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sábado, 11 de abril de 2015

Instituto Butantan prepara última fase de testes de vacina contra o dengue

Reprodução: Vacina contra a dengue
O Instituto Butantan está esperando uma autorização para iniciar em breve a última fase de testes de uma vacina que desenvolveu contra o dengue, que agora será experimentada em 17.000 pessoas após ter sido testada com sucesso em um pequeno grupo de voluntários
 
O Butantan informou em comunicado que solicitou nesta sexta-feira autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a terceira e última fase dos experimentos clínicos com humanos.
 
A fase decisiva prevê experimentos em humanos em grande escala e o Butantan já começou a recrutar 17.000 voluntários nas diferentes regiões do Brasil, dos quais 11.330 serão imunizados com a vacina e o restante receberá um placebo.
 
O instituto, que simultaneamente testa a segurança e a eficácia da vacina com 300 voluntários - dos quais 175 já foram vacinados -, informou que tem todas as doses necessárias para esta nova fase de desenvolvimento da vacina.
 
Segundo o instituto, caso seja autorizada pela agência reguladora, a nova fase pode antecipar em dois anos o final dos estudos e permitir que a vacina esteja disponível para a população brasileira já em 2016.
 
A vacina, testada com sucesso também em laboratório e com animais, foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, um centro de estudos médicos vinculado ao governo do estado de São Paulo, e se caracteriza por ser de dose única e tetravalente, ou seja pode protegar a população contra os quatro tipos de dengue (1, 2, 3 e 4).
 
Segundo o organismo, a antecipação da terceira fase não elimina os outros períodos do estudo nem flexibiliza o rigor e os critérios de segurança exigidos nos experimentos com remédios.
 
O diretor do Butantan, Jorge Kalil, destacou que, além de oferecer a primeira vacina formada e de eficácia comprovada contra o dengue, o projeto permitirá que o medicamento seja produzido no país e atenda gratuitamente a toda a população.
 
Atualmente o Butantan tem capacidade para produzir até 500.000 doses da vacina por ano, mas o instituto tem um projeto para construir uma sede capaz de produzir até 60 milhões de doses por ano.
 
"Estudos realizados nos Estados Unidos com uma vacina semelhante indica que o imunizante biológico desenvolvido pelo Butantan é seguro e potencialmente eficaz. Tudo indica que se trata da melhor e mais eficaz vacina em desenvolvimento no mundo para combater todos os tipos de vírus do dengue", segundo o comunicado do organismo.
 
Além do Butantan, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), vinculado ao Ministério da Saúde, está estudando desde 2009 uma nova vacina contra o dengue que desenvolveu em associação com o laboratório privado GSK.
 
Como ainda não existe vacina contra o dengue, a única ferramenta disponível até agora para prevenir a doença é a eliminação dos focos em que se cria o mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus responsável pela doença.
 
EFE / Terra

Beber socialmente é saudável APENAS para 15% da população

É comum a gente ouvir por aí que o consumo moderado de álcool é “bom para as pessoas”. Mas a verdade é que ninguém sabia o por quê, e a determinação de “moderada” também foi dada de maneira arbitrária
 
Aperitivo
Um novo estudo envolveu 618 suecos com doença coronariana e um grupo de 3.000 indivíduos saudáveis de controle. Os indivíduos foram divididos em várias categorias com base na quantidade de álcool que consumiam periodicamente. Depois, foram testados, a fim de identificar um genótipo particular (CETP TaqIB) que estudos anteriores sugeriram desempenhar um papel nos benefícios para a saúde do consumo de álcool.
 
Os resultados mostraram que o consumo moderado de álcool ajuda as pessoas a se protegerem contra doenças coronárias…
 
Espera eu molhar o bico
…APENAS SE as pessoas tiverem o genótipo.
 
Em outras palavras, como explica o professor Dag Thelle, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o que esse resultado aponta é que o consumo moderado de álcool tem um efeito protetor em apenas 15% da população em geral.
 
