O período chuvoso cessou em boa parte do país e o clima está mais frio
Apesar de este cenário ajudar a diminuir a proliferação do Aedes aegypti, a população não pode descuidar do quintal de casa, do ambiente de trabalho e de todo e qualquer lugar propício para o desenvolvimento do mosquito. Mesmo durante o inverno, as ações de combate por parte do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais continuam. E isso tem gerado resultado: antes mesmo de junho, já houve redução no número de casos de dengue. O que é novidade, se levarmos em consideração o histórico de picos da doença.
Durante o outono e o inverno, o surto de dengue não é comum. Entretanto, a doença é uma ameaça o ano inteiro e uma trégua ao Aedes pode significar uma epidemia quando as temperaturas voltarem a subir. Associar a dengue ao verão é um equívoco. O frio diminui sim a proliferação, mas esse período tem que ser visto como uma oportunidade de estar à frente na guerra contra o mosquito.
Infelizmente, além da dengue, doença mais conhecida pelos brasileiros, o mosquito Aedes Aegypti tem preocupado também por transmitir outras três doenças: Zika, Chikungunya e febre amarela. As quatro doenças virais, a depender da gravidade, podem matar quem é infectado. Por isso, o Ministério da Saúde faz campanhas constantes no sentido de alertar as pessoas de que cada um precisa fazer o seu papel na luta contra o vetor. A nova chamada é para que isso ocorra o ano inteiro, independente do clima.
Como funciona o ciclo do Aedes aegypti
Para entender melhor, é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo de vida do mosquito transmissor. As fêmeas do Aedes se reproduzem em água parada. Elas depositam os ovos em diferentes criadouros para garantir a dispersão da espécie. Se a fêmea do mosquito já estiver infectado pelo vírus da dengue, zika, chikungunya ou febre amarela, as larvas podem nascer com o vírus.
Como funciona o ciclo do Aedes aegypti
Para entender melhor, é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo de vida do mosquito transmissor. As fêmeas do Aedes se reproduzem em água parada. Elas depositam os ovos em diferentes criadouros para garantir a dispersão da espécie. Se a fêmea do mosquito já estiver infectado pelo vírus da dengue, zika, chikungunya ou febre amarela, as larvas podem nascer com o vírus.
“O mosquito se adaptou ao ambiente urbano. Então ao longo de todo o ano, independente da época, nós damos condições para que ele se prolifere. A fêmea deposita os ovos e eles podem ficar até mais de um ano viáveis para depois eclodirem em contato com a água. Eles se tornam larvas e depois insetos”, explica a entomologista do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Tatiana Ázara.
Esse alerta é para todo o território brasileiro, mesmo com toda a diversidade climática no país. “Nós temos a permanência do inseto e a transmissão das doenças o ano inteiro e em todo o Brasil. Esse inseto tem como permanecer no ambiente mesmo em condições adversas, como o frio”, destaca Ázara.
Se todos se conscientizarem dos riscos causados pelo mosquito nos 12 meses do ano e se mobilizarem, eliminar esse inimigo vai ficar bem mais fácil. A palavra é luta, mas a tarefa é mais simples do que se imagina: separar minutos do dia para acabar com qualquer recipiente que possa acumular água parada (limpa ou suja). Os mais comuns são vasos de planta, calhas, garrafas, pneus e brinquedos. E o ponto extra nesse jogo é tentar descobrir locais improváveis usados pelo mosquito para colocar seus ovos, como grades mais espessas dos portões de casa, aquele recipiente que fica atrás da geladeira e até o porta escova de dente.
Outra observação é que inseticidas e repelentes continuam sendo aliados. Eles podem e devem ser usados mesmo quando o mosquito não aparece tão facilmente.
Com auxílio da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) do Ministério da Saúde, 1.620 salas municipais e 27 salas estaduais de controle ao Aedes aegypti funcionam o ano todo. Juntas, elas organizam e coordenam estratégias de combate ao mosquito. O exército é grande, mas é preciso conhecer mais o inimigo e aderir à vigilância continuada.
Erika Braz, para o Blog da Saúde