sobrecarregar o órgão. Além disso, mesmo com o uso do contraceptivo é possível que aconteçam irregularidades menstruais. "O hormônio não metabolizado não inibe a produção de hormônios pelo ovário, o que não diminui a efetividade do medicamento, mas pode desregular os níveis hormonais do corpo", complementa o ginecologista Hugo.
Câncer de mama - Foto Getty Images7.Tumores hormônio-dependentes
Alguns cânceres, como o câncer de mama de mama, têm receptores hormonais. Em outras palavras, eles são hormônio-sensíveis, podendo ter seu desenvolvimento estimulado pelos níveis hormonais no organismo. "Isso significa que indicar o uso de uma pílula pode agravar a situação do tumor", explica o ginecologista Pedro. Como tumores costumam apresentar sintomas apenas em estágio avançado, exames de detecção preventivos são fundamentais para não deixar que o problema se agrave.
Varizes - Foto Getty Images8. Varizes
"Varizes por si só já denunciam uma mulher com problemas de circulação sanguínea", alerta a ginecologista Bárbara. Dilatadas e deformadas, as veias indicam que o sangue não está conseguindo seguir seu curso normal, favorecendo, assim, a formação de coágulos. Durante a consulta, portanto, deve ser avaliado se o problema é isolado ou se ainda está associado a outros fatores de risco para problemas cardiovasculares, como a obesidade. Por isso, o uso da pílula combinada nem sempre é seguro.
DNA - Foto Getty Images9. Fator V de Leiden
"O Fator V de Leiden é uma mutação genética que pode aumentar em até 100% o risco de a mulher sofrer um evento cardiovascular", explica a ginecologista Bárbara. A variação interfere diretamente na coagulação do sangue e pode ser identificada pelos laboratórios em mais uma etapa do teste de papanicolau. De acordo com a especialista, a ação do Fator V de Leiden se dá junto às plaquetas, que podem aglutinar e formar um trombo. Identificado o problema, devem ser pensados outros métodos contraceptivos.

Fonte Minha Vida

Escolas médicas deveriam ter uma cadeira de princípios básicos do direito

Segundo desembargador, "Se isso fosse realidade, certamente muitos processos não chegariam aos tribunais"

Na opinião do desembargador José Carlos Maldonado de Carvalho, as escolas médicas deveriam ter uma cadeira de princípios básicos do direito, em especial para tratar sobre contratos. " Se isso fosse realidade, certamente muitos processos não chegariam aos tribunais" . Nesta semana, o desembargador palestrou sobre o dano iatrogênico na prática médica durante o III Congresso Brasileiro de Direito Médico, evento do Conselho Federal de Medicina (CFM) que ocorre em Curitiba (PR).

Apesar de inúmeras definições do que é iatrogenia, para ele, é todo caso em que há previsão e necessidade do dano. Dessa forma, quando há os dois itens apontados, como em um caso de mastectomia, por exemplo, não há responsabilidade civil. O palestrante apontou que conceitos mais amplos tratam a iatrogenia como todo prejuízo provocado por ato médico em pessoas saudáveis ou doentes.

De acordo com o palestrante, na ótica do Direito a relação médico-paciente é uma relação contratual, escrita o não. Logo, se é um contrato, podem ser aplicados ordenamentos do Código de Defesa do Consumidor, e não somente do Código Civil.

O palestrante explanou sobre a responsabilidade objetiva dos estabelecimentos de saúde, como hospitais e clínicas. " Nesses casos, a relação inicial não é com o médico. Portanto, se há algum dano, o estabelecimento também pode ser responsabilizado, pois ele garante que quem irá realizar o ato está apto para tal ação. É o risco do empreendedor" .

O desembargador comparou o Código de Defesa do Consumidor com o Código Civil, mostrando que além da responsabilidade do fornecedor do serviço de saúde, o Código Civil indicará a reparação do dano, independentemente da culpa. " Temos duas fontes legislativas para esses casos. Elas não se excluem, mas o princípio da norma especial torna-se prioritário sob a norma geral" .

" Médico pode responder por promessas de resultados"
Ainda de acordo com ele, a obrigação do médico é de meios e não de resultados. " O médico assume obrigação com o paciente de usar todo o seu conhecimento científico e experiência da prática médica em prol do benefício do paciente. Não se faz presente uma determinação de resultados. Ao prometer resultados, o médico responderá civilmente" .

Além da responsabilidade do estabelecimento de saúde, José Carlos Maldonado de Carvalho também explanou sobre responsabilidade pessoal do médico e da equipe de cirurgia. O cirurgião é responsável pela equipe que contrata, logo, responderá por ela em caso de dano.

No final da explanação, o jurista apontou itens excludentes de responsabilidade civil, como fatos exclusivos da vítima, como não seguir as orientações dadas, interferência de terceiros externos à relação médico-paciente inicial e casos fortuitos e de força maior.

Com informações do CFM

Fonte isaude.net

Inglaterra: Confirmada morte por antraz em usuário de drogas

Desde o início de junho, sete casos foram identificados em usuários de drogas injetáveis de países da União Europeia

A agência de saúde inglesa - Health Protection Agency (HPA) - divulgou, nesta sexta-feira (17), estar ciente da morte de um usuário de drogas injetáveis no hospital em Blackpool, no norte do país, por infecção por antraz. A entidade revelou ainda saber de um surto da doença em outros países da Europa. Desde o início de junho, sete casos foram identificados: um na Escócia, três na Alemanha, dois na Dinamarca, e um na França. A suspeita é de que a bactéria transmissora estaria em heroína contaminada.

Estes são os primeiros casos de antraz entre usuários de drogas injetáveis na Europa desde o surto em 2009/2010, que afetou principalmente a Escócia (119 casos), mas com relatos também na Inglaterra (cinco) e na Alemanha (dois).

Segundo a especialista em infecções zoonóticas do HPA, Dilys Morgan, "é provável que novos casos entre usuários de drogas injetáveis sejam identificados como parte do atual surto nos países da União Europeia. O Departamento de Saúde alertou sistemas de saúde sobre a possibilidade da entrada de pacientes na emergência com sintomas de antraz".

O antraz em usuários de drogas era considerado muito raro - antes da eclosão 2009-2010 na Escócia, apenas um caso anterior havia sido relatado na Noruega, em 2000. Os usuários de drogas podem ser infectados caso a heroína esteja contaminada com esporos da bactéria transmissora da doença. Esta fonte de infecção poderia ser injetada, fumada ou inalada.

Fonte isaude.net

Médicos podem ser proibidos de receber benefícios da indústria da saúde

Intenção projeto de é preservar a autonomia profissional do médico ao prescrever ou indicar medicamentos ou tratamentos

Médicos e sociedades médicas poderão ficar proibidos de receber benefícios da indústria e comércio de produtos para a saúde. É o que propõe projeto de lei apresentado pela senadora Maria do Carmo Alves.

A intenção da senadora com o projeto de lei do senado (PLS 225/2012) é preservar a autonomia profissional do médico ao prescrever ou indicar medicamentos ou tratamentos. Para isso, a proposta modifica a lei dos Conselhos de Medicina (Lei 3.268/1957) para exigir que o Código de Ética Médica ou Código de Deontologia Médica contenham dispositivos que impeçam os profissionais de receberem quaisquer tipos de pagamentos, incentivos ou benefícios dos setores da indústria e comércio de produtos para a saúde.

Maria do Carmo explicou, ao justificar a proposta, que a iniciativa do projeto deveu-se ao " retrocesso" do posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) quanto à relação entre médicos e indústria de produtos médico-farmacêuticos. A senadora ressaltou que foi instigada a apresentar o projeto de lei a partir de artigo da presidente da Academia Sergipana de Medicina e professora de Ética Médica (Universidade Federal de Sergipe), Deborah Pimentel, que relata essa relação, denominada por ela de " promíscua" .

