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quinta-feira, 29 de março de 2018

Vai viajar? Saiba como dar continuidade ao seu tratamento antirretroviral

iStock/Pogonici
IStock/Pogonici
Nota Informativa do DIAHV apresenta requisitos para dispensação de antirretrovirais a quem for permanecer no exterior por um período acima de 90 dias

Publicada na última terça-feira (20/03), a Nota Informativa Nº 55/2018, do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) apresenta os requisitos mínimos para a dispensação de medicamentos antirretrovirais à pessoa vivendo com HIV (PVHIV) que se ausentar do Brasil por período entre 90 e 180 dias.

A dispensação antecipada para o período de ausência é realizada em caso de viagem internacional de intercâmbio, estudo ou a trabalho. A retirada pode ocorrer na Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM) até 30 dias antes da viagem.

Os documentos obrigatórios exigidos são comprovação da viagem (passagem ida e volta e contrato de trabalho ou comprovante de matrícula ou intercâmbio); relatório médico (esquema terapêutico, condições clínicas, imunológicas e virológicas, justificativa para dispensação superior a 90 dias e o motivo da dispensação para o período solicitado); e receita médica (formulário de solicitação de medicamentos preenchido e assinado).

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais Conheça também a página do DIAHV no Facebook: https://www.facebook.com/ISTAidsHV

O que é vasectomia

VASECtomia-susVocê sabe o que é vasectomia? Se você é homem, já pensou em fazer? Tem medo de fazer essa cirurgia? Vamos explicar como funciona esse procedimento e esclarecer mitos e verdades

Cada família decide se deseja ter filhos e quantos. Esse é um assunto que diz respeito à privacidade das pessoas. Se o casal decidir não ter mais filhos, o homem pode colaborar com esse processo optando por uma vasectomia.

Trata-se de uma cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozoides do saco escrotal para o líquido ejaculado. Após anestesia local, é feita um pequeno corte no saco para localizar os canais por onde passa o sêmen com os espermatozoides. Esses canais são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte.

O procedimento costuma ser rápido, pouco invasivo e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico. Em menos de 30 minutos, o homem está liberado e pode ir para casa tranquilamente.

Pós-cirúrgico
É importante manter um método anticoncepcional durante os 60 dias após o procedimento porque alguns espermatozoides permanecem vivos no canal que chega ao pênis. E depois da cirurgia deve-se realizar um espermograma para constatar a ausência dos espermatozoides.

Recomenda-se a aplicação de bolsas com gelo no local e repouso no dia da cirurgia. Também é interessante fazer uso de suspensório escrotal para evitar dores e complicações.

A vasectomia não afeta o desempenho sexual. Os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são atingidos na cirurgia.

O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozoides dos testículos para o pênis. O líquido seminal produzido pela próstata continua sendo ejaculado, mas sem o sêmen.

Mudando de ideia
A vasectomia é um procedimento reversível, mas a taxa de sucesso da cirurgia de reconexão entre os canais varia de homem para homem. Por isso, a opção pela cirurgia precisa ser muito clara para o paciente e para a companheira.

No SUS
O Ministério da Saúde promove, em parceria com as secretarias de Saúde dos Estados, ações para facilitar o acesso do homem ao procedimento e a possibilidade de fazer a cirurgia em ambulatório médico, sem necessidade de internação. O procedimento faz parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.

Caso tenha tomado a decisão de fazer a vasectomia, saiba que o SUS só permite que essa cirurgia seja realizada em homens com mais de 25 anos ou que tenham, no mínimo, dois filhos.

O primeiro passo é procurar uma unidade básica de saúde para fazer um levantamento geral da saúde do homem que deseja fazer a vasectomia. Após essa avaliação, o médico encaminha o paciente para um especialista que dará todas as orientações e fará a cirurgia.

A vasectomia vem sendo cada vez mais realizada no Brasil pelo SUS. E os homens têm se engajado na discussão do planejamento familiar inclusive para evitar que suas companheiras sejam submetidas à laqueadura das trompas, um procedimento cirúrgico bastante dolorido, que exige internação e oferece risco à saúde feminina.

Mitos e Verdades

Verdade
  • Cirurgia simples
  • Espermatozoides continuam sendo produzidos
  • É possível engravidar logo após a cirurgia
  • Ajuda no planejamento familiar
  • Há contraindicações
Mito
  • Homem fica impotente
  • Homem perde libido/desejo
  • Homem sente dores durante o sexo
  • O pênis diminui de tamanho
  • A cirurgia é arriscada
  • É como castração Interfere na ejaculação
  • Afeta a masculinidade
Luiz Philipe Leite para o Blog da Saúde

Gastos do Brasil com diabetes podem dobrar na próxima década, diz estudo britânico

Números e Estatística do Diabetes no Brasil e no MundoPaís deve enfrentar um dos maiores fardos do mundo com a doença, que avança globalmente; para pesquisadora, impostos e mudanças políticas são cruciais para mudar isso

O avanço da diabetes no Brasil pode fazer com que os custos diretos e indiretos da doença dobrem até 2030, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela universidade britânica King’s College, em parceria com a Universidade de Gottingen (Alemanha). O estudo, que levantou dados de 180 países, levou em conta tanto despesas com o tratamento médico da diabetes quanto os impactos na atividade econômica – como a perda de produtividade de trabalhadores e as mortes prematuras decorrentes da doença e de males associados, como problemas cardíacos.

Segundo o levantamento, os gastos do Brasil com a diabetes foram de US$ 57,7 bilhões (R$ 190 bilhões, em valores atuais) em 2015. Até 2030, essas despesas podem subir para US$ 97 bilhões, segundo estimativas mais conservadoras, ou US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), no pior dos cenários avaliados pelo estudo europeu. É um dos custos mais altos do mundo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), diz à BBC Brasil Justine Davies, coautora do estudo e professora do Centro de Saúde Global do King’s College.

“A doença tem sido vista como a próxima epidemia global, tem aumentado na maioria dos países e ninguém tem conseguido enfrentá-la”, acrescenta. Isso é grave porque a diabetes é uma importante causadora de cegueira, falência renal, problemas cardíacos, derrames e amputações, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que fazer?
Davies diz que não estudou especificamente o caso brasileiro, mas aponta que o avanço da diabetes provavelmente está ligado ao sobrepeso da população – segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde, 20 em cada 100 brasileiros sofrem de obesidade. E isso está intimamente ligado ao consumo excessivo de comida pouco saudável, como fast-food e alimentos ultraprocessados – bolachas, refrigerantes, salgadinhos e similares –, a despeito da crescente conscientização acerca do que é uma alimentação saudável.

“É difícil mudar isso”, admite Davies. “As pessoas têm mais conhecimento atualmente. Mas se você coloca um pacote de batatinhas na minha frente, provavelmente vou comê-las. Existe uma tensão entre o que sabemos que nos faz bem ou mal e o que o ambiente nos oferece. E o ambiente tem favorecido as comidas rápidas e os deslocamentos em carros (que estimulam o sedentarismo).”

Outro problema é a associação entre o aumento no padrão de vida da população e o maior consumo de itens processados, em detrimento de comidas in natura. “À medida que as pessoas ganham mais dinheiro, elas querem comer mais, como um sinal de prosperidade”. Para resolver isso em uma escala nacional e global, Davies acha necessário haver um “compromisso político”.

“É preciso haver impostos mais severos sobre comidas não saudáveis e restrições à sua publicidade, sobretudo as que forem voltadas às crianças, que são mais suscetíveis”, defende. A pesquisadora cita exemplos bem-sucedidos do México, que elevou a taxação sobre bebidas açucaradas (medida que reduziu o consumo de refrigerantes e similares em 5,5% e 9,7% em 2015 e 2016, primeiros anos em que vigorou), e de Londres. A capital britânica tem estimulado a população a caminhar e andar de bicicleta com a difusão de rotas ciclísticas e a taxação de carros que circulam em áreas centrais da cidade.

Impacto global e na América Latina
A ameaça da diabetes ao Brasil é excepcionalmente grave, mas não é única no mundo: segundo Davies, nenhum dos países estudados tem conseguido resultados particularmente positivos no combate à doença. “Nos EUA, provavelmente o país mais obeso do mundo, as taxas (de diabetes) estão se estabilizando – um dos poucos países onde isso aconteceu”, diz a pesquisadora. No entanto, o país enfrenta a perspectiva de gastar até US$ 680 bilhões em decorrência da doença em 2030.