Sendo assim, os pesquisadores acreditam que o conselho dado frequentemente sobre os benefícios para a saúde do consumo moderado de álcool é muito radical. Porque ele infelizmente não vale para todo mundo.
 
De acordo com o professor sueco Lauren Lissner, que também participou do estudo, o consumo moderado de álcool, sozinho, não tem um efeito protetor muito forte, pelo menos não a ponto de ser considerável ou de servir de desculpa. “Nem este genótipo específico”, ele explica. “Mas a combinação dos dois aparece para reduzir significativamente o risco de doença cardíaca coronária”.
 
Mecanismos desconhecidos
Os códigos de genótipos para a proteína de transferência de Cholesterylester (CETP) afetam o conhecido como “bom” colesterol (HDL), e têm mecanismos cardio-protetores que ajudam a remover o excesso de lipídios dos vasos sanguíneos. Uma hipótese é a de que o álcool afeta de alguma maneira a CETP, e isso beneficia o colesterol HDL.
 
A segunda hipótese é que o álcool contém antioxidantes protetores saudáveis.
 
Os pesquisadores acreditam que uma ou ambas as hipóteses podem se provar corretas, mas os mecanismos pelos quais o colesterol HDL ou efeitos antioxidantes do álcool poderiam atuar permanecem desconhecidos.
 
Mais um passo
“Nosso estudo representa um passo na direção certa”, comemora o professor Thelle. Mas muito mais pesquisa ainda é necessária.
 
Partindo do princípio de que a ciência já é capaz de descrever esses mecanismos, o próximo passo é realizar testes genéticos e determinar se uma pessoa pertence ou não ao grupo dos 15% sortudos.
 
Mas a coisa mais importante de todo esse estudo é identificar novos meios de utilizar os recursos do corpo para prevenir a doença cardíaca coronária.
 
Um brinde aos estudos que ainda não foram feitos, mas a gente já considera muito. De coração.
 
science20 / Hypescience

Conheça os diferentes tipos de açúcar e saiba em quais alimentos ele está escondido

Reprodução: Existem vários tipos de açúcar
Está enganado quem pensa que consumi-lo se resume às colheres para adoçar o café e o chá
 
Cada vez mais populares, os açúcares diferentes do tradicional refinado são opções consideradas levemente mais saudáveis pelos especialistas. Mas, fique atento: não há diferença de calorias:
 
Mascavo: com cor caramelo e textura mais úmida, o produto não passa pelo processo de refinamento do açúcar branco, conservando mais vitaminas e minerais.
 
Cristal: possui grãos maiores e transparentes pelo processo de refinamento leve, sendo mais difícil de dissolver nos líquidos.
 
Orgânico: do plantio à industrialização, não são utilizados ingredientes artificias, e o resultado é um produto mais grosso e escuro, além de conter mais vitaminas e minerais.
Segundo o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, se for escolher algum açúcar na dieta, prefira os menos refinados, como o mascavo.
 
Onde você menos imagina
Está enganado quem pensa que consumir açúcar se resume às colheres para adoçar o café e o chá. Existem alimentos que nem são tão doces e estão cheios da substância:
 
— Biscoitos salgados, catchup, bolachas recheadas, cereais matinais, molhos condimentados para salada, sucos industrializados, gelatina e barras de cereal são alguns dos alimentos que escondem o açúcar.
 
— A nutricionista Sophie Deram recomenda atenção ao consumo de todos os alimentos processados e industrializados. Alguns iogurtes, por exemplo, parecem naturais, mas têm muito açúcar. A dica é sempre olhar o rótulo.
 
— Atenção especial à alimentação das crianças. Os produtos prontos voltados para esse público geralmente têm muito açúcar, alerta a nutricionista e professora Avany Fernandes Pereira.
 
Zero Hora

Ganho de peso é um dos principais malefícios do consumo de açúcar

Foto: Ricardo Chaves / Agencia RBS
Relação do alimento com obesidade e a mortalidade por doenças não transmissíveis também preocupa médicos
 
Se o consumo for maior que o gasto de energia diária, o excesso contribui para o aumento de peso.
 