O texto Conselho Federal de Medicina se rende à indústria, informou a senadora, aponta as sucessivas decisões do CFM no que se refere ao assunto. Para a doutora Deborah Pimentel, o maior avanço aconteceu em 2010 ao ser inserido no novo Código de Ética Médica proibição de que médicos recebam brindes, viagens, inscrições em congressos, livros, equipamentos, bem como a montagem de consultórios.

No entanto, ressaltou a senadora, o artigo da professora informa que, em fevereiro de 2012, acordo entre o CFM e associações médicas permitiu que indústrias financiem viagens de médicos a congressos, o que inclui inscrição, transporte, refeição e hospedagem.

Ainda que o acordo determine que a seleção dos convidados deva ser feita por critérios objetivos e não pela quantidade de prescrição dos produtos pelo profissional, a senadora considera um " retrocesso" tal permissão.

O referido acordo, explica ainda a presidente da Academia Sergipana de Medicina, manteve a proibição de distribuição de brindes mais baratos, como canetas e blocos, mas permitiu o oferecimento aos médicos de presentes no valor de até R$ 200,00.

Publicidade médica
Outro retrocesso, na avaliação da senadora, foi a mudança na resolução que estabelece as regras de publicidade médica para retirar a proibição de venda de selos de aprovação em produtos. Essa é uma prática adotada por algumas sociedades, explicou Maria do Carmo, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que aprova cerca de 35 produtos, entre eles, margarinas, grelhas elétricas, sanduíches e sucos. A sociedade Brasileira de Pediatria, informa, já decidiu não renovar os selos que aprovam sabonetes bactericidas e calçados.

" A especialista em ética médica considera o acordo do CFM como uma rendição vergonhosa ao poder econômico, apresentando como fato inquestionável e provado que a relação estabelecida entre a indústria e os profissionais compromete a autonomia dos médicos na escolha de medicamentos, órteses, próteses e outros produtos para seus pacientes" - disse a senadora Maria do Carmo.

O projeto aguarda designação do relator na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde receberá decisão terminativa.

Fonte isaude.net

Dispositivo faz uso de pele de porco para ajudar no tratamento de queimaduras

Tecnologia da Unicamp, que ainda não é comercial, é combinada com um tipo de plástico degradável pelo organismo

Pesquisa da Universidade de Campinas (Unicamp) abre perspectivas para a produção de um dispositivo comercial para ser usado no tratamento de úlceras e queimaduras, especialmente as de grande extensão. Testes mecânicos e biológicos demonstraram que a tecnologia, que contribui para a regeneração da pele, apresentou algumas vantagens em relação aos produtos encontrados atualmente no mercado, entre elas o fato de o polímero que a compõe ser degradado pelo organismo.

O objetivo do estudo é buscar uma alternativa mais barata e eficiente que as soluções já disponíveis no mercado para o tratamento de lesões, principalmente as causadas por queimaduras.

Para isso, a pesquisadora Giselle Cherutti, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), concebeu uma matriz dérmica composta por uma camada celular, que é colocada sobre a derme suína, que por sua vez é acomodada sobre um polímero. Ela explica que optou pelo uso da derme suína por ela apresentar características similares às da pele humana. " Dito de forma simplificada, nós pegamos um pedaço de tecido do porco e adotamos uma série de procedimentos para obter a camada dérmica, que tem os componentes necessários para favorecer a proliferação celular. Também usei células VERO, que constituem uma linhagem de fibroblastos [sintetizadores do colágeno] considerada padrão. Nos testes mecânicos e biológicos que realizamos, constatamos alguns aspectos importantes. O material contribui para a proliferação celular, devido a sua porosidade. Além disso, o dispositivo também se mostrou atóxico às células VERO. Ou seja, não foi verificada morte celular" , elenca Giselle.

Regeneração
Além disso, prossegue a pesquisadora, também foi constatado que a matriz dérmica favorece a regeneração da pele por ser flexível, uma propriedade desejável quando o assunto é o tratamento de queimaduras. " Quando a pele está em processo de regeneração, pode haver contração. Assim, por apresentar flexibilidade, o material facilita esse movimento natural" . Outro benefício proporcionado pela nova tecnologia é o fato de o polímero que compõe o dispositivo ser degrado pelo organismo. Na prática, ele funciona como uma barreira física que protege a lesão do contato com o ambiente.

Giselle esclarece que os produtos similares encontrados no mercado ou não contam com esse tipo de película protetora ou, quando contam, ela pode ou não ser degradada pelo organismo. " Quando não ocorre a degradação, o polímero tem que ser retirado posteriormente através de uma intervenção cirúrgica" , informa. Ainda de acordo com ela, os ensaios laboratoriais determinaram que o período de regeneração da pele foi equivalente ao obtido com a aplicação das matrizes dérmicas comerciais. Por tudo isso, observa a pesquisadora, o trabalho concluiu que o dispositivo estudado apresenta potencial para ser utilizado como um substituto dérmico para implantes de áreas de queimaduras extensas.

Próximo passo
Antes de ser transformada em produto, no entanto, a tecnologia terá que cumprir mais algumas etapas, como faz questão de destacar Giselle. De acordo com ela, a matriz dérmica ainda precisará sofrer alguns aperfeiçoamentos. Ademais, também terá que ser submetida a testes em modelo animal e clínico. " Vou dar continuidade aos estudos na minha tese de doutorado. Meu objetivo será superar alguns desses desafios" , avisa a pós-graduanda. Ela assinala que o tratamento de pessoas que sofrem queimaduras extensas é longo, doloroso e caro.

Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) dão conta de que, no Brasil, são registrados aproximadamente 1 milhão de casos de queimaduras a cada ano. Tal número se torna ainda mais dramático quando se considera que de cada três pessoas queimadas, duas são crianças. As vítimas desse tipo de acidente normalmente passam a conviver com sequelas pelo resto da vida. Na maioria das vezes, informa a SBQ, os traumas envolvendo crianças ocorrem dentro da residência, especialmente na cozinha.

" Nosso objetivo, agora, é aprimorar o dispositivo e partir posteriormente para testes em modelo animal e clínicos" , afirma a autora do trabalho de dissertação de mestrado, que foi orientada pela professora Eliana Aparecida de Rezende Duek.

Com informações da Unicamp

Fonte isaude.net

Maternidade de SE evita desperdício com materiais e medicamentos fracionados

Uma das alternativas adotadas foi a montagem de kits de procedimentos, onde são armazenados todos os itens necessários

Evitar o desperdício com a implantação de métodos simples capazes de padronizar o serviço. Este tem sido o principal objetivo da farmácia da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju (SE), durante a distribuição de materiais e dispensação de medicamentos para os pacientes.

Uma das alternativas encontradas pela unidade foi a montagem de kits de procedimentos, onde são armazenados todos os itens necessários para a realização de curetagens, partos ou cirurgias em recém-nascidos. Obedecendo ao fluxo da procedência ao destino, dentro do recipientes plásticos, os pacotes estéreis são encaminhados para as áreas solicitadas.

" Quando mandamos esse kit para o centro cirúrgico, por exemplo, toda a equipe que recebe já está ciente de que, aquilo que não for aberto, será reutilizado da próxima vez. Com isso, temos um controle preciso e uma maior conscientização sobre os gastos," informou a gerente da farmácia Tânia Calomeno.

Outra medida adotada pela instituição de saúde é o uso racional de medicamentos. Diariamente, as cápsulas são desmembradas de suas cartelas cuja entrega será feita para as Alas mediante quantidade exata para sua utilização. Além do fracionamento dos comprimidos, a farmácia adotou a dose individualizada, que controla o uso dos antimicrobianos nos bebês, gestantes e parturientes.

" Nossa cartela plástica é montada de acordo com a prescrição médica. Se o paciente vai tomar o antibiótico a cada seis horas, mandamos para a enfermagem, as quatro ampolas etiquetadas para serem consumidas no período de 24 horas, como preconiza o Ministério da Saúde," explicou a farmacêutica Juliana Rabelo.