Na China, a projeção é de que os gastos relacionados à diabetes praticamente tripliquem na próxima década, passando de US$ 222 bilhões a US$ 631 bilhões. No mundo inteiro, a perspectiva é de que gaste-se US$ 2,5 trilhões direta e indiretamente com a diabetes, o dobro dos custos atuais. E a América Latina deve ficar com o maior fardo, se analisada a proporção em relação ao tamanho de seu PIB.

Um dos fatores por trás disso, segundo Davies, é a estrutura populacional latino-americana: cresceu a prevalência de diabetes em uma população ainda relativamente jovem, em idade produtiva. “A diabetes afeta a capacidade de trabalho das pessoas. O impacto econômico da pessoa que tem um ataque cardíaco (como consequência da diabetes) cedo é muito grande.”

No Brasil, estimativas apontam que entre 7% e 10% da população pode ser diabética – boa parte dela sem nem sequer ter sido diagnosticada. Segundo o estudo de Davies, essa porcentagem pode chegar a 14% em 2030, no pior dos cenários. Dados da OMS apontam que a prevalência global de diabetes entre adultos acima de 18 anos dobrou entre 1980 e 2014 no mundo – alcançando 422 milhões de pessoas. O maior crescimento tem sido registrado em países de renda baixa e média. Em 2015, os dados mais recentes disponíveis, 1,6 milhões de mortes foram diretamente causadas pela diabetes no globo.

BBC Brasil

Medicamentos vencidos e em desuso podem ser poluentes perigosos

Medicamentos vencidos e em desuso podem ser poluentes perigosos

Os medicamentos são os mais importantes instrumentos para proteger e recuperar a saúde. Por outro lado, seu uso indiscriminado, especialmente sem orientação adequada do farmacêutico, médico e profissionais de saúde habilitados pode trazer risco tanto à saúde, quanto ao meio ambiente.

A ciência já sabe que medicamentos que consumimos (uma parte será excretada depois) e descartados no lixo comum, pias, ralos e vasos sanitários em nossas casas e empresas ou mesmo diretamente em rios, lagos e mares podem ser tornar poluentes ambientais perigosos (são resíduos químicos perigosos). E podem poluir o ar, solo, seres vivos, mas especialmente a água. Medicamentos vencidos e em desuso devem ser descartados adequadamente, levados a postos de coleta em nossas cidades, farmácias, unidades de saúde.

No Brasil já temos desde 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305/2010) que estabelece a criação de sistemas para destinação ambiental final adequada de resíduos. Temos leis em diversos estados e municípios tornando obrigatória a coleta dos medicamentos vencidos e em desuso da população, além do que, no ano passado foi publicado Decreto Federal n. 9.177/2017, que tornou obrigatória a adesão dos setores econômicos a planos de logística reversa, ou seja, o retorno dos resíduos das diversas atividades econômicas a seus produtores, fabricantes, importadores para que seja dada a destinação ambiental adequada.

Todos os consumidores de medicamentos podem colaborar, levando seus medicamentos vencidos e em desuso aos postos de coleta nas cidades brasileiras. Caso não tenha em sua localidade, avise as autoridades ambientais e de saúde.

O Conselho Federal de Farmácia está atuando ativamente, junto a outros atores do setor farmacêutico e ao poder público para que se torne realidade a implementação de sistemas de logística reversa de medicamentos de alcance nacional. Se todos fizermos a nossa parte, contribuiremos para preservar a água nossa de cada dia, que está se tornando cada vez mais escassa. Lembremos do Dia Mundial da Água, que é o 22 de março como dia de alerta a todos! E que cada vez menos medicamentos comprometam nossos mananciais!

Autor: Farmacêutico MSc. Javier Salvador Gamarra Junior (Farmacêutico Homeopata; Mestre em Gestão Ambiental; Coordenador do Grupo de Trabalho de Medicamentos do Paraná – GTM-PR; Coordenador do Curso de Farmácia – Uniandrade; Pesquisador da área ambiental – fármacos e medicamentos; Membro do Grupo de Trabalho sobre Homeopatia do Conselho Federal de Farmácia – GTH-CFF)

Fonte: CFF

quarta-feira, 28 de março de 2018

Saúde da mulher: métodos contraceptivos e prevenção a ISTs

erikaeestherO Ministério da Saúde, por meio da página do Facebook, está transmitindo entrevistas especiais com temas relacionados e dedicados às mulheres

Uma destas entrevistas foi com a médica obstetra e ginecologista, Esther Vilela, convidada a falar sobre Métodos Contraceptivos e Prevenção a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A participação dos internautas, que fizeram perguntas e expuseram relatos, enriqueceram a conversa.

Esther Vilela enumerou os sete métodos contraceptivos oferecidos no Sistema Único de Saúde (SUS). São eles: a pílula combinada; a mini-pílula só de progesterona; os preservativos masculino e feminino, os injetáveis mensal e trimestral; o Dispositivo Intra Uterino (DIU) de cobre; a pílula emergencial e o diafragma. Além dos métodos definitivos: laqueadura e vasectomia.

“Antes da existência dos métodos modernos as mulheres ficavam sujeitas a engravidar querendo ou não e isso trazia um encargo de adoecimento ou frustação por conta da imposição da maternidade. Hoje, os métodos garantem direitos sexuais e reprodutivos”, reconheceu.

Os métodos ajudam a reduzir a morte materna e a garantir a saúde das mulheres. E quem decide entre as opções disponíveis no SUS é a própria mulher, sendo importante que ela leve em consideração a sugestão do ginecologista. A médica Ester Vilela lembrou que, ao longo da vida, essa escolha pode mudar e os métodos utilizados podem ser trocados por vários motivos.

Prevenção a ISTs

A respeito da prevenção, Esther Vilela fez um alerta. “Toda mulher que usa um contraceptivo está se protegendo da gravidez indesejada, mas não contra uma Infecção Sexualmente Transmissível, como, por exemplo, a gonorreia, a sífilis, o HIV e a hepatite. Toda relação sexual precisa ter uma dupla proteção, contra a gravidez indesejada e a IST”, destacou.

De acordo com a obstetra, o preservativo, seja masculino ou feminino, e o único método que oferece essa dupla proteção. Ela lembrou que as conhecidas camisinhas estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde de todo o Brasil. E fez um convite para que as mulheres passem a conhecer o preservativo feminino.

A entrevistada respondeu ainda perguntas sobre o DIU de cobre, a possibilidade de adolescentes e jovens poderem procurar os serviços de saúde para começar a usar um contraceptivo, qual o papel dos médicos, enfermeiros, técnicos e demais profissionais de saúde no auxílio às mulheres, entre outras questões. Assista a entrevista na íntegra!

Erika Braz, para o Blog da Saúde

Anvisa suspende lote de Diazepam e outros produtos

A Anvisa determinou a suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote 20101816 do medicamento Diazepam (10mg, 2ml) solução injetável da empresa Santisa Laboratório Farmacêutico S.A.