De acordo com dados da pesquisa Vigitel 2013, feita pelo Ministério da Saúde e pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores aos registrados em 2006, quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%.
 
— O açúcar faz parte de uma alimentação variada. Ele não pode ser visto como o único responsável — ressalta Avany Fernandes Pereira, nutricionista e professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
De forma a isentar o açúcar, o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni busca referência em estudos que comparam os problemas causados por ele a outras práticas diárias, além de afirmar que não há ligação direta com o aumento de colesterol e pressão arterial.
 
— Existem estudos recentes que afirmam que o consumo excessivo de açúcar e o sedentarismo são iguais em risco. Há outros que colocam a má higiene bucal como mais prejudicial do que o consumo de doces como um fator desencadeante da cárie — afirma.
 
Para o endocrinologista Bruno Halpern, o açúcar pode estar sendo perseguido como a própria gordura já foi. O médico questiona a redução excessiva sugerida pela OMS.
 
— A extrema redução de açúcar adicionado nos alimentos e bebidas não é baseada em estudos. Não há grandes pesquisas que comprovem um impacto maior na saúde com menos de 5% de ingestão — defende.
 
Afinal, pode ou não pode?
As opiniões dos especialistas podem divergir quanto ao radicalismo em cortar o açúcar totalmente da dieta, mas um ponto em comum é a redução do açúcar adicionado. Ou seja: tente não adoçar chás, cafés e qualquer outra bebida, além de evitar os alimentos processados que escondem o açúcar — como os refrigerantes e os sucos industrializados, por exemplo.
 
— Diminuindo a ingestão desses alimentos, já conseguimos uma dieta mais saudável — afirma a nutróloga Elza Daniel de Mello.
 
E comer um doce por dia faz mal? O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni acredita que não:
 
— O ideal é o equilíbrio. Não faz mal comer um doce todos os dias, contando que a pessoa tenha uma alimentação saudável e balanceada. Ingerir um doce antes ou após o exercício é também uma boa dica, pois o alimento é útil para a recuperação dos músculos e dá energia — afirma.
 
A opção por doces caseiros é uma das dicas da nutricionista Sophie Deram.
 
— Fazer doces em casa é melhor, pois pode-se controlar a quantidade de açúcar. Não indico tirar doces e bolos da dieta, já que o prazer de comer é importante — diz a especialista.

Zero Hora

Entenda por que o açúcar está sendo apontado como novo vilão da alimentação

Foto: Dream79 / Shutterstock
Relação do alimento com aumento de peso e diabetes estão entre principais preocupações
 
Parece novela, mas não é. Com vários mocinhos e vilões, o mundo da alimentação se assemelha à dramaturgia quando, volta e meia, aponta um responsável maior pelos problemas de saúde. Na atual temporada, um dos protagonistas é o açúcar, produto comum na mesa dos brasileiros — segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, do IBGE, 61% da população consome mais do que deveria.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é enfática em documento divulgado no início de março: chegar a menos de 5% de açúcares livres na ingestão calórica diária seria o ideal, o que inclui a adição de açúcar refinado, refrigerantes, sucos de caixinha, doces e outros produtos industrializados, seja pelo fabricante, cozinheiro ou você mesmo (o consumo seria de cerca de 25g em uma dieta de 2 mil calorias, ou seja, o equivalente a uma colher e meia de sopa nivelada de açúcar). A principal preocupação do órgão é a contribuição do açúcar para o excesso de peso, a obesidade e a mortalidade por doenças não transmissíveis (como cardiovasculares e diabetes). Somente em 2012, 38 milhões de pessoas morreram por complicações desse tipo no mundo.
 
Na segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, assinado pelo Ministério da Saúde e publicado no fim de 2014, a dica é simples: ao temperar e cozinhar alimentos, o ideal é usar o açúcar em pequenas quantidades.
 