" Somos uma unidade de referência em alta complexidade. Desde o setor de urgência na porta de entrada até a UTIn, onde ficam os bebês mais graves, é oferecido todo o tratamento, seja ele de baixo, médio ou de alto custo. Com isso, estamos salvando vidas," concluiu a superintendente Carline Rabelo.

Fonte isaude.net

Composto extraído de planta medicinal pode combater câncer de próstata

Composto extraído de planta medicinal pode combater câncer de próstata

Equipe de pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido, demonstrou que uma droga derivada de uma planta aplicada na medicina tradicional chinesa é capaz de ajudar a combater o câncer de próstata.

A pesquisa, a ser publicada na revista Molecular Endocrinology, sugere que o Celastrol, extraído da espécie Tripterygium wilfordii, atua como um agente anti-inflamatório e antioxidante potente no organismo.

Trabalhos anteriores mostraram que a droga é conhecida por suprimir a atividade de uma proteína chamada p23.

Agora, os pesquisadores descobriram que p23 desempenha sozinha um papel fundamental na forma como os tumores de próstata são alimentados pelo hormônio masculino testosterona.

"Drogas que bloqueiam p23, como o Celastrol, mostraram eficácia no tratamento de diversas doenças, tais como artrite e asma, ou seja, essa pesquisa já é um passo mais perto da prática clínica. A próxima etapa será testar os efeitos dessas drogas em células de câncer de próstata em laboratório", afirma a líder do estudo Charlotte Bevan.

Anteriormente pensava-se que p23 apenas trabalhava lado a lado com outra proteína chamada HSP90 para ativar a resposta hormonal dos tumores de próstata.

Segundo os pesquisadores, estes resultados fornecem uma rota alternativa por meio da qual os cientistas podem atingir o câncer de próstata.

Eles afirmam ainda que p23 tem um papel muito mais definido nessa doença do que HSP90, o que significa que as drogas que atacam a proteína poderiam, potencialmente, ter menos efeitos colaterais que os inibidores de Hsp90.

"Esperamos que estes resultados possam levar a melhores opções de tratamento para homens com câncer de próstata", concluem os autores.

Fonte isaude.net

O que é Kinesio Taping e quais são seus benefícios?

O kinesio taping é uma terapia adjuvante que promete resultados surpreendentes para vários problemas. Saiba mais a respeito do assunto e fique por dentro de seus benefícios.

Muita gente pode estranhar o nome “Kinesio taping”, que soa diferente e não parece nenhum pouco familiar, entretanto a maioria das pessoas já deve ter visto, ao menos pela televisão, os atletas utilizando adesivos grudados pelo corpo, e com certeza acabou se questionando sobre o assunto. Acabe com as dúvidas e conheça o kinesio taping e seus benefícios.

O que é
Desenvolvido pelo quiropata Kenso Kase durante a década de 70, é uma técnica de bandagem que tem por objetivo estimular a função somatossensorial da pele, do sistema linfático e muscular, além de promover maior estabilidade às articulações.

Para quê serve
Por trás de sua criação existe a teoria de que a função muscular não se limita apenas aos movimentos do corpo, servindo também para auxiliar no controle da circulação do sistema arterial, venoso e linfático e ainda estabilizar a temperatura corporal.

O kinesio taping é um tratamento alternativo que auxilia grandemente os fisioterapeutas, que podem utilizá-lo, praticamente sem restrições, nos pacientes que possuem chances de melhora mediante o recebimento de constantes e duradouros estímulos cutâneos.

Como fazer
A terapia consiste na aplicação de uma fita adesiva especial, que é bastante elástica e deve ser posicionada sobre a parte a ser estimulada. A maior parte do efeito benéfico será resultante da tensão de estiramento da fita, que não possui nenhum tipo de medição, como a maioria das pessoas pensa.

Além de não haver nenhum tipo de limitação do movimento, a técnica de aplicação da fita é exclusiva para cada caso e parte do corpo afetada. É de suma importância que a aplicação seja feita por um profissional devidamente qualificado, pois é justamente a maneira como fica é colocada que faz toda diferença no tratamento.

Indicações
O tratamento pode ser realizado em pessoas de todas as idades, inclusive em bebês, onde pode ser muito útil na prevenção e combate de cólicas. Outro grupo de pacientes que podem ter grande benefício com esse tipo de tratamento são os que sofreram derrames ou paralisia muscular.

O kinesio taping é uma ótima maneira de reduzir edemas e dor, decorrentes de lesão muscular, uma vez que o quadro álgico resulta em aumento da pressão sobre os receptores sensoriais e neurológicos, que pode facilmente ser aliviada pelas ondulações que a banda proporciona, tencionando a pele e estimulando a circulação.

Essa terapia alternativa promete ser uma excelente adjuvante no tratamento de vários problemas, podendo ser usada por todos os tipos de pessoas, com as mais variadas idades, além de não possuir contraindicação.

Fonte Mundo das Tribos

Amapá volta a fazer mutirão de cirurgias plásticas em vítimas de escalpelamento

Os acidentes ocorrem em embarcações artesanais que têm o motor descoberto

Cerca de 40 cirurgiões plásticos voluntários retornam ao Amapá neste fim de semana para realizar a segunda etapa de procedimentos em vítimas de escalpelamento. Em maio deste ano, 32 pacientes receberam próteses expansoras do couro cabeludo, que agora serão retiradas pelos médicos.

O escalpelamento é uma lesão considerada grave porque as vítimas têm o couro cabeludo e outras partes do rosto arrancados total ou parcialmente. Os acidentes ocorrem em embarcações artesanais que têm o motor descoberto e localizado no centro para ajudar no equilíbrio. Quando mulheres, homens ou crianças de cabelos longos se abaixam para tirar água do fundo do barco, os fios se enroscam no eixo e ocorrem as mutilações.

Em entrevista à Agência Brasil, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Chaves, explicou que a prótese expansora colocada nos 32 pacientes consiste em um balão de silicone conectado a uma válvula que, semanalmente, injeta soro fisiológico. Agora, os cirurgiões farão uso do couro cabeludo destendido para cobrir áreas onde não há cabelo (cirurgia reparadora).

O mutirão pretende atender ainda 30 novos pacientes — a maioria, escalpelada há 20, 30 ou mesmo 40 anos. Segundo Chaves, uma senhora de 70 anos precisou esperar 58 anos para passar pela cirurgia plástica.

— Como eles permanecem muitos anos escalpelados, existe uma exposição solar muito frequente dessa região sem o couro cabeludo e esses pacientes estão desenvolvendo tumores nessa área.

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estimam que pelo menos 300 pessoas tenham sofrido algum tipo de escalpelamento na região entre Belém e o estado do Amapá. Desde o início do ano, nove casos já foram contabilizados, sendo três nos últimos 45 dias. As vítimas incluem uma criança de apenas nove anos.

— As cirurgias são um trabalho humanitário, voluntário, mas estamos preocupados. Operamos pacientes, mas acontecem novos casos, tem que haver uma política mais efetiva.

Para ele, existe uma lei federal sobre ações preventivas do escalpelamento e um trabalho ostensivo da Defensoria Pública Federal e do governo do Amapá, mas está provado que esses mecanismos não estão alcançando o nível de eficiência necessário.

Chaves lembrou que o número de embarcações sem o protetor de eixo ainda é grande no Amapá, já que muitos condutores recebem o produto mas não o utilizam, porque ele diminui a área útil interna do barco.

— Precisamos de sensibilidade política. A situação dos pacientes é muito grave. Uma das soluções é a modernização das embarcações da região amazônica, um meio de transporte que eles necessitam. São embarcações muito artesanais. Tem que haver um projeto de governo no sentido de modernizar essas embarcações.