Além do medicamento, outros itens foram suspensos. Confira as resoluções na íntegra: Resolução – RE Nº 729, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, comercialização e uso, bem como da divulgação em qualquer meio de comunicação, do produto Tadalafellas, fabricado por empresa desconhecida. Resolução – RE Nº 730, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, comercialização, divulgação e uso, dos produtos e seus respectivos fabricantes listados abaixo: Durateston – FARMACO S.A; Stanozoland Depot – Landerlan – Divisão da FARMACO S.A; Testogar – Mager Pharrnazeutischer; Tribulus – HardRock Supplement Co; EPG Arimestage – EPG Extreme Product Group; ECA ELITE – NutraKey Health Performance INC; Extrato de Garcinia Cambogia – Hi-Tech Pharmaceuticals Inc; Methylzene – HardRock Supplement Co; DHEA – NutraKey Health Performance INC; Melatonin – Now Foods; Melatonin – Optimum Nutrition; Raspberry Ketones – NutraKey Health Performance INC. Resolução – RE Nº 731, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto SLIM SHAPE 7 ERVAS, fabricado por empresa desconhecida, bem como a apreensão e inutilização das unidades encontradas no mercado. Resolução – RE Nº 732, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Revogar a Resolução-RE nº 2.258, de 19 de agosto de 2016, publicada no D.O.U. nº 161 de 22 de agosto de 2016, Seção 1, fls. 62, que havia determinado, como medida de interesse sanitário, a suspensão da importação, para o território brasileiro, dos produtos Romeran (brometo de rocurônio) 10 mg/mL solução injetável, Cutenox (enoxaparina sódica) solução injetável em seringas preenchidas nas apresentações (20 mg/0.2 mL, 40 mg/0.4 mL, 60 mg/0.6 mL e 80 mg/0.8 mL) e Verônio (brometo de vecurônio) pó liofilizado injetável nas apresentações 4 mg e 10 mg, fabricados por Gland Pharma Ltd./Hyderabad-Índia e importados por Instituto Biochímico Indústria Farmacêutica Ltda. (CNPJ 33.258.401/0001-03). Resolução – RE Nº 733, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo território nacional, a suspensão da manipulação, distribuição, comercialização e uso, bem como da divulgação, em qualquer meio de comunicação, do produto Move® 100mg, manipulado pela empresa Farmácia de Manipulação Doce Erva Ltda – EPP (CNPJ 59.368.746/0001-03). Resolução – RE Nº 734, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote 20101816 (Val. 07/2018), do medicamento Diazepam (10mg/2ml), solução injetável, fabricado pela empresa Santisa Laboratório Farmacêutico S.A. (CNPJ: 04.099.395/0001-82). Resolução – RE Nº 735, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso de todos os lotes do produto DERMADERE SPRAY fabricado pela empresa Bandeira & Cavalcanti Indústria de Cosméticos Ltda. (CNPJ: 07.046.464/0001-88), Autorização de Funcionamento nº 2.04077-0 e distribuído por Drogachaves Trade Ltda.-EPP, CNPJ 08.675.509/0001-46. Resolução – RE Nº 736, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto MÁSCARA RECONSTRUTORA BOTOX CAPILAR FATTORE fabricado pela empresa Fattore Indústria de Cosméticos Ltda. (CNPJ: 05.254.614/0001-13), Autorização de Funcionamento nº 2.04.203-4. Resolução – RE Nº 737, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto WYN PEROXY HC fabricado pela empresa Elfen Indústria e Comércio Ltda. – ME. (CNPJ: 15.318.065/0001-57), Autorização de Funcionamento nº 3.05215-1, localizada na Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros, S/N, Sala 02, Jardim Bela Vista, Moji Mirim – SP. Resolução – RE Nº 739, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto, SOFT ONE NEUTRO, fabricado pela empresa Elfen Indústria e Comércio Ltda. – ME. (CNPJ: 15.318.065/0001-57), Autorização de Funcionamento nº 2.06523-2. Resolução – RE Nº 740, de 22 de março de 2018.

Art. 1º. Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote nº 75151908, do produto ÁLCOOL GEL 70 TUPI – marca TUPI, fabricado por Callamarys Indústria e Comércio de Cosméticos e Saneantes Ltda, CNPJ: 01.932.232/0001-40. Resolução – RE Nº 741, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Proibir a fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso dos produtos PODEROSO CREMÃO – MADAME LOOK, COISA DE LOUCO – MADAME LOOK, VERÃO – MADAME LOOK, COMIGO NINGUÉM PODE – MADAME LOOK, cuja rotulagem consta indevidamente o fabricante ANSELMO MENDES MOLINA FRANCA – ME, CNPJ: 04.608.673/0001-80. Resolução – RE Nº 742, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Tornar sem efeito a Resolução-RE nº 1.345, de 19/05/2017, publicada no D.O.U. nº 96 de 22 de maio de 2017, Seção 1, fl. 33 que determinou, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto CONDICIONADOR CABELOS NORMAIS, marca COCORICÓ, fabricado pela empresa 5S INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA.-ME, CNPJ 01.781.409/0001-55 e que, também, determinou que a empresa promovesse o recolhimento do estoque existente no mercado. Resolução – RE Nº 743, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Determinar, como medida de interesse sanitário, em todo o território nacional, a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto CONDICIONADOR CABELOS NORMAIS, marca COCORICÓ, cuja rotulagem consta indevidamente o fabricante 5S INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA.- ME, CNPJ 01.781.409/0001-55. Resolução – RE Nº 744, de 22 de março de 2018.

Art. 1º Suspender, em todo território nacional, todas as propagandas e publicidades que atribuam propriedades terapêuticas, de saúde ou funcionais ao produto “LECTUS”, veiculadas no sítio eletrônico https://lectuscaps.com.br/. Resolução – RE Nº 749, de 22 de março de 2018.

ANVISA

terça-feira, 27 de março de 2018

Ministro da Saúde reconhece ‘incoerência’ em editais de compra de medicamentos

Ministro Ricardo Barros (PP-PR) entra na reta final de seu período à frente da Saúde em meio a uma disputa de pelo menos R$ 250 milhões (R$ 20 milhões já pagos) em torno de contratos para distribuição de medicamentos de doenças raras, além de escalada do desabastecimento das drogas

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) Wilson Dias/Agência Brasil - 13/4/2016

Em entrevista ao JOTA, Barros reconhece que “há, de fato, aparente incoerência no processo” de tomadas de preços feito pelo Ministério da Saúde para compras de medicamentos. No edital, há a cobrança de documentos que o ministro agora quer derrubar. Ele afirma que ordenou a elaboração de novas regras para compras emergenciais.

O pepista tem se reunido com empresas e associações de pacientes interessadas no desenrolar das compras. No centro da discussão, está uma cobrança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo aval de fabricantes a empresas que querem distribuir as drogas, por meio da Declaração da Detentora do Registro (DDR). A falta ou possível falsificação deste documento levaram à negativa da Anvisa para licenças de importações em contratos feitos pelo ministério. Barros declara que a cobrança favorece a formação de monopólios. O presidente da autarquia, Jarbas Barbosa, diz que a DDR é indispensável para garantir a autenticidade dos medicamentos.

O ministro confirmou ao JOTA que já orientou por Whatsapp que pacientes entrem na Justiça contra a Anvisa para forçar a derrubada da exigência do documento. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo na última semana. Representantes da indústria farmacêutica já alertaram Barros de que o ônus das mortes por desabastecimento pode minar a sua candidatura à reeleição na Câmara. O ministro responde que tem feito o possível para solucionar os impasses, inclusive repassando casos suspeitos à Polícia Federal.

Barros também reconheceu que devem ser refeitas compras tapa-buracos de medicamentos raros. As empresas Tuttopharma LLC e Global Gestão em Saúde S. A. não foram chamadas para editais recentes e pediram anulação dos contratos. Na última semana, o ministro teve reunião com fabricantes que pedem anulação de contratos com empresas que não apresentaram a DDR. Os casos, resumidos abaixo, também foram tratados pelas empresas em conversas individuais com departamentos jurídico e de logística do ministério:

Soliris: a Tuttopharma LLC, contratada por R$ 84,08 milhões, pode ter apresentadodocumento falso. Com a compra travada, o ministério escolheu a Multicare, credenciada pela fabricante Alexion, para distribuir o mesmo número de frascos por R$ 87,45 milhões. A Tuttopharma pediu anulação da nova compra, alegando que não foi chamada para participar do certame. A compra tapa-buraco está suspensa. O desabastecimento da droga se agravou em meados de 2017.

Aldurazyme, Fabrazyme, Myozyme: a Global Gestão em Saúde S. A. já recebeu R$ 20 milhões para a compra dos três medicamentos, conforme proposta aceita pelo ministério. A Anvisa decidiu na segunda-feira (19/3) liberar a importação sem apresentação da DDR, após desembargador do TRF1 citar possível prisão do presidente da autarquia. O Ministério Público pede anulação do contrato. Assim como no caso do Soliris, o governo fez compra complementar das drogas, desta vez com a Sanofi Genzyme. A Global pediu a suspensão, mas os medicamentos já haviam sido entregues ao governo pela fabricante.

Elaprase: o governo fez uma compra de R$ 38,2 milhões do medicamento com a Global. O valor deveria ter sido adiantado à empresa, medida que está sendo cobrada do ministério pela contratada. A fabricante Shire pede na Justiça anulação do contrato. A compra está pendente por falta do documento de aval da fabricante. O JOTA conversou com o ministro Ricardo Barros na noite de sexta-feira (16/3), antes de a Anvisa decidir liberar a licença de importação ao ministério em contrato com a Global. Clique no link e leia os principais trechos da entrevista: www.jota.info/saude/ministro-da-saude-reconhece-incoerencia-em-editais-de-compra-de-medicamentos .

Portal JOTA

Estudo traça perfil da polifarmácia no Brasil e discute seus riscos

Resultados mostram que quase 10% da população faz uso simultâneo cinco ou mais medicamentos

O envelhecimento da população e o decorrente aumento da prevalência de doenças crônicas são fatores que têm contribuído para o aumento da polifarmácia, definida como a utilização simultânea de cinco ou mais medicamentos por um mesmo paciente. Embora muitas vezes seja necessária em tratamentos de saúde, a polifarmácia, caso praticada de forma irresponsável, pode causar reações adversas e aumentar o risco de morte.

