Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Assaltos na madrugada aumentam, e farmácias de SP cortam atendimento 24h

Roubos e tentativas de roubo a drogarias da capital paulista subiram 13% em 2017

Alvos frequentes de criminosos durante a madrugada, farmácias de São Paulo cortaram o atendimento 24h. Conforme apurou o Bom Dia Brasil, via Lei de Acesso à Informação, o número de roubos e de tentativas de roubo a drogarias subiu 13% na capital na comparação entre janeiro e setembro de 2017 e o mesmo período do ano passado.

Há relato de farmácia que já foi assaltada nove vezes. Um dos funcionários do estabelecimento até reconheceu o bandido. Como os donos das lojas não conseguem garantir a segurança, passaram a limitar o horário de funcionamento. Resultado: ruim para quem precisa de um medicamento de madrugada e prejuízo para os próprios comerciantes.

“Infelizmente, o que a gente tem feito é reduzir horário de jornada, da loja aberta. Encerramos alguns plantões noturnos, porque a gente ficava à mercê dos bandidos e não via solução. Então, a solução foi diminuir o horário de funcionamento pra que a gente conseguisse resolver o problema”, conta Daniel Caramti, dono de uma rede de farmácias.

Grande parte das drogarias conta com câmeras de segurança, mas elas não inibem a ação dos criminosos. O Bom Dia Brasil teve acesso ao vídeo de um dos assaltos a farmácias paulistanas. Vestindo capuzes, um bando entra no estabelecimento e, rapidamente, faz a limpa. Além do dinheiro do caixa, eles recolhem tudo que possa ser vendido clandestinamente depois: cosméticos, itens de perfumaria e até fraldas.

Nos nove primeiros meses de 2017, 987 casos de assaltos ou tentativas de assalto a drogarias foram registradas na capital paulista. No ano passado, haviam sido 874. O número de furtos disparou ainda mais: 47%. Enquanto ocorreram 340 casos do tipo entre janeiro e setembro de 2016, foram 501 no mesmo intervalo de meses deste ano.

O farmacêutico Ivan Locatelli Collin costumava trabalhar no período noturno e já foi vítima de três assaltos. Ele conta que chegou a apanhar e que, inclusive, reconheceu os ladrões. Foram os mesmos nas três oportunidades. “Eu falei ‘pô, de novo você aqui, meu’. Aí já veio com o revólver na cabeça”, relembra ele.

Os assaltos frequentes colocam medo não só nos funcionários dos estabelecimentos, mas também na clientela. A doceira Cláudia Lopes Martins de Souza Lima afirma que evita comprar medicamentos à noite. “Só venho de dia mesmo”, garante ela. Já para a designer Tânia Furlan, o problema é outro: encontrar uma farmácia funcionando até mais tarde: “Já cheguei a dar voltas procurando, e nada”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que investiga os casos. A Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico diz que os roubos aumentaram de forma preocupante este ano, e que a maioria das farmácias não tem condições financeiras de manter guardas de plantão.

G1

CFF publica cartilha sobre o papel do farmacêutico na Vigilância Sanitária

Já está disponível no site do Conselho Federal de Farmácia uma cartilha destinada a gestores públicos, que demonstra o papel do farmacêutico na Vigilância Sanitária

A publicação foi elaborada pelo Grupo de Trabalho em Vigilância Sanitária do CFF. O coordenador do GT e conselheiro federal pelo estado de Pernambuco no CFF, Bráulio César de Sousa, destaca que a competência para a inspeção sanitária e a auditoria em estabelecimentos farmacêuticos é ato privativo do farmacêutico, conforme a Lei nº 3.820/60 e do Decreto nº 85.878/81, que a regulamenta. Portanto, a fiscalização sanitária não pode prescindir da participação deste profissional.

Segundo o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, o lançamento da publicação é um esforço do Conselho para divulgar informações atualizadas sobre o amplo trabalho do farmacêutico no setor. Ele lembra que as ações de vigilância sanitária estão fortemente associadas ao bem-estar da população, e destaca que, por este motivo, o CFF sempre trabalhou pelo seu desenvolvimento. O Conselho fez gestão às autoridades pela definição do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e pela criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que veio a acontecer em 1999, por força da Medida Provisória 1.791, convertida na Lei 9.782/99.

“Entendíamos que o Brasil tinha uma enorme necessidade de um órgão central dotado de uma superestrutura que pudesse coordenar todas as atividades do setor”, comenta. Conforme o presidente do CFF, o Conselho também tem se esmerado, com os rigores da lei e de seu papel no fortalecimento da saúde, em editar normas que dispõem sobre a atividade do farmacêutico na vigilância sanitária e a fiscalizar as suas ações, por meio dos conselhos regionais de Farmácia. Assim, o órgão também, contribui para o fortalecimento do sistema de vigilância.

Como exemplo, ele cita as Resoluções números 539 e 542, ambas de 2010, que dispõem sobre o exercício profissional e as atribuições privativas e afins do farmacêutico nos órgãos de vigilância sanitária. “Se as ações de vigilância são instrumentos para garantir o bem-estar da sociedade, esta verdade deve prevalecer para todas as unidades da Federação, seja uma metrópole da dimensão de São Paulo, seja o mais modesto e distante município deste País”, ressalta.

A cartilha vai ser distribuída na 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária, em fevereiro de 2018. / O material também será enviado aos Conselhos Regionais de Farmácia e gestores públicos e chefes de vigilância sanitária de todo o País. Para ter acesso à cartilha, clique aqui.