— Antigas diretrizes indicavam reduzir o consumo de gordura. Isso de fato ocorreu nos últimos 30 anos, mas o risco de obesidade, diabetes e doenças crônicas só aumentou. Por isso, as atenções se voltaram para o açúcar e os carboidratos — afirma o endocrinologista e diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, Bruno Halpern.
 
Não tem pior ou melhor
Movidos pelo desafio de apontar um culpado entre os alimentos, os irmãos gêmeos e médicos Alexander e Chris Van Tulleken se submeteram a duas dietas restritivas. Um cortou totalmente as fontes de açúcar, enquanto o outro ingeriu uma quantidade mínima de gordura durante um mês. A experiência foi tema do documentário Sugar v Fat (Açúcar vs Gordura, em tradução livre), produzido pela BBC e disponível na plataforma sob demanda Netflix. Ambas as dietas trouxeram prejuízos, apontando para a máxima do equilíbrio nutricional e a fuga dos alimentos processados.
 
— Não tem pior ou melhor entre o açúcar e a gordura. Os dois podem ser danosos em falta ou excesso — afirma a nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, Elza Daniel de Mello.
 
Mas a especialista também ressalta a necessidade de redução do açúcar adicionado na alimentação.
 
— Dá para viver sem o açúcar que adicionamos nos alimentos. Ele não tem benefício para a saúde — diz.
 
Já o nutricionista funcional e bioquímico Gabriel de Carvalho é mais radical:
 
— Elimine tudo que for adicionado. Bebidas doces, sucos adoçados e sobremesas é melhor deixar de fora da dieta completamente. O açúcar sempre foi o vilão, muito mais do que a gordura. Ela ainda contém tipos benéficos para o organismo.
 
Terrorismo nutricional
Sem demonizar nenhum alimento açucarado, a nutricionista francesa Sophie Deram, que mora no Brasil e pesquisa temas como transtornos alimentares e neurociência do comportamento, não aponta culpados. Para ela, cortar totalmente o açúcar vai além da simples busca pela alimentação saudável a todo o custo, e pode mexer com fatores psicológicos.
 
— Não sou a favor de cortar nada. As dietas da moda e o terrorismo alimentar estão acabando com o bem-estar das pessoas. Há estudos que mostram que tirar todo o açúcar aumenta o risco de depressão — alerta Sophie.
 
Além do conhecido pó branco para adoçar, o açúcar também pode ser absorvido pelo corpo por meio de diferentes alimentos. A frutose (frutas, mel, sucos de fruta), a sacarose (açúcar refinado, mascavo, cristal, orgânico, cana de açúcar, mel), o amido (requeijão, arroz, farinha de trigo, batata, mandioca) e a lactose (leite, queijo, manteiga, iogurte, creme de leite) entram no organismo e são "quebrados" com a ajuda de enzimas, do fígado e do pâncreas, que produzem insulina. Assim, a principal substância gerada, a glicose, fornece energia para o corpo — o combustível do corpo.
 
Além disso, outro fator importante é a velocidade com que o organismo incorpora o açúcar. Os carboidratos simples (açúcares de adição, doces, entre outros) são absorvidos pelo corpo de forma mais imediata, exigindo altos picos de produção de insulina, enquanto os carboidratos complexos (pão, massa, cereais, entre outros) têm um ritmo de processamento dentro do organismo mais lento, mostrando-se menos nocivos. A descarga de insulina exagerada pode desencadear diferentes problemas para a saúde, como desenvolvimento de diabetes.
 
— Não dá para cortar carboidratos para sempre da dieta, principalmente os complexos. Eles são necessários para o funcionamento do organismo — diz a nutróloga Elza Daniel de Mello.
 
Para Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração, em São Paulo, as pessoas devem ficar atentas na hora de escolher os alimentos que trazem o açúcar para o corpo.
 
— A ingestão de frutas fornece também vitaminas e fibras, promovendo um ganho de nutrientes — ressalta.
 