No artigo Polifarmácia: uma realidade na atenção primária do Sistema Único de Saúde, pesquisadores da Faculdade de Farmácia da UFMG e de outras instituições traçam um panorama da prática no Brasil. O trabalho, publicado em setembro do ano passado na Revista de Saúde Pública, vinculada à Universidade de São Paulo (USP), apurou que a prevalência de polifarmácia alcança 9,4% da população geral investigada e 18,1% das pessoas com mais de 65 anos. Foram entrevistados 8.803 usuários de unidades de atenção básica à saúde, em 272 municípios, compondo amostra representativa da população brasileira. A pesquisa, destaque de capa da edição 2009 do Boletim UFMG, levou em conta todos os fármacos utilizados pelos participantes nos 30 dias anteriores à entrevista.

“A maior incidência de polifarmácia foi observada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o que podemos atribuir à maior expectativa de vida e prevalência de doenças crônicas nesses locais. Portadores de planos de saúde também costumam tomar mais medicamentos, já que têm acesso facilitado a consultas com especialistas e estão mais sujeitos à prescrição médica”, revela a pesquisadora Renata Macedo, do Programa de Pós-Graduação em Medicamentos e Assistência Farmacêutica da UFMG. Além dela, figuram entre os 12 autores do artigo os professores Augusto Guerra, Juliana Álvares, Micheline Rosa e Francisco Acúrcio, do Departamento de Farmácia Social

Efeitos inesperados
As consequências às reações adversas a remédios são muito variáveis e abrangem desde as de baixa intensidade ou pouca relevância clínica até as que causam prejuízo mais grave como hospitalizacão, incapacitação ou até morte. “No organismo, quando dois ou mais medicamentos competem, por exemplo, pela absorção, e um deles ‘ganha a disputa’, o ‘perdedor’ pode ter seu efeito prejudicado ou exacerbado”, explica a pesquisadora. O uso indiscriminado da polifarmácia, adverte Renata Macedo, pode aumentar a necessidade de cuidados com o paciente, especialmente no caso de idosos. “O agravamento do estado clínico demanda mais exames e eleva os gastos da família. O sistema também é prejudicado por causa do aumento de consultas, exames e internações que poderiam ter sido evitadas”, analisa.

Entre as substâncias mais utilizadas, ­algumas são consideradas inapropria­das para idosos, como a ­amitriptilina, o clonazepam, o diazepam, a fluoxetina e o ibuprofeno, segundo o critério ­Beers, metodologia que estabelece uma lista de medicamentos considerados pouco seguros para pessoas de faixa etária avançada. “Como o estudo encontrou uma correlação entre polifarmácia e o avanço da idade, o alto índice de uso desses medicamentos pode ser uma agravante e demanda acompanhamento ainda mais criterioso”, defende Renata Macedo. As principais doenças indicadas pelos entrevistados foram hipertensão, dislipidemia, artrite, artrose, depressão e diabetes mellitus.

A pesquisadora destaca que o farmacêutico é o profissional com condições de checar todas as prescrições vigentes e recomendar as adaptações necessárias. “Deve ser verificado, periodicamente, se cada condição da doença permanece e se é necessário manter a indicação dos medicamentos em uso, analisando se a dosagem pode ser ajustada ou o medicamento suspenso”, afirma.

A automedicação e o consumo de remédios por indicação de conhecidos são hábitos comuns, mas perigosos, alerta Renata Macedo: “No momento da consulta, o paciente deve relatar ao médico, ao farmacêutico ou a outro profissional de saúde todos os medicamentos que já vêm sendo utilizados, para que seja elaborado ou revisto o plano de terapia medicamentosa”.

Para a coautora do artigo, a pesquisa representa um marco na identificação dos segmentos mais vulneráveis, para os quais é preciso aprimorar as políticas públicas de saúde. “Infelizmente, ainda não contamos com um sistema nacional de gestão da assistência farmacêutica. Além disso, o acesso ocorre de diferentes maneiras, o que dificulta a compreensão da realidade. Mas o passo que demos pode ser muito importante para preencher essa lacuna e formar uma linha de base para o acompanhamento do uso de medicamentos no Brasil”, analisa Renata Macedo.

Polifarmácia: uma realidade na atenção primária do Sistema Único de Saúde Autores: Renata Macedo, Augusto Guerra, Juliana Álvares, Francisco Acúrcio e Micheline Rosa (UFMG); Ediná Alves (UFBA), Isabel Gomes (FCM-MG), Silvana Leite (UFSC), Karen Sarmento (Unicamp), Orlando Soeiro (PUC-Campinas), Ione Aquemi (FCM-SP) e Margô Gomes (UnB).

UFMG

Entidades farmacêuticas questionam alterações no programa Farmácia Popular

Alguns presidentes de entidades farmacêuticas se juntaram para questionar alterações no programa Farmácia Popular

Farmácia Popular é fechada em São Borja pelo Governo Federal

Veja o texto na íntegra abaixo:
Diante das informações de que o Ministério da Saúde prepara-se para, nos próximos dias, alterar profundamente a sistemática do programa Farmácia Popular, a cadeia farmacêutica, composta por indústria, distribuição e varejo de medicamentos, sente-se no dever com a população brasileira de alertar que:

1. O Farmácia Popular é considerado pelo próprio Governo e pelas avaliações feitas em todo o País como o mais bem-sucedido programa de saúde pública, fato importante em um momento em que são recorrentes as insatisfações e críticas ao atendimento da população.

2. Este sucesso não veio por acaso. Nasceu de uma sólida parceria entre a indústria, a distribuição e o varejo de medicamentos, de um lado, e o Governo, do outro; parceria esta nascida entre outras razões pelo fracasso do Governo em manter um sistema próprio de distribuição de medicamentos em 5.600 municípios brasileiros. Hoje, mais de 28 mil farmácias garantem, com tranquilidade, a entrega de medicamentos gratuitos a 20 milhões de brasileiros por mês. É este sucesso que se quer colocar em risco.

3. O Ministério da Saúde foi alertado em inúmeras reuniões sobre o risco de promover mudanças radicais no programa. O setor farmacêutico entende que o programa pode ser aperfeiçoado e propôs discutir medidas nesse sentido. Por isso, o Ministério da Saúde, pela palavra de seu titular, decidiu criar, em 30 de janeiro deste ano, um Grupo de Trabalho que jamais foi reunido.

4. Uma mudança dessa profundidade, feita cinco dias antes da troca de Ministro, não parece oportuna nem sensata. E trará, como consequência imediata, instabilidade e preocupação para milhões de brasileiros.

Apelamos, portanto, para que se retome o caminho prudente e, antes de qualquer providência açodada, o novo Ministro da Saúde institua o Grupo de Trabalho que analisará o Programa. O setor privado quer essa discussão. Mas quer, ao mesmo tempo, garantir que a população brasileira não será gravemente afetada por equívocos que podem inviabilizar um programa que vem dando certo.

Antônio Britto
Presidente executivo
INTERFARMA – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa

Edison Tamascia
Presidente
FEBRAFAR – Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias

Francisco Deusmar de Queirós
Presidente
ABRAFARMA – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias

Nelson Mussolini
Presidente executivo
SINDUSFARMA – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo

Reginaldo Arcuri
Presidente executivo
GRUPO FARMABRASIL – Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica de Pesquisa e de Capital Nacional

Telma Salles
Presidente executiva
PRÓGENÉRICOS – Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos

segunda-feira, 26 de março de 2018

CPF em troca de desconto: MP investiga venda de dados de clientes por farmácias

Órgão suspeita que lista de compras seja repassada a empresas de plano de saúde e de análise de crédito

Ministério Público do Distrito Federal iniciou uma investigação para apurar se redes de farmácias do país estão repassando ou vendendo dados sigilosos de clientes, após exigir o CPF deles em troca de desconto. A suspeita é de que a lista de compra de cada consumidor esteja sendo divulgada para empresas de planos de saúde e de análise de crédito, em uma espécie de mercado paralelo.

A investigação começou em janeiro deste ano. Para o promotor Frederico Meinberg, coordenador da Comissão de Dados Pessoais do MP, a intenção é “abrir uma caixa preta” e descobrir o uso que farmácias fazem dos dados sensíveis dos clientes. “Existe uma verdadeira obsessão das farmácias em dar desconto. E no capitalismo, não existe obsessão de graça. Há um interesse por trás.”

O problema
Meinberg explicou ao G1 que o histórico de compras que o cliente tem em uma farmácia diz muito sobre o comportamento dele. Em mãos erradas, isso poderia trazer como consequência um contrato mais caro no plano de saúde ou até mesmo a recusa do empréstimo tão sonhado.

