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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Suplementos alimentares: você precisa deles?

Nos últimos anos, o mercado de suplementos alimentares vem crescendo, principalmente entre as pessoas que praticam exercícios físicos e que desejam resultados rápidos na perda de peso ou ganho de massa muscular

Estima-se que o mercado brasileiro desses produtos cresça 25% ao ano, e que desde 2014, o mercado global já tenha movimentado mais de 200 bilhões de dólares. Mas mesmo que se ouça falar muito a respeito desses produtos, nem sempre o uso desses suplementos é necessário, e se consumido sem acompanhamento, pode acabar não tendo efeito nenhum, ou fazendo mal para a saúde.

A principal função dos suplementos já tem referência no nome: suplementar, ou seja, complementar algum nutriente que esteja faltando na nossa dieta. Existem no mercado diversos tipos de suplementos, como aqueles que fornecem carboidratos e proteínas, vitaminas e minerais. Entretanto, estes mesmos nutrientes estão presentes em alimentos naturais, que podem facilmente suprir a necessidade do corpo.

A nutricionista Gabriela Amaral explica que o profissional só irá recomendar o uso de suplementos alimentares quando a alimentação estiver insuficiente para algum nutriente. O paciente pode ser diagnosticado através de um exame e sangue, ou mesmo alguns sinais e sintomas. “Pode ser feito se necessário o complemento de vitaminas e minerais, de acordo com a necessidade do paciente. Também o complemento de proteína, normalmente associada aos treinos, e como complemento da alimentação, nunca substituindo”.

O fisiologista do exercício e educador físico, Gilberto Coelho, explica que uma pessoa com alimentação adequada e recomendada por um nutricionista, dificilmente terá a necessidade de usar este tipo de produto. “A suplementação está sendo utilizada sem orientação, e o pessoal banaliza um pouco. Porque às vezes pode não ter um risco muito grande para a saúde da pessoa, mas vai acabar sobrecarregando o organismo e eliminando na urina alguns suplementos que ela ingere sem necessidade”.

O uso irregular pode acarretar sobrecarga hepática (fígado) e renal (rim), pois os órgãos precisam processar o que foi ingerido. Além disso, a nutricionista também alerta que termogênicos, normalmente a base de cafeína, precisam de uma atenção especial e um cuidado maior, já que podem causar taquicardia, mal estar e até mesmo disfunções na tireoide.

A suplementação é muito utilizada por atletas de alto rendimento e pessoas que praticam exercícios físicos regularmente, com um gasto maior de energia e calorias durante o dia. Além disso, você pode ingerir a proteína ou outro nutriente, achando que irá obter um resultado positivo, mas acaba não tendo efeito algum. “Uma pessoa sedentária começa a praticar algum tipo de atividade física. Às vezes está em uma dieta calórica acima do que ela necessita, e começa a suplementar achando que aquilo vai ajudar a acelerar o alcance do objetivo dela. Só que ela está jogando o dinheiro dela no lixo e colocando a saúde em risco. Muitas vezes a pessoa acaba até engordando, porque está com uma dieta hipercalórica e começa a suplementar sem a orientação correta”, alerta o educador físico, Gilberto Coelho.

Se você é sedentário e vai começar a fazer alguma atividade, recomenda-se procurar um médico para ver se está apto ou não. Depois, comece com um treinamento individual recomendado por um profissional de Educação Física. Paralelamente ao treinamento físico correto, vem o acompanhamento nutricional. No caso da suplementação, apenas as pessoas que estejam sendo acompanhadas por um médico ou nutricionista devem suplementar a alimentação. E com a comunicação entre o professor de educação física e esses profissionais de saúde, os resultados podem ser ainda melhores, mais rápidos e , principalmente, com mais segurança.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde

No Brasil nasce uma criança com fissura labiopalatal a cada 650 nascimentos

labiosleporinosTratamento especializado às pessoas com fissura labiopalatal é ofertado no SUS desde 1994. Centrinho de Bauru (SP) é referência no atendimento no país

Mesmo que haja uma expectativa alta em relação ao nascimento de um bebê, algumas vezes os pais encontraram desafios, antes mesmo de o parto acontecer. Entre os possíveis percalços no meio do caminho, numa ecografia, pode ser diagnosticado no bebê a existência das chamadas fissuras labiopalatal. A cada 700 a 1000 nascimentos no mundo, uma criança pode nascer com o problema. No Brasil é uma para cada 650 nascimentos, segundo informações do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP).