Assista ao vídeo:


  • Fonte R7

Brasil ganha novo medicamento capaz de detectar tumores com mais precisão

Medicação rastreia tumores neuroendócrinos, de células do sistema endócrino

Um novo tipo de radiofármaco (medicamento marcado com material radioativo), capaz de detectar com mais precisão, tumores neuroendócrinos já está disponível no Brasil. O anúncio foi feito  durante o Simpósio Villas Boas sobre Tumores Neuroendócrinos, em Brasília.

Em entrevista à Agência Brasil, o médico nuclear indiano Vikas Prasad, uma das maiores autoridades do mundo em câncer neuroendócrino, explicou que esse tipo de tumor é derivado de células do sistema endócrino e pode estar localizado em qualquer parte do corpo, sobretudo no pâncreas, nos pulmões e no intestino.

A doença tem diagnóstico difícil e é considerada rara, já que acomete cinco pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes. Mas os casos, segundo Prasad, vêm aumentando de forma significativa nas últimas duas décadas. O médico avaliou que a chegada do novo tipo de radiofármaco ao Brasil é importante em razão da numerosa população e da disponibilidade de profissionais capacitados para o diagnóstico e o tratamento.

“É uma terapia cara, mas de custo aceitável. Por que sair do país quando se pode oferecer esse tipo de tecnologia aqui? O diagnóstico precoce do câncer neuroendócrino é importante para evitar a metástase [estágio mais avançado do câncer], e o Brasil tem profissionais capacitados para isso”, destacou.

Até então, o diagnóstico desse tipo de câncer no país era feito por meio de tomografias e ressonâncias magnéticas, que permitem uma visualização limitada do tumor. Já o novo radiofármaco permite uma resolução até três vezes melhor, além de identificar lesões menores.

O cirurgião oncológico do Instituto Nacional de Câncer (Inca) Rinaldo Gonçalves ressaltou que o novo tipo de radiofármaco permite um exame mais rápido, sem necessidade de o paciente voltar no dia seguinte para repetir o procedimento médico. “O médico vai saber o quão extensa é a doença e tratá-la melhor”, disse Gonçalves.

Não há um levantamento oficial de quantos brasileiros são acometidos pelo câncer neuroendócrino, mas um comparativo indica que o Inca acompanha, todos os anos, cerca de 500 casos de carcinoma (tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais), enquanto os casos de tumor neuroendócrino somam apenas 30 ou 40 no mesmo período.

Fonte R7

Estudo mostra que óleo de copaíba auxilia no tratamento

Pesquisa da UFPA revela benefícios do óleo no sistema nervoso

Pesquisa científica descobriu que o óleo de copaíba – desde sempre um remédio bastante popular entre os moradores do norte do País — é mesmo eficiente e que seu uso pode ajudar na recuperação de pessoas que sofreram algum tipo de derrame cerebral.

A dona de casa Isabel Campos sempre o óleo em casa, e relata a experiência de sua família com o remédio:

— A minha avó passou pra mim, agora eu passo pras minhas filhas. Meus netos usam também.


Para Socorro Silva, vendedora do tradicional mercado Ver-o-Peso, o remédio é também fonte de lucro:

— Só hoje eu vendi umas 40 garrafinhas, só hoje de manhã. Vendo por R$ 15.

Na sabedoria popular, cada um tem uma receita. Alguns usam para desinflamar a garganta, outros recomendam o uso diário antes das refeições e há até quem use em cima de manchas de sangue oriundas de alguma batida.

E foi a experiência do povo que levou a copaíba para o laboratório da Universidade Federal do Pará. Há três anos, o neurocientista Wallace Leal estuda os benefícios do óleo no sistema nervoso central, uma pesquisa inédita no mundo. Os estímulos de uma lesão no cérebro foram feitos em ratos, simulando um AVC (Acidente Vascular Cerebral). E a descoberta é motivadora.

— Nós encontramos uma interessante evidência experimental de que tem um efeito antiflamatório e protetor no sistema nervoso central. Nesse estudo nós mostramos que após uma lesão aguda, o uso da copaíba diminui o desenvolvimento da lesão, pós AVC.

A copaíba é um óleo extraído do caule da copaibeira. Para evitar erros, os pesquisadores usaram exemplares de copaíba produzidos pela Embrapa, já que muitas das vendidas no mercado normalmente são misturadas com outras substâncias.

O resultado da pesquisa aponta que a copaíba não previne nenhuma doença, mas que é capaz de reduzir lesões. Outros experimentos ainda serão feitos em primatas antes dos humanos, o que deve levar pelo menos cinco anos. Até lá, difícil é mudar os ensinamentos populares.

Assista ao vídeo:

Fonte R7

Johnson anuncia que vai abolir algumas substâncias químicas de seus produtos

A Johnson&Johnson fez um anúncio nesta semana nos Estados Unidos afirmando que até 2015 vai retirar algumas substâncias químicas de seus produtos, incluindo os que são vendidos no Brasil, como Neutrogena, Clean&Clear e os shampoos para bebês.

O anúncio vem depois de um longo debates nos Estados Unidos e de campanhas de consumidores que pedem um uso mais restrito de produtos que, em animais, se mostraram pouco seguros – mesmo que usados há décadas. Foi a primeira grande empresa a fazer esse tipo de anúncio, bastante comemorado por organizações não governamentais.

“Estamos vivendo uma discussão pública sobre a segurança de alguns ingredientes dos produtos de uso pessoal. É importante termos uma voz nisso”, afirmou em entrevista ao New York Times Susan Nettesheim, vice-presidente para produtos e toxicologia da empresa. Ela afirma que a mudança exigirá um investimento grande da companhia para pesquisar alternativas para essas substâncias, usadas há décadas por todo o mercado.

Em 2009, a Campanha para Cosméticos Seguros, realizada por várias organizações não-governamentais, analisou dezenas de produtos para crianças vendidos no mercado americano e constatou a presença do formaldeído e do 1,4 dioxane, considerados cancerígenos em estudos com animais – e eles não constavam na lista de ingredientes dos produtos porque não eram considerados, tecnicamente, ingredientes. Nesses produtos em questão eles apareciam como resíduos liberados com o tempo por outros ingredientes usados nas fórmulas.

A empresa também vai parar de usar o ftalato, várias fragrâncias e o triclosano, um antibacteriano usado em sabonetes, todos eles questionados por grupos de consumidores e associados a problemas de saúde, inclusive câncer, em pesquisas laboratoriais com animais.

A iniciativa é bem boa e espera-se que outras empresas sigam o mesmo caminho – interessante, inclusive, para se começar a discutir mais o tema aqui no Brasil, onde a gente ainda aceita escova progressiva com altos níveis de formaldeído (apesar de haver regulamentação da Anvisa sobre o tema).

Fonte Estadão

Tumores múltiplos são incomuns, diz especialista

Pacientes com vários tipos de câncer são raros. "É mais comum vermos tumores causados pelo próprio tratamento, como ocorre com algumas leucemias", diz o hematologista Nelson Hamerschlak, coordenador do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

O seminoma (tipo de tumor de testículo diagnosticado em Paulo Velloso) não tem nenhuma relação com os linfomas, observa o especialista.

Alguns casos realmente são uma tremenda coincidência. Outra possibilidade é que o envelhecimento das pessoas e os avanços da medicina, que aumentam a expectativa de vida, possibilitem o surgimento de doenças que antes não apareciam simplesmente porque se morria antes. As pesquisas realizadas no campo da genética também têm muito a contribuir para explicar esses casos.

O câncer de testículo é o tipo de tumor mais comum entre homens de 15 a 35 anos. Pode ocorrer em mais velhos, mas é raro em crianças. Ele responde por 5% dos casos de câncer entre homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A doença tem altas chances de cura quando diagnosticada precocemente. Embora não se saibam bem as causas, ele está relacionado ao histórico familiar, traumas na bolsa escrotal e casos em que o testículo não desce para a bolsa.