“Imagine que você comprou no seu CPF um remédio para sua avó que está sofrendo de câncer. Se esse histórico sai da farmácia e é compartilhado para outros setores, numa análise, o plano de saúde pode acreditar que você está fazendo um tratamento e não avisou. Daí aumentam o valor do contrato e você nem fica sabendo.”

Ele cita outro exemplo. “Vamos pegar um hipocondríaco, que compra remédio todo dia, e um outro homem que tem a mesma idade, mas morre de medo de médico. O primeiro pode vir a pagar um plano de saúde muito mais caro do que o outro”.

Com as agências de análise de crédito, aquelas que dizem se o indivíduo é um bom pagador ou tem nome sujo na praça, o sistema é parecido.

“Antes de liberar um financiamento, empresas consultam um cadastro para saber se a pessoa consegue pagar as dívidas. Com alguém que está comprando muito remédio, podem interpretar que ela está com risco de vida. Ou seja, negariam o empréstimo ou subiriam muito os juros por entender que ela não vai conseguir arcar com essa dívida.”

A investigação
Em janeiro, o MP enviou ao Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) uma lista com dez perguntas questionando o tratamento que o setor dá para os dados dos clientes e o porquê da exigência do CPF para oferecer descontos.

Em resposta, a entidade que representa as farmácias disse que não poderia falar pelos procedimentos adotados por cada uma. O G1 também questionou o Sincofarma, que afirmou não ter nada a declarar sobre o assunto.

Como o combo “CPF+desconto” é uma prática percebida em todo o país, o MP pretende enviar já na próxima semana essa lista para as dez maiores redes farmacêuticas do Brasil. Elas terão um prazo de dez dias para responder, por escrito. Por ser uma requisição oficial, não há possibilidade de negar esclarecimentos.

Se as farmácias confirmarem que dados dos clientes estão sendo compartilhados com terceiros, o MP pretende acionar a Justiça para coibir a conduta nacionalmente, com pedido de urgência. Isso porque, ao contrário da Europa ou dos Estados Unidos, ainda não há legislação que trate do assunto.

Também não está descartada, mais para frente, a possibilidade de quebra de sigilo de empresas para auxiliar as apurações.

Ofício do MP que pede explicações a representantes de farmácias no DF (Foto: Reprodução)
Ofício do MP que pede explicações a representantes de farmácias no DF (Foto: Reprodução)

Privacidade
Para o Ministério Público, o caso pode configurar violação do direito constitucional à privacidade.
Neste caso, caberia indenização coletiva pelo impacto ainda desconhecido na economia brasileira.
“Seria um dos maiores danos morais e patrimoniais a médio prazo. Estamos falando de algo tão sério quanto o confisco da poupança, na década de 1990”, declarou o promotor.

"É importante entender que seus dados fazem parte do seu patrimônio. O brasileiro tem uma coisa muito perigosa: diz que não tem nada a esconder. Mas essas informações sigilosas têm um valor enorme", continuou Meinberg.

Outros lados
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) entidade representativa do setor varejista farmacêutico disse por meio de nota que "defende veementemente que as farmácias e drogarias pautem suas atividades em consonância com os ditames da legislação nacional, bem como, prezem pelo sigilo das informações obtidas por meio dos registros constantes dos receituários médicos ou prestadas pelo próprio cliente ao farmacêutico".

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que vai “adotar as providências administrativas cabíveis” caso o MP confirme a irregularidade de empresas. A Serasa Experian informou que não utiliza dados de compra de remédios em redes de farmácias em seus relatórios e "scores" de crédito.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirmou que "as operadoras não diferenciam o preço do plano de saúde segundo o perfil de beneficiários muito menos conforme a utilização dos medicamentos. A legislação e a regulação do setor, inclusive, proíbem tal prática".

O G1 aguarda retorno da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma) e do SPC.

G1

Maioria dos pacientes com dor na lombar recebe tratamento errado, dizem estudos

Condição afeta 540 milhões de pessoas em todo o mundo, concluem pesquisas publicadas no ‘The Lancet’. A avaliação é de que medicamentos não deveriam ser a primeira opção

A dor na lombar é a principal causa de incapacitação no trabalho e afeta em média 540 milhões de pessoas em todo o mundo, avaliam estudos publicados nesta última quarta-feira (21) no “The Lancet”. Ainda, a maioria dos pacientes com dores recebem o tratamento errado quando procuram um especialista. Para chegar a essas conclusões, pesquisadores fizeram uma revisão sistemática de estudos publicados entre 1990 e 2016 em 195 países. A partir desses dados, foram publicados dois estudos científicos no “The Lancet” e um artigo de opinião de especialistas.

Na avaliação dos pesquisadores do estudo, a primeira opção de tratamento para a condição deveria ser feito na atenção primária, com a indicação de reeducação postural e a manutenção da rotina diária. O que acaba acontecendo, entretanto, é que a maioria dos pacientes volta para a casa com medicamentos e a indicação de pararem de trabalhar — embora diretrizes mais recentes demonstrem que fisioterapia e manutenção da atividade física e de uma vida ativa seriam mais eficazes.

Ainda, em países como os Estados Unidos, há a recomendação do uso de medicamentos muito fortes para a condição — como os opioides. De acordo com as pesquisas, a dor lombar agora se consolidou como a principal causa de incapacidade no mundo — com o crescimento da condição em algumas regiões da África e Oriente Médio e em partes da América Latina, além dos altos índices já registrados em países de alta renda.

No Reino Unido, por exemplo, se juntarmos todos os dias de trabalho perdidos por trabalhadores britânicos, um total de 1 milhão de anos de vida produtiva é perdido por causa da deficiência de dor lombar. Nos Estados Unidos, esse numéro é de 3 milhões e, na Austrália, 300.000.

Sobre a dor
A dor lombar é um sintoma muito comum e ocorre em todas as faixas etárias. Para a maioria das pessoas, não há uma causa específica, como uma fratura vertebral. Indivíduos com empregos com maior exigência física, pessoas com comorbidades mentais e obesos estão mais propensas à dor. As pesquisas estimam que a dor lombar aumente nas próximas décadas, em particular em países de baixa e média renda, em que os sistemas de saúde são frágeis para lidar com a condição.

Os tratamentos recomendados
O tratamento inicial deve ser não medicamentoso com a educação para a retomada das atividades normais. Uma indicação de um psicólogo pode ser dada para sintomas persistentes. No entanto, avaliam os pesquisadores, há um uso excessivo de exames de imagem, opioides, injeções e cirurgia. “Globalmente, existem lacunas entre a evidência e prática, com um uso limitado da primeira indicação de tratamento”, escreveram os pesquisadores.

Iniciativa global
O estudo faz parte da iniciativa “Global Burden Disease” (algo como o fardo global de doenças). A ideia da medida é que, como as pessoas estão vivendo mais, é necessário ter um olhar mais voltado para como elas vivem, bem como para as incapacidades que vão se acumulando com as diversas doenças e tratamentos que surgem ao longo do tempo.

Nesse sentido, a saúde pública começou a avaliar os “anos vividos com incapacidade” como uma variável para indicar a qualidade de vida. Exemplos de doenças comuns que levam à incapacidade, segundo a iniciativa, são deficiência de ferro, enxaqueca, dores na lombar e depressão. Os anos vividos com incapacidade que tiveram por causa a dor na lombar aumentaram 54% desde 1990 — o que elevou a condição ao patamar de principal causadora de incapacidade.

G1

sexta-feira, 23 de março de 2018

Inscrições abertas para especialização em imunizações e saúde do viajante

cursoseeventosAs vagas são para médicos infectologistas e enfermeiros

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), está com inscrições abertas, até o próximo dia 5 de abril, para processo seletivo do Curso de Especialização Multiprofissional em Imunizações e Saúde do Viajante. O curso, com carga horária de 400 horas, será ministrado, de 2 de maio de 2018 a 13 de março de 2019, no prédio da Vice-Direção de Ensino ou nas dependências do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas ou da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Confira aqui a chamada pública e faça a sua inscrição.

As vagas são para médicos infectologistas e enfermeiros interessados em desenvolver atividades assistenciais na área de Imunizações e Medicina de Viagem, e a debater as políticas públicas aplicadas nestas áreas no Brasil.

O objetivo do curso é formar profissionais especialistas capazes de atuar nos campos de planejamento, prevenção e controle de doenças infecciosas imunopreviníveis e suas complicações, e dos agravos à saúde relacionados a viagens nacionais e internacionais, considerando os princípios do SUS.


