Foto: Ricardo Chaves / Agencia RBS |
Se o consumo for maior que o gasto de energia diária, o excesso contribui para o aumento de peso.
De acordo com dados da pesquisa Vigitel 2013, feita pelo Ministério da Saúde e pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores aos registrados em 2006, quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%.
— O açúcar faz parte de uma alimentação variada. Ele não pode ser visto como o único responsável — ressalta Avany Fernandes Pereira, nutricionista e professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
De forma a isentar o açúcar, o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni busca referência em estudos que comparam os problemas causados por ele a outras práticas diárias, além de afirmar que não há ligação direta com o aumento de colesterol e pressão arterial.
— Existem estudos recentes que afirmam que o consumo excessivo de açúcar e o sedentarismo são iguais em risco. Há outros que colocam a má higiene bucal como mais prejudicial do que o consumo de doces como um fator desencadeante da cárie — afirma.
Para o endocrinologista Bruno Halpern, o açúcar pode estar sendo perseguido como a própria gordura já foi. O médico questiona a redução excessiva sugerida pela OMS.
— A extrema redução de açúcar adicionado nos alimentos e bebidas não é baseada em estudos. Não há grandes pesquisas que comprovem um impacto maior na saúde com menos de 5% de ingestão — defende.
Afinal, pode ou não pode?
As opiniões dos especialistas podem divergir quanto ao radicalismo em cortar o açúcar totalmente da dieta, mas um ponto em comum é a redução do açúcar adicionado. Ou seja: tente não adoçar chás, cafés e qualquer outra bebida, além de evitar os alimentos processados que escondem o açúcar — como os refrigerantes e os sucos industrializados, por exemplo.
— Diminuindo a ingestão desses alimentos, já conseguimos uma dieta mais saudável — afirma a nutróloga Elza Daniel de Mello.
E comer um doce por dia faz mal? O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni acredita que não:
— O ideal é o equilíbrio. Não faz mal comer um doce todos os dias, contando que a pessoa tenha uma alimentação saudável e balanceada. Ingerir um doce antes ou após o exercício é também uma boa dica, pois o alimento é útil para a recuperação dos músculos e dá energia — afirma.
A opção por doces caseiros é uma das dicas da nutricionista Sophie Deram.
— Fazer doces em casa é melhor, pois pode-se controlar a quantidade de açúcar. Não indico tirar doces e bolos da dieta, já que o prazer de comer é importante — diz a especialista.
Zero Hora
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