Os linfomas são tumores do sistema linfático (que produz as células do sistema imune). O linfoma de Hodgkin é mais comum em adultos jovens, já o tipo não Hodgkin é, entre os linfomas, o mais incidente na infância. Segundo o Inca, o número de casos de não Hodgkin duplicou nos últimos 25 anos, embora ainda não se saiba bem por quê.

Entre os sinais de alerta, estão gânglios aumentados no pescoço, nas axilas ou na virilha, perda de peso sem motivo e coceira excessiva. As chances de cura desses tumores também são altas quando detectados cedo.

Fonte Estadão

Médicos devem paralisar atividades na próxima terça-feira

 
Profissionais protestam contra MP que trata da remuneração e jornada de trabalho da categoria

SÃO PAULO - Médicos servidores públicos federais pretendem paralisar as atividades na próxima terça-feira, 12, em protesto contra a Medida Provisória (MP) nº 568, de 2012, que trata da remuneração e da jornada de trabalho de profissionais de saúde.

De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o texto prevê que profissionais que atualmente mantêm jornada de 20 horas semanais no serviço público, ao ingressar na carreira, tenham que cumprir 40 horas semanais e receber o mesmo valor uma redução de 50% na remuneração.

"A medida é considerada pelo presidente da entidade, Cid Carvalhaes, como um enorme retrocesso em um país já tão castigado pela carência do Sistema Único de Saúde e pela desvalorização dos profissionais de medicina", informou a Fenam.

Também na próxima terça-feira, a Comissão Mista do Congresso Nacional deve votar a admissibilidade da MP 568. O objetivo da categoria é, por meio da paralisação, pressionar o Parlamento e abrir caminho para a primeira greve geral de médicos servidores federais no país.

"As entidades médicas compreendem que a MP traz a determinados setores do funcionalismo avanços importantes, que devem ser mantidos e até ampliados. Entretanto, particularmente nos artigos 42 e 47, prejudica os atuais e futuros servidores médicos, dobrando jornadas sem acréscimo de vencimentos, reduzindo a remuneração em até metade e cortando valores de insalubridade e periculosidade. As perdas atingem, inclusive, aposentados (e pensionistas), que tanto já se dedicaram ao serviço público, enfrentando baixos salários e condições de trabalho adversas", concluiu a Fenam.

Fonte Estadão

Especialistas defendem atividade física para evitar mortes prematuras

Em Simpósio, especialistas alertam para riscos de obesidade e falta de atividade física na América Latina

Especialistas em nutrição e profissionais da saúde brasileiros divulgaram que as causas da obesidade são múltiplas, defenderam o uso de fármacos para completar algumas dietas e sublinharam a importância da atividade física para melhorar a qualidade de vida e evitar mortes prematuras.

"A inatividade física mata tanto quanto o cigarro, mata mais que a obesidade e mais que o diabetes", disse Victor Matsudo, professor da Universidade Gama Filho de São Paulo, durante a primeira jornada de um simpósio sobre equilíbrio energético realizado no Guarujá.

Matsudo alertou que a população brasileira está ganhando peso rapidamente, afirmou que 70% dos cidadãos da cidade de São Paulo são sedentários e que a inatividade causa uma morte cada dois minutos.

"Minha perspectiva é construir saúde a partir da atividade física", disse Matsudo que lembrou que o exercício não deve ser contemplado só como prevenção mas "faz parte do tratamento".

Além disso, disse que a falta de atividade física causa 9% das mortes prematuras e mostrou estudos que revelaram que os benefícios de combater o sedentarismo são mais elevados que alguns tratamentos e cirurgias.

Já o professor de Medicina Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo, defendeu o uso de remédios para ajudar na perda de peso de pacientes que não alcançam emagrecer com dietas, mas matizou que o mesmo medicamento pode ter diferentes efeitos em pessoas distintas.

"Não é obeso o que quer, é obeso o indivíduo que entre outros fatores tem um distúrbio bioquímico por razões que ainda não se conhecem", afirmou.

Além disso, detalhou que o estresse, a falta de sono, as bactérias e a carência de algumas vitaminas como fatores que influem no sobrepeso.

Outro especialista que discursou no debate foi o professor de Epidemiologia e do Programa de Ciências Nutricionais da Universidade de Washington, Adam Drewnowski, que desmentiu que as bebidas com adoçantes baixas em calorias causem fome ou superestimulem os receptores do sabor.

O especialista disse que esse tipo de bebida é "uma ferramenta útil a mais" no controle do peso, mas esclareceu que não é uma "varinha mágica".

Drewnowski destacou que não há estudos a longo prazo e assegurou que é difícil a extrapolação dos dados de uma região geográfica a outras, por isso recomendou estudos próprios sobre a América Latina.

O pesquisador também falou da escolha dos sabores e manifestou que é natural a inclinação das crianças pelo doce e a evolução dessa escolha com a passagem dos anos.

Segundo o professor, o ser humano relaciona o sabor amargo com venenos e substâncias que põem em perigo sua sobrevivência.

O endocrinologista mexicano Fernando Lavalle foi o encarregado de abrir hoje os debates, que reúnem mais de 130 participantes, e têm o objetivo de aprofundar sobre os pilares científicos do balanço energético.

Lavalle, que preside o comitê organizador da Série Científica Latino-Americana, iniciativa que promove o simpósio, alertou sobre os riscos de obesidade e falta de atividade física na América Latina e acrescentou que os sistemas de saúde não estão suficientemente desenvolvidos para enfrentar essa realidade.

Fonte Estadão

Nova combinação de drogas reduz o risco de mãe transmitir HIV a bebê

Estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que uma nova combinação de drogas reduz o risco de uma mãe soropositiva transmitir o vírus para seu bebê. O resultado modifica o padrão mundial de tratamento para prevenção da chamada transmissão vertical do HIV, segundo a Fiocruz.

A pesquisa foi realizada com 1.684 crianças tratadas em 17 hospitais da África do Sul, da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil. É aplicável apenas nos casos de bebês considerados de alto risco, quando as mães não receberam o coquetel antiaids durante a gravidez. Com a primeira dose aplicada à criança em até 48 horas após o parto, o resultado é duas vezes mais eficaz que a terapia até então usual, com o antirretroviral AZT.

Das crianças que participaram do estudo, 70% eram vinculadas a instituições brasileiras. A responsável pela coordenação no Brasil foi a infectologista e diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), Valdilea Veloso.

Ela disse que o trabalho foi planejado com base em uma necessidade da população brasileira. "O foco era a população mais vulnerável, com menos acesso ao sistema de saúde." Valdilea lembrou que o risco de um bebê se infectar quando a mãe recebe corretamente o tratamento antirretroviral durante a gestação é mínima (menos de 1%).

Nesses casos, portanto, não há necessidade de combinação de drogas. O problema é quando se descobre que a mãe é portadora do vírus já perto do parto, sem um planejamento precoce.

Risco. Segundo Karin Nielsen-Saines, coordenadora-geral do estudo, crianças nascidas de mães que não receberam terapias antirretrovirais têm 25% de risco de serem infectadas durante a gravidez ou o parto. Essa possibilidade aumenta para cerca de 40% quando os bebês são amamentados.

A orientação considerada mais eficaz de prevenção da transmissão para recém-nascidos até a conclusão do estudo era usar o antirretroviral zidovudina (AZT). No entanto, os resultados mostraram que combinações de dois ou três antirretrovirais (nevirapina, nelfinavir e lamivudina) são duas vezes mais eficazes para o corte da transmissão do HIV.

Valdilea disse que houve uma preocupação para que o tratamento fosse simples e rápido. Em um dos casos analisados, são necessárias apenas três doses. "O custo (adicional) é desprezível quando se pensa na proteção da criança."

Para o estudo, foram selecionados recém-nascidos de mães soropositivas que descobriram ter a doença pouco antes do parto e, por isso, não foram tratadas com AZT durante a gestação. As crianças foram separadas em três grupos e receberam diferentes combinações dos medicamentos: o primeiro grupo, com 566 crianças, somente AZT; o segundo, com 562, AZT e nevirapina; e o terceiro, com 556, AZT, nelfinavir e lamivudina.