Texto: Comunicação Interna/ASCOM/GM/MS e Fiocruz

Governo autoriza reajuste médio de 2,43% para medicamentos

producing ecstasy O reajuste aplicado é de 2,09% a 2,84%, o que está abaixo da inflação fechada de 2017, de 2,95%

Os medicamentos devem ficar em média 2,43% mais caros este mês, de acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O reajuste aplicado é de 2,09% a 2,84%, o que está abaixo da inflação fechada de 2017, de 2,95%. O aumento começa a valer no dia 31 deste mês. O anuncio ainda não foi publicado no Diário Oficial da União, o que deve acontecer nos próximos dias.

Conforme ressalta, em nota, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), pelo segundo ano consecutivo, o reajuste dos medicamentos ficou menor. De 2013 a 2017, cita, a taxa acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 36,48% ante 32,51% dos reajustes médios autorizados pelo governo para remédios.

“A indústria farmacêutica tem conseguido segurar seus preços, apesar do expressivo aumento dos custos de produção nos últimos anos”, afirma Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma. No ano passado, o aumento anual autorizado fora de 4,76%, contra um IPCA de 6,29% em 2016, o que já não agradara ao setor. O reajuste deve ser aplicado em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro, conforme o Sindusfarma.

Segundo a entidade, o aumento atualiza a tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) e não gera elevação automática nem ajustes imediatos nas farmácias e drogarias, principalmente em relação aos remédios que registram grande concorrência. “Medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (enfermidade) são oferecidos no País por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, explica.

O Sindusfarma recomenda que é importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos. “Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, afirma Mussolini.

Exame

SUS: lobby tenta evitar prontuários eletrônicos, diz ministro da Saúde

Ministro diz que implantação dos prontuários eletrônicos para marcação de consultar está atrasado por causa de problemas na licitação


Ricardo Barros, ministro da Saúde, defendeu na última sexta-feira (16) a importância da implantação dos prontuários eletrônicos no SUS (Sistema Único de Saúde) e disse que o atraso para que os sistemas comecem a funcionar se deve a problemas com a licitação.Segundo ele, com a digitalização, cada cidadão poderá ter todas as suas informações de saúde no próprio celular, agendar consultas ou confirmar presença e ainda avaliar cada serviço que recebe.

— Pelo menos 20% das pessoas que têm consulta agendada no SUS não comparecem. Com esse sistema podemos chamar para cobrir uma consulta de alguém que desiste na véspera.Por meio do prontuário eletrônico será possível também que o médico tenha acesso a todo o tratamento, exames, medicamentos. Isso garantirá mais qualidade no atendimento e uma economia de R$ 20 bilhões por ano para o sistema, disse o ministro após participar da abertura do Seminário Novas Tecnologias em Saúde. Barros explicou ainda que o atraso para implantar os prontuários eletrônicos ocorre em razão de uma licitação que está suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

— O lobby para evitar a informatização é muito grande porque todos os que vivem de desvios do SUS por desinformação vão perder. Muita gente fatura hoje por esse descontrole. Mas todas as outras licitações estão feitas, o cadastramento das empresas e as provas de conceito também. Logo os municípios poderão escolher as empresas que farão a implantação do sistema, afirmou.

R7

quarta-feira, 21 de março de 2018

Mitos e Verdades sobre a Febre Amarela

CApaEm época de campanha que incentiva a vacinação contra febre amarela, o Ministério da Saúde traz mais informações para combater boatos a respeito da doença

A vacinação contra a febre amarela é a medida mais eficaz para evitar a doença. Por isso, o Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação da vacina febre amarela para todo o território brasileiro neste ano. A medida é preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção da população para a doença em caso de uma futura circulação do vírus.

Atualmente, alguns estados e municípios do Nordeste e parte do Sul e Sudeste não fazem parte das áreas de recomendação de vacina. Devem ser vacinadas, aproximadamente, 80 milhões de pessoas em todo o país, sendo 11,3 milhões no Sul, 40,9 milhões no Sudeste e 27,7 milhões no Nordeste. O quantitativo corresponde à estimativa atual de pessoas não vacinadas no país.

A estratégia de vacinação em todo o país será feita de forma gradativa, de acordo com as possibilidades de produção e distribuição da vacina. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são os primeiros a implantarem a vacinação na rotina dos seus municípios, entre os meses de março a junho. Apenas esses três estados continuarão vacinando a população com a dose fracionada, seguindo a Campanha de Fracionamento da Vacina de Febre Amarela deste ano. Em seguida, em julho, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul adotarão a vacina padrão em todos os municípios. Piauí começa a vacinação da dose padrão em agosto, Paraíba e Pernambuco em outubro e, por último, em novembro, é a vez do Ceará e Rio Grande do Norte.

Confira aqui os Mitos e Verdades:

•A vacina de febre amarela mata
Não! A vacina é eficaz e segura. A vacinação não é indicada apenas para pessoas com alergia grave ao ovo; portadores de doença autoimune; crianças menores de seis meses; pessoas que vivem com HIV/Aids (com contagem de células CD4 menor que 350 células/mm3); e pacientes em uso de quimioterapia/radioterapia.

•A dose fracionada não protege
De acordo com o Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS) a vacinação com dose fracionada apresenta a mesma eficácia que a dose única padrão. A proteção é de, pelo menos, oito anos. O fracionamento é recomendado pela OMS somente quando há aumento de morte de macacos e de casos da febre amarela silvestre com risco de expansão da doença em cidades com alto índice populacional e quantitativo insuficiente de doses da vacinas .

•A imunização em massa põe em risco a sociedade
Não. Na verdade, o que ocorre é o contrário. Indivíduos que recebem vacinas fazem com que haja uma diminuição da circulação do agente infeccioso na comunidade. Ao reduzir o número de doentes, diminui a chance de transmissão de seus agentes causadores, beneficiando, portanto, indiretamente, toda uma comunidade, inclusive aqueles que não tiveram acesso à vacinação.

•Macacos transmitem a febre amarela

Os macacos não são responsáveis pela transmissão, muito pelo contrário: esses animais servem como guias para a elaboração de ações de prevenção. A doença é transmitida por mosquitos.

•O vírus da febre amarela sofreu mutações e por isso a vacina não funciona
Não é verdade. Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para acompanhar possíveis mudanças genéticas no vírus da febre amarela realmente identificou mutações no vírus, resultado publicado em 2017. Porém, não há qualquer impacto destas mutações para a eficácia da vacina.

•Existe alguma conspiração do governo para as pessoas se vacinarem?
É verdade que o governo adquiriu um estoque enorme de vacina e agora quer se livrar dele? Isso é apenas um boato sem qualquer fundamento. Não há nenhuma conspiração nesse sentido e nem houve aquisição de grande quantidade de vacina que precise ser utilizada. A vacina usada no Brasil é produzida pela Fiocruz e é certificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

•É verdade que estão morrendo mais pessoas em decorrência da vacina do que propriamente de febre amarela?
Não é verdade. Os riscos por não tomar a vacina são maiores, já que a pessoa fica sem uma das principais formas de prevenção contra a doença.

•A vacina possui mercúrio em sua fórmula?
Não, a vacina contra febre amarela não possui mercúrio em sua formulação, e nenhum outro metal. Conforme descrito na bula, a vacina contra a febre amarela produzida por Bio-Manguinhos/Fiocruz contém excipientes como a sacarose, glutamato de sódio, sorbitol, gelatina bovina hidrolisada, eritromicina e canamicina.


Luíza Tiné, para Blog da Saúde com informações da Fiocruz 

Saiba quais doenças representam um risco global, segundo a OMS

Entidade divulga lista com oito doenças, incluindo a zika, que devem estar no centro das pesquisas para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira, 14, a lista de doenças que devem estar no centro das pesquisas devido ao alto risco de causarem emergências de saúde pública e ausência de medidas suficientes para contê-las. O relatório faz parte de uma revisão periódica da organização. No trabalho, são identificadas doenças que necessitam de esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a produção de tratamentos e vacinas com o objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos. Entretanto, o trabalho não indica as causas mais prováveis de uma próxima epidemia. A primeira lista com doenças prioritárias para P&D foi lançada em dezembro de 2015. Desde então, ela foi revistada em janeiro de 2017 e entre 6 e 7 de fevereiro de 2018.

Doença X
A doença X tem esse nome porque trata-se apenas de uma hipótese e está na lista para alertar os cientistas sobre a necessidade de estarem preparados para enfrentar o desconhecido. De acordo com a OMS, ela “representa a consciência de que um agente patógeno atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave”. “A experiência nos ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos”, disse o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, relembrando que isso foi o que ocorreu com os vírus zika e ebola.

