
O anúncio vem depois de um longo debates nos Estados Unidos e de campanhas de consumidores que pedem um uso mais restrito de produtos que, em animais, se mostraram pouco seguros – mesmo que usados há décadas. Foi a primeira grande empresa a fazer esse tipo de anúncio, bastante comemorado por organizações não governamentais.
“Estamos vivendo uma discussão pública sobre a segurança de alguns ingredientes dos produtos de uso pessoal. É importante termos uma voz nisso”, afirmou em entrevista ao New York Times Susan Nettesheim, vice-presidente para produtos e toxicologia da empresa. Ela afirma que a mudança exigirá um investimento grande da companhia para pesquisar alternativas para essas substâncias, usadas há décadas por todo o mercado.
Em 2009, a Campanha para Cosméticos Seguros, realizada por várias organizações não-governamentais, analisou dezenas de produtos para crianças vendidos no mercado americano e constatou a presença do formaldeído e do 1,4 dioxane, considerados cancerígenos em estudos com animais – e eles não constavam na lista de ingredientes dos produtos porque não eram considerados, tecnicamente, ingredientes. Nesses produtos em questão eles apareciam como resíduos liberados com o tempo por outros ingredientes usados nas fórmulas.
A empresa também vai parar de usar o ftalato, várias fragrâncias e o triclosano, um antibacteriano usado em sabonetes, todos eles questionados por grupos de consumidores e associados a problemas de saúde, inclusive câncer, em pesquisas laboratoriais com animais.
A iniciativa é bem boa e espera-se que outras empresas sigam o mesmo caminho – interessante, inclusive, para se começar a discutir mais o tema aqui no Brasil, onde a gente ainda aceita escova progressiva com altos níveis de formaldeído (apesar de haver regulamentação da Anvisa sobre o tema).
Fonte Estadão
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