Redução. A primeira dose foi ministrada nas 48 horas iniciais de vida do bebê, com continuidade do tratamento por seis semanas. Do total de crianças participantes, 140 foram infectadas antes da administração dos antirretrovirais: em 97, a transmissão ocorreu durante a gestação e, em 43, no parto.

Após três meses de acompanhamento, a transmissão ocorreu em 4,8% dos bebês que receberam somente AZT, mas apenas em 2,2% entre os que receberam AZT e nevirapina, e em 2,4% dos que tomaram AZT, nelfinavir e lamivudina.

A terapia com duas drogas, aplicada ao segundo grupo, foi menos tóxica quando comparada com a de três antirretrovirais.

O projeto foi iniciado há dez anos e está em sua primeira fase. "Nosso ensaio clínico resulta do grau mais forte de evidência científica", disse Valdilea. O estudo foi publicado na revista científica americana The New England Journal of Medicine.

Fonte Estadão

Medicina personalizada ganha força com avanços da tecnologia genômica

Hospitais investem em novas máquinas de sequenciamento para acelerar a customização do diagnóstico e do tratamento do câncer, usando características genéticas dos tumores para selecionar drogas e técnicas mais eficientes

Herton Escobar, O Estado de S.Paulo

Frederico e Griselda são os dois "funcionários" que mais trabalham no novo Centro de Oncologia Molecular do Hospital Sírio-libanês. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, literalmente, lá estão eles, processando amostras de DNA numa sala supergelada, com ar condicionado ligado a 14 °C constantes, nos fundos do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do hospital.
 
 
É assim que os cientistas veem as alterações cromossômicas detectadas no genoma do tumor - Galante et. al
Galante et. al
É assim que os cientistas veem as alterações cromossômicas detectadas no genoma do tumor

Estes são os apelidos dos dois aparelhos sequenciadores, de US$ 600 mil cada, que dão apoio às pesquisas de medicina personalizada no laboratório, inaugurado em abril. Mais um forte indicador de como o avanço superveloz das técnicas de sequenciamento genético está desencadeando uma lenta, porém consistente, revolução na medicina como um todo e na oncologia, mais especificamente.

Cada máquina tem capacidade para sequenciar o genoma inteiro de uma pessoa em até dez dias - algo inimaginável até poucos anos atrás. Mas não é exatamente nisso que os pesquisadores estão interessados, apesar de já ter muita empresa por aí vendendo sequenciamento como se fosse uma apólice de seguro contra todo tipo de doença. As amostras de DNA entregues a Frederico e Griselda são oriundas de células tumorais, nas quais os cientistas buscam mutações específicas que possam servir como marcadores genéticos da doença.

Marcadores específicos não só para cada paciente, mas para cada tumor individual. "O tumor já é personalizado por natureza. Falta a gente personalizar o tratamento", diz o bioquímico Luiz Fernando Lima Reis, diretor do IEP. Ele refere-se ao fato de que cada paciente tem um tumor diferente de qualquer outro, refletindo uma combinação única de alterações genéticas e de interações bioquímicas do genoma com o organismo e com o ambiente de cada indivíduo.

Algumas mutações são herdadas, outras são consequência natural do envelhecimento, outras são induzidas por fatores "ambientais", como o fumo ou a exposição excessiva à radiação solar.

Independentemente de como foi plantada a semente, porém, a raiz do câncer é sempre genética.

E assim como duas árvores da mesma espécie e muito parecidas podem ter raízes distribuídas de forma muito diferente pelo solo, dois pacientes diagnosticados com a mesma doença e com sintomas muito semelhantes podem ter tumores com raízes genéticas completamente diferentes espalhadas por seus genomas. O que significa que suas doenças, ainda que dadas o mesmo nome, vão evoluir de forma diferente e responder a determinados medicamentos de formas diferentes.

Um conceito que se tornou óbvio para médicos e cientistas nos últimos dez anos, à medida que as tecnologias desenvolvidas para sequenciar o genoma humano foram ficando mais rápidas, eficientes, baratas e acessíveis. Daí nasceu a promessa da "medicina personalizada", que adota o sequenciamento genético como sua ferramenta básica de trabalho.

Em várias situações, já é possível customizar o tratamento de pacientes com câncer com base na presença ou ausência de determinadas alterações genéticas. No câncer de pulmão, por exemplo, sabe-se que pacientes portadores de uma mutação no gene EGFR respondem muito bem a drogas inibidoras de EGFR (Receptor do Fator de Crescimento Epidermal, em inglês), enquanto que tumores com mutações no gene K-RAS são resistentes a essas mesmas drogas. "Em vez de testar vários remédios, você dá o remédio certo logo da primeira vez", explica Reis.

Ótimo, mas não suficiente. Além de escolher o melhor tratamento, cientistas agora querem usar a genômica para monitorar a recuperação dos pacientes e garantir que o câncer, uma vez "curado", não retorne mais tarde de forma sorrateira, sem ser percebido, como muitas vezes acontece.

Monitoramento
Nesse cenário, um dos projetos do Centro de Oncologia Molecular é usar a genômica personalizada para desenvolver métodos de detecção supersensíveis, capazes de denunciar a presença de tumores "invisíveis" - pequenos demais para serem vistos até numa tomografia -- com base em uma amostra de sangue. A denúncia, neste caso, não é anônima: vem com o nome e o retrato falado do suspeito, identificado pelas mutações específicas que aquele tumor utiliza para funcionar.
Imagine a seguinte situação: Um paciente com câncer de reto faz quimioterapia e radioterapia e, ao fim do tratamento, uma análise clínica conclui que não há mais vestígios do tumor naquele local. Do ponto de vista clínico, o paciente está curado.

O que seria motivo para comemoração apenas, porém, marca também o início de um dilema. O procedimento padrão é retirar o reto assim mesmo, por precaução - uma cirurgia complicada e com impactos profundos na qualidade de vida do paciente. A pessoa pode optar por não operar, mas há sempre o risco de o câncer voltar, pois sempre podem sobrar algumas células tumorais que os exames clínicos não conseguem detectar.

É com esse tipo de caso que os pesquisadores estão trabalhando para desenvolver um método de detecção precoce de tumores via sequenciamento. "O objetivo é prever a volta do tumor antes mesmo que ele seja detectável clinicamente", explica a geneticista Anamaria Aranha Camargo, coordenadora do centro e diretora do Instituto Ludwig para Pesquisa do Câncer no Brasil.

O primeiro passo é obter uma amostra do tumor. O segundo é sequenciar o genoma das células tumorais. O terceiro, e mais trabalhoso, é identificar, com base nesse sequenciamento, marcadores moleculares que sejam específicos daquele tumor e permitam diferenciá-lo das células sadias do organismo. "Tiramos uma impressão molecular do tumor, como se fosse a impressão digital de uma pessoa doente", compara Anamaria.

Os marcadores selecionados não são mutações pontuais na sequência de DNA, mas alterações cromossômicas chamadas translocações, em que pedaços de um cromossomo se fundem com outro cromossomo - algo que não ocorre em células sadias e pode ser detectado com facilidade via sequenciamento.

Detecção
Por menor que seja, à medida que um tumor se desenvolve ele libera DNA e células tumorais na corrente sanguínea, que carregam a "impressão molecular" da doença. Com as tecnologias modernas de biologia molecular, é possível rastrear e amplificar (produzir milhões de cópias) desse "DNA circulante" do sangue com facilidade. Se a impressão molecular do tumor estiver circulando por ali, é fato que ela será detectada.

"Com o custo do sequenciamento caindo cada vez mais, já é hora de começarmos a fazer isso", argumenta Anamaria. Seu grupo, que trabalha em parceria com a médica Angelita Habr-Gama, está testando a metodologia em amostras de tumor e sangue de sete pacientes que tiveram câncer de reto.