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo
O vírus causador desta doença provoca surtos graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É uma enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e da Ásia. Os principais vetores de transmissão ao ser humano são os carrapatos e o gado. Entre humanos, o contágio é possível pelo contato com sangue e outros líquidos corporais dos infectados. Não há vacina para pessoas ou animais, segundo informações da BBC

Vírus ebola
A doença causada pelo ebola é grave e, frequentemente, mortal. Ela já gerou diversos alertas sanitários globais – sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%.Os primeiros surtos foram registrados em vilarejos remotos da selva da África Central e Ocidental. O tratamento precoce, combatendo a desidratação do paciente, e dos sintomas têm aumentado o número de sobreviventes, mas ela ainda é vista como grave ameaça, segundo a BBC. A higiene e a segurança na forma de enterrar os mortos é a melhor maneira de prevenir contágios em massa, como os que produziram o surto de 2014-2016.

Vírus de Marburg
Gera uma doença grave e, com frequência, mortal. Uma espécie de morcego atua como hospedeiro e o transmite para as pessoas, que podem se contagiar entre si. Os infectados desenvolvem uma febre hemorrágica grave, que tem uma taxa de mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola. A doença de Marburg deve seu nome à cidade alemã de mesmo nome, onde foi registrado o primeiro surto, em 1967, causado por macacos vindos de Uganda. O vírus é endêmico da África Equatorial, e os surtos mais recentes surgiram neste continente.

Febre de Lassa
Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores. A taxa de mortalidade varia entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a febre de Lassa, e, neste mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente na Nigéria e já ameaça outros países.

Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio
O vírus que provoca o mal foi detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são tosse, febre e dificuldade para respirar. É geralmente acompanhada por uma pneumonia. Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais, como diarreia. Segundo os dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à doença.

Síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês)
É uma forma de pneumonia provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm problemas respiratórios agudos e, nos piores casos, morrem. O surto inicial ocorreu em 2002, em Cantão, na China, a partir de onde se espalhou para outros países asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois, entrou em remissão, mas a OMS considera ainda haver perigo.

Febre do Vale Rift
Essa doença tem mais incidência entre animais do que entre pessoas. Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais. Às vezes, também por picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos. A maioria dos casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica. Segundo a OMS, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no Vale Rift, no Quênia, na África, e, “desde então, foram registrados vários surtos na África Subsaariana”. Mas, com o comércio de gado infectado, a doença já chegou a países como Somália, Egito, Arábia Saudita e Iêmen, causando preocupação “por sua possível propagação para outras zonas da Ásia e da Europa”.

Zika
A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti. Os pacientes têm sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça. Sabe-se que existe uma relação causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que foram expostas ao vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é acompanhado por problemas neurológicos. O zika continua a ter uma especial incidência na América Latina, sobretudo no Brasil.

Infecção pelo vírus Nipah e doenças relacionadas aos henipavírus
O vírus Nipah é um vírus transmitido por morcegos que apareceu pela primeira vez em 1998, em Kampung Sungai Nipah (Malásia). Nessa ocasião, os suínos foram os hospedeiros intermediários. Em 2004, o vírus Nipah infectou várias pessoas após terem tomado suco fresco de tâmaras, contaminadas por morcegos frutívoros.

O índice de letalidade do patógeno é alto: em cada 100 infectados, de 40 a 79 morrem. A infecção pelo vírus Nipah pode provocar desde síndromes respiratórias agudas até encefalites mortais. Atualmente, ainda não existe uma vacina de prevenção ou cura, somente um tratamento primário.

Veja

terça-feira, 20 de março de 2018

Catarata é responsável por quase 50% dos casos de cegueira no mundo

Doença acomete principalmente a população idosa, mas, felizmente, é reversível. Único tratamento é a cirurgia

A catarata é uma doença que ataca milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a causa mais comum a senil, ou seja, o envelhecimento natural do cristalino ao longo da vida. Há também a catarata congênita, na qual o bebê já nasce com a enfermidade (forma mais rara), e de causas secundárias, como o uso crônico de corticoide, doenças metabólicas, diabetes, uveítes (inflamação intraocular). Os sintomas podem incluir visão desfocada, diminuição de sensibilidade às cores, halos à volta das luzes, dificuldade em observar luzes brilhantes e de enxergar durante a noite. Poderá também afetar a condução, a leitura ou o reconhecimento de rostos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa.

Na realidade, o termo “catarata” é dado para qualquer tipo de perda de transparência do cristalino, lente situada atrás da íris, seja ela congênita ou adquirida, independentemente de causar ou não prejuízos à visão. Ela pode ocorrer em apenas um ou em ambos os olhos, dependendo da causa. Geralmente, é bilateral e assimétrica, ou seja, pode estar mais avançada em um dos olhos. Pode também ser unilateral se for secundária à doença ocular ou ao trauma do olho acometido. Hoje, é possível a redução da dependência dos óculos, tanto para longe quanto para perto, com implante de lentes intraoculares de foco estendido ou trifocais.

“A catarata é uma opacidade parcial ou total do cristalino, lente natural do olho localizado atrás da pupila. É composto basicamente por água e proteínas. As proteínas do cristalino têm características próprias e são responsáveis pela sua clareza e transparência. Com o envelhecimento dos olhos, a estrutura dessas proteínas se altera, o que provoca perda gradual da transparência do cristalino”, esclarece o oftalmologista Paulo Silvério Coelho Baeta, especialista em cirurgia de catarata e vítreo retiniana, da Clínica Alcance. O especialista explica que essa mudança pode ser devida a diversos fatores, que se dividem entre congênitos e adquiridos.

Processo lento
Entre as adquiridas, destacam-se: senil, tipo mais comum de apresentação. Ocorre a perda da transparência do cristalino ao longo dos anos. No entanto, o tempo de aparecimento pode variar entre indivíduos e famílias diferentes; traumática, tipo mais comum de catarata unilateral em indivíduos jovens. Pode ser causada por trauma penetrante, trauma contuso, radiação e descarga elétrica; induzida por medicamentos, causada principalmente pelo uso de corticosteroides, dependendo da dose, duração do tratamento e susceptibilidade individual. Outros exemplos são amiodarona, ouro, alopurinol, clorpromazina; e secundária, decorrente de uma doença ocular primária. Entre as causas estão a inflamação intraocular (uveíte), glaucoma agudo, alta miopia e distrofia hereditária do fundo do olho.”

Já as congênitas ocorrem em aproximadamente três em cada 10 mil nascimentos, dos quais 60% são bilaterais. A causa principal é a mutação genética. Mas também ocorre devido a anormalidades cromossômicas, desordens metabólicas e infecções durante a gravidez, como a rubéola. E, ainda, pode ser consequência de um processo hereditário.

Paulo Baeta explica que a catarata é um processo lento, gradual e indolor. “Nas fases iniciais, pode passar despercebida. Ela, na imensa maioria dos casos, acomete os dois olhos, mas o faz, habitualmente, de modo assimétrico. Em geral, um olho apresenta uma catarata em estágio mais avançado que o outro. As primeiras queixas com relação à doença costumam ser a dificuldade para ver em locais com pouca iluminação, dirigir veículos à noite e para ler placas ou letras pequenas. Agravamento de uma miopia já existente também é um sintoma inicial comum. A necessidade de trocar o grau dos óculos com alguma frequência pode ser um sinal de catarata”, alerta o médico.

O especialista esclarece que, com a progressão da turvação do cristalino, a visão vai se tornando cada vez mais nebulosa e os contrastes menos perceptíveis. “Outros sintomas comuns são o incômodo com luzes fortes, que causam um brilho intenso na visão, e queixas de que as cores dos objetos e do ambiente estão mais amareladas, acastanhadas ou menos intensas. Alguns pacientes com catarata desenvolvem visão dupla”, ressalta o oftalmologista. “Se não tratada, a catarata pode evoluir para perda da visão, mas, felizmente, reversível. Não há como evitar a catarata, que se desenvolve com a idade”, alerta o médico.

Paulo Baeta salienta que o diagnóstico é feito por meio de exame de biomicroscopia ocular. “O único tratamento efetivo para curar a catarata é a cirurgia, que consiste na quebra e aspiração do cristalino opaco, utilizando um aparelho com ultrassom (Facoemulsificação). Depois da retirada da catarata, implanta-se a lente intraocular dobrável (em situações normais, o deslocamento dessa lente é algo muito raro), por meio de microincisão – 2,2mm – realizada na córnea. Atualmente, podemos também fazer uso do aparelho de laser de femtosegundo (unidade de medida de tempo) para realização de algumas etapas da cirurgia, como incisões, Capsulorhexis e fragmentação do cristalino, com o benefício de dar mais precisão, previsibilidade e reprodutibilidade à cirurgia de catarata.”