Zero Hora

“Nossa meta é achar a cura científica da aids até 2020”

Kevin
Veja.com/Divulgação: A amfAR vai investir cem milhões de
dólares em estudos com diferentes abordagens que se
aproximam da ideia de encontrar a cura da aids
Kevin Frost, presidente da entidade, explica quais são as estratégias da fundação para descobrir a cura da doença em cinco anos e o papel do Brasil na luta contra o HIV
 
Na noite desta sexta-feira, empresários, socialites e celebridades se reúnem em São Paulo para o jantar anual de gala da Fundação para as Pesquisas da AIDS (amfAR). Em sua quinta edição na cidade, o evento busca arrecadar fundos para a instituição que é uma das maiores organizações sem fins lucrativos do mundo dedicada ao apoio da pesquisa da aids, prevenção, tratamento e educação sobre o HIV.
 
Para atrair a atenção do público - e convencer os participantes da festa a abrirem a carteira - vieram ao Brasil especialmente para o Inspiration Gala, nome oficial do evento, a cantora e atriz Cher, a cantora australiana Kylie Minogue e o estilista francês Jean-Paul Gaultier.
 
O jantar realizado em São Paulo em 2013 arrecadou 8,7 milhões de reais, dos quais uma parte foi doada para a Sociedade Viva Cazuza, entidade que oferece auxílio e tratamento para adultos e crianças com HIV. Neste ano, o beneficiário será o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que desenvolve pesquisas na área de doenças infecciosas, como a aids. A escolha da instituição está ligada ao ambicioso objetivo da amfAR: encontrar a cura da doença até 2020.
 
À frente da fundação está o americano Kevin Frost, que deixou uma carreira musical em 1990 para se tornar um ativista na luta contra a aids. Durante sua estada em São Paulo, Frost conversou com o site de VEJA sobre as estratégias da instituição para descobrir a cura da aids e o papel do Brasil nessa luta.
 
A amfAR investirá 100 milhões de dólares em pesquisas para encontrar a cura da aids até 2020. Não é uma meta ambiciosa demais obter a cura da doença em cinco anos? O que nós queremos dizer com 'encontrar a cura da aids até 2020' é encontrar o entendimento científico de como curar as pessoas até lá. Isso não significa que seremos capazes de curar todos os indivíduos, o que levaria muitos anos para acontecer. Um exemplo claro disso é a poliomielite. Há mais de cinquenta anos existe uma vacina para a pólio e ela ainda não está erradicada no mundo. Para alcançar nosso objetivo, ao longo dos próximos cinco anos, investiremos 100 milhões de dólares em muitos projetos de pesquisa, incluindo alguns no Brasil, que esperançosamente nos levarão à ciência da cura. A maioria das pessoas acredita que encontrar a cura será muito difícil, complicado e caro. Nosso trabalho é tornar essa busca mais fácil, simples e barata.
 
A escolha do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que é uma instituição de pesquisa, como beneficiário do baile de gala deste ano faz parte desta estratégia? Somos uma instituição de pesquisa e a maioria dos nossos investimentos é neste campo. No entanto, quando começamos a atuar no Brasil, há cinco anos, precisávamos aprender mais sobre quem estava fazendo pesquisa aqui, quais eram as linhas de estudo e como nós poderíamos apoiar os institutos. Enquanto não tínhamos essas respostas, beneficiamos instituições sociais. Nós continuaremos a fornecer apoio social, pois isso também faz parte das nossas ações. Mas, em primeiro lugar, nossos apoios são direcionados para pesquisa.
 
O Brasil é o único país em desenvolvimento no qual a amfAR realiza o baile de gala anualmente. Por quê? Por muito tempo o Brasil foi um líder mundial na luta contra a aids. Os brasileiros se engajam nesta causa e é por isso que estamos aqui há cinco anos e continuaremos enquanto houver apoiadores. O país começou a fabricar seus próprios medicamentos e a oferecer tratamento gratuito para todos os que tinham a doença, o que foi um ótimo trabalho e um exemplo. O problema é que, algumas vezes, os países enfrentam desafios econômicos e o Brasil está enfrentando um agora. Quando isso acontece, frequentemente os primeiros cortes feitos são nos programas sociais. Se o Brasil cometer este erro, no longo prazo a aids vai crescer muito por aqui.
 