Um deles passou por terapia, continuou com o tumor, e fez a cirurgia para remoção do reto. Outro passou pela terapia, ficou sem sinais clínicos de tumor, mas optou por retirar o reto assim mesmo.

(Neste caso, uma análise posterior do órgão retirado confirmou que o tumor realmente havia desaparecido - ou seja, a cirurgia não era necessária e poderia ter sido evitada se o teste molecular já estivesse disponível.)

Os outros cinco pacientes tiveram resposta clínica positiva ao fim do tratamento e, após vários meses, três continuam sem sinais clínicos da doença e dois tiveram recidiva e foram obrigados a operar.

Com o apoio de Frederico e Griselda - e de uma equipe robusta de biólogos e bioinformatas - Anamaria já mapeou as translocações dos sete pacientes e espera ter esses dados confirmados nas próximas semanas. Em seguida, vai procurar por essa "impressão digital" nas amostras de sangue e ver se os resultados moleculares batem com o que foi observado clinicamente. No sangue do paciente que retirou o reto sem necessidade, por exemplo, espera-se não encontrar nenhum vestígio de DNA tumoral circulante. "A avaliação da eficácia do tratamento é fundamental numa situação como essa", aponta Anamaria.

Apesar da metodologia estar sendo testada em câncer de reto, se comprovada, ela tem potencial para ser aplicada em uma grande variedade de tumores. Essencialmente, em qualquer situação clínica em que haja risco de recidiva. E também para detectar a presença de metástases - tumores secundários, derivados do tumor principal, que podem permanecer escondidos em outros órgãos depois que o foco da doença foi eliminado. Uma vez registrada a impressão molecular do suspeito, basta procurar por ele - ou por seus filhos - numa amostra de sangue. "Se o DNA tumoral estiver no sangue, pode procurar que em algum lugar ainda tem tumor", conclui Reis.

Fonte Estadão

Saiba como escolher o adoçante adequado

Especialista analisa os tipos disponíveis no mercado brasileiro

Entre os diferentes tipos de adoçantes presentes no mercado, qual é o mais indicado quando se leva em conta a condição de saúde da pessoa, seu estilo de vida e paladar? A nutricionista Camila Torreglosa, Hospital do Coração, esclarece o assunto para você.

— Apesar de todos os adoçantes terem o mesmo objetivo, que é substituir o açúcar, cada tipo de adoçante tem sua peculiaridade. Por isso é importante que o consumidor tenha conhecimento — afirma.

Sintetizado a partir de edulcorantes, o adoçante pode conter substâncias naturais ou artificiais, responsáveis pelo sabor adocicado e provenientes de matérias-primas como aminoácidos, produtos sintéticos e derivados da cana.

— Um dos grandes benefícios do adoçante é a baixa quantidade de açúcar, principalmente quando comparado ao açúcar, que tem 4 calorias por grama. Ele pode ser utilizado como um aliado no tratamento da obesidade, contudo é preciso também uma mudança nos hábitos alimentares e a prática de esporte — diz Camila.

O uso de alguns tipo de adoçantes, em especial os artificiais, geram polêmicas. Há quem diga que eles podem causar diversos tipos de problemas, como o câncer.

— Não existem evidências científicas conclusivas sobre os malefícios do uso do adoçante, mas é preciso respeitar o limite de consumo diário que vem descrito na embalagem — destaca a nutricionista.

Segundo ela, gestantes, lactentes, crianças e pessoas com restrições alimentares precisam de orientação médica para a escolha do adoçante ideal. Pessoas com hipertensão arterial, que precisam controlar o consumo de sódio, devem utilizar com cuidado adoçantes como o ciclamato ou a sacarina, que possuem altos níveis deste mineral em sua composição.

— Hoje no Brasil temos também alguns produtos que misturam o açúcar ao adoçante, então é importante que o consumidor faça a leitura do rótulo do produto para que encontre o produto que vá atender as suas necessidades.

::: Adoçantes naturais
:: Frutose
Extraído de frutas e do mel, é mais doce que o açúcar, contém grande quantidade de calorias e eleva os níveis de açúcar no sangue, não sendo indicado para diabéticos e para dietas.

:: Esteviosídeo
Extraído de uma planta nativa da América do Sul (stevia rebaudiana) tem um sabor próximo ao açúcar, não possui calorias e não altera os níveis de açúcar no sangue.

:: Sorbitol
É encontrado em algumas frutas, como a maçã e a ameixa, e em algas marinhas. Possui valor calórico e não é recomendado para diabéticos. É mais utilizado em chicletes, balas e biscoitos. Tem ação laxativa;

::: Adoçantes artificiais
:: Aspartame
Tem grande poder adoçante (200 vezes superior ao açúcar). Não contém calorias e seu uso é permitido para diabéticos. Embora algumas pesquisas associem seu uso à ocorrência de câncer e Mal de Alzheimer, não há comprovação científica.

:: Sacarina
Criada em 1879, ela é sintetizada a partir do ácido toluenossulfônico, derivado do petróleo. Deixa um sabor residual amargoso e metálico, mas não contém calorias e pode ser usada por diabéticos. Por conter sódio, é contraindicada para hipertensos. Pesquisas associavam o uso da sacarina ao surgimento de câncer, mas sem evidências conclusivas.

:: Ciclamato de sódio
Provém do ácido ciclo hexano sulfâmico, derivado do petróleo. Assim como a sacarina, não possui calorias e pode ser usado por diabéticos, mas também é contraindicado para hipertensos. É encontrado em refrigerantes zero e adoçantes. Pesquisas científicas apontam que o consumo de ciclamato pode causar câncer e tumores, e por conta disso, disso foi proibido em países como EUA, Japão e França.

:: Sucralose
É extraído da cana de açúcar e modificado para não ser absorvido pelo organismo humano. Tem um sabor similar ao do açúcar, não contém calorias, não causa cáries, não eleva a glicemia, podendo ser consumido por diabéticos, gestantes e hipertensos. É vendido como produto adoçante e está presente em alimentos de baixa caloria.

Fonte Zero Hora

Hábito de limpar os ouvidos de forma incorreta pode causar sérias lesões no tímpano

Com o uso do cotonete, a cera é empurrada para o fundo do canal auditivo, podendo provocar obstrução

Se você faz parte da grande parcela da população que tem o hábito de limpar os ouvidos com hastes flexíveis, popularmente conhecidas como cotonetes, é bom ficar atento. Apesar de ser uma prática comum, poucos sabem que remover a cera do canal auditivo externo gera diversos riscos, como otites e até sérias lesões no tímpano.

Há quem ignore o fato de que o cerume tem um papel fundamental, entre eles a função antimicrobiana — ou seja, a capacidade de eliminar grande parte das bactérias e outros germes que venham a entrar no canal auditivo. Além de proteger e lubrificar o canal auditivo externo.

— A cera possui uma natureza pegajosa que aprisiona objetos estranhos e previne o contato direto com diversos organismos, poluentes e insetos. Ajuda também a diminuir os riscos de infecção — afirma a fonoaudióloga Maria do Carmo Branco.

Sem essa proteção natural, ocorre um ressecamento na região e, consequentemente, o canal auditivo torna-se vulnerável.

— Quando se usa o cotonete, a secreção é empurrada para o fundo do canal auditivo e pode provocar uma obstrução que acarreta em diminuição de energia na passagem do som. O interior do canal tem células com pequenos pelos denominados cílios, que tem como uma das funções a de empurrar para fora a cera excessiva. Se a cera não for expulsa e se acumular no fundo do ouvido, vai provocar danos — explica a especialista.

O otorrinolaringologista Carlos Freire, da Universidade de São Paulo (USP), diz que a maioria dos médicos desaconselha o uso de cotonete.

— Feito de forma incorreta, ele pode compactar o cerúmen no fundo do ouvido, que só é removido por meio de lavagem feita por um médico ou com medicamentos que promovem a liquefação da cera, facilitando a remoção.