Fonte: CFF

Uso excessivo de celular pode comprometer funcionalidade de neurônios

Os jovens viciados no aparelho apresentaram ainda maior índice de depressão e ansiedade

Nunca se olhou tanto para baixo. Na fila, no parque, na escola, no trabalho, no museu, no ônibus e, perigosamente, no carro, as pessoas parecem só ter um interesse: a tela do smartphone. A ponto de, nos Estados Unidos, um estudo do Pew Research Center ter apontado que 46% da população diz não conseguir viver sem seu celular com acesso à internet. A dependência do gadget, usado menos para fazer ligações do que para ler notícias, interagir nas redes sociais, jogar e assistir a vídeos, tem até nome: nomofobia, o medo de ficar longe do aparelho.

Preocupados principalmente com o impacto disso entre os jovens, que, segundo estudos, são os usuários que passam mais tempo mexendo nos celulares, pesquisadores da Universidade da Coreia em Seul decidiram investigar como essa dependência se dá do ponto de vista da química cerebral. Para tanto, o neurorradiologista Hyung Suk Seo reuniu um grupo de 19 jovens, com média de idade de 15,5 anos e dependência em internet e/ou smartphones diagnosticada, e outro com 19 adolescentes da mesma faixa etária, mas que não sofriam do problema.

Doze dos 19 que não conseguiam viver longe dos aparelhos receberam nove semanas de terapia cognitivo-comportamental, adaptada de um programa desenhado para dependentes em jogos de azar, como parte do estudo. Os pesquisadores utilizaram testes padrão de adicção em tecnologia para medir a severidade do vício. As questões investigavam o quanto a internet e os celulares afetam a rotina diária, a vida social, a produtividade, os sentimentos e os padrões de sono dos jovens. Quanto maior o escore, maior no nível de adicção.

Um dos achados foi que os adolescentes dependentes de celular exibem níveis mais significativos de depressão, ansiedade, insônia e impulsividade, comparados aos que não sofrem do problema. Para medir como isso ocorre no cérebro do ponto de vista fisiológico, os pesquisadores fizeram o exame chamado espectroscopia por RNM, tipo de ressonância magnética que mede a composição química do órgão.

Os participantes foram submetidos a esse método não invasivo antes e depois da terapia cognitivo-comportamental. Já os jovens não adictos em tecnologia foram submetidos ao exame apenas uma vez para medir os níveis de GABA, um neurotransmissor que inibe ou retarda sinais no cérebro, e de Glx, neurotransmissor que torna os neurônios mais excitados eletricamente. Pesquisas anteriores constataram que o GABA está envolvido no controle da visão e da parte motora, além da regulagem de várias funções cerebrais, incluindo a ansiedade.

Os resultados da espectroscopia por RNM revelaram que, comparado aos jovens do grupo de controle, os dependentes apresentavam uma razão entre Gaba e Glx muito maior no córtex cingulado anterior, região que, entre outras coisas, regula as emoções. “Essa associação foi significativamente correlacionada às escalas clínicas de dependência em internet e smartphone, além de depressão e ansiedade”, diz Hyung Suk Seo, que apresentou um trabalho sobre o estudo, ainda não publicado, no congresso anual da Sociedade Radiológica da América do Norte. “Um excesso de GABA pode resultar em vários efeitos colaterais, incluindo ansiedade e sonolência” observa.

Reversão
Segundo o médico, são necessários mais estudos para que a descoberta tenha implicação clínica. “O que podemos deduzir, por ora, é que o aumento na produção de GABA no córtex cingulado anterior nos jovens com adicção pode estar relacionado à perda da integração funcional e da regulação do processamento dos neurônios na rede celular associada às emoções e à cognição”, adianta. Seo ressalta que o trabalho também revelou uma boa notícia: a razão entre Gaba e Glx diminuiu e, em alguns casos, normalizou, depois da terapia cognitivo-comportamental, indicando um potencial alvo terapêutico.

“Nossos smartphones se transformaram em uma ferramenta que fornece satisfação rápida e imediata. Nossos neurônios respondem a isso imediatamente, lançando dopamina. Ao longo do tempo, isso aumenta nosso desejo pelo feedback rápido e pela satisfação imediata. Esse processo também contribui para o desenvolvimento de intervalos de atenção mais curtos e torna as pessoas mais propensas ao tédio”, explica Isaac Vaghefi, professor da Universidade de Nova York que pesquisou a nomofobia entre 182 estudantes universitários.

Os estudantes tinham de reportar a rotina diária e o uso de smartphone. Baseado na análise das respostas, o pesquisador os classificou em quatro tipos: pensativo, regular, altamente engajado, fanático e adito. Sete por cento da amostra entrou na categoria da adicção e 12% foram identificados como fanáticos. Os universitários enquadrados nos dois grupos relataram ter passado por problemas pessoais, sociais e profissionais devido à necessidade compulsiva de estar com os smartphones. De forma geral, eles exibiram sinais que poderiam indicar depressão, isolamento social, timidez, impulsividade e baixa autoestima. As mulheres mostram-se mais propensas ao comportamento aditivo.

“A dependência tecnológica não é um transtorno mental oficial, mas esse termo se refere a um comportamento de adicção em relação a mídias sociais, mandar mensagens em excesso, carregar muita informação, fazer muitas compras on-line, jogar, acessar pornografia on-line, enfim, o uso excessivo do smartphone”, diz Vaghefi. “Enquanto que a minoria se identificou como dependente, acredito que a adicção tecnológica vai aumentar à medida que a própria tecnologia continua a avançar, e os desenvolvedores de gadgets, aplicativos e jogos encontram novas formas de ganhar a atenção dos usuários por longos períodos de tempo”, afirma.

“Nossos neurônios respondem a isso (uso do smartphone) imediatamente, lançando dopamina. Ao longo do tempo, isso aumenta nosso desejo pelo feedback rápido e pela satisfação imediata” - Isaac Vaghefi, professor da Universidade de Nova York e pesquisador da nomofobia