A última pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde sobre aids mostrou que no Brasil os casos aumentaram em jovens e homossexuais. O que poderia ser feito para reduzir essa tendência? O Brasil não é o único a apresentar estas estatísticas. O problema se repete em muitos países e isso é uma falha dos nossos esforços relacionados à prevenção destas populações. Precisamos ajudá-las a entender porque elas são um grupo de risco e dar as ferramentas que elas precisam para se proteger. Os políticos e os religiosos não gostam que nós façamos campanhas direcionadas, principalmente para o público homossexual, e nós temos que lutar contra isso. Os jovens merecem receber uma comunicação honesta e direta sobre quais são os seus riscos. E, a menos que façamos isso, cada vez mais jovens continuarão a se infectar.
 
O senhor já ouviu falar do "Clube do Carimbo", um grupo de pessoas soropositivas que se reúne em sites para passar dicas de como transmitir aids para outras pessoas? O que acha disso? Ouvi falar sobre isso hoje pela primeira vez e estou chocado. Alguém precisa me provar que isso realmente é verdade e não algo que saiu de um filme de terror. Porque as pessoas iriam querer infectar outras? Eu nunca ouvi algo do tipo em nenhum outro lugar.
 
O preconceito ainda é um problema na luta contra a aids? O preconceito e o estigma da aids fazem com que as pessoas não realizem o teste, porque têm medo do que os outros vão dizer se descobrirem que elas têm HIV. No caso dos homossexuais, isso é ainda pior, porque eles já enfrentam preconceito e discriminação por causa de sua escolha sexual. Nós temos que enfrentar o estigma, o preconceito e a discriminação.
 
Qual foi a principal realização da amfAR nestes 30 anos de atuação? Eu diria que foi o estudo que descobriu como o vírus HIV infecta a célula. Essa descoberta foi fundamental para que se conseguisse realizar a primeira cura de uma pessoa com aids: Tim Brown, conhecido como o paciente de Berlim. Esse homem foi curado porque seu médico escolheu um doador de medula que tinha uma mutação que impedia a infecção do organismo pelo HIV. Após o transplante, Brown deixou de apresentar o vírus no sangue porque recebeu um sistema imune que não poderia ser infectado. Isso só foi possível graças a um estudo patrocinados pela amfAR.
 
De que forma a presença de celebridades em eventos como baile de gala ajudam na luta contra a aids? As celebridades sempre estiveram relacionadas à nossa historia, porque Elizabeth Taylor foi uma de nossas fundadoras e a maior apoiadora. As celebridades têm o poder de trazer atenção e recursos. Quando elas focam na nossa causa, isso faz com que pessoas que nunca ouviram falar da amfAR busquem saber do que se trata.
 
Veja

OMS faz alerta para que cesarianas só sejam feitas com indicação médica

OMS alerta para complicações que cesarianas podem causar
A cesariana é uma das cirurgias mais comuns no mundo, com taxas crescendo sobretudo em países de média e alta renda
 
Embora possa salvar vidas, o procedimento é comumente adotado sem indicação médica e coloca a saúde de mulheres e de seus bebês em risco. O alerta foi feito ontem (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
De acordo com a entidade, a cesariana pode ser necessária quando o parto vaginal coloca em risco a vida da mãe e do bebê, como em casos de trabalho de parto prolongado, sofrimento fetal ou quando o bebê está em uma posição pouco comum.
 
A OMS destaca que as cesarianas podem provocar complicações como incapacidades ou morte, particularmente quando não há instalações adequadas para os procedimentos cirúrgicos de forma segura ou para tratar possíveis complicações.
 
Desde 1985, a comunidade médica internacional defende que a taxa ideal de cesarianas esteja entre 10% e 15%. Segundo a OMS, estudos recentes indicam que quando as taxas se aproximam de 10% a mortalidade materna e entre recém-nascidos é menor. Mas, quando a taxa supera os 10%, não há evidências de melhoria nos índices.
 