Milagre
José Antônio Rezende, de 60 anos, conta que estava tendo problemas com a visão e foi ao médico. “Não estava vendo as coisas direito e minha vista vinha aumentando cerca de um grau de miopia ao ano e já estava com 16 graus. Tinha dificuldades para enxergar, principalmente à noite. Fiz a consulta e o oftalmologista disse que eu estava com catarata e que precisava de operar o mais rápido possível. Feitos os exames, ele marcou a operação primeiro para o olho esquerdo, que estava numa situação pior.”

“A operação em si não durou nem 10 minutos. O anestésico foi local, por meio de colírio, e já saí da clínica enxergando normalmente. Incrível! Achei que as cores estavam mais vivas e conseguia enxergar coisas que me surpreenderam, como placas distantes. Feita a revisão, ele marcou a operação do olho direito para a semana seguinte. Chegando na clínica, foram feitos os preparativos e a operação não durou nem oito minutos. Resumindo, depois de pingar alguns colírios por cerca de um mês, voltei a enxergar perfeitamente bem, graças a Deus! Agora é fazer mais uma revisão daqui a seis meses. Depois, de ano em ano. Foi como se tivesse ocorrido um milagre”, diz José Antônio.

Paulo Baeta explica que, atualmente, a cirurgia da catarata tem o potencial de corrigir o grau de olhos míopes, hipermétropes e astigmatas por meio de lentes intraoculares. “Porém, é preciso ressaltar que essa correção dependerá de múltiplos fatores, como a técnica cirúrgica, a cicatrização do paciente e, principalmente, o cálculo dos implantes intraoculares”, observa.

Foto: Reprodução

Antitranspirantes podem prejudicar a saúde

Los elementos tóxicos de los aerosoles son muy nocivos.Estudo afirma que 25% das pessoas que usam produtos com fragrâncias, como desodorantes, sofrem com enxaqueca, ataques de asma e problemas de pele

Desodorantes, antitranspirantes e outros produtos com fragrâncias podem ser prejudiciais à saúde, de acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Occupational and Environmental Medicine.

A pesquisa, com 1.100 participantes, concluiu que 25% das pessoas sofrem com reações alérgicas aos produtos químicos encontrados em aerosóis, como desodorantes, purificadores de ar e produtos de limpeza. Os efeitos colaterais mais comuns causados por esses químicos “danosos” incluem ataques de asma, enxaquecas e problemas de pele.

“Nós estamos expostos a estes químicos continuamente, mas as pessoas geralmente não percebem que estão sendo prejudicadas até ser tarde demais”, disse Anne Steinemann, professora da Universidade de Melbourne e principal autora do estudo, à revista especializada New Scientist.

Sensibilidade química múltipla
O estudo, feito por pesquisadores da Universidade Melbourne, na Austráliam revelou ainda que o número de pessoas consideradas ‘sensíveis’ a estes produtos quadruplicou em 16 anos. Uma pesquisa similar feita em 2002 mostrou que 3% de seus participantes foram diagnosticados com sensibilidade química múltipla (MCS, na sigla em inglês), contra 13% no levantamento atual. Os pesquisadores estimam que aproximadamente 55 milhões de adultos nos Estados Unidos – cerca de 16% da população – sofrem com o problema.

Quase 60% dos voluntários com sensibilidade química múltipla admitiram que haviam parado de utilizar banheiros públicos que utilizam esses produtos e mais da metade afirmou não poder mais lavar as mãos com sabonetes com cheiro. “A MCS é uma doença séria e potencialmente incapacitante, que é generalizada e está aumentando na população americana”, ressaltou Anne.

Veja

segunda-feira, 19 de março de 2018

Remédio comprado pelo governo é pouco eficaz, diz estudo

Apesar da polêmica, o Ministério da Saúde vai manter o processo de compra de um medicamento apontado por especialistas como pouco eficaz para tratar crianças com leucemi

A pasta anunciou que a compra do L-asparginase, produzido por um laboratório chinês, será mantida para atender pacientes de hospitais do SUS. Já instituições credenciadas e hospitais filantrópicos receberão verba para adquirir os remédios que acharem mais convenientes.

Nesta semana, estudo do Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico especializado em oncologia de Campinas, indicou que o L-asparginase não tem qualidade para uso em humanos. O trabalho foi publicado na revista EBioMedicine. “O produto tem eficácia comprometida e seu uso é uma imperícia ética e moral”, diz a presidente do Centro Boldrini, Silvia Brandalise.

O L-asparginase é comprado desde 2013 pelo governo para pacientes com leucemia mieoloide aguda. O remédio substituiu o asparginase, fabricado por uma indústria alemã. O resultado do estudo de Campinas é questionado pelo ministério. Segundo a pasta, o trabalho foi feito com um pequeno número de camundongos e os achados obtidos não podem ser extrapolados para humanos. Silvia discorda. “Não há como fazer o teste em humanos, por questões éticas. Sobretudo porque resultados foram ruins com animais.”

O ministério ainda diz que a publicação não se refere ao resultado de estudo científico e, sim, a um manuscrito de interpretação exclusiva do Boldrini, sem que outras entidades científicas tenham atestado. A compra do L-asparginase foi feita com base no menor preço. O objetivo era ofertar tratamento para 4 mil crianças.

A análise do Boldrini avaliou a presença de impurezas e a bioequivalência do medicamento. Como comparação, foi usado o remédio alemão. O medicamento chinês apresentou 398 contaminantes, muito acima dos 3 do alemão. A quantidade de impurezas, diz Silvia, eleva expressivamente o risco de reações alérgicas, além de comprometer a ação da droga.

O Estado de São Paulo

Anticoncepcionais hormonais e o risco de câncer de mama

EFEITOS COLATERAIS DOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAISUm novo estudo associou o uso de contraceptivo hormonal ao aumento de câncer de mama. Entretanto, o risco é relativo e deve ser analisado caso a caso

Um estudo publicado no New England Journal of Medidcine, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, revela que o risco de câncer de mama é maior para as pacientes usuárias de anticoncepcionais em relação àquelas que nunca recorreram ao medicamento. O estudo também afirma que o risco é elevado na medida em que aumenta o tempo de uso tanto para as mulheres que usam atualmente quanto para as que utilizaram no passado.

O estudo
A pesquisa foi realizada com 1,8 milhão de mulheres da Dinamarca, na faixa etária entre 15 e 49 anos, que não tinham tido câncer, assim como não tinham tido tromboembolismo ou feito tratamento para infertilidade. A partir do registro nacional, os pesquisadores obtiveram dados individualizados a respeito do uso de anticoncepcionais orais, diagnóstico de câncer de mama e fatores que pudessem confundir as informações. As pacientes foram acompanhadas por um tempo médio de 10 anos e foram identificados 11.517 casos de câncer de mama. Houve um caso a mais de câncer do que o esperado para cada 7.690 usuárias de anticoncepcionais hormonais.

Risco aumentado
Quando os dados foram comparados com os de mulheres que nunca usaram anticoncepcionais, o risco relativo de ter câncer de mama foi 20% superior em relação às não usuárias. O risco foi 9% superior a partir de um ano de uso e até 38% superior a partir de 10 anos. Isto significa, por exemplo, que se a chance de ter câncer de mama até os 50 anos é de 2%, para quem usou o medicamento por um ano o risco foi de 2,2%. E para quem usou por mais de 10 anos o risco foi de 2,76%. Não houve algum tipo de anticoncepcional que não tenha tido relação com aumentado risco, inclusive os DIUs com progesterona.

Contradição
Em contraste, estudos anteriores como o do Center of Disease Control (CDC) dos Estados Unidos e a mais atual análise do Royal College of General Practitioner do Reino Unido, não demonstraram aumento no risco de câncer de mama entre as usuárias de anticoncepcionais hormonais. Adicionalmente, reduzem o risco de câncer de ovário, de endométrio e câncer colorretal.

O estudo não avaliou o impacto na mortalidade geral por câncer. Além disso, mulheres que usam anticoncepcionais são bem mais acompanhadas em relação as que não usam. Talvez, quando a avaliação de mortalidade por câncer for analisada, o risco de morrer por esta doença em geral possa ser inclusive menor.

Não há motivo para pânico
Os anticoncepcionais hormonais representam uma das classes farmacológicas mais estudadas em todos os tempos e se associam com elevada segurança. Nem o estudo publicado, nem a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) ou a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomendam que as mulheres interrompam o uso do anticoncepcional que estiverem utilizando.

Baseado neste estudo e em estudos prévios sobre a relação entre o uso de anticoncepcionais orais e câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere que cada usuária de anticoncepcionais avalie ou discuta com o seu médico sobre o riscos e benefícios desta decisão. Isso porque o aumento do risco é relativo, dependendo da idade e do tempo de uso.

Veja