Como limpar sem agredir
:: A melhor maneira de limpar os ouvidos sem prejudicá-los é utilizar uma toalha logo após o banho, até onde o dedo alcança — e não vale o dedo mínimo.

:: Se for usar hastes flexíveis (cotonetes), cuide para limpar com cuidado, apenas por fora, sem empurrar no canal auditivo.

:: Em alguns casos, há a possibilidade de ocorrência da diminuição da audição devido à existência de excesso de cera. Neste caso, a secreção precisa ser retirada por um especialista com lavagem ou aspirações — processos realizados com instrumentos especiais que não agridem os ouvidos.

Fonte Zero Hora

Licença médica para tratar alcoolismo bate recorde no País

Em março foram concedidos 4.120 benefícios, uma média de cinco por hora. Aumento de afastamentos do emprego nos últimos seis anos foi de 69,6%

O mês de março fechou com um recorde histórico de licenças médicas concedidas para trabalhadores, de todos os setores, se tratarem de dependência química.

Em 31 dias, 4.120 benefícios previdenciários do tipo foram registrados pelo governo federal, uma média de cinco afastamentos por hora.

O levantamento feito nos bancos de dados do Ministério da Previdência Social mostra que o aumento é anual e gradativo. Entre 2006 e 2011, o crescimento acumulado de licenças nesta categoria foi de 69,9%, pulando de 24.489 para 41.534 no último ano.

Na comparação, os afastamentos por dependência química cresceram mais do que o dobro da elevação registrada de postos de trabalho com carteira assinada no País. Enquanto os empregos formais tiveram alta de 6% entre 2010 e 2011 (segundo o IBGE), as licenças deste tipo ampliaram 13,9% no mesmo período.

Evolução de licenças trabalhistas
Dependência química cresce entre os motivos para o afastamento do trabalho

O álcool é a locomotiva do aumento, sendo a droga que mais aparece como responsável por afastar do trabalho por mais de 15 dias médicos, advogados, funcionários da construção civil, professores e todos outros empregados com carteira assinada. Em seguida, probleas com cocaína, maconha e medicamentos calmantes são apontados como motivos para os afastamentos.

Para o diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Cid Pimentel, a ampliação de licenças por uso compulsivo de substâncias entorpecentes evidencia três fenômenos: “Há um evidente aumento do consumo de drogas pelos brasileiros e isso repercute, de forma devastadora, no desempenho profissional”, diz.

“Mas há também uma maior sensibilização por parte das empresas em reconhecer a dependência química como uma doença e não mais como uma falha de caráter. Outra influência no aumento é o fato da notificação estar mais precisa. Antes os casos ficavam escondidos”, explica Pimentel.

A vendedora Alice, 20 anos – atualmente em tratamento em uma clínica de reabilitação particular – confirma que bebeu durante o expediente por anos até ser convidada pelo chefe a buscar ajuda especializada. Acredita que muitos clientes sentiam o cheiro etílico das doses de pinga e cerveja, que começava a beber às 10h.

“Meu chefe falou comigo. Disse que me daria todo apoio caso eu procurasse ajuda médica e que poderia voltar a trabalhar depois de recuperada. Eu aceitei a oferta, pedi licença médica de três meses, mas tenho medo de não ter mais trabalho quando sair.”

Portas fechadas
O medo de Alice não seria justificado pelas leis trabalhistas, que garantem 180 dias de estabilidade após tratamento médico. Mas na prática, afirma o coordenador da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas, Juliano Marfim, ainda há muitas dispensas após a alta dos dependentes.

“Há um preconceito muito forte por parte dos empregadores e, após o tratamento, as demissões são constantes”, afirma.

“Nos nossos cursos de formação de terapeutas para tratar de dependentes químicos, temos um número muito alto de ex-usuários que simplesmente não conseguiram voltar para as suas funções de origem. Eu mesmo, que estou em abstinência há 5 anos, não consegui mais trabalho na área administrativa, onde sempre atuei. Acabei trabalhando com as drogas.”

Mauro, 41 anos, limpo há 9 meses, também não voltou mais para o ramo comercial.

“As portas se fecham”, diz ele que agora trabalha na recuperação de ex-usuários.

“Essa postura por parte das empresas precisa e deveria mudar. Porque a pessoa para conseguir sustentar o vício acaba desenvolvendo algumas habilidades de sedução, de improvisação, de convencimento, por exemplo, que podem ser revertidas positivamente e exploradas no mercado de trabalho”, acredita Marfim.

Rede de apoio
Apesar das dificuldades relatadas pelos ex-dependentes para voltar ao mercado de trabalho, algumas empresas decidiram criar uma rede de apoio para acolher os profissionais envolvidos com álcool e drogas.

Por meio das equipes de recursos humanos e de médicos do trabalho, as instituições fazem a abordagem de funcionários com indícios de abuso de drogas lícitas e ilícitas e estendem a oferta de terapia de reabilitação também às famílias. É o que conta Carlos Netto, diretor de gestão de pessoas do Banco do Brasil, uma das empresas citadas como referência pela Previdência Social na área de atendimento da dependência química.

“Um dos nossos focos de atuação é a reinserção do profissional encaminhado ao tratamento”, conta Netto.

“Ele é gerenciado por nossas equipes e, em alguns casos, realocado em outros setores, ficando mais próximo de casa. Entendemos que o trabalho é um mecanismo importante na recuperação, garante não só a renda mas a autoestima.”

Relação com a profissão
A dependência de álcool é uma doença de múltiplas causas, influenciada pela genética, pelos hábitos, pela história de vida e também pela ocupação prossifional. Os cientistas ainda não conseguem responder com plena certeza as razões concretas que levam uma pessoa ficar viciada, mas as pesquisas encontram cada vez mais um elo com a profissão exercida.

A última publicação que coloca luz nesta relação foi feita por médicos canadenses. Realizado com 10.155 trabalhadores, o estudo avaliou as contribuições da posição hierárquica dentro da empresa e das condições de trabalho, como salário, estresse e demandas físicas e psicológicas, para o consumo indevido do álcool no ambiente de trabalho.

De acordo com estudiosos do Centro de Informações sobre Álcool (Cisa) do Brasil – que avaliaram os resultados – “o cargo profissional é sugerido como um importante fator motivador para o uso e abuso do álcool, muito mais influente do que as condições de trabalho.”

Executivos, diretores e administradores de altas gerências (“upper managers”) formam um grupo com padrão de consumo de alto risco, com propensão de beber exageradamente (10 ou mais doses para mulheres, e 15 ou mais doses para homens) 139% maior do que a apresentada pelos trabalhadores abstêmios ou que não haviam bebido na semana anterior à pesquisa.

No Brasil, inquérito feito pelo Ministério da Saúde já havia constatado que as pessoas com maior escolaridade são as que mais exageram no consumo etílico. Os dados mostram que 20,1% dos adultos com mais de 12 anos de estudo bebem acima da média, índice que cai para 15,9% entre os menos instruídos (com até 8 anos de estudo).

Ainda que a dependência química tenha impacto crescente no ambiente de trabalho, esta doença não figura entre as 10 que mais afastam trabalhadores. No ranking, dor nas costas é a primeira entre os benefícios previdenciários concedidos. Conheça as outras:
  1. Dor nas costas ocupa o primeiro lugar
  2. Dor no joelho aparece como segundo motivo dos afastamentos
  3. Hérnia inguinal afasta 80 mil pessoas por ano e está em 3º lugar
  4. Depressão está em 4º lugar no ranking de afastamentos
  5. Mioma uterino aparece em 5º lugar entre os afastamentos
  6. Varizes também estão no ranking, na sexta posição
  7. Doença isquêmica do coração ocupa a 7ª posição
  8. Hemorragia na gravidez também afasta muitas mulheres do trabalho e está na oitava posição
  9. Câncer de mama está na 9ª posição da lista de afastamentos
  10. Na décima posição está a chamada bexiga caída
Fonte iG