Sabe-se que às fissuras labiopalatais estão entre as anomalias congênitas mais comuns em bebês recém-nascidos e são as mais frequentes das chamadas anomalias craniofaciais.

Entende-se por anomalia craniofacial qualquer defeito ou lesão estrutural anatômica que acomete na face e/ou crânio e que ocorre durante a formação do bebê na gestação. O problema ocorre no início da gravidez, no período embrionário do feto, logo nas primeiras semanas. Podem acometer o lábio ou o lábio até o rebordo alveolar (gengiva) e se forma até a 8ª semana de gestação, enquanto que a fissura de palato (goela de lobo) é formada até a 12ª semana. As fissuras isoladas de lábio são mais comuns em meninos, enquanto que a de palato isolada em meninas. Uma combinação de fatores genéticos, relacionados à hereditariedade familiar, e outros fatores chamados ambientais podem contribuir para a formação das fissuras labiopalatais.


Diagnóstico
No geral, é durante a gestação, por meio de exame de ultrassom no pré-natal por volta de 18-20 semanas de gravidez (4º e -5º mês de gravidez), que a fenda poderá ser visualizada e diagnóstico apresentado à família. Em alguns casos, também poderá ser facilmente diagnosticada no nascimento através do exame clínico do recém-nascido.

É muito importante, logo após o diagnóstico, encaminhar a família, mesmo no pré-natal ou quando o pequeno paciente nascer, a um Centro Especializado. O quadro clínico das fissuras labiopalatais é bem variado, desde uma forma leve como um entalhe no vermelhão do lábio, até tipos de fendas bem complexas como as que acometem o lábio e o palato, com o comprometimento da estética, dentição, audição e fala. Num Centro Especializado a família poderá receber as primeiras orientações sobre os cuidados com o bebê, principalmente relacionados a alimentação e prevenção de infecções de vias respiratórias e orelhas, além de saber sobre as etapas terapêuticas, bem como tirar dúvidas com relação a presença de outras anomalias associadas, risco de morte, idade da cirurgia, falha de dentição, dificuldade de fala, perda auditiva e etc.

cardfissurasTratamento
O tratamento para quem tem as fissuras labiopalatais deve começar o mais cedo possível. A reabilitação completa envolve uma equipe multidisciplinar que idealmente deve trabalhar trocando informações, somando experiências e favorecendo, desta forma, pesquisas e estudos que possam contribuir com a literatura científica e com novas técnicas de tratamento.

Esse processo incluirá a prevenção dos distúrbios da fala em bebês, que é feito com os pais antes da cirurgia para a correção da fenda palatina. São realizadas orientações para evitar o desenvolvimento de alterações na produção dos sons da fala, além de orientações quanto ao desenvolvimento da linguagem e alimentação do bebê. O acompanhamento da audição também é realizado sempre que necessário. Após a cirurgia para a correção da fenda palatina, quando a criança ainda apresenta distúrbios na fala, é encaminhada para o tratamento fonoaudiólogo.

Vale ressaltar que se um casal deseja ter um filho, ambos deverão passar por exames médicos para saber se estão em boas condições de saúde, tanto física, quanto mental e psicológica, isto é, ter um bom relacionamento entre eles e estar ciente da mudança de vida, das obrigações dos pais e a responsabilidade nos cuidados com a criança.