Diante da ausência de um sistema de classificação internacionalmente aceito para monitorar e comparar dados relativos a cesarianas, a OMS defende que seja adotado o Sistema Robson, que classifica mulheres internadas para parto em grupos baseados em características como número de gestações anteriores, posição do bebê, idade gestacional, cicatrizes uterinas e número de bebês.
 
Agência Brasil

Conflitos e estresse na infância podem triplicar o risco de desenvolver diabetes

O estresse psicológico familiar foi medido por meio de questionários dados aos pais sobre eventos cotidianos sérios
O estresse psicológico familiar foi medido por
 meio de questionários dados aos pais sobre
 eventos cotidianos sérios
Estudo mostra que estresse poderia causar pane na produção de insulina, levando ao diabetes tipo 1; veja sinais da doença
 
Uma pesquisa divulgada nesta semana no periódico da Associação Europeia de Estudo do Diabetes, Diabetologia, ligou conflitos na infância com o aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 1, também conhecida por infanto-juvenil.
 
Morte ou doença na família, separação dos pais, uma nova criança ou adulto no ambiente familiar ou conflitos em geral podem triplicar o risco de a criança desenvolver a doença posteriormente. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade Linköping, na Suécia.
 
Esse tipo de diabetes é o que o corpo não produz insulina, diferente do diabetes tipo 2, em que o corpo se torna resistente à ela. As causas do diabetes tipo 1 são desconhecidas, mas sabe-se que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos. O próprio sistema imune da pessoa ataca as células-beta do pâncreas, aquelas que produzem a insulina. Predisposição genética, muitos fatores ambientais como infecções por vírus, hábitos alimentares na infância, peso ao nascer, ganho de peso precoce e estresse crônico são supostos fatores de risco também.
 
Como a incidência de diabetes tipo 1 entre crianças está aumentando na maioria dos países do mundo, fatores ambientais estão cada vez mais sendo analisados seriamente. O estudo entrevistou famílias com bebês nascidos entre outubro de 1997 e setembro de 1999, no sudeste da Suécia. Mais de 10 mil famílias participaram de ao menos uma das quatro sessões de coleta de informações que aconteceram quando as crianças tinham entre dois e 14 anos de idade.
 
Pâncreas
Para uma maior precisão na pesquisa, as crianças selecionadas precisavam não ter a doença na primeira participação. O estresse psicológico familiar foi medido por meio de questionários dados aos pais sobre eventos cotidianos sérios, estresse dos pais, preocupação deles e suporte social dado por eles.
 
Os autores do estudo descobriam que experiências conflitantes na infância estavam associadas com altas chances de desenvolver diabetes tipo 1 no futuro para crianças de até 14 anos. Esse risco era três vezes maior em crianças que passaram por situações estressantes do que aquelas que não tiverem eventos estressores no cotidiano, mesmo depois de checar os outros fatores de risco.
 
Discutindo sobre possíveis mecanismos que causariam o diabetes tipo 1, os autores do estudo disseram que uma das hipóteses era o estresse das células beta do pâncreas (as responsáveis por fabricar insulina). A experiência traumática para a criança poderia contribuir para o estresse da célula-beta por meio do aumento da resistência à insulina assim como o aumento da demanda dela por causa da resposta psicológica ao estresse, incluindo níveis elevados do hormônio do estresse, o cortisol.
 
Outro mecanismo possível ligando o estresse a doenças autoimunes é um desequilíbrio no sistema imunológico como resultado desse estresse crônico. Esse desbalanço pode contribuir para uma reação imunológica contra a insulina produzida pelo corpo.
 
Segundo os pesquisadores, experimentar eventos estressantes não pode ser evitado, mas as crianças e seus pais devem ter acompanhamento adequado para lidar com esses problemas e suas consequências, o que pode incluir também ajuda médica.
 
iG