Referência no país
São 28 hospitais no país fazem o atendimento especializado para o tratamento das fissuras labiopalatais. Entre eles está o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP). Pioneiro em suas áreas de atuação, consolidou-se como centro de referência no tratamento das anomalias congênitas craniofaciais, síndromes associadas e deficiências auditivas. O trabalho interdisciplinar de sua equipe, o processo de reabilitação integral e a humanização no atendimento ao paciente são características que desde a origem marcaram a atuação do Hospital e se destacam até os dias atuais. O Centrinho-USP é ainda um importante núcleo gerador de conhecimento, inovações e recursos humanos especializados na área da saúde, por meio de seus programas de ensino e pesquisa.

Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Casos de sífilis voltam a aumentar no Brasil

Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. Entre gestantes, o crescimento foi de 20,9%, enquanto as infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê) subiram 19% no mesmo período


“O que caracteriza uma epidemia é quando se tem um aumento no número de casos num determinado período de tempo. A sífilis não vinha num patamar de eliminação, mas seguia estável e, de repente, surgiu um maior número de casos”, disse a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.

Ela lembrou que a sífilis é uma doença de notificação compulsória – qualquer caso deve ser obrigatoriamente notificado. O que tem se observado nos últimos cinco anos, segundo Adele, é um crescimento do número de casos dessas três notificações, inclusive da congênita.

Sintomas
De acordo com a especialista, a sífilis no adulto tem sinais específicos, mas também há um período de latência considerável. O quadro sintomático inicia com uma ferida que, nos homens, é bem aparente, não dói e pode desaparecer num período de sete a dez dias. Nas mulheres, a ferida pode surgir na genitália interna e passar desapercebida.

“A manifestação, nesses casos, fica em latência e o quadro se torna de sífilis terciária. Quando há evolução de mais de dez anos, a doença destrói tecidos como coração, cérebro e ossos”, explicou em entrevista à Agência Brasil.

Já na sífilis congênita, o período de evolução é bem mais curto. Durante a gestação, a doença pode causar aborto, malformações ósseas e manifestações na pele, além da morte do recém-nascido.

“Se a gestante é tratada adequadamente no primeiro e até no segundo trimestre, o bebê também é tratado, mesmo intra útero. É uma doença bacteriana que tem cura. A grande questão é a busca do diagnóstico e do tratamento”, destacou Adele.

Epidemia de múltiplas causas
Para a diretora, a epidemia de sífilis no Brasil é decorrente de “múltiplas causas”, como a queda no uso do preservativo – sobretudo entre pessoas de 20 a 24 anos, faixa etária onde comumente se registra maior atividade sexual e sem parceria fixa. “Estamos recomendando o uso do preservativo masculino e feminino, em alguns estados, durante a gestação, não apenas por conta de infecções sexualmente transmissíveis, mas também para evitar o vírus Zika. Recomendamos o uso não só para gestantes como para toda a população adulta.”

Outra questão envolve o acesso à penicilina, principal medicamento utilizado no tratamento da sífilis. Os problemas, no Brasil, começaram no ano passado, com o desabastecimento de matéria-prima, mas o ministério garante que o estoque foi reposto por meio da importação da droga.

“Esta semana, fizemos um novo levantamento e todos os estados estão abastecidos até abril do ano que vem, com reserva”, disse Adele.

A resistência de profissionais da enfermagem em aplicar a penicilina na atenção básica também pesa nos números da epidemia de sífilis no país – principalmente nos casos de sífilis em gestantes e, consequentemente, de sífilis congênita. Isso porque há um risco, ainda que pequeno, de choque anafilático no paciente.

“É preciso que todos se engajem no sentido de detectar um caso, principalmente na gravidez, e iniciar imediatamente o tratamento. Com uma única dose, conseguimos reduzir a taxa de transmissibilidade da mãe para o bebê em quase 90%”, disse. “Não há porque temer aplicar a penicilina na gravidez. A alergia à penicilina é um episódio raro”.

Agência Brasil